O começo do fim!

A resistência azul.

Estela era uma jovem de 23 anos quando conheceu Paulo, eles estavam terminando juntos o último período de seus cursos na faculdade. Paulo se apaixonou por ela perdidamente, a beleza dela era tamanha que ele ficou sem fôlego quando a viu pela primeira vez.

 Era uma moça recatada e inteligente, tinha poucas amizades e sempre estava isolada dos outros, Paulo tentava se aproximar dela e aos poucos conseguiu seu intento, Estela cedeu aos avanços dele, ele era muito bonito também, e suas conversas eram sempre interessantes. Durante todo o período de seus cursos eles flertaram, até que um dia Paulo a convidou para um jantar, ele armou tudo com perfeição, pediu a seus colegas de quarto para saírem e não voltarem até o dia seguinte, arrumou todo o quarto com flores e lençóis limpos, ele sabia que ela era romântica e que ia gostar, Paulo não era bom cozinheiro, então pediu comida de um restaurante caro, arrumou a mesa com uma toalha branca e um arranjo dourado, no centro um castiçal com velas, tudo pronto, só faltava ela chegar, Paulo colocou um vinho no balde de gelo, colocou uma roupa elegante, mas descolada, deixou seus velhos óculos de lado por um tempinho, e se perfumou inteiro só para ela.

Do outro lado do campus Estela também se preparava, estava ansiosa para enfim poder ficar a sós com Paulo, há meses que paqueravam mas ele não tomava iniciativa, se ele não se declarasse hoje ela mesma faria isso, colocou seu vestido preto colado, com decote nos s***s, e um escarpan de saltos altos que davam um ar superior as suas longas pernas, colocou sua melhor lingerie e deixou seus cabelos soltos, ela usava eles curtos era mais prático, colocou seis brincos de pérola e passou o perfume que sabia que Paulo adorava, estava pronta, só faltava convencer as pernas a andarem até o quarto dele.

As oito horas ela bateu na porta do quarto dele levemente, mas ele estava atento e a abriu no segundo toque, gentilmente ele a convidou a entrar, ela ficou encantada com a mesa tão romântica que ele fez, ele puxou a cadeira para ela como um verdadeiro cavalheiro, Estela se encantava cada vez mais com Paulo, tudo correu bem durante o jantar, e assim que acabaram Paulo confessou seu amor por ela e a pediu em namoro, é claro que ela aceitou e tiveram sua primeira noite ali, como um sonho.

Quando acabaram seus cursos eles já estavam apaixonados e decidiram casar, a família de Paulo era muito rica já a de Estela era de classe média, Ela nunca passou necessidades e sempre teve tudo que queria mas não sem esforço. A princípio os pais de Paulo não aceitavam esse relacionamento principalmente Pedro seu pai.

Eles se casaram mesmo assim e por pouco mais de um ano mantiveram -se afastados da família de Paulo, até que a mãe de Paulo, Marissa ficou muito doente, ele não podia mais ficar longe, a mãe precisava dele, não deixaria seu pai afasta-los mais ainda.

Durante 2 anos a mãe de Paulo lutou contra uma doença no sangue, Ela precisava de transfusões constantes e em meio ao tratamento Estela se propôs a doar sangue para ela já que ambas possuíam o mesmo tipo sanguíneo, esse ato aqueceu o coração de Pedro e ele passou a ter Estela como uma filha, Ela passava seus dias ao lado da sogra e a tratava com tanto amor e carinho que Pedro se sentia m*l por tê-la julgado antes.

Quase dois anos depois, mesmo com todo o tratamento e quimioterapia Marissa não resistiu.

Infelizmente Marissa morreu, Ela não resistiu ao tratamento e se foi, Pedro pediu que seu filho e a nora fossem morar com ele, Paulo com medo de perder o pai para a depressão assentiu. Alguns meses depois Estela descobriu que estava grávida, emocionada pois queria muito dar um neto a Pedro, Ela contou para o marido e o sogro que ficaram radiantes com a notícia, Pedro viu em seus olhos um brilho a tanto apagado reacender.

A gestação de Estela correu maravilhosamente bem, Paulo e Pedro a tratavam como uma rainha. A cada dia sua barriga crescia mais e mais e com ela a ansiedade de ver seu bebê, Paulo estava trabalhando em um projeto novo, ele estava animadíssimo, chamava o seu trabalho de módulo.

