O novo detetive.

2317 Words
Era uma manhã de segunda-feira a corte havia me enviado o novo detetive e pelo jeito ela não iria me enviar mais nenhum. Depois de receber a mensagem de Amanda me avisando sobre tudo, levanto, tomo banho e me arrumo rapidamente para ir trabalhar. Olho no relógio e percebo que ainda há tempo sobrando, me dirijo até a cozinha e preparo deliciosas panquecas, coloco-as sobre a mesa e vou correndo chamar o Henry para tomar café. -Bom dia! Bom dia! Bom dia! - corro pelo quarto abrindo as cortinas. -Bom dia, mamãe. - ele se espreguiça na cama sorrindo. - Não vai trabalhar hoje? Já sei resolveu ficar em casa pôr ser feriado! - o mesmo levanta os braços pra cima empolgado. -Queria! - sorrio e rapidamente faço beicinho. - Mas a delegacia precisa de mim! -Até mesmo nos feriados? -Até mesmo nos feriados! Anda, levante-se eu fiz panquecas! - sorrio correndo para a cozinha e ele logo vem atrás. -Que delícia! - o mesmo dá uma garfada em uma e ao experimentar revira os olhos e se senta. -Está tão bom assim? - provo. - Hum, isso está delicioso! -Convencida! - o pequeno dá gargalhadas. -Qual o motivo da risada? -Adoro tomar café com você, mãe! -Eu também adoro, beba seu suco devagar. - sorrio gentilmente. -Quando a senhora estiver com férias, vamos pra Moscow? - paro de comer espantada com a pergunta dele. -Por que gostaria de ir à Moscow? - encaro. -Quero conhecer o último lugar que o papai esteve! Afinal na escola tem um livro de heróis dos Estados Unidos, mas o papai não está nele, quero que o Estados Unidos valorize o trabalho que o meu papai proporcionou! - ele diz indignado. -Querido, isso é um assunto delicado e só para adultos! - a campainha toca. - Você é uma criança sua preocupação é brincar e fazer deveres escolares! - digo indo atender a porta. -Bom dia senhora Parker, cheguei muito cedo? - Fernanda entra sorrindo. -Claro que não Fer! Ele está tomando café, obrigada por ter vindo hoje ainda mais no feriado, irei te pagar em dobro! - sorrio. -Não se preocupe com isso sra. Parker, tenha um bom dia no trabalho. -Obrigada. - sorrio encarando o meu relógio de pulso. - Vish, está tarde! Beijinhos, te amo filho! - beijo a testa dele, pego minha pasta e caminho em direção a porta. -Tchau Fernanda, tenha um bom dia de trabalho! - sorrio e saio fechando a porta gigante de madeira. Chegando na delegacia, entro na minha sala e minutos depois Amanda chega anunciado que o detetive novo havia chegado e estava à minha espera. - Pode entrar. - digo e o rapaz entra fechando a porta. Meus olhos se arregalaram ele era bastante charmoso para ser um simples detetive, seus olhos eram verdes, moreno com cabelos castanhos, seu topete encontrava-se com uma das suas sobrancelhas grossas. - Olá, eu sou Jackson Grimes, será um prazer trabalhar com a senhorita! - ele sorri, me retirando do transe. - Aqui no seu currículo diz que você trabalhou pro delegado James! Soube que ele faleceu semana retrasada. - É, trabalhei para ele desde que me formei na faculdade. - ele diz sorrindo. - Nossa, creio que tenha 34 anos. - Sim! Digo o mesmo da senhora que aparenta ser bastante nova, mas já é delegada, advogada e passei a limpo alguns julgamentos seus. - É... você fala muito bem, se agir como detetive igual fala, irá se sair em destaque, e digo mais, não pretendo morrer cedo como o seu chefe morreu, então não vou dizer que sinto muito, pois não sinto, afinal é a vida! Pessoas morrem e outras nascem. - sorrio largo cruzando os dedos sobre a minha mesa. - Nossa.... - O que foi? - pergunto. - É que você foi, diria irrelevante e totalmente desnecessária agora. - ele sorrir. - Desculpe, não ouvir direito o que você disse, repita pra mim enquanto assino sua carta de demissão. - sorrio debochando. - Eu diria para a senhorita ir em frente, mas soube que trocou do detetive muitas vezes esse mês, então a corte meio que te "puniu" por isso. - ele sorri irônico. - Eu não tenho nada a ver com isso Parker, mas vai ter que me aguentar, é melhor ir cortando esse seu jeito de "sou fria e depressiva, odeio pessoas e blá blá blá", pois se você não sabe, aqui é um local de trabalho, não um local de assuntos pessoais que você sofreu ou sofre. - ele diz debochando ainda mais de mim. - Vejo que pesquisou muito