BRUNO
Hoje é o dia da entrega, m*l dormi depois do fim do baile estou nervoso e preocupado não sei parece que entrei num sorteio se der certo ótimo, mas se der errado é dinheiro perdido e no meu caso muito dinheiro mesmo.
Tomo um banho rápido para descer para a boca, enquanto procuro uma roupa para vestir no guarda roupa meu telefone toca. Era Enzo, respiro fundo antes de atender ainda não contei sobre a quantidade de mercadoria que pedi e espero que quando contar já esteja tudo descarregado aqui no morro.
Bruno:-Oi tio- Atendo enquanto continuo mexendo nas gavetas.
Enzo:-Como vão as coisas por ai peixinho?-rolo os olhos ouvindo isso, odeio esse apelido que recebi da família só por conta do maldito ditado que ele repetia para minha mãe. -Não me diga que já perdeu o morro para a polícia. - Brinca.
Bruno:-Esta tudo bem por aqui. E como vai sua mãe?
Enzo:-Não teve nenhuma melhora ate agora, mas estou aqui cuidando dela e sinceramente nem sei quando volto para o morro.- O ar de brincalhão sumiu a situação realmente não deve estar nada boa.
Bruno:-Fica o tempo que for necessário eu dou o meu jeito por aqui.
Enzo:-Por falar em dar um jeito o carregamento chega hoje não é?
Bruno:-Sim, creio que será lá pro final da tarde mas relaxa vai dar tudo certo.
Enzo:-Se não der também não vai ser tanta grana assim perdida, não vacila se ver que a encomenda foi pega pela policia já faz outra senão vai acabar faltando ai no morro.
Bruno:-Deixa comigo vou ficar atento, agora vai curtir sua mãe e sua filha.
Enzo:-Eu vou, só queria saber mesmo como estava as coisas peixinho.
Bruno:-Ai caramba, esquece esse apelido h******l.
Enzo:-Calmai ai cara-diz rindo.- O apelido é particular da família e meu já previ o futuro, agora preciso desligar tenho uma coisas para resolver.
Bruno:-Não quero ninguém me chamando assim, e pode ir lá também preciso terminar de me arrumar e descer para a boca.
Enzo:-Se tiver qualquer problema não pense duas vezes antes de ligar. -ele desliga a ligação sem nem ao menos dizer tchau, mas tudo bem Enzo merece esse tempo fora longe dessa loucura toda.
Desço para tomar café e me deparo com Júnior e Karol fazendo uma vitamina na cozinha, assim que me vê ela fica com um pouco de vergonha.
Bruno:-Bom dia.-falo tranquilo e vou ate o armário pegar o pão de forma.
Karol:-Bom dia, não se preocupe daqui a pouco já estou indo embora.
Bruno:-Relaxa Karol, mas se quiser ficar e fazer uma faxina agradeço e p**o também. -brinco com um fundo de verdade, estou tentando achar alguém para trabalhar cuidando da casa, mas esta muito difícil Adelma largou esse tipo de emprego faz anos afinal a idade já não permitia mais.
Karol:-Eu aceito com certeza, estou mesmo querendo ganhar uma grana por enquanto não estou conseguindo nada de carteira assinada como estudo o horário fica muito r**m.
Bruno:-Se quiser trabalhar aqui em casa a gente combina o valor, não quero nada demais tipo você vindo todo dia e lustrando tudo é só uma ajeitada mesmo umas três vezes na semana mais ou menos. -dou de ombros e ela sorri animada.
Karol:-Quero sim.
Júnior:-Você praticamente ganhou na mega sena. -brinca me encarando. - Roubou meu coração e ainda vai trabalhar pro peixinho o cara mais legal do morro.
Karol:-Peixinho?-pergunta rindo muito e empurro Júnior com raiva.
Bruno:-Não da corda para esse b****a.
Júnior:-Nossa magoou. -ele se faz de ofendido e estreito os olhos irritados. -Ouvi você falando no telefone era o Enzo?
Bruno:-Era sim, e esta tudo certo ate agora Enzo ainda não sabe o quanto de mercadoria eu pedi.
Júnior:-E porque isso é bom?-pergunta um pouco confuso.
Bruno:-Porque surtei e comprei mais do que deveria, e se a policia pegar vou estar tipo falido.
Júlio:-Se não fizesse besteira não era você, quero ver o que vai fazer se tudo der errado.
Bruno:-Relaxa não vou precisar fazer nada porque vai dar certo.-falo com uma falsa confiança.
Júlio:-Tem que dar certo.
Resolvo descer para a boca depois do almoço, enquanto termino de comer e converso com Júnior escuto Wesley entrar na casa e logo ele surge na cozinha.
Wesley:-Que lindo você ai almoçando cheio de calma enquanto o carregamento chega. -Diz com um olha de desdém para Júnior.
Júnior:-Vai lá peixinho, seu cão de guarda veio te buscar.
Bruno:-Não começa-me irrito com sua picuinha interminável.- E que bom Well que deu tudo certo ate agora, vamos lá buscar tudo. -me levanto da cadeira e tomo um último gole de suco.