Chegou enfim o dia de Estela ter seu bebê, já estava tudo pronto, mas ela não quis saber o sexo, queria ter uma surpresa, uma linda menina foi essa surpresa, uma menina linda com cabelos avermelhados como os da sua vó , olhos castanhos como os de Paulo e Pedro, pele branca como a de Estela, e lábios vermelhos e grossos, era o bebê mais lindo que já se viu.

Quando Pedro viu sua neta ficou emocionado com o tamanho da semelhança que havia entre ela e sua esposa morta, quando Paulo o disse que o nome da menina seria Marissa, ele não conseguiu segurar as lágrimas.

Daquele dia em diante aquela menina seria a razão de seu viver, ele criou um robô para cuidar da neta e protege-la de qualquer perigo.

Marissa crescia cada vez mais linda e amada, e cada vez mais parecida com sua vó. Paulo passava cada vez mais tempo no seu laboratório, fazendo suas pesquisas e experimentos. Pedro não saia de perto da neta a não ser que precisasse muito, Estela se sentia muito feliz.

Quando Marissa fez 2 anos ela começou a querer ficar mais perto de seu pai, sentia sua falta assim como Estela, um dia foi correndo atrás de seu pai e entrou no laboratório no instante em que Paulo testava o módulo.

Marissa tropeçou em um cabo elétrico e acabou caindo em cima da máquina que estava ligada, sua mão cortou imediatamente ao entrar em contato com aquela coisa esquisita, um filete de sangue escorreu para dentro da máquina a tornando mais estável, um raio de energia cruzou o corpinho de Marissa a sacudindo violentamente, isso acontece no correr de segundos até Paulo desligar a ignição e tirar a filha dali.

Marissa estava desacordada e Paulo no seu desespero não notou que o módulo sofreu alteração. Paulo gritava desesperado pela esposa e pelo pai, como deixaram ela ir até lá sozinha?

Ao verem a menina desmaiada, o desespero tomou conta também deles dois, Estela era médica, Ela examinou a filha e constatou que estava tudo bem, Ela estava provavelmente em choque, mas logo acordaria, os três ficaram ali aos pés da cama da menina até ela acordar, ao acordar alguma coisa havia mudado no olhar da criança, Ela já não se portava como um bebê manhoso o que era normal na idade dela, ficaram ainda mais surpresos quando ouviram a menina falar claramente, sem erros e sem falhas silábica como era de costume.

Marissa conversava com eles como uma criança de 10 anos, sua vozinha ainda era fina e estridente, mas as palavras fluíam conexas de sua boquinha enquanto ela explicava o susto que teve.

Espantados com aquilo, Paulo só podia pensar que era algum efeito temporário do módulo. Os dias passaram e Marissa demonstrava cada vez mais maturidade para sua idade, Ela aprendia muito rápido, viu o avô lendo e quis aprender, em dois dias ela aprendeu a ler e a escrever, Ela lia com propriedade e fazia questão de explicar o que entendia e acrescentar suas próprias conclusões.

Paulo começou a fazer alguns estudos com a filha, Teste de K.I , coordenação, aprendizado, e se surpreendia a cada resultado.

Ele resolveu investigar o módulo, não tinha tido coragem de ir até o laboratório desde o acontecido, aí chegar na máquina ele percebeu que ela ainda estava ligada mesmo fora da tomada, como isso era possível?

O módulo não precisava mais de energia para funcionar, a substância na sua ampola já não era azul e sim roxa clara, Paulo se aproximou cuidadosamente, coletou um pouco do líquido espesso e começou a estuda-lo, alguns dias depois e alguns testes feitos ele se deu conta que o módulo chegará a sua capacidade total, a substância funcionava, Ela poderia ser usada agora em criminosos para redirecionar seus pensamentos ruins.

Paulo informou ao seus sócios sobre sua descoberta, todos ficaram desconfiados e apreensivos, mas depois de verem os resultados nas cobaias animais ficaram impressionados. Um dos sócios de Paulo um tanto quanto ambicioso informou sobre sua invenção ao governo que se interessou de pronto no projeto e forneceu a Paulo cobaias humanas para teste, criminosos altamente perigosos, que cometeram crimes hediondos, foram testados com sucesso e o governo queria para ele aquele projeto, tentaram comprar de Paulo oferecendo para ele posses, cargos mas ele negou.