sobre mim. - gargalho. - Eu poderia continuar tacando farpas em você, mas isso não vai nos levar à lugar nenhum. - sorrio de leve. - Eu diria, que você não tem mais argumentos e está mudando de assunto, se transformando em uma covarde fugitiva de farpas. - ele sorrir mordendo os lábios. - Pense o que quiser! Enfim, quer tratar de assuntos do trabalho aqui está seu primeiro trabalho! - jogo um bloco de documentos para ele. - Esse dá foto é o ex-general Carlos Wayne, foi dado como morto há cincos anos atrás, num bombardeio em Moscow, apenas o relógio dele foi encontrado e entregado à família, nada de corpo ou uma perna se quer. - Mas encerraram à busca há 5 anos atrás, seria como cavar um buraco a eternidade para achar uma simples pedra de ouro. - ele diz revisando os papéis atenciosamente. - Então, há possibilidades dele está vivo? - questiono com os olhos arregalados - Diria cerca de 5% ou menos, preciso estudar mais isso, talvez tenha que viajar para Moscow e tudo mais. - ele diz pensativo. - Vamos resolver outros casos arquivados, enquanto você estuda esse caso, se achar qualquer coisa, iremos pra Moscow! - digo séria. - Ok! Bom, o primeiro lugar que eu vou é no quartel general arrancar mais informações sobre o caso, aqui está meu número de telefone se precisar de mim na delegacia. - ele me entrega o cartão dele com um sorriso largo. - Ok, me mantenha informada sobre esse caso, quero saber tudo, até os mínimos detalhes. - digo apertando a mão do mesmo. - Isso aí! Era esse espírito de delegada que eu queria ver na senhorita! - ele sorri. - Estudei sobre você e vi que era uma mulher fria e que tratava os seus detetives e o resto dos empregados muito m*l, por isso troquei farpas com você agora pouco, não quero ser tratado m*l. - ao escutar isso reviro os olhos e me sento novamente. - Tenha um bom dia Parker! -Digo o mesmo. - ele sorri e sai da minha sala fechando a porta de vidro. JACKSON narrando. Acho o caso desse general Carlos Wayne é interessante, então saio da delegacia e vou direto para o quartel arranjar informações concretas sobre a vítima. Chegando lá sou barrado na porta, precisei usar um documento falso dizendo que era general, foi um sacrifício convencer eles, porém entrei. Alcanço a sala de arquivos confidenciais dos generais e procuro a ficha de Carlos Wayne, pego um único documento que encontro na gaveta dele, e saio de lá o mais rápido possível. Depois de alguns minutos chego na minha sala na delegacia e começo a ler o tal documento. - Carlos Wayne, general de 27 anos, bombardeado em Moscow, sua morte foi algo inusitado, única lembrança achada, um relógio de prata Chanel grifado com o nome de sua esposa delegada Ayumi Parker Wayne. - arregalo meus olhos ao ler a frase. - Ela quer saber se ele realmente morreu? Será que foi isso o motivo dela ser tão arrogante e desnecessária? - pergunto pra mim mesmo. - Mas isso é um assunto familiar pra ela, será que vale a pena minha investigação? - pergunto atrito. AYUMI narrando Tiro a tarde de folga e chego em casa exausta, como sempre Henry vem me abraçar e dispenso a babá. - Eu estava pensando em fazer brigadeiro e assistir um filme, o que acha? - pergunto sorrindo. - Depois podemos ir jantar fora?! - ele sorri entusiasmado. - E passear no parque da pracinha, lá tem um gramado enorme, adoro ir lá! - ele diz pulando no sofá. - Ei ei, calma aí spider-man! - digo sorrindo e segurando o mesmo. - Está bem, jantamos fora e vamos um pouco, SÓ UM POUCO, no parque, ok? - questiono tocando a ponta do nariz dele. - Ok ok mãe, vamos faça logo o brigadeiro! - ele rodopia. -Certo, afobado, vamos ver que filme? - pergunto. - Pensei em Toy Store! - Mas você já assistiu muitas vezes esse! - Sim, por isso quero ver de novo! - ele diz sorrindo. - Ok! - vou para a cozinha fazer o brigadeiro, quando de repente Henry aparece ao meu lado com o chapéu de general do pai e o distintivo, fazendo eu me assustar. - Mãe, eu sou o general Henry Wayne! - Aonde achou isso? - vou correndo e arranco as coisas dele. - EU NÃO QUERO QUE ENTRE MAIS NAQUELE ESCRITÓRIO, OUVIU? - grito com um olhar raivoso e em seguida olho para a panela que estava queimando o brigadeiro. - Cara.lho! - retiro rapidamente a panela do fogo. - Mamãe, você nunca gritou assim comigo...