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2009 Words
                    BRUNO       Hoje completa seis meses que meus pais e irmãs se mudaram, assumi o morro somente por modo de falar mesmo.Enzo esta esse tempo todo tentando me ensinar tudo que preciso para não estragar as coisas de vez, no inicio achei um saco parecia que estava andando de bicicleta com alguém que insistia em me segurar mas agora já estou agradecido por uma pessoa me ajudar.      Meu pai nunca me mostrou nada desse mundo, minha mãe não permitia queria que eu estudasse e fizesse algo diferente.Ainda me lembro do seu olhar decepcionado no dia que pedi para ocupar o lugar do meu pai e também do seu olhar no dia em que foi embora.Minha intenção nunca foi chatear ela e nem poderia, desde antes de nos pegar para criar sempre tratou eu e Tais com muito carinho.     Fico triste por minha mãe não aprovar a minha escolha, mas é o que quero para mim e vou fazer de tudo para poder ser melhor que meu pai.Quero ter meu próprio nome m*l entrei nesse mundo e já estou farto de ser a sombra do Lukinhas.     Saio dos meus pensamentos quando alguém bate forte na porta do quarto, só pode ser o Enzo o cara parece que nem dorme.Me levanto rápido e procuro uma bermuda na cômoda, Enzo bate mais forte na porta me irritando. Bruno:-Já vou!-grito com raiva, quando abro a porta percebo que Enzo não esta muito bem ele parece abatido e me preocupo.-O que foi? Porque esta com essa cara? Enzo:-Minha mãe não esta nada bem.-suspira pesado e fico triste por ele. Bruno:-Posso fazer alguma coisa para ajudar? Enzo:-Na verdade vai fazer algo para se ajudar. Carla:-Podem conversar lá fora?-pergunta sonolenta e Enzo rola os olhos. Bruno:-Levanta logo, não quero sua mãe reclamando no meu portão de novo.-peço a encarando mas ela só ri e vira para o outro lado.-Tô falando sério, vou ir ali falar com o Enzo e enquanto isso você levanta e se veste.    Carla não é muito mais nova que eu tem dezessete anos com um corpo lindo e cabelos ondulados que vão ate a cintura, é uma morena baixinha que me deixa doido.Dalva a mãe dela é aquela típica mulher de igreja que prende tanto os filhos que eles escorregam entre os dedos, já discutimos algumas vezes ou melhor ela berrou e eu só escutei.Não tenho culpa de nada Carla foi quem se aproximou de mim em um dos bailes ficamos e só no dia seguinte descobri de quem ela era filha e da pior forma possível sendo parado na rua por sua adorável mãe. Vou com Enzo ate o andar de baixo e seguimos para a cozinha. Enzo:-Quando vai mandar a criança de novo para a mamãe?-pergunta com desdém enquanto senta em uma baqueta da cozinha. Bruno:-Não começa com a implicância, ela já vai fazer dezoito em pouco tempo e ate onde sei foi com essa idade que minha mãe engravidou da Amara.-falo pegando um requeijão na geladeira. Enzo:-É diferente. Bruno:-A única diferença é que da minha mãe você gosta, tirando isso esta tudo igual.-passo o requeijão no pão já incomodado.-Espera, na verdade não esta tudo igual porque garanto que se ela engravidar eu assumo minha responsabilidade.-um silencio constrangedor toma conta da cozinha, não odeio ou tenho rancor do meu pai pelo o que rolou com a minha mãe antes mas o certo é o certo não posso fingir que ele foi perfeito em tudo com ela. Enzo:-Vamos deixar esse assunto para lá, o que vim dizer não tem nada haver com isso. Bruno:-Você já disse que sua mãe não esta muito bem, se quiser ir ver ela pode ir despreocupado e ficar o tempo que achar necessário. Enzo:-Eu preciso mesmo ir ver ela e também a Catarina, ela não veio ate hoje para o morro porque quer cuidar da avó. Bruno:-Vai mesmo e cuida delas, não perca essa chance. Enzo:-O que me preocupa além da minha mãe e você e o carregamento de d***a da semana que vem. Bruno:-Eu tenho condições de receber não é tão difícil. Enzo:-O problema aqui não é receber mas sim fazer a encomenda tinha marcado um encontro para depois de amanhã mas não vou poder ir. Bruno:-Eu vou então e levo o Wesley comigo, onde é o tal encontro? Enzo:-Aqui no morro mesmo, lá na boca. Bruno:-Ótimo então pode ir numa boa eu dou conta.