Foi aí que o governo junto com outros órgãos públicos decidiram tomar o projeto a força.

Paulo e sua família estavam ameaçados, o governo havia levado seu projeto é Paulo não sabia o que fazer, ele tinha dia opções se juntar ao governo no golpe que eles pretendiam dar no mundo inteiro junto com cada governo corrupto de cada país ou fugir com sua família.

Ele não poderia levar sua filha, Ela estava ligada ao projeto, o sangue dela fazia parte dele, o governo poderia chegar a ela e tentar usá-la. Ele não permitiria, a única chance dela era ficar com Pedro, então Paulo deu uma planta a Paulo de uma imensa casa para que Pedro mandasse construi-la para a filha.

Dia após dia Paulo trabalhou neste projeto com seu pai e outros amigos, mas teve que partir antes de ver seu projeto acabado.

Fazem 3 anos desde que eles tiveram que partir, hoje é aniversário de 5 anos de Marissa e tudo que eles mais queriam era estar com ela, Estela arranjou uma forma de avisar a Pedro que estavam bem e que estavam trabalhando junto com outras pessoas para arranjar uma solução, Estela fechou os olhos e lembrou de seu último dia ao lado da filha :

Marissa brincava com ela e Paulo na sala, ciente de que os pais fariam uma longa viagem, Ela ria e se escondia atrás dos móveis, em um instante em que ela se afastou um pouco Estela disse a Pedro:

_ Pedro, me prometa que cuidará dela, que não vão achar minha menina nunca.

_ Acalme-se Estela, Ela é minha neta se esqueceu? tem meu sangue, ninguém chegará perto dela.

_Eu não vou aguentar ficar longe dela, isso doí tanto Pedro, não dá pra saber o que vai acontecer se eles a descobrirem.

_ Eles não vão, só nos sabemos o que aconteceu, e logo a casa estará pronta, ninguém entra ou sai, os robôs e eu cuidarmos disso, Ela não vai poder sair também.

_ Papai, eu sinto muito, eu estraguei tudo, eu tinha que ter te ouvido, fui tão i****a de acreditar que eles pensariam como eu, agora vão estragar o mundo e a culpa é minha.

_Não diga isso meu filho, você criou um método para combater a crueldade humana, para ajudar, eles que estão distorcendo tudo, o que você fez é incrível, sua mãe estaria orgulhosa eu estou.

_ Ah, papai, aqueles terroristas vão arruinar com tudo e todos no caminho deles, eu tinha que ter previsto isso.

_ Meu filho se concentre no agora, você tem uma missão importante a cumprir, o destino do mundo está nas suas mãos, você precisa arranjar uma forma de poupar Marissa disso.

Desde aquele dia terrível, eles não pensavam em mais nada, só em como afastar ela daquilo tudo, Marissa não sofreu danos malignos, mas adquiriu uma imensa habilidade de aprender e interpretar as coisas anos luz a sua frente, aquilo os assustou bastante, Ela saberá desfazer o que quer que o governo planeje, mas quando?

_ Que bom que consegui parar o processo de ligação a tempo pai, não quero nem pensar no que aconteceria.

_ Que desgraça nos ocorreu filho, mas não se preocupe eu acredito em você.

Paulo se vira no instante em que Marissa cruza a porta correndo, Estela sai correndo da sala sem olhar para a filha, deixá-la era doloroso demais, não poderia se despedir.

Paulo beija a filha na testa e se despede com a promessa de vê-la em breve:

_ Até logo meu tesouro, seja boazinha com o vovô tá? sabe, ele já é muito velho.

Marissa ri baixinho enxugando uma lágrima do olho.

_ mamãe, papai...

As últimas palavras que Estela ouviu da filha foi ela chamando, com o coração partido ela levanta e vai procurar seu marido.

Eles haviam se juntado a outros tantos cientistas, médicos, engenheiros e pessoas que não apoiavam o governo e estavam dispostas a lutar contra eles, juntos estavam escondidos uma ilha afastada de todos os olhares do governo, uma ilha escondida no meio de montanhas marítimas tão altas e grossas que cobriam completamente a ilha, era impossível de ser encontrada, Ela pertenci a um dos amigos de Paulo.