- ele diz com olhos calejando querendo chorar. - Me desculpe Henry, não queria ter gritado assim meu filho, só que essas são as únicas coisas que restaram do seu pai...- abaixo e fico olhando pra ele. - Você perdoa a mamãe? - sorrio. - Jamais iria ficar com raiva de você, mãe. - ele sorri e me abraça. - Vai para sala, toma leva o brigadeiro, queimou só um pouco – coloco o doce em um prato e entrego ao mesmo com um pano para não se queimar. O bolso da minha calça jeans preta vibra e quando agarro o meu celular leio a seguinte mensagem de Jackson: "Preciso te encontrar, tenho perguntas sobre o caso do general Carlos Wayne, pode ser hoje à noite? Ou agora mesmo?" Resolvo ligar para ele. - Ora ora, senhorita Parker me ligando, quem diria?! - ele sorrir. - Certo detetive, que assuntos quer tratar comigo? - pergunto. - Eu me aprofundei mais no caso, Carlos Wayne é seu marido, por que não disse? - ele pergunta. - Porque você não perguntou! - digo. - Bom, vou direto ao ponto, semana que vem, vou para Moscow, amanhã vou comprar as passagens, hoje é segunda então é mais fácil conseguir passagens boas em lugares confortáveis. - ele diz. - Eu vou! - digo apressada. - Quer dizer, você vai precisar da minha ajuda. - digo. - E o seu...ok, temos que ir para Moscow, pois aqui Nova Jersey não vamos encontrar nada de importante, procurei por várias informações e nada, foi como se Carlos Wayne tivesse virado um caso fantasma... - É, eu sei muito bem, convivi com esse caso fantasma por 5 anos, eu só quero achar algo do meu marido e fazer um funeral digno ou quem sabe eu o encontre com vida. - sorrio. -Delegada lamento desaponta-la, mas as chances de encontrar ele com vida reduziu para 1%, o relógio dele foi encontrado bem ao lado de uma cratera, a bomba pode ter enterrado o corpo ou feito ele voar para quilômetros de distância, na época o meu antigo patrão estava responsável pelo caso, garanto que foram enviados detetives melhores e mais eficientes, então não quero dar falsas esperanças. -Eu sei disso detetive, mas sinto que irei encontrar ele, sinto que ele está vivo. - digo do outro lado da linha. - Parker...vou fazer o possível para te ajudar, até logo. - Jackson desliga. -Mamãe, o filme vai começar! - ele diz pulando no sofá. -Não pule Henry, você pode cair e se machucar! - digo séria e ele para com medo. -Sim senhora. -Já volto, irei levar esse distintivo para o escritório do seu pai. - digo indo em direção ao escritório. Recordação. Era um dia comum como qualquer outro, cheguei cansada da delegacia, me sentei no sofá e suspirei aliviada. -Mais um dia vencido, você é muito forte Ayumi! - sorrio olhando para o teto, até sentir o celular vibrar no meu bolso. -Hello, my love! - Carlos sorri com a vídeo chamada. -Cara de cansado, com certeza não dorme há dias! -Não é nada fácil aqui em Moscow! Estou usando os poucos créditos que tenho para te ligar! - ele pisca sorrindo. -Nossa que privilegiada eu sou! Meu marido resolveu gastar os últimos créditos do chip comigo. - debocho fazendo o mesmo rir. -Você também está cansada, conheço seu rosto melhor que todos da sua família! Tente descansar por um tempo enquanto estou aqui em Moscow. - ele se deita no chão me encarando na tela. - Já disse que você fica linda de rosa? -Engraçadinho, as melhores roupas estavam lavando, então peguei a que eu vi pela frente, sinceramente não sei o porquê de ter comprado essa camiseta na nossa lua de mel! - sorrio me deitando no sofá. -Estou com saudades, Ayumi. -Eu também, afinal já faz dois meses, volte logo. - sorrio encarando os seus olhos através do celular. -Estamos tentando, porém quando acaba vem mais e mais bombas de surpresa. - ele suspira. -Entendo, quando voltar vamos no maior restaurante daqui, tenho uma notícia para te contar! - sorrio. -Pelo sorriso é coisa boa! O que é? Foi promovida? -Como vou ser promovida? -Verdade, então, o que é? -Não vou dizer! -Anda Ayumi, minha linda, mulher da minha vida, razão do meu viver! -Ok, já chega! - digo sorrindo. - Eu estou gr- o crédito acaba bem na hora. O que a Tereza disse mexeu comigo, estou criando falsas esperanças novamente. -Eu vou te achar Carlos, eu sei que eu vou! - sorrio entrando no escritório.
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