Matéria da Taylor

3621 Words
Voltei pro meu apartamento, peguei o elevador, destranquei a minha porta e entrei. Jen estava sentada no sofá com seu notebook no colo. Joguei as minhas chaves no potinho, e passei a mão pela minha testa tirando um pouco do suor que havia ali. - Você viu a matéria da Taylor na People? – Jen perguntou mantendo seus olhos fixos no notebook. - Não. Achei melhor evitar. – fui até a geladeira e peguei uma garrafinha de água, bebendo até a metade. - Acho melhor você ver isso. – ela comentou. Seu tom não era nada bom. A fitei vendo que agora seus olhos estavam presos em mim. O que de tão r**m podia ter ali? Caminhei em passos lentos até ela e assim que parei atrás de seu corpo apoiei meus braços no sofá. Ela ergueu a tela do notebook me permitindo ver a tela nitidamente, a foto que eu tinha tirado era o foco ali, e isso me fez engolir seco. Quando ela desceu a página eu me deparei com o seguinte titulo: Taylor é flagrada aos berros com um suposto affair. Minha boca caiu no exato momento que terminei de ler aquele título absurdo. Aquele não era seu affair, longe disso. Aquele cara era desconhecido pela Taylor, pelo pouco que ouvi da pequena discussão deles, ela estava o xingando por estar a seguindo a dias e estar fazendo perguntas absurdas sobre a sua vida pessoal. O que eu me lembrava de ter especificado bem no e-mail. Mesmo sabendo que eles não usariam a versão original. E quando eu pensei que não pudesse piorar, a Jen desceu mais a página. Ali basicamente dizia que Taylor teve um surto depois que viu o cara em questão num suposto flerte com uma outra garota. A matéria ainda falava que de acordo com suas fontes anônimas ele era sim alguém especial para ela, mas que eles não pretendiam tornar isso público, já que Taylor tinha uma lista enorme de namoros fracassados. - Não acredito que ela foi capaz de escrever algo desse tipo. – eu estava indignada com o nível baixo daquela matéria. - Eu também não. A acessoria de imprensa da Taylor com toda a certeza vai dizer umas poucas e boas para a People. - Ou não, né? A People é uma empresa enorme, não tem como eles saberem ao certo quem foi responsável por isso. – passei a mão pelo rosto. - E sua chefe se aproveita disso. – ela comentou. - Sim. – bufei. – Vou tomar meu banho. Sai dali indo direto para o meu quarto, precisava de um banho urgentemente! Peguei uma toalha e entrei no meu banheiro, me tranquei e logo estava debaixo do meu chuveiro enquanto a água morna batia em meu corpo. Justin surgiu em meus pensamentos. Era incrível como conseguíamos nos divertir juntos e como ele conseguia me deixar bem e confortável ao seu lado. A noite do bar surgiu em meu pensamento, e alguns flashes daquela noite passaram pela minha cabeça me fazendo sorrir. Eu tinha amado aquele lugar. A decoração, a vibe. Mas estava decidida a passar a noite inteira sentada com a minha cerveja, até ele aparecer. Me lembro bem de não estar disposta a ir dançar, mas ir por não querer ver ele insistindo. E foi a melhor coisa que eu fiz, eu me diverti aquela noite como não me divertia a séculos. Justin fez eu me esquecer de todos os meus problemas e até de quem eu me tornei. Eu sempre fui a pessoa que não sabia se divertir, no início era de se entender, afinal eu precisava entrar na faculdade e tinha que estudar. Mas depois, ficou meio que inexplicável. Eu tinha tempo, não tinha mais pressão. Então por que eu não saio e me divirto como qualquer um? Nunca me senti confortável nesses ambientes, parecia que eu era sempre o peixinho fora d'água. E por me sentir assim, eu deixei de ir. Não valia mais a pena, certo? Só que meu cérebro gritava comigo as vezes, e me dizia constantemente que a vida não era só isso. E por mais que um lado meu levasse isso a sério, o outro se sentia bem com as coisas da forma em que estavam. Eu coloquei na minha cabeça que eu precisava focar apenas na minha carreira, perdi até as contas de quantas discussões eu tive com a Jen por conta desse assunto, a pauta era sempre a mesma: “Você precisa sair, precisa conhecer gente nova. E até encontrar um carinha legal.” E minha resposta tinha um padrão, na verdade já tinha virado meio que uma resposta automática: “Obrigada, mas estou bem assim.” Por que era tão difícil pra ela entender que eu estava feliz da forma como estava? As pessoas tem modos diferentes de ser feliz. E o meu não era ir em festas, beber até cair e pegar uns carinhas, não julgo quem faz, acho que somos livres. Mas isso não combina com o que eu sou. Sai do meu banho, e deixei o banheiro enrolada em uma toalha, coloquei um pijama qualquer, já que não tinha previsão de sair e fui para a sala. Jen cozinhava algo, me joguei em meu sofá e liguei a tv, colocando em um desenho. Eu amava desenhos! - O cheiro está bom! O que está cozinhando? – perguntei alto. - Macarrão a bolonhesa. – ela disse. Meu estômago roncou quando ela pronunciou essas belas palavras. Não demoramos muito para almoçar, a comida estava deliciosamente boa. Depois de limparmos toda a cozinha, voltamos para a sala. Jen estava disposta a ter um dia típico de melhores amigas, ela escolheu uma serie na Netlfix para que pudéssemos fazer uma maratona durante o dia todo. Eu particularmente não sou muito fã de serie, nunca tive muito saco pra ficar assistindo vários episódios de algo, sempre odiei coisas muito extensas. Por isso sou fã de filmes, que são práticos e não prolongam muito a história. Mas a serie que ela tinha escolhido parecia ser realmente muito boa, ela era um suspense com uma pitada de mistério, gêneros que costumavam me prender. Jen se jogou ao meu lado com uma das barras que eu tinha comprado em mãos, dei risada da sua concentração na Tv, ela nem piscava. Foquei meus olhos na tv também, vendo o nome da Netflix aparecer na tela, e logo o episódio se iniciar. Jen esticou a barra em minha direção permitindo que eu quebrasse um pedaço, quebrei e comecei a comer. - Cara, essa menina é insuportável! – Jen comentou sobre a garota da serie com um tom de indignação. - Sim, ela é. Todos os comentários que eu fazia eram curtos, estava concentrada demais em todo o enredo da serie, sentia que cada detalhe seria importante. (...) Já tinha escurecido fazia alguns minutos, Jen já não estava tão atenta na serie como antes, seus olhos dessa vez estavam fixos no pequeno aparelho preso em suas mãos, seu celular. Ela digitava algo rapidamente e eu podia ver por canto de olho ela sorrindo. Bufei alto, mostrando bem meu descontentamento. - Jen, você tá perdendo. – apontei para a tv, enquanto a encarava seriamente. - Tá, tá. – ela balançou uma das mãos no ar, e continuou dando atenção ao seu celular, que parecia ser bem mais interessante do que qualquer coisa que estava acontecendo ao seu redor. - Que merda, Jennifer! – disse realmente irritada. Ela estava fazendo pouco caso da minha presença, e isso me irritou profundamente. Ela me ignorou completamente, e manteve seu sorriso para o celular. Comi mais um pedaço da barra, estava começando a ficar com fome, voltei meus olhos para a tv decidida a assistir aquele episódio sozinha mesmo. Eu estava gostando dessa serie, e não iria parar de assistir em um momento tão decisivo. - Lu. – sua voz saiu doce demais. Ela costumava me chamar de “Lu” quando queria algo ou quando estava prestes a fazer algo que não ia me agradar muito. Virei minha cabeça para encará-la, meu tédio era visível. - Vou precisar sair. – ela completou e deu um sorrisinho. - Tanto faz. – dei de ombros e voltei a encarar a tv. Não, não era um tanto faz. Eu realmente queria que ela continuasse me fazendo companhia, mas não podia forçá-la a ficar em casa em pleno sábado a noite. Isso era pedir demais quando se trata da Jen. Ela se levantou em um pulo e saiu correndo pelo corredor. O que de tão legal ela estava prestes a fazer que a deixou tão animada assim? Balancei