Agindo sempre pelo certo

1551 Words
Sophia Hoje o bailão é na melhor, é aqui em Paraisópolis, o fluxo vai ser daquele jeitão, adoro quando tem baile, pra curtir e porque também é o dia que a favela mais lucra, dia de baile é certo sabe que o lucro é lá em cima. É o dia que as pati e o playba sobem o morro pra curtir, e riquinho não liga pra nada né filhas, gastam e pagam o valor que for já droga. - Ho perigosa._ Escuro alguém me chamando. Olhei pra trás vendo um dos vapores vindo até a mim, parei e fiquei a sua espera. Ele se aproximou. - Qual foi jão? da o papo._ Falo cruzando os braços e esperando ele soltar a voz. - Queria trocar um lero contigo na namoralzinha mermo. - Solta a voz filho. - Pô tá rolando um bagulho aí que eu tou até assim de tá me metendo nos bagulhos dos outros mas é que a vó do Welington tá precisando de ajuda, ela tá com o telhado da casa quase caindo em cima da cabeça dela, a senhora não tem como trabalhar, faz uns docinhos pra vender, e olhe lá se tiver dando pra botar comida dentro de casa. - E o Welington tá fazendo o quê com o dinheiro que ele recebe da boca? a meta não é tão pouca assim não, tá muito bem pra ele resolver isso aí._ Falo analisando a situação, onde já se viu, a vó criou ele e tá passando por um bagulho desse sendo que ele recebe um dinheiro bom. - Na moral mermo Perigosa eu não quero confusão pro meu lado não, tu sabe como o Welington é encrenqueiro, num fala que eu disse nada não mas é que o dinheiro que ele recebe ele gasta todo com as Maria fuzil, agora ele tá num barraco, não tá morando mais com a vó justamente porque ele reclamava que ele não tava mais ajudando dentro de casa, o dinheiro dele é só pra bebida, droga e put@. - Mas é cada filho da put@ que se tem nesse mundo fiote, o filho da put@ tá aí hoje graças a dona lá e ele agora vira as costa pra ela na maior idade. - Eu só tou falando mermo porque eu gosto pra c*****o da dona Luzia pô, ela é uma senhora batalhadora pra caralh0, agora que não tá podendo trabalhar. - Eu tou ligada nessa fita aí, tou ligada que a senhora é gente fina mermo, vou resolver essa parada pessoalmente, vou dar um chega lá e ver como tá a situação dela. - Pô perigosa vim em tu porque eu sabia que tu não é de dar as costas pros necessitados, e fiquei meio sem jeito de ir falar com o chefe. - Suave pô, eu vou resolver, esse bagulho não precisa passar pela mão dele não, eu mermo tenho autoridade pra resolver. - Então é nós, valeu mermo. - Suave molecão, pegue a visão e nada de dar um de filho da put@ e dar as costas pra tua coroa como esse filho da put@ tá fazendo. - Quê isso Perigosa, nunca na vida que eu ia fazer uma coisa dessa, minha coroa é a minha jóia rara pô, dou a minha vida pra salvar a dela sem pensar duas vezes. - É isso mermo, tem que honrar quem sempre teve ao teu lado. Agora deixa eu ir lá ver esse bagulho aí da dona Luzia. - Vá lá, Valeu aí mais uma vez perigosa. - Suave jão. Subi na minha moto e fui resolver esse bagulho, bati na casa da dona lá, parei com a moto e desci indo até a casa, bati na porta. - Ho de casa._ Chamei e escutei uma voz baixa respondendo de lá de dentro. Logo a porta foi aberta e a senhorinha passou por ela. - Oi minha filha, aconteceu alguma coisa? - Vim ver como a senhora tá._ Ela me olha sem entender. - Vamos entrar pra conversar, precisa ficar com medo não. Entramos e eu comecei a olhar a casa, o telhado tava ainda em cima da casa por milagre de Deus mermo, a casa era mediana em questão de tamanho, tinha poucos móveis que já eram bem velhos também, mas que cara filho da put@, como que deixa vó numa situação dessa mané? - Tou vendo que a situação aqui não tá nada boa hein? a senhora não tem mais desse telhado cair na sua cabeça não? - Medo eu tenho de mais minha filha, mas não tem o que fazer, eu não tenho outro lugar pra ficar e muito menos dinheiro pra concertar isso aqui._ Cruzei os