Coloco um vestido verde com detalhes amarelo e vou a sala de jantar, a mesa está posta novamente e sento no mesmo lugar e como panquecas com calda.
Eu suspiro ao sentir que ele está atrás de mim, ele empurra a cadeira para frente como um gesto de cavalheirismo e se senta do outro lado da mesa em silêncio.
Continuo com o café enquanto ele tomar algo na taça o que pude jurar que não era vinho agora que sabia.
Olhava ele melhor enquanto bebia a taça, seu cabelo era um loiro claro e pele meio pálida e olhos vermelhos intensos e ele passava língua nos lábios saboreando oque bebia oque chamou minha atenção por um tempo:
— Pare de me comer com os olhos — Ele fala virando o olhar para mim.
Eu desvio o olhar e continuo comendo e Victória aparece na sala:
— Senhor Enrique, David chegou e espera o senhor na biblioteca — Ela avisa.
— Justo hoje, avise que já vou — Ele suspira e me olha parecendo incomodado com algo — Recomendo ir para seu quarto.
— Porque? — Pergunto.
— Faça o que eu mandei — Falou.
Eu saio da sala mas vou até outra porta perto tentando achar a cozinha e por sorte tinha acertado e entro procurando por Victoria:
— Victória — Chamo
Ela estava fazendo chá concentrada;
— Sim senhora Angeline — Ela fala.
— Deixe disso, me chame apenas de Angeline — Falo
Ela concorda e termina o chá pondo no bule e vira para mim preocupada:
— Angeline devia ir para seu quarto — Fala ela.
— Porque me pedem isso? — Pergunto.
— O senhor que veio aqui também....Você sabe e não sei se ele se controlaria na sua presença — Ela me alerta saindo.
— Eu já vou só deixa eu beber alguma coisa.
Ela concorda saindo e pego suco de laranja que vejo na geladeira, encho um copo e bebo indo para o meu quarto e paro na escadaria:
— Ora, Ora, o que temos aqui — Ouço.
Eu deixo o copo cair quebrando quando vejo um senhor de cabelos e olhos vermelhos, eu congelo sentindo frio na minha espinha:
— Angeline, não mandei ir para seu quarto — Fala Enrique chegando perto.
— Vejo que tem uma hospede Enrique — Ele fala.
Eu acordo quando Victória começa a limpar os cacos de vidro do chão e peço desculpas:
— Ah, David essa é Angeline — Enrique me apresenta.
— Prazer — Fala me cumprimentando.
— Prazer — Gaguejo tremendo.
— David me espere na biblioteca vou levar Angeline ao seu quarto — Ele fala me puxando.
Eu fico calada e ele me jogou no quarto:
— Eu te avisei para ir para seu quarto e você não me obedeceu.
— Desculpe — Falei fechando os olhos esperando um ataque.
— Oque? — Perguntou.
— D—Desculpe..
Ele me olha surpreso e logo se endireita:
— Eu não quero mais você lá em baixo entendido — Falou.
Eu concordo com a cabeça e ele sai sem dizer nada.
Pov Enrique
Foi a primeira vez que ela me pediu desculpas ela parecia frágil perto de mim, volto a biblioteca e David estava bebendo vinho:
— Arrumou um brinquedo extremamente delicioso — Ele me olha.
— Deixe ela fora da conversa o que você quer? — Pergunto.
— Ora saiba que esse ano o baile de lua de sangue será em seu castelo e sugiro como amigo acabar logo com a bonequinha deliciosa — Ele fala.
— Não me venha dar conselho — Reclamo irritado.
— Tá mas caso canse da bonequinha, lembre de mim — Fala saindo.
Eu bufo e me dirijo ao meu quarto quando ouço um choro me aproximo do quarto de Angeline, ela estava na varanda e olhava para longe fiquei em silêncio a ouvindo.
A ouço chorar como não tinha sol me aproximei dela e toquei seu ombro e ela se vira assustada, me olhando:
— Oque foi Angeline? — Pergunto.
— N—Nada — Ela gagueja.
Seja como for não acreditei...
Pov Angeline
Eu chorava e Enrique me olhou:
— Me conta logo — Ele pede me olhando.
— Porque se importa comigo?
Eu me deito na cama tentando escapar do interrogatório dele abraçando meu travesseiro incomodada:
— Se não me contar como posso te ajudar? — Ele pergunta.
— Isso é uma coisa minha, me deixe em paz..
Ele me olha e sinto minha cabeça doer;
— Tem haver com seu tio não é? — Ele pergunta.
Eu não respondo e aquilo volta a minha cabeça e me encolho:
— Ele fez alguma coisa, ele te fez alguma coisa? — Ele continua.
— Não quero falar disso, Ele não é mais meu tio desde...
Minha voz falha:
— Desde o qu.....Ele abusou de você..
Eu choro lembrando daquele dia, ouço barulho alto e vejo Enrique socar a parede irritado:
— Miserável...
Eu sinto um abraço tento me afastar mas ele me segura forte;
— Não se preocupe, ele não vai mais te fazer mal....
Meu coração bate mais forte do que o normal, sinto—me segura em seus braços, logo me afasto e ele me olha:
— Me deixe sozinha..
— Oque?
— Por favor sai!
Ele fica quieto e sai eu deito na cama calada enquanto tentava dormir aos poucos fecho meus olhos e respiro fundo caindo no sono aos poucos.
Sonho on
Corro entre paredes de grama dentro de um labirinto e procuro a saída quando vejo a mulher que Enrique matou na minha frente, eu grito mas nenhum som saia e vejo Enrique mordendo Victória que cai morta no chão.
Ele estava coberto de sangue e eu tento fugir mas ele me agarra contra a parede
— Bem vinda minha bonequinha — Ele diz.
Ele me morde e eu grito...
Sonho off
Acordo assustada e suando meu corpo parecia ter vida própria se levantando da cama e indo para a varanda, subo no batente e fico olhando para baixo vendo o jardim escuro, minha camisola balançando ao vento...
"Devo pular?"
No mesmo instante uma mão me puxa de volta e eu bato contra alguém que pelo perfume reconheci:
— Oque pensa que está fazendo — Ouço.
— Não quero ficar presa aqui, quero ir embora..
— E para onde iria? — Ele me pergunta.
Enrique toca meu rosto e eu levantei o olhar e senti meu coração acelerar, nossos rostos estavam pertos e nossas respirações se uniram.
Nossos lábios se juntaram para um pequeno beijo que se tornou intenso, queria mas daquilo, ele se afasta de repente:
— Não, Não, não era pra ter acontecido — Ele fala.
— Oqu.....
Ouço o relógio tocar, oito badaladas e vejo Enrique se afasta de mim e eu o olho:
— Preciso ir — Ele fala saindo.
Meu corpo ardia só de lembrar de Enrique me tocando:
— "Porque ele saiu? Estava tudo tão bom" — Penso mordendo os lábios.
Entro no banheiro do quarto e tiro minhas roupas indo tomar um banho, depois volto e me deito sem sono apenas olhando o teto.