O kinder ovo da minha vida

1001 Words
A dor apenas aumentava, me sentia tonta, cansada, completamente enjoada. Eu estava deitada naquela maca desconfortável sonhando com um remédio que pudesse passar aquela cólica terrível, enquanto o médico me examinava. Não era a primeira vez que me sentia tão m*l na TPM, mas dessa vez, tinha alcançado um nível superior. — Caroline, você está grávida de oito meses, ao que me parece, embora seja um bebê bastante pequeno. Acredito que você não tinha ciência sobre isso, não é? Visto que não informou nada na sua ficha. — O médico da emergência me disse sem tirar os olhos do pequeno monitor, parecia bastante atento a algo. — Na verdade, a senhorita está em trabalho de parto. A sua bolsa já estourou e o bebê já está em sofrimento. Irei chamar a equipe médica agora para começar seu parto. Não podemos perder tempo. Temos que correr com esse parto ou os dois estarão em perigo. — Não. Não. Isso é impossível. Eu não posso está grávida. Não faz nenhum sentido. Deve ser um erro. Será que não confundiram de pessoas? Já vi acontecer em filmes; — Gargalhei com a ideia. Eu tenho apenas dezesseis anos. Estou no ensino médio e nem sequer tenho um namorado. Não fazia nenhum sentido o que aquele homem estava dizendo. A dor estava intensa, mas não era a primeira vez que sentia tanta dor por conta do meu ciclo menstrual caótico. — Esse aparelho com toda certeza deve estar com problema. Só preciso de um remédio para cólica bem forte e brigadeiro. Talvez um filme de comédia bem bobo também. Não há necessidade de tantos exames. — Caroline, não há como está errado. Olhe para o monitor. Aqui há um bebê! Não apenas isso, ela está na posição do bebê correta para o parto e está encaixado no canal de parto. Não há nenhum erro aqui. Além disso, você havia dito que houve um corrimento no banheiro quando foi tomar um banho quente para minimizar a dor. Até mesmo as características das dores são as mesmas de contrações. Além de sentir elas no pé da barriga e em suas costas, precisamos fazer o exame do toque, para avaliar a dilatação, mas o médico que irá assumir o seu caso será responsável por tudo isso. — O médico respondeu acenando para uma mulher que entrou no leito que estávamos, cercado por cortinas. — É ela a paciente. Já coloquei todas as informações na ficha dela. Ah! Ia esquecendo. Parabéns, para nova mamãe. — Me fala que isso é uma piada. Já sei. É uma pegadinha. Só pode ser uma pegadinha. Olha o tamanho da minha barriga? Como posso estar grávida de oito meses. Minha barriga sempre foi assim. O que diabos está acontecendo aqui? — Não fazia sentido alguém fazer aquela piada sem graça, mas uma gravidez também não tinha qualquer sentido na minha cabeça. No máximo, a minha barriga estava inchada por conta da tpm. — Senhorita, eu me chamo Natasha, sou obstetra que vai acompanhar o seu parto. Vamos fazer alguns exames agora para verificar as condições que está. Preciso que vista apenas essa bata. — A mulher me entregou uma roupa rosa enorme, antes de se virar, saindo do leito, fechando totalmente as cortinas. Me dando toda privacidade necessária, mesmo que esse fosse a última das minhas preocupações naquele minuto. Eu sequer conseguia entender o que estava acontecendo, — Me chame quando estiver pronta. Como um robô no modo automático, eu me troquei. Para ser sincera, não conseguia pensar exatamente no que estava acontecendo, não pude digerir a informação completamente. Será que era um sonho? Impossível. Que tipo de sonho dói tanto. Que diabos? Não há como está grávida, certo? Na verdade, há uma chance, mas isso não faz sentido, foi há muito tempo. — Estou pronta. — Gritei com a voz trêmula, de quem estava prestes a chorar, mas tentava o seu melhor para se manter firme. Será que os meus pais estavam me castigando com um susto? Não é um pouco demais? Não, meu pai poderia ate pensar em um castigo assim, mas a minha mãe jamais concordaria com esse absurdo. Será que é lombriga? A babá sempre reclama que eu vou ter lombriga, — Então vamos começar. Você se chama Caroline, certo? Aliás, aqui diz que você é de menor, onde estão os seus pais? — Natasha parecia super confortável para puxar assunto, óbvio, não era ela que estava sendo cutucada nos seus países baixos por um desconhecido enquanto diziam que estava grávida. A minha vontade era chutar a cara dela longe. Será que ela não sabe que é incomoda toda essa situação? — Você tem mesmo que fazer isso? É realmente necessário me catucar ai por baixo? Ah! Os meus pais viajam muito. Eu vim com uma das funcionárias da minha casa, ela ficou do lado de fora esperando por notícias, para repassar o que está acontecendo para meus pais. Não é a primeira vez que venho ao hospital com dor, mas é a primeira vez que ficam me cutucando dessa forma — Tentei explicar a razão de não estar acompanhada. — De toda forma, sou emancipada. Como os meus viajam muito e eu não posso acompanhar eles por causa dos estudos, acharam que seria a melhor opção. Então, independente do que acontecer, posso resolver, mas não acha que essa pegadinha não está indo longe demais? — PREPAREM A SALA! ESSE BEBÊ JÁ ESTÁ NASCENDO! AVISEM A EQUIPE DA NEONATAL PARA FICAR A POSTOS— Natasha gritou baixando as grades da minha maca, tomei um susto, em questão de segundos ela estava me empurrando para fora do leito. — Tanto a bebê, como a mãe estão em risco nesse momento. Não podemos perder tempo. Rápido! — Como é que é? Está me achando com cara de Kinder Ovo? Eu só preciso de Buscopan. Mané grávida. Está todo mundo louco aqui? — Gritei enquanto a maca onde eu estava era puxada pelos corredores. Ainda sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo.
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