Capítulo 3

915 Words
Acordo assustada olhando por todos os lados do quarto e percebendo que aquilo tudo realmente aconteceu . Ouço um barulho na porta e olho vendo a bandeja da comida de ontem sendo retirada por um buraco na porta . Não demora muito , outra é posta no lugar . Me levanto e olho um pouco na bandeja meio curiosa . Estou com fome , ontem não comi nada o dia inteiro . Olho vendo um pão com queijo derretido e um copo de suco . Me ajoelho rápido e pego o pão começando a comer com rapidez . Estou com muita fome . Tomo o suco rápido assim que termino de comer e volto pro colchão rápido me sentando no canto . Sinto uma coisa incomoda e saio do lugar procurando o que pode ser , levanto o velho travesseiro e vejo um livro velho . Jogo ele longe percebendo que aquilo não tem serventia nenhuma pra mim ali . Eu queria algo pra escapar dali , alguma coisa que pudesse me libertar desse inferno . Olho devagar pelo quarto e meu olhar para novamente no livro . Quem seria a dona dele ? Quem poderia estar aqui antes de mim ? Quantas já estiveram no meu lugar antes de mim e o que aconteceu com elas ? Vejo um barulho na porta e olho a bandeja sendo retirada . Uma mão " velha " aparece colocando um papel e um comprimido rápido e sai . Olho por alguns segundos e vou até lá devagar pegando o papel . Por favor , beba Pego o comprimido sem saber o que é e observo por um tempo . _ " Tem alguém aí ? " _ pergunto baixo mas ninguém responde . Pego o comprimido e coloco na boca . Vou até o banheiro e bebo um pouco da água do chuveiro mesmo , já que não tenho escolha . Jogo o papel no vaso e dou descarga , me sentando novamente no colchão assim que termino . Respiro fundo querendo chorar e logo a porta é destrancada . Olho vendo Dom entrar e rapidamente choro novamente . _ " Abra as pernas ! " . _ " Não ! " _ digo decidida com os olhos cheios de lágrimas , afinal , o que eu poderia fazer contra ele ? ? Ele puxa meus cabelos e me faz olhar em seus olhos . Começo a chorar de uma vez . _ " Sua v***a ! " . _ " Por favor ! Não ! Por favor . . . ! " _ peço entre lágrimas . Ele novamente entra entre minhas pernas com muita dificuldade e me sente novamente , enquanto choro e penso na vida que tenho agora . . . . TALIBÃ NARRANDO Tempo atual Eu realmente não sabia muito o que fazer . Ainda estava tomado pela surpresa . A Natália tava viva , viva . . . As crianças me olhavam preocupadas , eu estava parado como estátua a vários minutos , sequer conseguia piscar os olhos . Foi uma baque pra mim saber que por todos esses anos , eu chorei por uma mentira . . . _ " Pai ? " _ o Rafa pergunta me tirando do transe e eu olho para os dois pela primeira vez . _ " Ok . . . " _ respiro fundo . _ " Vocês dois . . . Vão toma banho ! " _ digo devagar a primeira coisa que me vem na cabeça . Eu não estava conseguindo pensar direito . _ " Mas e a mamãe ? " _ Rebecca pergunta preocupada . _ " Esse assunto é pros adultos ! " . _ " Mas ela é minha mãe ! " . _ " Eu vou achar ela ! Mas agora vocês tem que me obedecer ! " _ A Rebecca me olha por um tempo enquanto o Rafael observa ela o tempo todo preocupado. Logo os dois correm pra dentro de casa sem mais perguntas e eu saio do buraco onde estava o caixão vazio . Todo esse tempo , bem debaixo do meu nariz . . . Ela nunca esteve aqui , nunca esteve morta . Passo a mão no cabelo . Já tinha um tempo que eu não cortava , estava no ombro , liso como sempre , eu só não deixava ele crescer . Olho pro lado vendo uma das vizinhas me olhar estranho . Ele meche no telefone meio desconfiada e eu respiro fundo . Tenho que me levantar e colocar a terra de volta . É crime cavar um túmulo e é óbvio que eu não saberia como explicar um túmulo vazio pra alguém . Me levanto colocando a terra devolta o mais rápido que posso . Impressionante como existe fofoqueira em todo lugar , até ilhada . Se ela soubesse quem eu sou , não ia ficar com essa p*****a , mas aqui ninguém sabe . Assim que termino de colocar a terra e deixar tudo como estava antes . Sinto dois pares de olhos me observando da janela . Respiro fundo e quando olho , as crianças se assustam e correm da janela . Sorrio um pouco . Crianças . Me sento do lado do caixão e pego meu telefone pra ligar pro meu pai . Ele deve me ajudar em como agir nesse momento , preciso de conselhos . . . eu . . . preciso voltar .
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD