— Deus, eu nem teria pensado nisso. Você não tem medo?
— De que? A minha amigo riu, colocando um copo na mesa. – De um vovô tarado? É claro que não. Deixe ele se preocupar com a possibilidade de um espiã estar correndo atrás dele.
Eu apenas balancei a cabeça e me virei para a janela e olhei pelo binóculo. — Encontrei.
— Ele está sentado em uma cadeira? Ela sussurrou, como se tivesse medo de que ele me ouvisse.
— Você está nervosa?
— Não, você já conseguiu acabar com os meus nervos.
— Nossa, não precisa exagerar.
— Lexa, fica quieta.
Foi interessante para mim observá-lo. Ele estava sentado bebendo uísque ou qualquer outra coisa, não conseguia ter certeza do que era daqui. Ele olhou para o telefone. Às vezes os seus lábios se moviam.
Ele está, xingando? Está raiva de mim? É o que ele merece.
Se Igor pensou que eu pularia em seus braços na primeira ligação, então ele estava profundamente enganado a meu respeito.
Ele acendeu um cigarro e olhou novamente para o telefone.
— O que ele está fazendo agora?
— Ele desabotoa a camisa.
Eu não contei para a minha amiga que ele tirou a camisa. Não sei se gosto da idéia de ela ficar olhando para ele.
Mesmo de longe se pode ver como os seus músculos ondulam. Ele é bonito. É uma pena que ele seja um bast*ardo.
— Então, quantos anos ele tem, Karina?
— Minha mãe disse que ele tem quarenta e um.
— Hmm, você está certa, ele está longe de ser um avô. Você poderia pelo menos me deixar dar uma olhada nele? Quero ver se ele é interessante. Beba vinho, enquanto isso.
— Oooh, ele desabotoou o cinto. Mas não, ele não tirou. Distraído por um cigarro. Vou parar de olhar. Ela murmurou para si mesma e colocou o binóculo de lado. — Ele não me interessa. Ela senta e fuma.
— Então ele está nervoso. Ah, você o fisgou, Karina.
— De onde você tirou essa ideia? Ele só queria se*xo com uma jovem.
— Bem, é difícil não se apaixonar por você. Cada segundo que um cara olha para você fica babando. Eu mesma estou pronta para gozar, só olhando como você é uma loira perfeita.
— Ugh. Eu xinguei e estremeci quando o telefone tocou. — Estúp*ida!
— Quem é? Sua mãe?
Balancei a cabeça negativamente e, um pouco atordoado, atendi a ligação: estou ouvindo. Eu resmunguei com a voz trêmula.
— Amanhã você vai se arrepender de não ter vindo.
Eu olhei pela janela, esquecendo-me do “telescópio”.
— O que você fará comigo? E de qualquer forma, onde você conseguiu o meu número?
— Adoro punir garotas tão obstinadas. Prepare-se.
— O que?
— Vai doer. Mas você vai gostar.
E então bipes curtos seguiram...
— Besteira! Ele é meio maluco. Joguei o telefone na cadeira e sentei no braço, começando a ficar seriamente irritada.
— Loirinha, você realmente fisgou seu avô. A propósito... Lexa me entregou uma taça de vinho. — Se eu fosse você, salvaria o número dele.
Olhei para ela como se ela fosse louca e imediatamente tomei um gole de vinho. Quero que ele me esqueça!
— Você acha mesmo que ele vai te esquecer? Ele vai te ligar e começar a te assustar de novo, mas você não quer isso? Não parecia.
Eu ri e estendi o meu copo para minha amiga.
— Vamos, para a série “avô”.
Bebemos e me sentei em uma cadeira, exalando cansada e relaxada.
— Escute, Karina, onde a sua mãe encontrou ele? Ele é um cara respeitável, no auge, com dinheiro. O que você estava fazendo lá esta noite?
- Pessoalmente, tenho uma folha de banho na b***a. E o resto estava se divertindo.
- E mais especificamente?
- Zemsky abriu um salão de joias. Organizei um feriado em homenagem a isso e, ao mesmo tempo, uma noite de caridade. A propósito, não esperei por ele.
— Será que ele realmente tem consciência, ou é tudo só para mostrar?
— Escolho a segunda opção, acredito mais nela.
— Há quanto tempo sua mãe está com ele?
Dei de ombros.
— Talvez por um mês, não sei. Ela não falava muito sobre ele. Só sabia o seu nome e status. Mas hoje, ela me obrigou a ir, nesse evento e tudo aconteceu.
— É tudo estranho de alguma forma. Ela praticamente arrastou você para esta noite, depois a atenção de Igor. Eles não estão em conluio?
— Qual seria o objetivo? O que eles podem obter de mim?
— Bem, isso é extremamente estranho. Você vai contar a ela?
— Para que? Ri e olhei para o binóculo. Ela já está com todos os cabelos grisalhos. Logo a tinta não vai durar.