a minha cabeça afastando essa questão, quando ela voltar eu vou saber. Não demorou muito para que seu corpo parasse em frente a tv, tampando toda a minha visão. Ela usava um shorts jeans cintura alta, um cropped, uma jaqueta e uma bota de cano curto. - Acha que ficou bom? – ela colocou as duas mãos na cintura. - Tá ótimo! Pra onde vai? - Chaz me chamou para dar uma volta. – ela sorriu boba. Por que ela estava tão feliz por causa disso? O Chaz era diferente para Jen, isso estava claro. Ela jamais estaria tão feliz por causa de um convite de um cara. Minha amiga estava parecendo uma adolescente prestes a ir ao seu primeiro encontro. - Não vai mesmo ficar chateada se eu for? – ela me fitou. - Não. – disse simples. É óbvio que eu ia ficar chateada, mas ela não precisava mesmo saber. - Desculpa por estragar nosso dia juntas. – ela me abraçou. – Te vejo mais tarde, ou amanhã. – seu sorriso malicioso me fez revirar os olhos. – Tchau. – ela chegou até a porta, pegou uma das chaves e saiu sem me dar sequer a chance de responder alguma coisa. Acenei no ar, mesmo sabendo que ela não estava mais ali. Ótimo, estava sozinha! Peguei o controle e pausei a serie, suspirei. Levantei lentamente e fui até a cozinha, guardando a barra no armário e procurando algo que eu pudesse comer. Nada me interessava muito! O apartamento estava tão silencioso e por algum motivo isso estava me incomodando, tecnicamente eu não deveria achar isso estranho, eu ainda morava sozinha. Mas sem a Jen aqui tudo parecia meio morto, como eu me sentia bem com esse silêncio todo antes? Sentei na bancada e fiquei encarando a minha cozinha, o que eu iria comer? Tinham várias opções ali, mas nada era tão atraente. A campainha tocando me tirou de meus devaneios. Olhei em direção a porta com a testa franzida, Jen tinha levado a chave. Pulei da bancada e caminhei até a porta em passos lentos, olhei pelo olho mágico mas a pessoa estava tampando com a mão, seja quem for quer me fazer uma surpresa. Destranquei a porta e a abri, encontrando o louro e seu sorriso de lado. Minha feição não deveria ser uma das melhores, já que ele me encarava divertido. - O que você..- ele nem deixou que eu terminasse. - Trouxe pizza. – ele balançou uma caixa mediana que tinha em mãos. Meus olhos se desviaram para ela no segundo seguinte, causando risadas nele. Justin nem esperou que eu o convidasse para entrar, ele passou por mim e foi direto para a cozinha, me deixando estática na porta. Eu não estava entendendo nada. Fechei a porta e segui o rastro do cheiro da pizza que ele deixou pelo caminho em que passou. Encarei o louro, vendo ele tirar a tampa. - De calabresa, do jeito que você gosta. – ele comentou. Como ele sabia que esse era meu sabor predileto? Salivei só de olhar aquela delícia, meu estômago roncou alto. - Como você chegou aqui? – perguntei realmente curiosa. - Tem refrigerante? – ele perguntou, ignorando totalmente a minha pergunta. - Na geladeira. – apontei para o enorme objeto atrás dele. Ele girou seus calcanhares e abriu minha geladeira, pegando duas latinhas de coca colocando em cima do balcão. Fiquei o fitando vendo ele observar toda a minha cozinha, parecia procurar algo. Seus olhos pararam em um armário, ele o abriu e pegou dois pratos. - Quanta i********e né. – comentei fazendo ele rir fraco. Ele me serviu com um pedaço de pizza. - Come isso. Não aguento mais ouvir esse seu estômago barulhento. – não sabia ao certo o que sentir diante de sua fala. Era uma mistura de vergonha com um “Vou matar esse garoto abusado”. - Cala essa boca. – disse brava. Peguei meu prato e uma das latas e me movi até a sala, colocando os dois na mesa de centro e me sentando no sofá. Justin não demorou a fazer o mesmo. Apoiei o prato em meu colo e comi um pedaço da pizza, sentindo meu estômago comemorar. - Respondendo sua pergunta, a sua amiga me passou seu endereço. É logico que tinha dedo dela nisso. Mas por incrível