Wesley:-Sem ilusão deu certo ate agora mas ainda não esta tudo terminado. E acho melhor você não levar o filhinho de papai junto ele não é cão treinado como eu e pode você sabe... Se machucar. -Ele debocha sorrindo e Júnior estreita os olhos.
Júnior:-Sei me cuidar sozinho.
Bruno:-Aposto que sabe mas agora acho mesmo melhor que você fique por aqui, se der m***a não quero minha tia gritando na minha orelha. -Wesley sorri satisfeito e cruza os braços.
Wesley:-Mas não se preocupe a gente te traz um sorvete. -Brinca deixando Júnior ainda mais irritado e por um momento penso ate que os dois sairiam no soco.
Bruno:-Para com essa briga b***a, tenho que resolver algo sério e vocês ai de pirracinha cresçam. -Deixo os dois sozinhos e saio apressado para a rua, estou ansioso para ter tudo aqui e dar logo como resolvida essa situação.
Wesley:-Espera ai.-diz com a voz um pouco alta e anda rápido para me alcançar. -Foi m*l ta, mas implicar com seu primo é ótimo. -ri como se tivesse ouvido uma piada. -Como o filho do dono do morro pode ser tão playboyzinho e bosta daquele jeito?-para de andar e olho para ele já impaciente. -O que foi? Não disse nenhuma mentira. -ele da de ombros.
Bruno:-Well não boa, não precisa gostar do meu primo nem grudar nele só deixa isso de lado e vamos fazer o que importa. Meu pai foi embora e tecnicamente eu mando nisso aqui mas enquanto Enzo ver que não estou servindo para isso vou ser só o fantoche dele, quero assumir isso de verdade e quero que seja meu braço direito mas você tem que começar a separar as coisas e tentar levar algo a sério.
Wesley:-Tá beleza eu entendi, vou levar as coisas a sério. -espero que ele esteja sendo sincero porque depois do Enzo não imagino mais ninguém sendo meu braço direito aqui.
Descemos para perto da entrada do morro e fico conversando com Wesley enquanto espero a confirmação do carregamento. Cada minuto demora uma eternidade para passar ate que finalmente alguém chama no radio dizendo que já deixaram o carro que esta com as drogas próximo ao morro.
Bruno:-Tá na hora, agora é só buscar e pagar o restante da grana.
Wesley:-Bora.
Entro no carro com Wesley e mais outros dois caras da boca, descemos para buscar o tal carro não gosto de sair do morro sinto como se estivesse desprotegido mesmo com uma pistola na cintura meu lugar não é aqui fora.
Nós aproximamos do carro e logo o motorista desce nos encarando, paramos um pouco distante e saio do carro.
Wesley:-Agora sim deve estar se sentido o dono do morro. -brinca tirando a bolsa de dinheiro do carro.
Bruno:-Vou sentir só depois de tudo feito. -andamos ate o motorista e entrego a bolsa para ele.
**:-Esta tudo ai, se quiser que subo com vocês e espero a pesagem eu faço não gostamos de erros. -o cara baixinho diz com um semblante sério.
Bruno:-Creio que não precise, já fazemos negócios com o seu chefe a muito tempo meu pai confia nele então eu também confio.
**:-Nesse caso também não preciso conferir o dinheiro, sei que não iriam nos passar a perna não é mesmo?-pergunta um pouco ameaçador e só confirmo com a cabeça.
Bruno:-Você leva o carro. -digo apontando para um dos rapazes que desceu comigo e ele confirma com a cabeça enquanto pega a chave com o motorista.
Me afasto e vou em direção ao outro carro mas me viro quando escuto um barulho como se um carro em alta velocidade se aproximasse. Fico observando ao redor tentando descobrir de qual lado vem o barulho.
Wesley:-m***a!-grita chamando minha atenção, mas quando olho para ele sou jogado ao chão pelo mesmo, quando sinto o impacto no chão e penso em xingar escuto o barulho do tiro.
O barulho do carro era de uma viatura que quando se aproxima acerta um tiro na cabeça do motorista que trouxe a encomenda, o cara cai no chão já morto e sinto uma descarga de adrenalina e medo ao mesmo tempo. Os caras que me acompanhavam se escondem atrás do carro que viemos e começam a atirar em direção a viatura.
Bruno:-Preciso que me dê cobertura, preciso levar o carro.-falo me ajoelhando e tiro a arma da cintura.
Wesley:-Não vai dar tempo, eles já devem ter pedido reforço. -Fala me olhando como seu fosse louco.
Bruno:-Faz o que eu tô mandando p***a, eu sei o que estou fazendo.
Quando me levanto e preparo para andar ate o carro vejo um dos meus rapazes ser baleado na barriga e cair no chão. Fico parado observando ele gritar de dor no chão, e só saio dessa espécie de transe quando sou puxado por Wesley.
Wesley:-Deixa o carro pra lá, vamos dar outro jeito anda me ajuda a colocar ele no carro.
Concordo já sem saber mais o que fazer, enquanto o outro cara continua trocando tiros com á policia Wesley e eu levamos o rapaz que foi baleado para dentro do carro. Quando vou entrar no carro observo a bolsa de dinheiro jogada próxima ao corpo do motorista e num momento de pura adrenalina e desespero resolvo correr ate lá para recuperar pelo menos o dinheiro.
Wesley:-Tá fazendo o que?!- ouço gritar e pego a bolsa no chão mas quando me viro para voltar sinto uma dor forte no braço.
Volto ate o carro ainda correndo sentindo o sangue escorrer e entrego a bolsa na mão de Well.
Quando e fecho a porta o carro acelera para longe da viatura e voltamos para o morro, observo a entrada do morro pela janela e nem sinto mais a dor só a raiva de não ter sido capaz de cuidar nem sequer de um carregamento simples.
Wesley:-Você ta louco? Por que voltou?-pergunta bravo me encarando.
Bruno:-Eu precisava pegar pelo menos o dinheiro.
Mateus:-Isso não vai valer de muita coisa você já perdeu metade da grana.
Bruno:-Não se intromete, e não quero nem sequer uma palavra sobre o que aconteceu para o Enzo.
Wesley:-Ele vai descobrir tudo quando voltar.
Bruno:-Pode ate descobrir mas vamos ter a d***a quando isso acontecer, eu vou dar um jeito. Eu preciso dar um jeito.
Subo para casa e fico esperando Lívia aparecer, como a policia esta de olho no morro eu não posso sair preciso ser atendido aqui em casa.
Júnior:-E agora?-pergunta encarando meu braço.
Bruno:-Péssima hora para perguntar isso. -Digo irritado observando a piscina e tomo um gole da cerveja para amenizar o incomodo da bala.
Wesley:-Péssima hora mesmo, mas algum momento você vai ter que responder isso porque não é possível esconder isso do Enzo. -comenta sentando em uma cadeira perto de mim.
Bruno:-Eu não vou esconder nada, só pretendo arrumar a bagunça antes que ele saiba o que aconteceu.
Wesley:-Nem sei se quero ouvir o seu plano, só sei que era para ter me ouvido e só dobrado a quantidade.
Júnior:-Devia mesmo, mas agora é tarde para isso ne.
Bruno:-É tarde mesmo e sim eu fui muito ambicioso, mas agora vou segurar a bomba e resolver tudo mesmo se não quiserem me ajudar com isso.
Wesley:-Relaxa ai senhor ambição, seu plano deve ser horroroso provavelmente vai dar errado mas vou sim te ajudar porque amigo serve para isso.
Fernando:-Devia ter ido embora com o seu pai. -diz convicto se aproximando com Lívia.
Bruno:-Oi para você também, qualquer dia experimenta bater na porta.
Fernando:-Não faz piada, você não esta em condição de fazer piada. Quanta bagunça e quanta d***a perdida isso é coisa de pessoa extremamente amadora e duvido que Enzo tenha te aconselhado a pedir tanta d***a de uma só vez.
Lívia:-Amor para vai. -Diz com a voz mansa e se aproxima de observando meu braço. -Vamos resolver isso primeiro depois você puxa a orelha dele. -Brinca enquanto abre uma maleta pequena e começa a tirar algumas coisas.
Bruno:-Obrigada por ter vindo Lívia, não sabia quem chamar.
Lívia:-Imagina, sempre que precisar pode chamar. Uma pena que o ferimento do seu amigo não era tão simples.
Wesley:-E como ele esta?-pergunta preocupado.
Fernando:-Esta morto!-grita com raiva. -Um cara supernovo morreu por causa da decisão de outro cara supernovo que não sabia o que estava fazendo. -Lívia olha irritada para ele o fazendo se calar.
Lívia:-Olha eu fiz o que podia, mas ele tinha perdido sangue demais só daria para salvar ele se fosse atendido em um hospital.
Júnior:-A gente entende que você tentou, mas é pena que ele não tenha resistido.
Fernando:-Pelo menos não foi um de vocês. -encaro o olhar de Fernando enquanto sinto Lívia arrancar com uma grande pinça a bala, faço careta tentando não gritar. -Vai fazer o que agora? Aposto que perdeu uma boa grana, vai correr atrás da sua mãe e deixar toda a m***a ai para outro resolver?
Bruno:-Não vou fugir para a barra da saia da minha mãe, sou um homem agora e vou resolver isso.
Fernando:-Vai resolver como? Vai pedir por favor para a policia devolver a d***a que você perdeu?-debocha me fazendo ferver de raiva.
Bruno:-Eu vou tomar tudo de volta e ainda vou ficar com metade do p*******o, espero que você não vá fofocar para o meu pai ou o Enzo o que aconteceu o erro foi meu e eu que vou resolver.
Fernando:-Pode ter certeza que não vou fofocar para os dois o que ouve, vou estar ocupado demais para isso.
Wesley:-Ocupado com o que?-pergunta franzindo a testa curioso.
Fernando:-Ajudando vocês, e garanto que aquele carregamento vai subir esse morro