braços analisando ela. - E o Welington não ajuda a senhora ? - Olhe minha filha eu não sei o que o Welington faz da vida dele, ele também tem as coisinhas dele pra resolver, não tem que tá quebrando a cabeça comigo não._ As coisinhas que ele tem pra resolver é comer e bancar as pu@s, rai ai viu. - Hum. Vou ajeitar isso aí pra senhora, a senhora vai ficar num barraco aqui no morro enquanto a sua casa é concertada, tem nem como morar numa casa com o telhado desse jeito._ Ela me olha sem entender. - Mas eu não tenho como te pagar. - Hi qual foi minha tia? o pagamento é a senhora viver bem, da em nada não, a boca vai se responsabilizar por ajeitar tudo, a senhora ta ligada que nós é bandido mas não é bicho, cuidamos dos nossos sempre. - Ho minha filha que Deus te abençoe, eu não sei nem o que dizer, nem como te agradecer. - Fique suave minha tia. Conversei mais um pouquinho com ela de como ia ser as coisas e meti o pé novamente pra boca, na minha sala mandei chamar o Welington. - Mandou chamar perigosa? - Mandei mermo, senta aí._ Falo seria, ele se senta e me encarando esperando que eu falasse. - A Partir de hoje seu salário vai ser cortado ao meio. - O QUÊ? CÁ DE QUÊ? _ Ficou nervoso. - Tu vai mudar de função, vai pra embalagem de droga. - Como isso Perigoso? cá de quê esse bagulho assim do nada? - Estamos fazendo uma mudança e eu resolvi começar por você simples assim. Se quiser também se não quiser pede pra sair. - O Chefe tá ligado nessa parada aí?_ Olhei pra ele com uma sobrancelha levantada. - Não, ele não tá ligado não, é uma decisão que eu mesma tomei. - Hi mas né fudend0, vou passar a visão pra ele, é r**m dele aceitar um bagulho desse, eu sou bom no que faço fiote. - Fique a vontade jão, vai lá dá o papo a ele. - Vou pô, vou mermo. Se levanta e saí da sala, continuei fazendo o que eu estava fazendo até escutar batidas na porta. - Pode entrar. - Ho Perigosa, o chefe pediu pra te chamar. - Vale menor._ Me levanto e saio da sala seguindo até a sala do meu coroa. Entro na mesma e vejo ele sentado e o Welington em pé na sua frente. - Mandou chamar pai. - Mandei mermo, o Welington tá aqui reclamando que tu mudou ele de cargo e que o salário dele vai ser diminuído. - Foi, fiz isso mermo._ Meu pai me encara. - É fiote, a Perigosa deu a voz e eu assino em baixo, se ela tá te rebaixando de cargo, tá rebaixado e ponto final._ O Welington fica com uma cara de quem tava se segurando pra não surtar, só que ele não é menino, ele sabe que se surtar o meu pai joga ele pra fora, aí sem pouco salário nem porr@ nenhuma. - Valeu então, posso me retirar?_ Pergunta. - Pode sim fiote._ Meu pai responde ele assente com a cabeça e dar as costas saindo dali. Depois que o Welington sai meu pai me olha. - Qual foi? o que foi que o Welington aprontou? ele fez o quê? - Na verdade foi o que ele não fez, a vó morando numa casa com o telhado quase caindo na cabeça dela e o filho da put@ gastando o dinheiro só com Maria fuzil, rebaixei mermo mas o salário dele vai continuar o mesmo, só que metade todo mês vai ser direcionado a vó pra ela se manter, ele não fez o papel dele de homem, então eu tou fazendo pô ele._ Meu pai concorda com a cabeça e dar um sorriso de lado me olhando. - Tu tá mais que certa, filho da put@ pô, que coma as put@$ dele mas que ajude quem tava com ele ali dês do início. - Entendeu vey? - Tu é barril mermo, sempre agindo pelo certo. - Aprendi com o melhor fi._ Falo dando uma piscadinha de olho e ele gargalha. Depois de ficar ali trocando uma ideia com o meu coroa eu voltei para a sala, quero terminar tudo que tenho pra resolver hoje cedo porque mais tarde tem bailão e eu quero tá como? curtindo, postura de sempre, atenta a tudo e todos, cada movimento os olhos da Perigosa aqui vai encontrar, e óbvio que umas carnes pra mastigar não irão sumir das minhas vistas.
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