Capítulo 5

1024 Words
Adam pega o pé-de-c***a e vai até a porta, olha pela janela e depois a abre de maneira desesperada. Jordan, o amigo do meu pai, um homem um pouco gordo e careca, entra cambaleando e o restante do pessoal corre para ver. O homem começa a chorar, ele está lavado de sangue de amarele e o seu dedo indicador da mão esquerda está enfaixado e e***********o. Os outros começaram a perguntar o que houve e onde está o meu pai. Mas ele apenas chora. Já podemos imaginar o que aconteceu, mas precisamos ouvir o que o homem tem a dizer. — Anda, homem, diz logo — Adam balança Jordan pra ele se acalmar e contar o que aconteceu, parece que dá certo. Jordan de acalma e aos soluços diz: — Me desculpem, a culpa foi minha. — Onde está o meu pai? — Adam chega baba na hora de perguntar. — Eu... Eu... — Jordan procura como explicar a situação. — Eu só queria saber se a motosserra funcionava... E acabou cortando o meu dedo fora, aí o Augusto arrombou uma ala fechada para ver se encontrava alguma coisa que pudessem me ajudar e encontrou muitos amareles... — Onde ele está, caramba — Adam não pôde mais controlar-se, o Túlio quem se aproxima para contê-lo. — Ele morreu — diz Jordan. — Sinto muito, sinto muito. Nós lutamos como pudemos, mas eram muitos, e ele se arriscou para me salvar. Eu não resisto à notícia e me ponho a chorar. Não posso acreditar que o meu pai está morto, nem tive a chance de me despedir do meu grande herói. O que vamos fazer sem ele? Não Deus. O meu pai não. Os meus irmão também não resistem, nos abraçamos e choramos, pois, compartilhamos da mesma dor, mas é por pouco tempo, não podemos ficar assim para sempre. Os outro ficam abalados, não choram como nós, mas a tristeza paira sobre todos. Adam, com os olhos cheios de lágrimas e raiva, volta-se para Jordan. — Você foi mordido? — Não fui. — Tem certeza? Tira a roupa. — O quê? — Tá s***o, carai — diz Túlio. — Tira a roupa. — Túlio não espera o homem e começa a rasgar a roupa ainda no corpo dele, ele procura uma marca de mordida, mas não encontra nenhuma. Ele só usa o força em momentos de pura emoção como estes. — Parece que tá limpo — fala Túlio. — Eu já disse — o homem seminu continua a chorar. — Não fui mordido. — Deixa eu ver esse ferimento aí — pede Estêvão. — Não faça isso — implora o homem. — Eu acabei de amarrar, perdi muito sangue e estou fraco. Ainda está sagrando, vai doer muito. — O quê? — grita Adam. — Você amarrou agora? Quer dizer que fez um rastro de sangue até aqui? — Jordan — diz Estêvão —, você viu se algum amarele te seguiu? — Não sei, mas creio que não... Antes que ele pudesse terminar de falar, alguém bate na porta apenas uma vez de uma maneira que a faz estremecer, como se quisessem arrombá-la. Todos fazemos silêncio. O medo é palpável aqui. De repente, alguém bate novamente, quem quer que seja está chocando o próprio corpo contra a porta. Tenho certeza absoluta que é um amarele. — Apaguem as velas e peguem as lanternas, rápido — ordena Adam e todos obedecem. Nós sempre economizamos a luz das lanternas para não esgotar as pilhas. Adam se aproxima da janela e afasta a cortina, e como eu havia falado, era um amarele. Ele quer entrar, seguiu o rastro de sangue que Jordan deixou no caminho e o encontrou. Os amareles têm a visão, o olfato e o paladar apurados. Não sairia dali enquanto não comesse, é o instinto deles, ele tem certeza que dentro daquela casa tem comida. Ele não defecam nem urinam, apenas comem até ficarem de barriga cheia, depois hibernam enquanto o que comeu é digerido lentamente e espalhado toda a matéria e nutrientes para o corpo. Se não comerem, o seu próprio organismo começa a comê-los de dentro para fora, mas também isto é um processo muito lento. A gente pode muito bem abrir a porta e matá-lo, eles não falam nem gritam, o sons emitidos por aquelas gargantas secas não passam de ruídos roucos, mas não tem jeito para nós. Temos que abandonar o lugar, pois, um amarele segue o outro, faz parte do instinto, e se aquele amarele não lambeu os sangue derramado no caminho até cá, fica mais possível a afirmativa de que chegará mais. — Vamos embora, agora — ordena Adam. Estamos preparados para isso. Fazemos isso desde sempre, mas nunca, repito, nunca sem o nosso pai, o nosso líder, o nosso herói. Nem temos tempo de desfrutar do luto. Precisamos correr contra o tempo. Pegamos tudo o que podemos, o que não fosse nos atrasar, que fosse o necessário, as ferramentas, que era excencial e as lanternas. Não deixaram o Jordan se vestir direito por que iria nos atrasar mais um pouco, então ele sai apenas com uma camisa branca social de manga cumprida m*l fechada e de sapatos. Saímos pelas portas do fundo que dava para o quintal e de lá, apenas há vegetação. Sair pela cidade à noite é muito mais perigoso que ir pelo mato. As cidades são os focos de amareles, eles não morrem fácil, nesse caso, pode-se encontrar vários por aí. Decidimos ir pelo mato, bem devagar porque não podemos usar a luz ainda. Estamos perto da rua e algum amarele pode nos ver. Ao olhar para trás, percebemos que centenas de amareles se aproximaram da nossa antiga casa. Não seria prudente migrar para outra. Um deles poderia nos ver, e acredite, eles sabem qual é a cor deles, e qual não é. Além do mais, até eu sinto o cheiro do sangue de Jordan, imagina aquelas aberrações que são como tubarões famintos? Jordan está sendo a pior companhia para nós agora, estamos tristes, eufóricos, com raiva, com medo, desesperados. Tudo por causa dele. Eu tenho certeza que ele não contou toda a verdade.
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