Para estar ali sem correr riscos eles tiveram que seguir um plano a risco, pouco antes de embarcarem no avião souberam que ele foi sabotado e que cairia no mar, então fingiram embarcar na frente dos outros e saíram por outra porta do avião, apenas o piloto ficou a bordo encarregado de pular assim que o avião começasse a falhar, o plano foi um sucesso foram dados como mortos e puderam fugir para ilha, mas não puderam avisar nada a ninguém então sabiam que Pedro achava que estavam mortos também, Estela respirou aliviada por poder avisa-los.

Juntos chamaram -se de a resistência azul, e fizeram um juramento de parar o que quer que o governo amarelo viesse a fazer, ao todo eram 56 homens e 47 mulheres, umas 15 crianças e adolescentes,  eles recebiam informações de um infiltrado que eles tinham no CDA,  souberam que eles estavam se planejando para dar um golpe extremo, cada estado teria um comandante que se situaria em uma sede, durante dois anos o CDA construiu essas bases, depois de prontas foram designados os homens ideais para cada base, agora no último ano eles desenvolveram mais uma variante da toxina criada no módulo capaz de se  espalhar no ar aos poucos causando falta de vitaminas e doenças sérias com o passar do tempo.

Há uma semana soubemos que o golpe será dado hoje, ou seja a está altura devem haver soldados controlados por toda a parte matando as pessoas simples, levando as importantes e destruindo tudo a sua volta, as cidades seriam destruídas e restariam apenas as bases e sedes criadas ao redor desses líderes.

Nossos batedores viram um tipo de cidade sitiada por uma cúpula impenetrável, muros altíssimos e soldados por toda parte, as únicas partes habitáveis do mundo seriam essas, achamos que até aqui na ilha não será mais seguro caso espalhem essa toxina por aqui.

Estela e Paulo sabiam que Marissa estaria segura com Pedro, a casa que eles projetaram e que Pedro com certeza já acabou de construir garantiria isso, ninguém encontraria ela é toxina nenhuma penetraria no mundinho da filha.

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Carta de Estela para Pedro.

QUERIDO PEDRO, SEI QUE VOCÊ DEVE TER SOFRIDO MUITO, MAS SAIBA ESTAMOS BEM, NAO ESTAVAMOS NAQUELE AVIÃO, NÃO POSSO FALAR MAIS QUE ISSO, CASO ESTA CARTA CHEGUE A VOCÊ, TENHA FÉ E MANTENHA NOSSA SALVAÇÃO VIVA, PRECISAMOS DELA MAIS QUE TUDO.

TE AMAMOS. BEIJO.

Pedro estava cansado, desde que seu filho morreu ele vivia apenas para a neta, dia após dia trabalhou incansavelmente na construção da super casa que seu filho projetou, mas ao invés de uma casa apenas ele decidiu construir uma cidade inteira, comprou terras e propriedades e usando o conceito de espaço e tempo ele construiu uma imensa propriedade coberta por uma camada invisível, uma cúpula que a tornava invisível, irrastreável, e mutável, a casa podia se teletransportar de um lugar para outro em questão de minutos, o que ele e o filho criaram era o futuro não só da neta mas de toda humanidade.

Era aniversário da neta ela faria 5 anos, e ele passava muito pouco tempo ao seu lado, depois que os pais se foram ela apenas tinha a ele, todos os empregados foram demitidos, e apenas os robôs faziam companhia para ela, ele se sentia m*l por isso mas tinha que acabar a casa, e acabou justo naquele dia tinha presente melhor? Mas mesmo assim ele queria comemorar com a neta havia prometido a ela.

Ao chegar em casa viu algo na caixa de correio, ao abrir o envelope suas mãos tremeram e os olhos encheram de água, era a letra da nora, mas eles morreram, ao acabar de ler a carta Pedro não cabia em si de felicidade.

Correu para contar a neta, mas antes de chegar a porta ele viu aviões passarem por cima de sua cabeça, bombas começaram a cair , carros pegavam fogo, pessoas gritavam, prédios ruíam. Então enfim começou o fim. Os soldados começaram a aparecer pelas ruas, Pedro correu para dentro, Marissa estava assustada pedia para ele ficar mas ele não podia, ele tinha que sair e ligar o mecanismo da casa ou tudo seria em vão, ele se despediu da neta e lhe entregou um caderno lhe dando as instruções. Pedro esperava voltar para ficar com a neta mas não sabia se seria possível depois do que viu lá fora.

