Capítulo 5

1099 Words
— Esther, nós vamos naquela boate nova que inaugurou semana passada? — Munik pergunta. Nós marcamos de sair hoje, eu preciso muito disso. — Pode ser. Ouvir dizer que lá tem sempre os melhores DJs, o dono está investindo pesado para ser o ponto mais procurado nas noites de Seattle. — O Caio vai também? — Não, ele tem um relatório para entregar da investigação que ele fechou. — Ele conseguiu trancar o cara que ele levou ao tribunal? — Conseguiu. Foi prisão perpétua para aquele verme. A Munik comemora depois de ouvir minha resposta. Nós acompanhamos o trabalho do Caio para pagar aquele homem e quando é assim, conseguir uma sentença de prisão perpétua é o sonho de qualquer investigador, eu também vou conseguir esse final para o meu caso, em algum momento eu pego aquele Boss. Depois de sair da delegacia eu fui para o meu apartamento, ficou combinado de nos encontrarmos às vinte e três horas na porta da boate. — Eu sinto muito, mas o seu pai não vai mais voltar Esther — A nossa vizinha falou com a voz embargada. — Mas ele prometeu que voltaria, ele só foi investigar algum criminoso, ele vai voltar sim! Eu grito e saio correndo em direção à minha casa, quando chego no portão está cheio de policiais, estão conversando e falando sobre um crime, um assassinato. Eu entrei e quando parei próximo a porta eu vejo fotos nas mãos do policial e é do meu pai, eu sei que é, eu conheço a tatuagem dele, eu fiz o desenho de dragões. Eu grito em pânico… Eu pulo na cama, novamente esse pesadelo, eu sonho com isso desde que perdi meu pai. Esse sonho é o dia que eu descobri sobre a morte dele, eu tive toda minha vida virada de cabeça pra baixo depois daquele maldito dia, tudo isso por causa daquele desgraçado e ele ainda não pagou pelo crime, mas vai pagar. Eu olho o relógio na mesinha de cabeceira e já passou das vinte e uma horas; me levanto e vou procurar uma roupa. Eu escolhi um vestido preto curtinho e um tênis chunky sneaker, eu amo meu estilo bem casual e confortável. Fiz uma make leve e finalizei com batom matte carmim; deixei meu cabelo solto e o toque final, meu 212 vip Rosé, da Carolina Herrera. Depois de uma última olhada no espelho, saio para minha noite para tirar o estresse. Assim que cheguei próximo do endereço já deu para imaginar o nível de ostentação do lugar, as luzes do letreiro são em led digital 3D, tem refletores no telhado, tem até manobrista no estacionamento, que por sinal é enorme. — Nossa! Isso aqui é realmente um luxo de lugar, a reportagem não mentiu nadinha. A Munik olha o lugar boquiaberta, até parece que é a primeira vez que frequenta um lugar assim. Eu revirei os olhos e saí puxando ela até a pista de dança. — Munik, até parece que você nunca frequentou uma boate vip. — Eu sei que já, mas essa aqui ganha de todas as outras. Esther, olha só que lugar enorme, a decoração e os espaços, tudo é de primeira qualidade, a pista de dança simples daqui é igual o camarote vip das outras boates. Vem, eu tenho pulseiras vip para conhecer os camarotes — Ela saiu me puxando escada acima. O lugar está lotado e nós esbarramos em algumas pessoas pelo carinho. Aqui é realmente grande, pois até mesmo os camarotes tem sua própria pista de dança. Depois de dançar bastante, eu vou até o bar, agora é a hora de esquentar a noite. — Oi, boa noite! — Oi, boa noite! — O barman respondeu com um belíssimo sorriso — Vai beber o que, hoje? — Uma vodka, por favor! — É pra já! Mulher bonita não espera aqui no meu balcão — Ele responde e pisca. Eu tomei algumas doses enquanto conversava com o barman e olhava de longe a Munik dançando e dando ideia em um carinha. Ela não perde mesmo a oportunidade de dar uns amassos, principalmente se o cara for gato. Eu peço mais uma bebida e me viro para sair, mas acabei dando um esbarrão em alguém e para o meu azar é uma mulher cheia de frescura e já começa a dar um chilique. — Olha só o que você fez comigo! — Ela grita tão alto, que parece até que fiz de propósito. — Eu não fiz nada com você. Isso foi um acidente e foi mais culpa sua, do que minha — falei calmamente. A mulherzinha me olha de cima a baixo com cara de nojo balançando a cabeça negando. — Você quer me culpar pela sua falta de noção? Olha aqui sua atrevida, você é quem não olha para onde anda! — Ela novamente me avalia e torce a boca em sinal de repulsa — como você entrou aqui? — Andando com as minhas pernas, ora! Porque? — Respondi com deboche, isso deixou a mulher mais histérica ainda. — Você ainda acha que pode ser debochada? Olha aqui sua i****a, você não sabe com quem está lidando! — Não sei e nem quero. Agora, com a sua licença. Eu falo e vou saindo, mas a mulher segura meu braço. Sem pensar duas vezes, eu torci o braço dela e prendi seus braços nas costas, depois chutei suas pernas fazendo ela ficar de joelhos na minha frente. — Ai, socorro! O que você está fazendo? — Ela gritou, mas agora sua marra se transformou em pânico. Eu dou uma gargalhada. — Nossa! Cadê aquela mulher arrogante que me olhou de cima agora pouco? Agora você vai aprender a baixar a bola. Eu não vou fazer nada com ela, isso é óbvio. Minha intenção foi só dar um susto nessa arrogante. Eu segurei o braço da mulher, mas a intenção era apenas levantá-la. A mulher novamente se prepara para gritar — Mas que p***a você acha que está fazendo?! Inconscientemente os pêlos do meu corpo se arrepiam, eu sei que é de raiva. Eu nem preciso olhar para trás pra saber quem está falando, essa voz fria e arrogante é inconfundível. Quando eu fico de frente pra ele, seus olhos passeiam rapidamente pelo meu corpo e param na mulher que ainda está de joelhos. Ele anda alguns passos parando bem na minha frente. — Um processo só não foi suficiente, delegada. Você quer receber mais um? — Ele pergunta entre os dentes. Ele está com os braços cruzados sobre o peito e seus olhos demonstram raiva e frieza. Continua...
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