Chi parla prima, muore dopo

1091 Words
Rocco DeLuca — Figlio di puttana! ( Filho da p**a!)— eu explodi em italiano, enquanto corríamos pela rodovia. — Como deixaram isso acontecer? Quem estava de guarda? Quero nomes! Vittorio estava no volante, mas também estava furioso, mas sua raiva era contida, fria. Ele não precisava gritar para demonstrar o perigo que representava. Ele sempre foi o mais cauteloso de nós, — Já estamos chegando no pier, Roc. — Ele respondeu pisando fundo no acelerador. — Mande Giancarlo trazer a Dany. —falei, sem desviar o olhar da estrada, dirigindo-me ao meu tio, Giovanni, que estava no banco de trás. Giancarlo, o nosso "Açougueiro", era quem cuidava das situações que exigiam um toque mais... sangrento. Ele não tinha problemas em fazer o que fosse necessário para manter a ordem e sempre fora leal a nossa família e organização. E a Dany, bem… era como ele chamava seu martelo e, ele tinha uma maneira única de conseguir informações. Ambos eram armas letais à sua maneira. Alisei as minhas têmporas. Vittorio franziu a testa com um sorriso sádico se formando em seus lábios, — Acha que será necessário? — Ele perguntou e eu assenti. — Sempre chegue preparado aos locais, querido primo. — Eu falei. Ele soltou uma risada seca, sem tirar os olhos da estrada. Tio Giovanni já estava no telefone, transmitindo as instruções com calma para Giancarlo. Ele sabia tão bem quanto eu que quando as coisas chegavam a esse ponto, não podíamos nos dar ao luxo de mostrar misericórdia ou então perdemos nossa soberania. Precisávamos de respostas e precisávamos delas rápido. No Pier A noite estava pesada quando chegamos à marina o cheiro salgado do mar misturado com o óleo dos barcos, e o eco distante de outras cargas sendo retiradas. Chegamos ao pier, onde a carga deveria ter sido entregue aos meus homens. O local estava vazio, como se ninguém nunca tivesse estado ali antes. Mas eu sabia melhor que ninguém que uma carga de armas como aquela não sumiria como pólvora no vento. Nós começamos a vasculhar o local, mantive minha arma empunhada e engatilhada para qualquer eventualidade. Dois dos homens que estavam de guarda foram trazidos até nós, amarrados e apavorados. Eles sabiam o que vinha a seguir, e o medo nos olhos deles só me irritava mais. — Onde pensam que estão indo crianças? — eu perguntei quando eles largaram suas ferramentas e se viraram para correr. — Vamos lá, crianças. Onde está a minha carga?— eu perguntei, a voz baixa, perigosa. Mas o silêncio deles foi a resposta que recebi. — Não precisamos fazer isso,— Um deles, mais desesperado, tentou se justificar, a voz trêmula — Alguém nos pegou de surpresa, não tivemos chance. Havia duas pessoas que ainda estavam no local, tentando limpar o rastro do crime. Me aproximei de um dos funcionários, um desgraçado que tremia mais do que um rato encurralado. — Você sabe quem eu sou?— Perguntei, minha voz saindo baixa e letal. Ele assentiu freneticamente, os olhos arregalados. — S-sim S-Signore DeLuca, eu juro que não sei de nada! — Non mi piace essere preso per un i****a,— Eu murmurei, me aproximando, a raiva me consumiu, mas eu gostava de dizer que havia lhes dado uma chance. — Alguém roubou a minha carga, e você vai me dizer quem foi. Quando ele não respondeu imediatamente, meu punho encontrou seu estômago com força, fazendo-o se dobrar ao meio. — Vittorio, o outro é seu. — ordenei, sem tirar os olhos do maldito à minha frente. Vittorio se aproximou do outro funcionário, que também começava a mostrar sinais de desespero. O homem começou a tremer ainda mais, os olhos desesperados procurando uma saída que ele sabia que não existia. O tempo parecia se alongar, a dor e o desespero do primeiro rapaz enchendo o ar com gritos estrangulados. Giovanni se juntou a mim, segurando o homem pela gola da camisa. — O que você sabe?— Ele rosnou, a ponta da faca já pressionada contra a pele do desgraçado. Os filetes de sangue escorrendo devagar pela prata brilhante. — Por favor, eu não sei de nada... — ele murmurou engolindo a saliva ensanguentada, — eles só nos pagaram para desaparecer com os rastros, mas não disseram quem eram! — Vocês tiveram uma chance,— eu retruquei, a paciência se esgotando. — E desperdiçaram. Agora, vão nos contar tudo o que sabem, ou faremos questão de cada palavra ser arrancada à força. O homem tremeu e tentou fugir do aperto de Giovanni, mas deu de cara com Giancarlo e Dany e bem… As coisas ficaram feias para ele. O som do martelo encontrando a carne foi acompanhado por um grito gutural, mas eu nem pisquei. Sabia que o que restava dele agora era apenas carne ensanguentada e ossos quebrados, e com isso, mais algumas palavras forçadas sairiam de seus lábios. — E-eu… E-ele… — Chi parla prima, muore dopo. — eu murmurei, repetindo a velha regra. Quem falar primeiro, morre depois. Uma promessa de dor prolongada, mas também de alívio, eventualmente o último teria uma morte rápida. E então o homem desmaiou. Houve uma risada. Estranha e maníaca que me chamou a atenção. — Você acha que isso é uma piada?— Vittorio acrescentou, aproximando do homem que até então estava apenas observando. Por algum motivo ele sorria estupidamente. Ele pegou uma barra de ferro que estava jogada no chão, girando-a nas mãos, quase casualmente, como se estivesse pensando em qual parte do corpo quebrar primeiro. A barra de ferro de Vittorio fez o primeiro contato, um estalo seco que ecoou pelo pier, seguido de um grito de dor. Mas a resposta que eu esperava ainda não veio, apenas mais desculpas, mais súplicas. p***a, como eu odiava covardes. Ele falou, claro que falou. No fim, todos falam. Contou sobre um grupo que apareceu do nada, profissionais que sabiam exatamente o que estavam fazendo e buscando. Mas não tinham nomes, apenas descrições vagas. Aquilo só me enfureceu mais, mas pelo menos agora tínhamos uma direção. — Arraste os dois daqui, Gin! — eu ordenei,— Vão servir de exemplo para qualquer um que pense em trair a nossa confiança. Enquanto os homens levavam os dois desgraçados embora, Vittorio se aproximou de mim. — Precisamos recuperar nossa carga, rápido. Eu sabia que ele estava certo. E enquanto olhava para o horizonte, o brilho das luzes da cidade refletido nas águas escuras, jurei que quem quer que tivesse ousado roubar de mim pagaria com sangue. Agora era uma questão de tempo.
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