Capítulo 5

1130 Words
Milena São Paulo - Morumbi// 18:00 Finalmente eu havia chegado em São Paulo, peguei o voo às 14:30 e o Arthur ficou super agitado por ser a primeira viagem de avião dele, até vomitou. Também foi a minha primeira viagem de avião, mas não me deu enjoo nem nada. Desço do Uber depois de pagar e entro no hotel, faço o check-in e subo para o quarto com minha mala e o Arthur no colo. Fecho a porta de chave e coloco meu celular para carregar. Milena: Cê tá com fome filho? - Ele assente - Calma aí que a mamãe vai te alimentar, espera só um pouco, vou ligar para tua madrinha. Coloco ele na cama e ligo para Mica. L I G A Ç Ã O O N Micaelly: Oi Mi, deu tudo certo? Milena: Amiga, eu acabei de chegar em Sampa, estou no hotel do Morumbi. Micaelly: Graças a Deus, já estava preocupada porque ligava para você e dava sem sinal! Para onde você vai primeiro? Milena: Antes de tudo vou dar comida para o Arthur que está morrendo de fome, a última vez que ele comeu foi quando saímos de casa. Depois eu também vou comer, tomamos um banho e vamos dormir. Micaelly: Dormir? Cê tá correndo contra o tempo mulher, precisa ir no hospital ainda hoje para adiantar as coisas. Milena: Ainda hoje? Quando eu vier terminar de fazer tudo isso vai ser oito horas da noite! Capaz de nem aceitarem mais nenhuma doação. Micaelly: Aceita sim, eu já doei nesse hospital e sei como é. Eles aceitam até dez horas da noite. Milena: Me manda o endereço do hospital que eu vou me organizar aqui para poder ir lá. Micaelly: Tá bom, vou mandar. Ah, e quando você for lá, me fala o que deu. Com a Lara também. Milena: Calma Mica, uma coisa de cada vez, amanhã de manhã eu vou á procura da Lara, e hoje eu vou no hospital, não dá para fazer tudo de uma só vez. Micaelly: Certo, tchau, beijos e boa sorte. Milena: Beijos, mais tarde eu digo alguma coisa. Micaelly: Tá bom. L I G A Ç Ã O O F F Milena: Levanta da cama, filho - Falo estendendo minha mão para ele - A gente vai comer, tomar um banhinho e depois vamos resolver uns assuntos da mamãe, tá bom? - Ele assente me abraçando. Descemos para comer algo aqui no hotel e eu opto pela comida menos gordurosa que temi, vou precisar doar sangue daqui a algumas horas então tenho que pegar leve, mas a vontade é de devorar tudo que tenho vontade, tô pagando caro para isso. *** Hospital // 21:00 Saio do Uber e suspiro quando vejo as inúmeras viaturas paradas e o hospital rodeado de policiais. Tô chegando mais atrasada do que eu pensei, espero que a Mica tenha razão quando falou que eles ainda aceitam doação nesse horário. Ainda bem que ninguém aqui me conhece como irmã dele, mas com certeza vão passar a conhecer. Sigo até a recepção. Milena: Boa noite. XXX: Boa noite, em quê posso te ajudar? - Pergunta sem olhar na minha cara enquanto digita fazer algo no computador. Milena: Eu vim fazer uma doação de sangue. XXX: Tem tatuagem? Milena: Sim. XXX: Fez a quanto tempo? Milena: Tem mais de um ano. XXX: Certo - Se levanta - Qual o nome do paciente? Milena: Fábio Rodrigues dos Santos. XXX: Só um segundo que eu já volto - Diz me olhando assustada. Fico igual uma estátua esperando ela, essa mulher foi acionar uma tropa de policias para me prender ou o quê? Que demora! Ela volta com uma cara fechada e volta a se sentar na cadeira. XXX: É parente dele? Milena: Sim, sou irmã dele. XXX: Me dá teus documentos e preenche essa ficha - Diz jogando o papel e a caneta para mim. Reparo a ficha enorme que ela me entregou e n**o com a cabeça. Se duvidar tem até a opção de colocar a cor da calcinha que eu estou usando, várias coisas desnecessárias. Milena: Eu estou com o meu filho no colo, se você não percebeu. Como que vou preencher uma ficha desse tamanho? XXX: Garota, larga de ser abusada, sorte tua que o delegado aprovou a doação, caso contrário você sairia daqui escoltada por policiais. Você tem uma mão livre, dá para preencher tranquilamente. Milena: Vou preencher porque eu vim até aqui pra doar e eu vou doar, mas isso é trabalho seu, e a abusada aqui é você - Falo e começo a preencher a ficha - Mó preguiçosa, eu hein - Resmungo. Termino de preencher a merda da ficha e entrego meu documento verdadeiro para ela, uma enfermeira veio até mim. XXX: Boa noite, me chamo Anne, vou te levar até a sala de doação. Uma com educação, pelo menos. Milena: Boa noite Anne, ok. Anne: Você pode deixar ele ali na área de criança, se quiser. Milena: Não, está bom assim, obrigada. Anne: Sem problemas então, pode vim comigo. Vou com ela até a sala de doação, me sento em uma cadeira, e Arthur no meu colo. Anne começa a fazer alguns procedimentos e depois de tirar meu sangue, eu bebo um pouco de água. Milena: Em que sala ele está? - Pergunto curiosa. Anne: É uma sala privada, não posso te dar essa informação por motivos de segurança, desculpa. Milena: Eu vim de Pernambuco só para fazer essa doação e ver ele, cê acredita? Anne: Nossa, eu acredito. Irmão é sagrado, né? Milena: Você também tem irmão? Anne: Sim, tenho sim. Milena: Se coloca no meu lugar, faz uns dois anos que eu não vejo ele - Falo com lágrimas nos olhos - Me ajuda a ver ele, por favor. Anne: É que eu não posso, tem quatro policiais fazendo a segurança de frente do quarto que ele está, sabe? Não dá para te levar lá como visita. Abro minha bolsa e tiro duas notas de duzentos reais. Estendo para Anne e ela arregala um pouco os olhos. Anne: A gente dá um jeito - Diz pegando as notas e colocando no bolso do jaleco - Vou deixar teu filho em uma sala como se ele estivesse doente, depois eu te levo até o vestiário e cê põe uma roupa de enfermeira, só assim você vai conseguir entrar na sala comigo. Milena: Tudo bem, eu topo tudo! - Falo me levantando. *** Publicado dia 5 de Setembro de 2021, às 12:50.
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