Depois do fim de semana animado no sítio dos avôs era chegada a hora de voltar para a rotina da semana.
Violeta não via a hora de encontrar os novos amigos, ela havia trazido presentes do sítio para eles.
No horário do recreio como foi na última semana Violeta, Benjamin e Belinda encontraram-se atrás da escola, já havia se tornado o lugar favorito dos três.
"Belinda, você já está no sexto ano, mas espero que ainda goste disso." Violeta entregou uma sacola colorida, onde tinha uma boneca de pano, linda, feita pela avó de Vi.
Ao abrir os olhos da menina, se encheram de lágrimas, emocionada.
"A minha mãe disse que a sua primeira boneca foi uma amiga que deu para ela, que guarda a boneca até hoje, ela disse que mesmo a amiga ido embora da cidade onde moravam, elas ainda se comunicaram por anos, perdeu o contacto da amiga, quando precisou mudar as pressas, mas ainda tem a boneca. Você pode ter certeza vou guardar sempre essa boneca. Obrigada Violeta."
As duas meninas abraçaram-se emocionadas.
"Eu não ganho nada não?" Benjamin questionou vendo que Violeta ainda carregava um pacote.
"Esse é para você, nada tecnológico, mas muito divertido."
Era um caminhãozinho feito de madeira, construido pelo avô de Violeta.
Eles passaram o recreio com os novos brinquedos.
Durante a semana eles ficaram ainda mais apegados.
Quando Violeta percebeu que eles já confiavam mais nela, foi apresentando novos amigos, claro que os primeiros foram Gustavo e Júlia.
A diretora observava que os irmãos com a ajuda de Violeta iam se adaptando a escola.
Na sexta-feira Violeta convidou os irmãos para irem a sua casa.
"Não podemos, nossa mãe nunca iria deixar." Belinda respondeu cheta@da.
"E se eu for na casa de vocês?"
"Você iria? Seu deixa.?"
"Vamos combinar assim, vocês me passam o endereço de vocês, apareço lá amanhã a tarde. O meu pai vai para o futebol, e deixa-me lá."
"Não vai dar certo a nossa mãe vai pirar se ver um homem na porta da nossa casa." Benjamin já estava triste.
"Vou pedir para ele me deixar na esquina, ela não vai ver ele."
"Combinado." Os irmãos falaram juntos.
No sábado a tarde Violeta disse ao pai que ficaria na casa de uma amiga que morava perto do campinho, ele concordou, pedindo o endereço.
As três da tarde Heitor foi jogar bola, levou Violeta, do campinho ela caminhou duas quadras, como era no mesmo bairro da escola, Heitor deixou que ela fosse sozinha, pois conhecia todos da vizinhaça.
Quando chegou no endereço, percebeu que a casa era menor que a sua, mas muito bonita, com um jardim lindo na frente, ela tocou a campinha e esperou.
"Violeta!" Benjamin viu a amiga no portão, e saiu correndo para recebe-la.
Porém, antes de atravessar o jardim, escutou a sua mãe.
"Benjamin, onde você pensa que vai, já disse para não ir à rua sozinho, volte aqui."
A mãe do menino falou nervosa, sem perceber que tinha uma criança no portão.
"Mãe minha amiga Violeta veio brincar comigo e a Belinda." O menino falou, já com voz de choro.
Ela levantou a cabeça, vendo uma menina de uns seis ou sete anos, parada no portão, a menina estava com um sorriso lindo, mas o que chamou a atenção foi os cabelos ruivos, que estavam amarrados, por um minuto ela achou que via uma miragem, talvez fosse o sol, ela ficou olhando para a menina.
"Oi tia, combinamos de brincar hoje, a minha família deixou, trouxeram-me aqui perto e voltam às cinco horas buscar-me, prometo não fazer bagunça."
Não queria os seus filhos interagindo com ninguém, mas ali era apenas uma criança, que lhe trazia uma lembrança boa.
"Benjamin abra o portão para a sua amiga."
O menino nem acreditou, abraçou a mãe depois saiu correndo abriu o portão.
Belinda que estava no quarto, apareceu, ainda com medo da sua mãe brigar, pois eles haviam convidado Violeta sem avisa-la.
"Mãe essa é a Violeta, ela que deu a boneca e o carrinho, que os avôs dela fizeram."
"Boa tarde Violeta! Seja bem-vinda! Sou a Barbara, mãe desinformada desses dois."
"Prazer em conhece-la tia Barbara, obrigada por me receber em sua casa."
"Obrigada a você por vir, e também pelos presentes que deu a meus filhos, agora entre."
"Vi que bom que você veio." Belinda abraçou a amiga.
Como a mãe estava simpática aceitando a situação, Belinda resolveu abusar um pouco, ela não era assim, mas perto de Violeta sentia uma coragem extra.
"Mãe falei para Violeta que já sei cozinhar, que até sei fazer bolo, podemos fazer um bolo e ensinar a Vi?"
Barbara achou estranho a filha, que sempre foi tímida, estar toda falante e alegre, ela gostou disso.
"Tudo bem, vou supervisionar esse bolo."
A tarde foi muito animada com as crianças 'ajudando' a fazer o bolo.
Enquanto o bolo assava, brincaram, com Barbara participando de tudo.
Barbara não lembrava com havia sido a última vez que tinha se divertido tanto, e ver os seus filhos alegres com a coleguinha era gratificante.
Quanto mais ela olhava para a menina ruiva, mais sentia que conhecia de algum lugar, os cabelos, os olhos.
Violeta amou passar a tarde na casa dos amigos, na saída Barbara fez um potinho com bolo para a menina levar a família.
Como combinado ela voltou para o campinho no horário marcado.
Heitor quando viu a filha chegando com o potinho achou graça.
"O que é isso? Foi buscar comida?"
"Na verdade, eu fiz comida, claro que com ajuda, mas acredito que vou conseguir fazer sozinha em casa, com sua ajuda."
"Deixa eu experimentar, esse bolo."
Era um bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro, o pai experimentou.
"Nossa, que delicia. A mãe da sua coleguinha está de parabéns, os pais deles deve viver na academia com a esposa cozinhando assim"
"Pois é."
Violeta não gostava de mentir para seu pai, mas se ele quisesse conhecer a família dos amigos, iria ficar difícil para eles.
Ela sabia que em algum momento teria que revelar a verdade aos pais, mas por enquanto ela iria tentar conquistar a mãe dos amigos, para que quando ela soubesse que tinha apenas pai, não afastasse os seus amigos dela.