A propriedade estava pronta para ser ativada mas pra isso ele tinha que ligar as chaves de energia em um dos becos, um fragmento de destroços havia danificado um dos cabos, Pedro não tinha nada ali, ferramentas nada para consertar, mas precisava unir os cabos, a força da energia o mataria e sua neta ficaria sozinha, mas se ele não ligasse agora a proteção ela seria pega, Pedro pegou os cabos cada um com uma mão e aproximou-os, ele podia ir sabia que seu filho viria até a neta ele estava vivo afinal, a ultima coisa que ele viu foi um robô levando sua neta da frente da janela, eles cuidaram dela bem, estavam programados para isso, com todo amor que sentia por aquela menina e a certeza de que veria sua esposa de novo Pedro juntou os cabos e deixou a energia levar sua vida.

A casa simplesmente sumiu ela e tudo a sua volta, ficaram apenas espaços vazios em uma rua, como se as bombas já tivessem destruído tudo, ninguém percebeu essa mudança, estavam preocupados vendo o mundo cair.

Dentro da casa sumida uma menininha chorava e chamava pelo avô, nas ruas banhadas de sangue corpos se empilhavam, crianças gritavam, eram levadas pelos soldados, pessoas se escondiam, fugiam para se juntar a resistência, os aviões e soldados não paravam um segundo, e era assim em toda parte do mundo.

Em um túnel subterrâneo debaixo dos esgotos, a resistência crescia e salvava tantas vidas quanto era possível, o governo não ganharia tão fácil, as pessoas não deixariam simplesmente levarem suas vidas, a luta iria ser grande.

Por anos tudo que Marissa fez foi estudar e ver o mundo ser destruído a sua frente, das janelas da sua casa via aflita pessoas serem massacrada sem poder fazer nada, por vezes tentou sair, tentou gritar que estava ali, ajudar, mas era impedida pelos robôs, pelo escudo, pela casa inteira, tentava se distrair para não pensar e estudava mais ainda, aprendia cada vez mais, depois treinava por horas, lutava com os robôs por vezes quebrando um ou outro, tornou-se linda e forte.

E assim o tempo passou e lá fora havia cada vez mais silêncio e menos movimento.

O Sacrifício de Pedro proporcionou a neta a chance de impedir o que o governo amarelo fez com o mundo, Marissa não sabia ainda do tamanho do sacrifício que o avô fizera por ela, na porta de entrada em um dos becos da propriedade ainda está Pedro, com as mãos nos cabos de energia estagnado pela corrente elétrica que ainda passa pelo seu corpo, de algum modo ele ficou ali intacto, enegrecido pelo tempo, mas ainda mantinha sua aparência humana, nenhum Bicho lhe tocou a energia garantia isso, no dia que Marissa puder ir até aquele lugar desligar o escudo ela encontrará seu avô e saberá o que aconteceu, e terá certeza de que era muito amada.

Estela, Paulo, Pedro, entre outras pessoas que estão na resistência, esperam por Marissa, e sabem que ela breve estará pronta para trazer de volta a paz ao mundo.

As direções da resistência

Antes de chegarem a está montanha na ilha Estela e Paulo junto com os outros passaram por maus bocados, foram perseguidos incansavelmente pelos soldados aliados do governo, ameaçados, viram amigos morrerem, passaram frio, fome, sede.

Após saírem do avião e pegarem a estrada de acesso da floresta, achavam que seria fácil dali por diante, mas as coisas só pioraram.

Victor um jovem e promissor engenheiro elétrico que era filho de um casal amigo do pai de Paulo estava com ele, os pais dele foram pegos pelo CDA, e enquanto ele não se entregasse ficariam presos, mas Seu pai Felipe o proibiu de se entregar, o importante agora era resistir e encontrar um modo de parar aquele m******e. Victor era mais importante longe dali e vivo, seus pais se sacrificariam felizes se soubessem que ele estava bem e trabalhando para ajudar humanidade.

Juntos eram um grupo de quase cem pessoas, alguns casais conseguiram levar seus filhos, então o grupo era grande, mas com o passar dos dias muitos tomaram outros rumos, a fome e a sede os deixavam instáveis e alguns até chegaram a se entregar, quando chegaram a ilha eram apenas quarenta.

Estela e Paulo seguiam firmes aguentando todas as provações, precisavam resistir por Marissa, Paulo se culpava todos os dias por ter criado p módulo, mesmo sabendo que sua intenção era boa.

A foto de Marissa em seu bolso lhe dava esperança de um dia rever sua pequena, ela estará a salvo com o pai dele.

Na ilha as coisas melhoraram, conseguiam mercadorias de navios que passavam por ali, e até conseguiram afundar um navio do governo, dele tiraram roupas, comidas, remédios e armas, a resistência se fortalecia assim, intrigados com o sumiço dos navios o governo mandava aviões e outros barcos a procura de pistas, mas nada achavam, a ilha era muito escondida, por baixo da montanha, o único acesso era protegido dia e noite por homens da resistência caso alguém o encontrasse.

Deitado perto da fogueira Paulo pôs se a lembrar daquele homem maldito que o enganara para roubar seu trabalho.

Simon era o nome dele, ele disse que tinha autorização do presidente em pessoa para tomar as decisões e realmente tinha, uma procuração dizia isso.

Mas Paulo não imaginava que aquele papel era falso, e que o que o presidente assinou na verdade foi uma simples procuração para que ele assistisse aos testes do módulo, aquele homem enganou a todos, depois que viu o potencial da invenção de Paulo ele ficou surpreso, foi embora dizendo que informaria ao presidente sobre a maravilha que aquela coisa traria ao mundo.

Cismado com o olhar ganancioso do homem, Paulo quis falar com o presidente em pessoa, mas Simon sabia bem como agir e Paulo foi impedido de falar com o presidente.

Quando Simon informou ao presidente que a máquina era um sucesso e mencionou o que eles podiam fazer com ela, o presidente ficou horrorizado, Simon queria dominar o mundo, tornar pessoas boas em fantoches, refazer o mundo sob sua própria medida.

Imediatamente o presidente percebeu o quanto aquele homem era perigoso, ele que tinha que passar por esta máquina, como ele nunca percebeu antes, notando a reação do chefe Simon disse que se excedeu que ele tinha razão, e que a máquina devia ser usada apenas em criminosos.

Porém Simon já tinha seu plano traçado, passada uma semana de sua visita ele ligou para Paulo, disse que o presidente queria ver o teste pessoalmente mas que não poderia se ausentar do Palácio. Paulo sem desconfiar de nada recolheu do módulo uma quantidade suficiente para a demonstração e se preparou para viajar até Brasília.

Animado com a oportunidade ele sequer cogitou que seria uma armadilha de Simon, chegando em Brasília qual não foi a surpresa de Paulo quando ele fez a proposta.

__Bem, Paulo está na cara que você é um ótimo biólogo, é incrível o que você fez aqui com este aparelho, tenho certeza que poderá fazer muito mais com os meios adequados.

__Fico muito agradecido, e também feliz pela oportunidade que estão me dando aqui.

__ Claro, mas eu tenho uma proposta para você muito melhor do que a que o presidente vá fazer, seja lá qual for.

Paulo sentiu um arrepio na espinha e viu as feições do homem a sua frente mudar de repente, ele não era mais o simpático e eficiente secretário do gabinete presidencial, seu semblante esboçava algo sombrio, um brilho de maldade, como os que Paulo viu nos olhos de alguns dos psicopatas que usou de cobaia.

__ Proposta? Que tipo de proposta seria essa?

__Bem, eu fiz está mesma proposta ao presidente, mas ele não aprovou, então decidi por conta própria a concretizar ou seja vou faze-la a você, mas se você negar seguirei com ela mesmo assim e encontrarei outros que me sigam.

__Para o presidente negar não deve ser uma ideia boa, como você fará para seguir com seja o que tiver em mente sem o consentimento dele?

__ Ah, já cuidei disso também, hoje a sua cobaia será o presidente, injetaremos nele está substância que você criou e diremos a ele o que fazer, não posso mata-lo pois serei perseguido por traição, mas posso usá-lo para conseguir o que quero, e graças a você.

