Capítulo 3

826 Words
Não sei cozinhar, costumo pedir delivery ou comer fora, então minha geladeira está sempre vazia. Meu estômago ronca em protesto, depois da conversa difícil com minha mãe, tudo que quero é comer. Enfio a primeira roupa que vejo é desço até uma lanchonete charmosa que fica próxima de casa. Vejo Melissa sentada ali e fico com raiva. Ela deve ter feito isso de propósito. Deve ter me seguido. — Damon— ela me cumprimenta. A sensação é tão estranha e absorta que não falo nada, apenas sento ao seu lado. Pedimos nossa comida, esperamos em silêncio e começamos a comer assim que é servida. — Então ... conte-me sobre os últimos 4 anos. — preciso saber. — Eu mudei de área e... — ela começa, mas eu a interrompo. — Me desculpe, eu quis dizer que queria saber sobre Leo.— Ela parece desapontada por um segundo, mas se esquiva. — Oh, sim, claro ... Ele é uma criança adorável, meu pai me ajuda muito na criação dele e... Era o pai que eu podia oferecer, o meu! — Isso é injusto Melissa. — Aposto que ela sempre vai me lembrar daquele dia. — Não, realmente não é. Eu estava extasiada de paixão e quando me vi grávida achei que éramos as pessoas mais felizes do mundo, mas não, você me enfiou num ônibus com grana para tirar a criança e sumir. Eu pensei em voltar e te falar, mas quase o perdi no final da gestação, para mim era um sinal claro do destino. Você não me amava e você não me queria, eu tinha de seguir meu caminho. — Eu amava você. — Ainda assim me tratou como uma interesseira. — Você estava vivendo um conto de fadas naquela época, o que você queria de mim? Você esperava que eu te pedisse em casamento? Melissa fazia menos de dois meses que estávamos juntos, você disse que usava pílula... — O antibiótico que tomei por causa da minha garganta inflamada depois de irmos à Aspen e transarmos na neve cortou o efeito — Ela sussurra novamente, e está lutando contra as lágrimas com mais força desta vez. — Eu sinto muito, Melissa olha, desculpe, ok, e eu não espero que Leo me chame de papai tão cedo, mas eu quero ser o pai dele. — Por quanto tempo? — Que tipo de pergunta é essa?— ela olha as batatas. — Nós não moramos aqui, Damon, e quando voltarmos para o Texas? — Não pensei nisso, não quero que ela se mude. Eu não posso perdê-los novamente. Se for preciso, posso comprar uma casa para eles. — Eu realmente espero que você considere se mudar para Seattle, mas se não, irei visitá-los sempre que puder. — Eu vou passar todos os fins de semana no Texas se essa for a única maneira de vê-los. Estou falando sério sobre isso. — Eu não acho que isso seja uma boa ideia, Damon.— Ela diz, baixinho. — Eu cometi um erro Melissa, Leo não deveria ser punido por meu erro. — Ela pode me odiar o quanto quiser, mas não desconta no Leo. — Eu não estou punindo ele.— Ela diz defensivamente. — Você está, você o está mantendo longe do pai. — Sim, o pai que não o queria — ela suspira — não faça de conta que eu fugi com seu filho. — Pare! Sei que não há nada que eu possa fazer ou dizer que possa compensar isso, mas estou tentando. — Ok, digamos que eu diga que está tudo bem, e você pode se tornar uma parte da vida dele, e se você for embora? E se ele se apegar a você e saber que você é o pai dele e então você desaparecer? — Ele é meu herdeiro, meu sangue, jamais viraria as costas pra ele. — Ok.— Ela sussurra, tão baixo que eu não tenho certeza se ela disse isso, ou se foi uma ilusão. — Ok?— Ela me dá um pequeno sorriso e acena com a cabeça. — Venha, vamos até seu herdeiro. Jogo duas notas de cem dólares na mesa e vamos embora sem ter comido praticamente nada. Melissa me mostra onde ela estacionou o carro e diz que pode me dar uma carona. Quando vejo o carro dela, realmente não tenho palavras. O carro é mais velho que eu e está caindo aos pedaços. — Isso é uma carroça. — Minha carroça — ela abre a porta para mim. Vamos em silêncio para o modesto apartamento dela. O menino está na sala ao lado do avô que levanta e sai assim que me vê. O braço enfaixado colocado numa tipoia que faz ele parecer ainda menor. Eu travo, como nunca antes, não consigo dizer a ele que na verdade somos mais que desconhecidos. Ajudei a colocar Leo pra dormir e pedi um táxi, tudo que eu abominara outrora eu desejava agora, uma família com Melissa.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD