De: Noah
Para: Papai Noel
Querido Papai Noel, neste Natal o que eu mais queria era ganhar uma nova mãe. Sei que o senhor é um homem muito ocupado, mas queria ter uma mamãe para brincar comigo, ler histórias legais, cantar para eu dormir, me dar um beijo de boa noite. Eu também quero para o papai, ele é um homem muito sozinho e merece uma boa esposa. Seria muito pedir isso, Papai Noel? Espero que não. Eu fui um bom menino, é o que papai sempre me diz. Obrigado de novo.
Noah.
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Capitulo 1
Ryder Dragonni
— Preciso encontrar um cozinheiro logo para a fazenda — eu comento, olhando para uma bela senhora.
— Por que você não coloca um anúncio no jornal, meu filho? — responde a bela senhora, que por sinal é minha mãe.
— É o que eu vou fazer, mãe. As coisas lá não estão dando certo. Um dos peões está falando que não quer mais fazer comida porque não foi para isso que ele veio trabalhar na fazenda. Na realidade eu concordo com ele, mãe.
— Então, meu filho, você vai ter que colocar um anúncio e, outra coisa, você sabe que eu não ligo em fazer comida para vocês. Só que aqueles peões comem demais! — ela me fala, dando risada, e concordo com ela.
— Eu sei como que é, mãe. O problema é esse. A pessoa tem que saber fazer comida para aquela cambada. E mais. Tem o Noah, que está em fase de crescimento e precisa se alimentar bem.
— Mas eu estava te dizendo isso, filho. Não é só de uma boa alimentação que Noah precisa. Ele precisa de uma figura materna — minha mãe dizia, enquanto estávamos sentados na cafeteria. Para mim era umas das coisas que eu mais amava: tomar um bom café.
— Mas ele já tem uma figura materna, mãe. Você!
— Filho, eu sou a sua mãe e avó dele. Por mais que eu ame o menino, ele precisa de uma mãe. Acho que está na hora de você voltar a se casar, e não ficar pulando de galho em galho como se fosse macaco.
— Mãe, o que houve? Acha que eu estou saindo com todas as mulheres dessa cidade? — eu comento baixo.
— Você não está? — Jenna, minha mãe, me pergunta incrédula.
— Mãe! Claro que não. E outra coisa, desde que a Selena foi embora, eu estou muito bem.
— Sei que está, meu filho. Mas o que eu quero dizer é que você tem direito de encontrar uma nova esposa.
— E para quê? — eu pergunto, cruzando os braços.
— Filho, eu quero que você seja feliz. — ela me fala, tocando meu rosto. Uma das mulheres que eu mais amava estava aqui em minha frente.
— Eu sou mãe, tenho um filho que amo com loucura e que foi a única coisa boa que restou do meu casamento com a doida da Selena.
— Nós amamos o Noah, Ryder — minha mãe declara.
— Eu sei, mãe, e entendo o que a senhora disse sobre ter uma mulher na minha vida. Só que agora eu não posso — rebato.
Minha mãe fica me olhando como se estivesse olhando a minha alma. Essa mulher é tudo para mim, é minha fortaleza. Ela m*l sabe que andei com umas mulheres para me satisfazer, afinal eu precisava disso, mas de uns tempos para cá, ando me sentindo muito só. Sou despertado dos meus pensamentos por ela.
— Filho, tudo bem? — ela me pergunta, preocupada.
— Sim, mãe, fica tranquila. E o papai, como está? — Eu mudo de assunto. Estava com saudade do meu velho.
— Ele está bem, filho, e não vê a hora de vir morar para cá — minha mãe me fala. Graças a Deus eles estão vindos morar na cidade, mas o que eu mais quero é que eles venham morar na fazenda.
— Mãe, já pensou na ideia de morar conosco na fazenda?
— Ryder, estou vendo isso, mas agora que seu pai finalmente se aposentou, com certeza ele vai querer morar aqui na cidade, e não na fazenda.
— Mas por quê? — pergunto confuso.
— Ryder, olha, é o seguinte: a gente não quer atrapalhar você, filho. Já bastam os seus irmãos na sua casa — ela me responde.
— Não tem problema. Eu os expulso e vocês vêm morar comigo — brinco com ela, fazendo-a dar uma gargalhada gostosa, o que faz todos virarem e sorrirem; minha mãe é a alegria em pessoa.
— Para com isso, filho. Seus irmãos moram lá com você. Os deixe lá — ela sugere, quase implorando. Sei que é brincadeira. Ela seria a primeira a trazê-los para a casa dela; minha mãe era uma leoa, nos protegeria com unhas e dentes.
Termino de tomar café e como um pedaço de bolo. Outra coisa que eu amo é bolo. Logo veio uma garçonete, com um perfume enjoativo, se debruçando sobre a mesa, querendo mostrar os s***s. Como se eu já não tivesse visto, com os vestidos colados que a Anne gosta de usar.
— Anne, obrigada — diz minha mãe.
— Por nada, senhora Dragonni — Anne responde com um sorriso e sai rebolando. Eu m*l olho para ela quando minha mãe me dá um chacoalhão.
— O que foi, mãe?
— Está distraído de novo. Algo te preocupa?
— Claro que não, mãe. Só preciso mesmo arranjar um cozinheiro.
— E se for uma mulher?