que pareça a sua atitude me deixou feliz, seria horrível passar essa noite sozinha. - A Jen não presta. – comentei enquanto mordia mais um pedaço da minha pizza. – Foi ela que disse qual era meu sabor preferido de pizza? Ele assentiu. - Disse também que você precisava urgentemente de uma companhia nessa noite, e bom, ela estava certa. – meus olhos fuzilaram o louro ao meu lado. - Estava muito bem sozinha, obrigada. – abri a lata e dei um gole na minha coca. - Claro que estava. – seu tom sarcástico me fez querer estrangulá-lo. – Quer mais um pedaço? – ele esticou a mão, entreguei meu prato pra ele. Justin se levantou e nos serviu com mais um pedaço, voltando a sala. Comemos a pizza inteira, me sentia extremamente cheia, e só tinha comido 3 pedaços. Justin se jogou em meu sofá e colocou os pés em cima da mesa de centro. Fiquei o observando com os braços cruzados. O que ele estava pensando? - Você não está na sua casa, não vamos esquecer. – comentei. Ele me olhou e sorriu, por que esse sorriso me incomodava tanto? Desviei meus olhos do dele, não me sentia nada confortável quando ele sorria daquela forma. - Que tal assistirmos um filme? – ele propôs e pegou o controle procurando por algo na Netflix. - Que tal você ir embora? – arqueei a minha sobrancelha. - Você me quer aqui. – ele disse o óbvio. Eu o queria ali, mas ele não precisava mesmo ouvir isso de mim. - Sonha. - Quem me deixou entrar foi você. - Não deixei não. Você entrou sem ser convidado. - Ah, qual é! – seus olhos castanhos me fitaram. – Eu estava com uma pizza, você não me deixaria ir embora. - Isso é uma verdade. – sorri. – Mas foi só pela pizza. – completei. - Confessa que você gosta da minha companhia, isso não vai te matar. - Justin, desiste. Eu só te tolero. – desviei meus olhos dele, e dei um tapa de leve em seu ombro. Vendo o mesmo sorrir, Justin sabia que era mentira. Ele me empurrou de leve com o seu ombro, causando um choque de ombro com ombro, já que estávamos sentados lado a lado. Eu dei uma risada, sendo acompanhada por ele. - Gosto de você assim. – ele me encarava. - Assim como? – não ousei olhá-lo. Já que sabia que seu olhar estava preso em mim. - Sorrindo. E dessa vez fui eu que o empurrei com o meu ombro. - Escolhe esse filme logo. – mudei de assunto já que me sentia constrangida, e o rubor em minhas bochechas não escondiam isso. Espero que ele não tenha reparado nisso. Ouvi sua risada. É, ele tinha reparado. (...) Depois de uma discussão de quase 10 minutos Justin conseguiu colocar um filme de terror, que modéstia parte era o gênero que eu menos via graça. Mas não tive como voltar atrás depois de temos competido, e ele ganhar. - Escolhe um dos dois logo, Lucy! – ele estava começando a se irritar. - Mano, é sério que você quer decidir isso no par ou ímpar? – franzi a minha testa e o olhei perplexa. Jurava que tinha sido uma pequena zoeira da sua parte propor essa ideia, mas quando o ouvi bufar percebi que ele não estava brincando sobre isso. - Podemos decidir assim, ou podemos ficar aqui discutindo o resto da noite. – ele abriu os braços de leve, como se tivesse sido genial a sua ideia. Revirei meus olhos. - Isso é coisa de criança. – gesticulei com as mãos. - Par ou ímpar? – ele estava de saco cheio de toda essa discussão. E confesso, também estava. - Par. – disse me dando por vencida. - Ímpar. – ele disse o óbvio. Colocamos os dedos e deu 3, que pro meu azar é ímpar. Dei uma risada ao meu lembrar dessa situação de minutos atrás, o quão infantil nós fomos por decidir as coisas no par ou ímpar? A minha risada causou um olhar curioso do louro ao meu lado, ignorei totalmente. Ele voltou a selecionar o filme e assim que deu play, se aconchegou melhor ao meu lado. - Se sentir medo eu vou estar aqui pra te proteger. – ele disse baixo. - Shiuu. – coloquei o dedo indicador na minha boca, em um sinal claro de um pedido de silêncio. O início do filme foi bem tranquilo, mas