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Tokyo, Omotesando
Hospital Mashimoto Hanzo
UTI PEDIÁTRICA
Junko chega ao hospital ao lado de Takashi. O sentimento de tristeza e pesar tomava conta de ambos. Seu amigo, estava morto. Junko se sentia impotente e se odiava por ter falhado com o amigo e com a sua família. Se sentia responsável pelo ocorrido.
— Não consigo acreditar que isso tenha acontecido. — falava Takashi.
— O pior é que eu poderia ter evitado tudo isso. — disse Junko cerrando os punhos.
— Não diga isso meu amigo. Não tínhamos como prever nada disso. – falou Takashi. — Descobrirei o envolvimento daquele filho de uma p**a nesse incidente, e ele vai morrer atrás das grades.
— Não hesitarei meu amigo, vou caçar os culpados até o inferno, os pegarei e os aniquilarei. Já errei com um amigo antes, não falharei com outro. — disse Junko convicto.
— Calma Junko… temos que ser espertos. Não podemos ficar vulneráveis perante ao inimigo. Vamos agir com sabedoria. — Falava Takashi. — Iremos vingar a morte do nosso amigo, eu lhe prometo.
Um médico se aproximou dos dois. Suas feições pareciam angustiadas, como se fosse portador de uma triste notícia. Junko sentiu uma dor dilacerante na alma, ao perceber as orbes azuis do médico, opacas e sem vida. Pressentindo o pior, fechou os olhos. O doutor se aproximou e perguntou:
— São parentes ou amigos da família?
— Sim. — respondeu Takashi.
— Sou Dr Yamato. — Um silêncio sepulcral tomou conta do recinto. O homem de roupa branca suspirou fundo e continuou: — Sinto muito, a garotinha não conseguiu sobreviver.
Tanto Junko quanto Takashi ficaram sem palavras. Junko abriu os olhos e encarou o médico dizendo:
— Obrigado doutor….
O médico saiu do local, e deixou os amigos sem palavras. Takashi virou para Junko e perguntou:
— E a Hinata? --- perguntou Takashi.
— Skyler conseguiu salvá-la …. Mas foi por pouco. — respondeu Junko se sentando na recepção. — O que faremos Takashi? Como vamos contar para a Hinata que toda a sua família foi morta? Como faremos isso? — Perguntou Junko angustiado.
— Não sei velho amigo…. Talvez precisemos da ajuda de alguém. Hinata precisará de ajuda nesse momento tão difícil. Uma ajuda materna. Alguém que perdeu alguém importante e de forma semelhante… — disse Takashi. Os olhos azuis do mais velho brilharam e ele lembrou da pessoa ideal. Com um sorriso fraco, ele proferiu o nome dela:
— Akane. --- sussurrou.
— É isso. Vamos levar ela até Akane. Ela cuidará da garota até ela se sentir melhor. Mas, isso não será o suficiente. — Junko encarou o amigo… — Com sua família morta, é questão de tempo que venham atrás dela. — disse Takashi. — precisamos dele, Junko, apenas ele será capaz de protegê-la.
— Não se preocupe meu amigo, eu falarei com ele. Ele não irá me negar isso!
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Nas Maldivas….
Nikolas termina de sair do banho. Foi até o quarto, jogou a toalha na cadeira ao lado da cama, vestiu a calça moletom. Os cabelos ainda úmidos, se dirigiu até o pequeno bar na sala, e colocou uma dose de bebida. Sentou na sua poltrona e ligou a televisão. De repente, uma notícia chama a sua atenção:
“ Acidente fatal mata a família do maior empresário do Japão. Acionista majoritário das empresas Hitachi, Yuri Kobayashi, sofreu um acidente fatal com sua família, nesta noite de terça-feira. O casal estava saindo do teatro Fujimura, após assistir apresentação de balé de sua filha pequena. Segundo testemunhas, um carro preto dirigia em alta velocidade e pode ter sido o causador do trágico acidente. O casal Yuri Kobayashi e Hiromi Kobayashi, não sobreviveram e morreram no local. Já a filha caçula, Saori Kobayashi, permanece internada na UTI do hospital de Tóquio em estado grave. Uma triste notícia, esperamos que a menina sobreviva, voltaremos em breve com maiores informações… “
Observou aquela notícia e achou estranho. Como uma família foi morta num acidente sem nenhuma explicação? Com certeza foi homicídio, mas a pergunta que não quer calar, por quê? Se levantou, indo novamente em direção ao bar, colocando mais uma dose. Acendeu um cigarro e bebericou o seu drink. De repente, seu celular começou a tocar, e naquele momento, Nikolas já sabia que aquele telefonema, tinha ligação com aquele noticiário. Encarou o display do telefone, e se surpreendeu por ver o nome do amigo, que há muito não falava:
— Skyler Wood… — falou se acomodando melhor na poltrona.
— Nikolas…. — o loiro percebeu uma angústia na voz do amigo. Skyler, era um homem como ele, era preciso algo muito sério, para desestabilizar o amigo. Mudou a postura relaxada para tensa e perguntou:
— O que aconteceu? --- perguntou o loiro sem rodeios.
— Precisamos de você, cara. — disse o moreno com a voz estremecida. Conhecendo o amigo como conhecia, Nikolas sabia, que ou o amigo chorava, ou estava coberto por cólera. Fechou os olhos, e ficou uns segundos em silêncio. Skyler, não telefonaria se não fosse algo sério. Abriu os olhos e disse:
— Chego por aí amanhã, no final da tarde.
Nikolas desligou o telefone sem nem se despedir. Se levantou e foi até o seu quarto, e começou a fazer suas malas. Olhou para a sua cama, e viu a mulher loira que dormia nua, isenta de tudo o que acontecia ao seu redor, se aproximou e a chamou:
— Ei…. – a mulher abriu os olhos assustada, e encarou o loiro nos olhos… — Você precisa ir embora. — disse sem expressão. A mulher encarou as orbes azuis e naquele momento, temeu o que viu. O homem parecia outro. Um olhar vazio, sem vida, sombrio. Sentiu o corpo eriçar e se levantou sem dizer nada. Buscou suas roupas e depois de trocada, olhou para as costas do homem e perguntou:
— Quando podemos nos ver novamente? — perguntou, analisando o homem que permaneceu parado. O loiro se virou devagar e fitou os olhos verdes da mulher e disse:
— Preciso viajar… --- o loiro ignorou completamente o que a muher havia falado.
Deu as costas e deixou a mulher sem respostas. Nikolas entrou novamente no quarto, segurando sua arma, uma glock preta, e checando a munição. A mulher arregalou os olhos e saiu correndo. Quem era aquele homem misterioso? Não iria ficar para descobrir.
Nikolas abriu o compartimento secreto e tirou de dentro, suas facas, uma katana e mais duas pistolas. Encarou a máscara de lobo que estava dentro, e por um segundo hesitou. Mas, a pegou e a colocou dentro da bolsa.
Querendo ou não Dark Wolf estava de volta.