— Está doida, mãe! Imagina se uma mulher iria querer morar na fazenda, e outra, tem muitos homens lá que poderiam dar em cima dela. Eu não posso me dar ao luxo de perdê-los.
— Ryder Dragonni, olha como você fala comigo menino! — minha mãe me fala quando saímos da cafeteria. Passamos por umas lojas que vendem móveis infantis e eu, querendo agradar meu filho, pois faço qualquer coisa por ele, estou à procura de uma cama.
— Desculpa aí, mãe — eu respondo piscando, e comento com ela: — Noah quer um presente.
— O que ele pediu, meu filho?
— A senhora acredita que ele me pediu uma cama com formato de carro?
— Esse menino gosta de coisas estranhas mesmo — ela comenta e saímos da loja, seguindo para a floricultura. Uma coisa que a minha mãe gosta é essa: mexer com flores.
— Pois é, mãe, e como gosta. Os desenhos então, nem me fale. Cada um mais estranho que o outro.
— Normal, filho. Noah está na idade de assistir esses desenhos estranhos.
— Sei disso. Bem, a senhora vai querer algo da floricultura hoje?
— Não sei, filho. Acho que eu tenho tudo em casa — ela me fala e continua: — Filho, você viu que tem uma placa de vende-se?
— Sério? Onde, que eu não vi? — Eu procuro e não vejo placa nenhuma.
— Aqui, filho. — Ela me aponta para um canto da janela, onde a placa dizia que a loja estava à venda e então eu tenho uma grande ideia.
— Mãe, a senhora que gosta de mexer com flores, já pensou em ter uma loja sua?
Reparo que ela fica surpresa, afinal não imaginava que eu iria perguntar uma coisa dessas. Mas se ela quiser eu compro e dou de presente. Isso seria um prazer.
— Meu filho, estou surpresa! — ela me fala.
— Eu imagino que esteja. Toda vez que eu quero te comprar algo você recusa.
— Mas filho, você me dá tantas coisas — ela me fala com carinho.
— Ainda é pouco — eu respondo.
— Ryder, não é! — minha mãe afirma com veemência, e continua: — Você é o melhor filho que uma mãe pode merecer.
— Que bom, mãe, que eu sou o melhor. Só não deixe aquelas tranqueiras saberem, se a senhora me achar um péssimo filho. — Eu pisco, dando risada.
— Ryder, você não tem jeito mesmo. Agora vamos embora, quero ver o Noah.
— Tudo bem, mãe — concordo com um último olhar e decido ligar depois para conversar com o dono da floricultura. Seguimos direto para o meu carro, uma caminhonete; para mim, era o melhor carro para trabalhar, ainda mais na terra, mas eu sempre estava vindo para a cidade. Aqui é o melhor lugar para se viver.
— Está tão quieto, Ryder — minha mãe me chama a atenção de maneira carinhosa.
— Estava pensando em como eu amo esse lugar — eu falo, olhando em volta e dirigindo.
— Aqui é muito bom mesmo, querido — ela diz.
— A senhora se muda quando? — pergunto.
— Ainda não sei, filho, vou ver ainda uma casa para morar aqui na cidade.
— Mãe, vem morar com a gente na fazenda.
— Filho, já te falei que não quero atrapalhar. Além do fato de eu gostar de ter meu espaço e seu pai também.
Concordo, pois sei que gostam de tranquilidade e lá na fazenda quase não tem isso. Meu filho Noah é um furacão em forma de criança. Só de lembrar o meu pequeno, sinto uma saudade repentina.
— Eu sei disso, mas não custa nada tentar, não é, mãe? — eu respondo e continuo a dizer: — Mãe, eu vejo a casa para vocês. Por que a senhora não dorme esse fim de semana em casa? Depois vamos procurar uma casa para vocês morarem.
— Meu filho, vamos ver, afinal, m*l cheguei à cidade — ela me fala dando risada.
— Sim, vamos. Eu tenho que passar aqui no jornal — comento ao estacionar minha caminhonete. — A senhora quer ir lá? — pergunto.
— Não, filho, vá você. Eu espero aqui.
— Já venho, mãe. — digo e saio do carro.
Atravesso a rua correndo. Mesmo sendo uma cidade pequena, aqui tem trânsito, e eu odeio isso. Entro no prédio do jornal e vou direto para a recepcionista, que me olha e me reconhece. É a pequena Amy, que me observa de cima a baixo, como sempre, como se eu fosse uma carne saborosa. Nunca quis nada com a menina. Seus pais trabalham com a minha família há anos e gosto dela como uma irmã. Só não posso dizer o mesmo do Jesse.
— Bom dia, senhor Dragonni — ela me cumprimenta.
— Olá, menina Amy. Você poderia pedir para publicar um anúncio para mim? — peço a ela.
— Claro, senhor Dragonni, me diga como quer que façam o anúncio — ela pergunta e seu rosto demonstrava sua curiosidade.
— Algo aconteceu, senhorita? — pergunto, querendo entender as expressões de seu rosto.
Começo a lembrar-me um pouco da Selena, aquela víbora que tinha uma expressão de anjo, mas era uma cobra. Não sei como eu caí na armadilha dela. Ainda bem que essa menina não parecer ter a personalidade da Selena, por que senão, coitado do Jesse, que é caído por ela.