No dia seguinte ao jantar, Henrique disse aos pais que precisava voltar a nova York para acertar algumas coisas na empresa, pois em quinze dias ele iria se casar e ficar alguns dias em lua de mel com Alina, ele não queria mas sua mãe insistiu e disse que seria bom para o casamento, então ele acabou aceitando e decidiu escolher o lugar e ele mesmo comprou as passagens. Alina por sua vez continuava em sua casa, contando os dias para que esse casamento acontecesse e ela pudesse experimentar um pouco de liberdade, coisa que seus pais nunca lhe deram.
Faltava um dia para o casamento, Henrique ainda não havia voltado para Argentina o que preocupava seus pais, eles pensavam que ele tinha desistido do casamento, afinal fazia dois dias que ele não atendia as ligações.
—querido, que bom que chegou, eu estava morrendo de preocupação—disse Antonela ao ver o filho passar pela porta da sala.
—preocupada que eu tivesse desistido dessa loucura—retrucou Henrique.
—não é nenhuma loucura, esse casamento será ótimo pra você, quem sabe assim você larga essa vida de farra e também essas mulheres sem prestigio com quem você costuma sair—disse Antonela, Henrique ao ouvir as palavras da mãe apenas revirou os olhos e saiu indo em direção a seu antigo quarto
—só me acorde amanhã—Ele entrou no quarto, deixou a mala jogada em um canto qualquer e se jogou na cama, ele estava cansado pela viagem e também pela noite passada que havia sido um tanto animada, ele saiu com uns amigos para comemorar seu casamento, algo como uma despedida de solteiro, a diferença é que seus amigos não sabiam de seu casamento.
Em sua casa Alina estava terminando de arrumar sua mala, após a cerimônia de casamento ela iria sair de lua de mel com Henrique para um lugar que ela nem sabia qual era ainda, desde o jantar de noivado ela não havia tido mais contato com ele.
—terminou de arrumar a mala querida?— a mãe de Alina questionou.
—já está quase pronta.
—precisamos conversar sobre algumas coisas filha.
—fala mãe.
—com o casamento vem outras coisas filha, amanhã terá sua noite de núpcias, deve estar nervosa por ser virgem, mesmo assim tente ao máximo agradar seu marido, tem que o satisfazer—disse a mãe dela, Depois de longos minutos onde a Marisa disse a ela que teria que ser submissa ao marido e estar sempre disponível para ele, ela enfim saiu do quarto deixando a filha sozinha, Alina havia escutado tudo com atenção, ela queria colocar em prática o que a mãe ensinou nos últimos anos e ser uma boa esposa para Henrique.
No dia seguinte Alina estava se preparando para o casamento, ela colocou o vestido de noiva e se olhou no espelho, o vestido era bem diferente das roupas que ela costumava usar, era tomara que caia e apesar de ter uma saia princesa ele marcava bem a cintura, ela se sentiu bonita como a tempos não se sentia, Alina caminhou até a cama pegou o buquê e disse a sua mãe que estava pronta e que já podiam ir.
Na igreja Henrique estava a esperando no altar, a marcha nupcial começou a tocar e ele se virou, logo a porta se abriu e ele viu ela entrando de braço dado com seu pai, ele reparou no quanto ela estava bonita, bem mais do que no dia em que a conheceu. Alina chegou ao altar e seu pai a entregou a Henrique, eles se deram as mãos e logo se viraram para o padre que deu início a cerimônia. Depois das palavras do padre chegou a hora de dizer sim, eles não tinham o que pensar sabiam bem o que fazer e que aquilo era o melhor para os dois.
Depois da cerimônia todos foram para a casa dos pais de Alina, estava acontecendo uma comemoração para os amigos mais próximos.
—você está linda—disse Henrique.
—obrigada.
—não parece contente com a festa.
—m*l conheço essas pessoas.
—se quiser podemos ir embora, já estamos casados mesmo, não devemos mais satisfação das nossas vidas a ninguém—disse ele.
—e o que falo para meus pais?
—diz que nosso voo sai em duas horas e não podemos nos atrasar.
—Tá bom — Alina chamou a mãe para ajuda-lá a tira o vestido, os pais dela caíram direitinho na desculpa, após alguns minutos ela voltou junto aos pais, o pai de dela pediu que ele cuidasse bem e a mãe os encheu de recomendações que para Henrique eram todas bobas, ele pegou a mala dela, colocou no carro e logo os dois sairam.