— Pare de olhar para ele assim, pegue e olhe. A minha amiga entendeu o meu desejo, e eu mostrei a língua para ela em resposta e, pegando o binóculo, fui até a janela.
Bem, eu não poderia negar, a minha bun*da estava ansiosa para olhar para aquele pe*ru arrogante e pomposo.
Lambendo os lábios, secos de excitação, encontrei a janela certa e congelei. Que me*rda! Minha mãe chegou! E ela, como uma gata, balança a bun*da na frente dele, lança olhares brincalhões, sorri como se...
Expire, Karina, expire! Isto não lhe diz respeito.
Na verdade não é da minha conta, mas por que dia*bos ela está se exibindo na frente dele? E não estou com ciúmes. Me enfurece que há meia hora ele estava me esperando em seu quarto, na esperança de f********o. E agora, a mamãe esta lá. Ele vai se divertir com ela?
Inspirei e expirei... contei até dez e me virei.
Eu não preciso de detalhes.
— Mulherengo completo! Bufei e, agarrando o copo, esvaziei de uma vez.
— O que você está fazendo? O que aconteceu? Lexa se desprendeu do telefone.
— O vovô e a minha mãe já estão se divertindo. Idi*ota!
— Oooh... você pode imediatamente colocar o número dele na lista n***a. Achei que ele estava apaixonado por você.
— Adivinha? Primeiro ele me ligou, e depois... Sou algum tipo de prost*ituta para ele?
— Vamos dar uma v****a de silicone para ele e pronto.
— E isso mesmo, vamos sair daqui.
Igor
Recostado em uma cadeira no meu escritório, eu fechei os olhos, cansado, e relaxei. Ma*ldita noite sem dormir! E por causa de quem? O lixo resolveu brincar comigo e não veio até o meu quarto.
Droga, eu me lembro do sorriso lindo dela e... da bun*da redonda naquele vestido. Eu gostaria de poder levantar o pano e dobrar a garota, sim...
Bem, va*dia, meu p*au está parado como uma estaca de novo. Que po*rra está acontecendo comigo? Será que o motivo, é porque faz muito tempo que não tem um corpo jovem? Então isso não é verdade, faço se*xo de boa qualidade com moças a qualquer hora do dia. Não quero nem lembrar disso, esse é um assunto à parte.
Mas o que há de errado com está garota?
Hmm, Igor, esse é o ponto, ainda não fo*di ela, é por isso que eu estou com raiva.
Eu preciso me animar, pegar uma garota, e relaxar.
Eu tiro um cigarro do maço e acendo. Por que dia*bos eu deveria procurar em alguém quando tenho Karina? Droga, que nome, implora para ser fod*ido.
Eu pegou o telefone e discou o número desejado.
— Chewy, vá para a universidade onde Karina Ryabinina estuda e logo após a aula traga ela até mim.
— Como vou encontrá-la lá, Igor?
Há muitos estudantes lá.
— Eu não entendi. Qual é o problema? Leve os caras, isole o prédio. Eu não dou a mínima para o que você faz. Se você deixá-la ir, demitirei os seus rapazes do esquadrão especial. Entendido?
— Sim. Eu já estou fazendo isso.
Desliguei a ligação e dei uma tragada.
Assim é melhor.
Abri o aplicativo no meu celular, onde ontem me enviaram uma foto da Karina.
Ela é uma menina bonita, esbelta e de formas redondas. É verdade que ela é atrevida, mas, me parecem muito receptivas. E haverá algo para ocupar a boca dela.
Terminado de fumar, apaguei a ponta do cigarro no cinzeiro e resolvi trabalhar um pouco.
O novo salão não dava tranquilidade, pelo contrário, criava cada vez mais problemas. Mas, consegui solucionar todos. Os contratos foram todos assinados, o pessoal foi recrutado, formado e já iniciou as suas funções diretas.
Quinto salão de joias.
Lembro-me de como tudo começou e isso me faz sentir m*al. Eu era um otá*rio, não sabia alugar um quarto, muito menos como criar um negócio, ou onde conseguir dinheiro. Comecei tudo com esboços de joias, desenhando em um caderno xadrez que tinha no armário. A minha mãe e eu não vivíamos ricamente e o apartamento era pequeno, mas eu adorava privacidade.
Criei os meus próprios dois metros de solidão e pintei. Sonhei que quando crescesse venderia esboços e ganharia dinheiro. Quem diab*os precisava deles?
A partir daquele momento decidi que faria tudo sozinho. Subiria a montanha e levaria minha mãe comigo.
Ainda não sei como ela acreditou em mim. Ela se ofereceu para hipotecar o apartamento, só para que eu tivesse dinheiro para começar. Isso é um grande risco! E eu não tinha o direito de errar, mas estraguei, errei... Desde então eu me odiei.