__O que? eu jamais ajudaria você nisso, aliás vou embora agora mesmo.

__Ah, não vai não, guardas aqui.

Paulo entra em pânico ao ver os homens entrarem ali na sala e tomar de suas mãos a maleta onde levava a toxina e os aplicadores do módulo, em seguida ele foi nocauteado e abandonado em algum lugar escuro e cheio de hematomas, não sabe como, mas conseguiu chegar até uma estrada e pedir ajudar, seu celular havia sumido mas a carteira ainda estava em seu bolso.

Cansado e com dor ele chegou até em casa, Pedro e Estela ao verem o estado de Paulo ficaram com muito medo mas aliviados, quando Paulo ligou dizendo que estava chegando em casa em no máximo dois dias.

Ele não soube mais nada do que houve com o presidente e Simon, mas esperava que tudo ficasse bem, ao chegar em casa se surpreendeu pois o módulo havia sido levado, Pedro disse que os homens do presidente em pessoa vieram buscar a mando dele.

Então é isso estava tudo acabado aquele homem horrível iria fazer o que planejou com ou sem ele como disse.

Paulo convenceu sua família a ir embora dali o mais rápido possível, se mudaram para uma enorme Fazenda com milhares de quilômetros, ali ele começou a construir um tipo de mini cidade para proteger sua família e filha de tudo.

Um ano depois que isso aconteceu, nada mudará no mundo, então Paulo decidiu continuar a obra ali na fazenda mais voltou para a antiga casa da família, recomeçaram suas vidas normalmente, até que uma semana antes da filha fazer três anos souberam de notícias, a presidência convocou todos os líderes partidários do mundo para uma convenção, onde seria informada uma descoberta que mudaria o mundo, Paulo sempre desconfiara que o silêncio de Simon não significava coisa boa, ele devia estar aprendendo como usar o módulo ou testando meios mais eficientes de usá-lo.

Começaram a aparecer notícias de cientistas mortos, ou desaparecidos, de familiares sequestrados, então Paulo entendeu, eles estavam forçando os cientistas a trabalharem para ele, os que não colaborassem tinham suas famílias levadas ou eram mortos para servi de exemplo.

As coisas foram piorando, as cidades foram tomadas por soldados vestindo roupas amarelas, em cada esquina havia um deles, eles pareciam cruéis, sem emoção alguma, Paulo entendeu que era isso que eles estavam fazendo, criando soldados incapazes de errar ou dizer não.

A dor que ele sentou ao ver seu projeto, que devia ser para uma coisa boa, ser usado dessa forma, era uma dor profunda. Já não imaginava nada pior que aquilo até o dia que tudo piorou, aqueles soldados cercaram a casa dele e ele se viu encurralado, Paulo fugiu de casa deixando Estela e Marissa com seu pai, ninguém entraria na casa enquanto o sistema de segurança estivesse ativo, fingindo não saber de nada ele atraiu aqueles homens dali, para que Pedro pudesse ativar a proteção da casa que haviam criado, ela sumiria dali como mágica, ainda estaria lá imperceptível, quando Pedro desse a ordem ela se juntaria ao resto da casa que estava sendo construída na fazenda.

O plano deu certo, então Paulo deu um jeito de voltar, mas de modo algum poria sua família em risco, então forjou sua morte e a de outros que queriam escapar do chamado governo amarelo.

A maior dor que ele e Estela sentiram foi a de deixar sua filha, mas ela era a chave de desligar a máquina, só ela é mais ninguém poderia fazer isso, Paulo esperava que não chegasse a tanto, afinal ela era só uma criança, então ele é os outros trabalhariam dia após dia para impedir o que Simon iria fazer, não importava o quanto ele tivesse que trabalhar, aquilo começou com ele então ele tem que terminar.

Mas os anos foram passando rapidamente e a medida que as coisas aconteciam Paulo se sentia pior, Ver Estela sofrendo era muito r**m, ela sentia falta da filha e ele não sabia como compensar a dor dela, se é que era possível, ilhados literalmente eles passavam seus dias planejando e trabalhando, mas sem chegar a solução nenhuma, até que quase dez anos depois de estarem ali, foram encontrados por soldados e levados para uma base de aí tá segurança, presos em selas minúsculas e escuras, vendo que não conseguiriam mantê-los separados e colaborando, os mantiveram juntos e trancafiados, torturando-os sem pena.