Alguns dias se passaram, Leonardo estava tomando par de todo o trabalho na fazenda de sua mãe, tentando tirar Isabelle de seus pensamentos, aquela situação favorecia Celeste, era mais cômodo para ela, se o filho focasse no trabalho, para tirar Isabelle da cabeça, quem sabe assim ele conheceria outra moça e poderia se interessar ? Afinal de contas Leonardo era um rapaz bonito, jovem, rico, inteligente e qualquer moça do povoado, filha de algum fazendeiro, iria se interessar por ele.
Leonardo: Bom dia mãe! Bom dia Ramiro!
O rapaz já havia se acostumado com a presença de Ramiro na mesa do café da manhã todo dia, o peão era de extrema confiança de sua mãe.
Celeste: Bom dia meu filho!
Ramiro: Bom dia patrão! Eu vou indo com licença…
Leonardo: Não! Você não precisa sair da mesa só por que eu estou aqui!
Ramiro: Patrão… Pensei que o senhor poderia não gostar, sou só um capataz….
Leonardo: Um capataz não, um grande administrador, você tem ajudado minha mãe bastante todos estes anos a frente dos negócios aqui na fazenda, se minha mãe confia em você, se ela o permite estar à mesa conosco… Quem sou eu para me opor ?
Ramiro: Obrigado Patrão, fico feliz pelo reconhecimento do senhor!
Celeste: Filho, você é um grande homem!
Leonardo já estava bem a par das contas e finanças da fazenda, nos últimos dias ele devorou planilhas e dados … Faltava conhecer mais do dia-a dia dos trabalhadores da fazenda, supervisionar a colheita…
Leonardo: Ramiro, hoje quero ir conhecer os trabalhadores, ver na prática como as coisas funcionam por aqui.
Ramiro Certo patrão! Eu imaginava que o senhor iria mesmo fazer algo assim hoje, deixei seu cavalo já selado lá fora lhe esperando, vamos quando o senhor quiser ir!
Leonardo: Não Ramiro, eu quero ir sozinho, quero também aplacar minhas ideias… Então, mais tarde você me encontra junto do maquinário, tudo bem ?
A mãe de Leonardo se preocupa se o filho por acaso não estaria pensando em ir na fazenda vizinha… Pelo olhar da mãe ele percebe tudo.
Leonardo: Fique tranquila dona Celeste, eu não pretendo tão cedo atravessar para o outro lado daquela nascente e ir naquelas terras, ao menos não agora… Diz o rapaz se levantando, beijando a cabeça da mãe e partindo.
Ramiro: Não se preocupe dona Celeste, Eu fiz tudo como a senhora me pediu, A peãozada toda está com o nome da Isabelle e da mãe na boca, Leonardo vai se desiludir dela.
Celeste: Não sei se estou fazendo a coisa certa, Ramiro, E se eles não forem realmente irmãos ?
Ramiro : A senhora sabe que se ela não for filha do seu César, aí terá outra preocupação não é ? Esta será bem mais difícil de a senhora explicar! Se o sr Leonardo for filho do Inácio…
Celeste: Não me fale disso!Tenho certeza que Leonardo iria me julgar! Me achar uma vagabunda! Afinal de contas, saber que a mãe deixou o pai dormindo na noite de núpcias e fez o que fez!
Ramiro: Dona Celeste, a senhora só agiu pela emoção! Não se culpe!
Celeste: Obrigada Ramiro! Você tem sido um bom amigo, ao longo de todos estes anos!
Ramiro : Claro… Um bom amigo! Um empregado dedicado… Apenas isso que sou para a senhora… Capaz de matar pela senhora não é ?
Celeste fica desconfortável com o assunto…
Celeste: Tudo que você fez por mim… Você foi muito bem p**o e bem recompensado! Ao longo de todos estes anos, você tem privilégios, um salário 3 vezes maior que um capataz tem por qualquer lugar e lhe paguei bem p**o o seu silêncio até hoje não paguei! Agora o que você quer… Esqueça! Isso nunca, nunca vai acontecer! Se coloque no seu lugar! Diz Celeste se aborrecendo e se retirando da mesa.
Ramiro: Cuidado Celeste! Eu sei bastante sobre você! Bastante mesmo, coisas que vão além da sua traição aquela noite… Diz o capataz que fica pensativo.
No povoado, Isabelle estava na casa de seu padrinho, bem adaptada desde quando saiu de casa.
Isabelle: Bom dia Madrinha! Bom dia Padrinho!
Luisa: Bom dia filha! Como dormiu ?
Isabelle : Bem… dormir bem…
Heitor: Minha filha, não pense que estamos querendo mandar você embora, é um prazer enorme para nós ter você aqui na nossa casa! Você é nossa afilhada e amamos você como nossa filha!
Luisa: Mas minha filha, até quando pretende ficar guardando rancor de sua mãe ? Quem de nós não pode cometer erros ? Sabemos o motivo da sua briga com ela! Todos os dias a comadre vem aqui em casa, perguntar por você! sua mãe te ama minha filha!
Isabelle: Madrinha… se você sabe de tudo que aconteceu, sabe que minha mãe não deveria ter feito o que fez! Meu pai, não merecia isso! Eu, Leonardo e dona Celeste, todos nós somos vítimas da pessoa dela! Esta é a verdade!
Luisa: Minha filha! você é muito jovem! Existe tanta coisa pra aprender sobre a vida ainda! Inclusive, o que você sabe, é somente a ponta do problema!
Aquela afirmação de Luísa deixa Isabelle confusa e lhe chama a atenção…
Isabelle: Como assim? Ponta do problema ?
Luisa: Ainda tem certas coisas ocultas! coisas que não cabe a mim… falar para você, mas apenas sua mãe pode te esclarecer filha, coisas que farão você entender melhor as coisas…
Isabelle definitivamente fica emcucada com o que sua madrinha havia lhe falado…
Quando de repente alguém bate na sua porta…
Isabelle: Eu atendo! Podem deixar…
O casal de idosos olham um para o outro.
Heitor: Por um momento achei que você iria dizer para Isabelle, O que realmente havia acontecido naquela noite!
Luísa: Não cabe a mim quebrar a confiança da minha comadre, é um assunto muito delicado, além do que, se César infelizmente for o pai dela, seria um baque maior ainda saber que foi gerada daquela forma.
Na sala, Isabelle abre a porta, e qual não foi seu susto, ao se deparar com Celeste Rivarolli…
Isabelle: Dona Celeste!
Celeste: Isabelle! Eu sabia que encontraria você aqui! Por favor! Preciso falar com você! Preciso muito de sua atenção!