—nosso voo só sai as cinco da tarde e ainda é meio dia.
—e pra onde vamos viajar? — ela questionou.
—para Cancun, escuta, enquanto não dá nossa hora podemos fazer compras—Henrique disse encarando o vestido dela a qual havia achado horroroso.
—tá bom.
Henrique parou no estacionamento de um shopping qualquer e após manobrar o carro os dois entraram, ele a levou até uma loja e logo uma vendedora veio os atender, enquanto Alina olhava algumas peças, ele disse a vendedora que esposa queria escolher umas roupas que valorizassem mais seu corpo e que tivessem mais a ver com sua idade, a vendedora então tratou de pegar várias peças e as levou para que ela experimentasse, quando ela colocou o primeiro vestido e se olhou no espelho se sentiu meio sem graça, o vestido era curto e tinha um decote que valorizava seus s***s.
—parece que não gostou—disse a vendedora.
—não é isso...venho de uma família bem rígida onde sempre usei vestidos longos e bem cobertos —relatou Alina.
—você se sente bem com esse vestido?—questionou a vendedora e ela mais uma vez se olhou no espelho.
—sim, adorei o vestido, me sinto bonita com ele—disse ela se admirando no espelho.
—o importante é se sentir bem, e quer saber? você ficou muito bonita com esse vestido, seu marido vai adorar—disse a vendedora.
—casamos hoje mais cedo.
—meus parabéns, espero que sejam muito felizes, agora esperimente as outras roupas e daqui a pouco vamos escolher algo que vai deixar seu marido muito animado na lua mel—disse a vendedora piscando para Alina e logo tratou de pegar mais roupas para que ela experimentasse.
Depois de um bom tempo escolhendo roupas e sapatos a vendedora levou Alina até a parte onde ficavam as lingeries, ela olhou as peças com um pouco de estranheza, eram pequenas, transparentes e cheias de detalhes, bem diferentes das que ela costumava usar, com ajuda da vendedora ela escolheu várias peças incluindo alguns biquínis, pois disse que iriam para cancun de lua de mel, em seguida a moça levou tudo até o balcão e juntou com todas as outras peças e Henrique pagou.
—vamos levar essas coisas até o carro e depois comer algo antes de irmos ao aeroporto—disse ele.
—você disse que íamos fazer compras, mas não comprou nada pra você.
—olha Alina, não quero que se sinta ofendida com o que vou dizer, é que as roupas que você usa são horríveis, você se veste igual a sua mãe, que por sinal se veste muito m*l também—disse ele meio sem graça.
—eu sei, também não gosto dessas roupas— Alina disse e logo soltou um longo suspiro.
—então por que não se vestia de outra forma? — ele questionou.
—meus pais que me faziam usar essas roupas, eu não queria os contrariar, em uma discussão com eles eu nunca teria razão—disse ela.
—eu entendo bem como é, não quer trocar de roupa? tirar essa burca que está usando—disse ele a fazendo rir.
—tá bom, mas antes temos que colocar essas roupas na minha mala.
—fácil —disse Henrique que logo abriu a mala dela e depejou todas as roupas no banco.
—quanta delicadeza—disse ela rindo da atitude do marido.
—agora me ajuda a colocar suas roupas novas aqui—os dois colocaram o máximo de peças que conseguiram na mala e o que sobrou ele tratou de colocar na mala dele e as antigas roupas de Alina eles colocaram nas sacolas.
—o que vamos fazer com as minhas antigas roupas?
—dar pra algum mendigo, seus dias de usar burca acabaram—disse ele mais uma vez a fazendo rir.
Eles voltaram para o shopping, comeram um lanche e Alina aproveitou pra pra ir ao banheiro se trocar, ela colocou um vestido azul e um salto dos quais havia acabado de comprar, voltou a praça de alimentação e se juntou a Henrique, logo os dois foram até o carro e deram partida para o aeroporto, no caminho ele parou em uma rua pegou as sacolas, saiu do carro e entregou a uma senhora que estava sentada em uma calçada, ela tratou logo de olhar o conteúdo das sacolas e agradeceu, e ele rapidamente voltou ao carro
—pronto, aquelas roupas serão bem mais úteis pra ela—disse Henrique entrando no carro e Alina assentiu com a cabeça.
—escuta, o que vai fazer com seu carro quando chegarmos ao aeroporto?
—um amigo meu trabalha lá, vou deixar a chave com ele, e ele leva o carro pra casa dos meus pais —disse ele enquanto dirigia
—entendi.