O inesperado pode acontecer

1101 Words
Não entendi ao certo a razão, mas o clima daquela casa que normalmente era de total harmonia, mudou completamente depois do que Heitor disse para irmã. Ao ponto de ser sufocante. O silêncio não ajudava em nada, quando pensei em mudar de assunto, focar na Melissa, Letícia decidiu reagir ao que havia ouvido do irmão contra ela. — Porque mais eu sairia? Nosso pai é um i****a. Um ogro. Um monstro desgraçado sem coração. Você escapou dele, mas eu não pude. Tenho que viver naquele inferno todos os dias sem direito a questionar ou reclamar. Por morar no mesmo teto, tenho que obedecer tudo e aceitar completamente calada as merdas que ele faz. Acha que é fácil? Que direito você tem de apontar o dedo para mim e me julgar? O que eu fiz? Eu tentei fugir. Queria fazer o que fosse para somente desaparecer e nunca mais ser encontrada, mas o pai descobriu e enlouqueceu porque todos devem fazer apenas o que ele quer e surtou, a mamãe ficou assustada quando ele saiu para me procurar ameaçando me m***r por ter fugido e chamou a vovó para tentar evitar o pior. No fim, ao menos consegui a liberdade. Fui expulsa de casa. Se nossa mãe quer continuar naquele inferno, que fique sozinha. Não quero ser obrigada a viver uma vida de medo de alguém que vive na minha própria casa. Eu também mereço ser feliz. Já não suporto mais. Tudo tem um limite. Eu mereço ter uma vida. — Letícia gritou com tudo que tinha, as lágrimas caíam sobre seu rosto sem parar, Mel que havia finalmente se aclamado e adormecido acabou despertando no meio da gritaria, voltando a chorar sem parar, para o meu desespero. — Vocês podem gritar do lado de fora? Tem um bebê que claramente não dormiu a noite inteira aqui. Ao menos, respeitem uma criança doente. Vocês dois estão grandinhos demais para tudo isso e sabem exatamente o que acontece dentro daquela casa, também quem é o pai de vocês. Então deveria se entender em vez de criticar. Brigar entre si não vai trazer nenhum benefício ou resolver o problema. — Marieta alertou os dois irmãos que se olharam irritados com o puxão de orelha da avó. — Caroline, você pode dividir o quarto com Letícia? Deve ser incomodo, apertado, mas a casa é bem pequena, já estou dividindo o quarto com Heitor, embora eu ache que ele m*l deve dormir em casa. Sempre dorme na casa das quengas dele. — Eu peço desculpas, estou incomodando. Tomando o espaço que deveria ser de Letícia ou Heitor. Se tudo der certo, eu conseguir um dinheiro, prometo que não incomodarei mais. — Me senti envergonhada, o lugar era pequeno e mesmo assim, estavam pensando no que seria mais confortável para mim, mesmo que estejam passando por uma crise familiar. Acredito que nunca poderei retribuir tudo que Marieta faz por mim. — Não se estressa com isso. Eu raramente vou dormir em casa de qualquer jeito. Tem muita gente querendo m***r saudade do n**o aqui. Então, não precisa se preocupar comigo. Agora me passe a minha afilhada, vou colocar ela para dormir. A mãe dela parece precisar tanto quanto a filha de uma boa soneca. Pode ir dormir despreocupada, ficarei com a Mel até que descanse um pouco. — Heitor esticou os braços na direção da avó que estava com a menina, para minha surpresa, Mel esticou os braços na direção dele. — Garota esperta, tem bom gosto desde nova, vem para o dindo. Vou cuidar de você. — E quando um louco virou padrinho dessa menina? Ele te ameaçou, Caroline? Sabe que ele tem uma vida de cigano, não se prende a nada e tá nem aí se algo acontece com a ausência dele. Deveria ter cuidado. — Letícia perguntou parecendo chocada com a notícia. — Hey! Não fale m*l do padrinho de alguém na frente dela. Vai ferir o sentimento da minha querida afilhada. Agora vamos indo. Aqui é barulhento demais para um bebê. E Carol, vá dormir. Eu cuido da Mel. Você parece destruída. Não é? — Heitor brincava com o nariz de Mel, pareciam que se conheciam há muito tempo. — Filha, por favor, não se deixe levar por um homem com um sorriso bonito. É um perigo. Não puxe a sua mãe. Ela cometeu muitos erros por causa de um sorriso bonito e boas piadas. — Brinquei. Lembrei naquele momento que a primeira coisa que me chamou atenção no pai de Mel foi o sorriso e seu humor leve, sempre me fazendo rir. — Viu, vó? Depois sou eu o perigoso dessa casa. Carol está me seduzindo na frente de todos. E ninguém faz nada. Sou completamente inocente.— Heitor brincou saindo da cozinha conversando com a menina em seus braços — Vamos, Mel. Sua mãe é a perigosa aqui. E pode gosta do sorriso do seu padrinho. Você é a única que terá o coração dele. Agora poderei dizer que tem alguém ocupando meu coração. — O que diabos aconteceu com o meu irmão? Pensei que ele tinha conhecido a menina ontem. Como eles se apegaram tanto? Ele sempre gostou de crianças, mas nunca havia o visto com um olhar tão carinhoso. — Letícia estava surpresa com a reação do seu irmão. Não era algo que se via com facilidade. — Ele é o pai da menina e vocês estão escondendo? Isso explicaria muita coisa. É ele, não é? Por isso você está morando aqui e ele voltou para o Brasil? — Eu também não faço ideia do que aconteceu, mas eu realmente preciso dormir. Vou questionar menos e dormir mais. Daqui a pouco ela deve acordar novamente pedindo comida. Tenho que aproveitar. Se me der licença, irei descansar. Mais tarde conversamos — Eu achei melhor questionar menos e descansar mais. Estava cansada demais para ter energia para explicar o que nem eu entendo. — Sim, vá dormir. Se a bebê acordar, ficarei com ela. Vocês duas tiveram uma noite bem difícil. Merecem um bom descanso. — Marieta concordou me empurrando para o quarto. Não vou mentir. Eu nunca dormi tão rápido na minha vida. O que me despertou foi uma quantidade absurda de mensagens no meu celular. Elas chegavam sem parar. O inesperado havia acontecido. Acho que jamais iria acostumar com o ritmo pouco que minha vida estava tomando e muito menos as reviravoltas dela. Eu piscava e perdia um flash da minha vida. — Só pode ser brincadeira! — Levantei pulando da cama quando vi do que se tratava as mensagens. Sai correndo e gritando dela casa. — Heeeeitor!!!! Heitor!
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