depois que a história se desenvolveu a parte mais assustadora veio. Não contive meu grito quando me assustei com uma cena específica do filme. Tampei meus olhos com as minhas duas mãos, um pouco traumatizada com o que acabara de ver. - Lucy, qual é! Nem foi tão assustador assim. – Justin comentou enquanto tentava tirar as minhas mãos do rosto. Numa tentativa falha, já que eu estava decidida em mantê-los tampados. - Aquilo foi horrível! – conseguia sentir cada pelo do meu corpo arrepiado. Chegava a tremer um pouco, por conta do susto. - Podemos parar de assistir, se quiser. – seu tom de voz saiu mais preocupado do que eu esperava. Estava esperando mais por risadas e zoações vindas de sua parte, mas pelo jeito ele se preocupou um pouco com o meu estado. Tirei as minhas mãos do rosto, encontrando os olhos do louro fixos em mim podendo constatar o que eu já vinha desconfiando, ele estava mesmo preocupado. Seu olhar deixava isso claro. - Não. Tá tudo bem. – engoli seco. – Temos que saber como aquilo acaba. – apontei para a tv. - Mas se quiser parar, só dizer, ok? Por que ele estava me olhando daquele jeito? Me encolhi um pouco no sofá. Concordei com a cabeça, vendo ele dar play e prestar a sua atenção a tv. Voltei meus olhos pra ela também. O filme ficou sem sentido, e parado. O que me causou um certo sono, inconscientemente encostei a minha cabeça no ombro do Justin, sentindo o corpo dele ficar um pouco rígido, talvez não esperasse por isso. Minhas pálpebras pesaram e sem controle algum comecei a fechar meus olhos, o sono estava me vencendo. Acordei com a porta do meu apartamento abrindo, com a visão embaçada encarei a pessoa parada nela. Parecia estar me encarando. Levantei a minha cabeça e esfreguei meus olhos, podendo observar então que eu tinha dormido no meio do filme e que ainda estava com a cabeça encostada no ombro do Justin que para a minha surpresa, também dormia. Olhei para a porta novamente, vendo a Jen ali. Parada no mesmo lugar. - Que horas são? – minha voz saiu baixa e rouca. - São quase 5. – ela se aproximou em passos lentos, tentando fazer o mínimo de barulho possível. – Não queria te acordar. - Está tudo bem. – me sentia meio desnorteada ainda. - Quer dizer que você e o Justin dormiram juntinhos. – ela comentou. Seu tom era malicioso, o que me causou uma certa náusea. - Bem, você viu. E está claro que não rolou nada, só apagamos no meio do filme. – eu comecei a olhar ao meu redor. Estava me sentindo perdida. - Eu vou dormir. – ela mantinha o sorriso nos lábios. – Não quero atrapalhar o casal. – ela saiu rapidamente dali depois de dizer isso. Sabia que a chance de eu mandá-la a merda era grande. Olhei para o louro, que dormia todo torto em meu pequeno sofá, e uma duvida me bateu. O acordo, ou o deixo dormir? Ele parecia desconfortável demais, mas seu sono parecia estar gostoso para ser interrompido assim. Passei as mãos pelo meu cabelo, ele deveria estar um horror, o amarrei em um coque. E me levantei lentamente, sentindo uma mão segurar meu pulso firmemente. Voltei os meus olhos para o Justin, ele estava me olhando. - Posso passar o resto da noite aqui? – sua voz rouca denunciava bem que ele havia acabado de acordar, o suficiente para ouvir a minha pequena conversa com a Jen. Mas espero que seu sono tenha sido despertado apenas agora. - Claro que pode. Só se ajeite melhor ai. – gesticulei com a mão. Ele sorriu fraco e soltou meu pulso. Se deitando no meu sofá, que era pequeno demais para o seu tamanho, mas pelo menos ele estava mais confortável agora do que antes, quando dormia sentado. - Quer algum cobertor? – perguntei baixo, vendo ele negar com a cabeça. Me afastei dali e fui até a cozinha me servindo com um copo d'água. Bebi tudo rapidamente e fui para meu quarto, ainda me restava um pouco de sono. Me joguei na minha cama e não demorei mais do que alguns segundos para apagar.
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