-digo convencido é a primeira vez que vou fazer algo sem sua supervisão. Enzo:-Me escuta okay? é importante que você peça só cem kilos não esquece disso. Bruno:-Porque só cem? sei que essa quantidade acaba rápido. Enzo:-Acaba rápido mesmo mas é mais seguro.-ele da de ombros como se dissesse algo obvio. Bruno:-Ainda não entendi porque não posso pegar uma quantidade maior.-digo impaciente. Enzo:-Existe uma coisa chamada policia, e andei ouvindo histórias por ai que não me agradaram nada parece que estão muito em cima das rotas de carregamento se perdemos cem kilos lógico que é r**m mas perder mais é pior. Bruno:-Mas nada garante que vão pegar podemos arriscar. Enzo:-Pra que arriscar se você pode fazer algo seguro? se toca esse meio não é bagunça vê se não leva a falência o que você m*l ganhou. Bruno:-Beleza tanto faz.-dou de ombros com raiva. Enzo:-Não tenta dar uma de espertinho e faz o que falei.-fala se levantando e olha para a tela do celular por um tempo. Bruno:-Esta tudo bem?-me preocupo que tenha acontecido o pior com a mãe dele. Enzo:-Sim, só recebi um alerta sobre o meu voo.-ele guarda o celular e se aproxima me dando um abraço apertado.-Se cuida e não faz besteira. Bruno:-Deixa comigo.-sorrio desfazendo o abraço e ele me da um t**a de leve no braço. Enzo:-Logo logo estou de volta.     Acompanho Enzo ate o portão e me despeço dele, o considero um segundo pai depois que comecei a morar sozinho ele assumiu esse papel.As vezes acho uma chatice mas tem horas que depois que a raiva passa por conta de seus puxões de orelha consigo ver o quanto ele torce pro meu bem. Quando volto para casa vejo Carla sentada no braço do sofá, ela usa uma camisa minha.Depois de rolar os olhos cruza os braços. Carla:-O que era tão importante assim para me largar sozinha na cama?-pergunta manhosa. Bruno:-Enzo vai precisar viajar e veio me avisar.-me aproximo dela e passo a mão por seu cabelo. Carla:-Não consigo entender por que ele não gosta de mim, nunca fiz nada contra seu tio. Bruno:-Ele não é meu tio de verdade só é próximo da família, e não tem nada contra você ele apenas te acha nova demais para estar comigo. Carla:-Estou bem longe de ser uma criança e sei muito bem o que eu quero.-se irrita. Bruno:-Que bom, eu também sei o que quero. Carla:-O que?-pergunta com malicia. Bruno:-Sossego, vai logo para casa antes que sua mãe veja que você sumiu de novo. Carla:-Não quero ir embora, quero ficar com você mais um pouquinho.-diz se aproximando e passa os braços ao redor do meu pescoço. Bruno:-Para com isso vai, sua mãe vai arrumar outro barraco comigo.-falo tentando afastar ela mas ganho um beijo. Carla:-Eu vou ficar aqui, e vamos estrear o seu sofá da melhor forma.-sussurra quando termina o beijo e começa a tirar a camisa que usava ficando só de calcinha. Bruno:-Para, não faz isso você sabe que precisa ir agora.-ela somente sorri, não parece nem um pouco afim de atender os meus pedidos. Carla:-Anda Bruno, sei que também quer isso.-ela me beija de novo e morde meu lábio fazendo o fogo subir pelo meu corpo.Quando faz impulso para que eu a pegue no colo faço isso sentindo sua respiração acelerada contra meu peito.     Ando com ela em meus braços ate o sofá sem cessar o beijo, a jogo no estofado e vejo seu sorriso ansioso.Me arrepio quando sinto a mão dela descer pela minha barriga ate a bermuda que eu usava colocando a mão por dentro dela.    Retiro a bermuda e me preparo para sentir seus lábios em meu corpo mas logo batidas irritadas na porta acabam com todo o meu t***o. Dalva:-Carla eu sei que esta ai, é bom você sair agora!-grita irritada e rolo os olhos. Bruno:-Um a zero para sua mãe agora se veste logo e vai com ela. Carla:-Relaxa tá.-diz meio sem graça.-Eu vou sair de casa só quero que meu pai melhore antes disso.     O pai da Carla um senhor chamado Osmar esta a espera de um transplante de rim ela cuida do pai na parte do dia e a mãe a noite, só por isso ela ainda não veio morar comigo esta esperando o pai estar melhor para fazer isso já que a mãe disse que não vai querer mais papo com ela se Carla se mudar para minha casa. Bruno:-Espero que isso não demore, já não aguento mais isso.    Sento no sofá esperando que Carla se arrume no meu quarto, as batidas na porta não param pelo contrário só aumentam.Me levanto e vou ate a cozinha para pegar uma cerveja na geladeira e quando abro Carla me abraça por trás e beija minha nuca. Carla:-A gente se vê no baile.-fala doce e se afasta.    Escuto ela abrir a porta e passos nervosos em minha direção, Dalva parece um pimentão de tão vermelha por conta da raiva.Carla tenta puxar a mãe mas não tem sucesso. Dalva:-Já disse e repito fica longe da minha filha. Bruno:-Eu não estou obrigando ela a nada, sua filha namora comigo porque gosta de mim. Dalva:-Mas eu não gosto da ideia dela ficar com um bandido, sei o que faz da vida e tenho dó da sua mãe por não ter tido alguém que explicasse para ela que traficante não vale nada. Bruno:-Não fale da minha mãe, e vai embora da minha casa agora antes que perca a paciência.-falo grosso com o coração acelerado de raiva. Carla:-Mãe vamos embora.-ela insiste em puxar a mãe mas não consegue. Dalva:-Fica longe dela, minha filha não vai acabar como a mulher do Enzo.-diz irada e jogo a garrafa de cerveja no chão fazendo as duas se assustarem. Bruno:-Vai embora da minha casa!-grito e vejo o medo nos olhos da Dalva. Elas não se movem ficam paradas me encarando, escuto a porta se abrir e logo Júnior surge na cozinha me olhando intrigado. Júnior:-O que tá rolando aqui?-pergunta um pouco assustado vendo os cacos de vidro no chão. Carla:-Nada já estamos indo embora.-ela me olha de forma estranha e puxa a mãe para fora da minha casa. Júnior:-Brigou com a Dalva de novo?-pergunta com um sorriso debochado. Bruno:-Eu sempre evito perder tempo com ela, mas hoje não teve jeito ela enfiou a Camila no meio da conversa. Júnior:-E o que ela disse sobre a sua irmã?-pergunta com olhos arregalados sem entender. Bruno:-Não é a Camila minha irmã mas a falecida mulher do Enzo, me lembro um pouco dela e era uma boa pessoa.-caminho ate a varanda procurando uma vassoura. Júnior:-E o que ela disse sobre a Cami?-questiona alto sem sair da cozinha. Bruno:-Um absurdo.-pego a vassoura em um canto próximo da piscina e volto irritado ate a cozinha.-Disse que não quer que a filha acabe como ela, da para acreditar numa coisa dessa?-começo a varrer os cacos para um canto.-Pega a pá para mim lá fora.-peço e Júnior obedece indo ate a varanda mas logo retorna com a pá em uma das mãos. Júnior:-Dá sim para acreditar pode ter certeza.-ele se abaixa posicionando a pá e depois joga os cacos na lixeira.-O morro esta mais tranquilo faz anos, mas o fato é que nada aqui é eterno e sempre ouço sobre a Cami e o quanto sua morte foi triste.-comenta abrindo minha geladeira e pega uma jarra de suco. Bruno:-Foi um ano difícil, meu pai me contou que as coisas saíram de controle. Júnior:-Não tem como ter o controle total disso aqui, a qualquer momento alguém pode cismar de subir o morro e tentar te matar.-diz dando de ombros e toma um gole do suco. Bruno:-Acabei de entrar nisso, pode ter certeza que vou lutar para continuar o que pai deixou.
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