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Manuela Narrando :.
Um ano e sete meses depois: Minha vida estava começando a se estabilizar. Eu estava grávida... de sete meses e três semanas. Era uma menina; Larissa. A Bruna e o Cadu estavam enormes, ambos já andavam. A Bruna já falava bastantes palavras, agora o Cadu era preguiçoso que só, falava poucas coisas. A Bruna é grudada no Phellype e o Cadu em mim. Dizem que é porque eu to esperando uma menina, por isso que o Cadu que é do sexo oposto está próximo e a Bruna, que e do mesmo sexo, fica afastada, mas isso é só coisa da cabeça dos outros. O Phellype conseguiu passar na prova e ele já esta empregado como: Delegado. Quem diria, né? Sai de bandido, para delegado - risos -. Minha mãe continua morando com o meu pai no Morro Santo Amaro, meu pai pretende sair de lá, mas não por enquanto. Meu irmão já vai fazer três anos, óbvio que faltam alguns meses, mas já vai fazer u_u. A Aline e Renato não querem ter filhos, querem adotar. Duda e o G1 estão juntos, até onde eu sei. Eu e ela não nos falamos mais como antigamente. Continuamos amigas, mas a amizade não é a mesma, eu quase nunca a vejo, e isso me dói porque eu amo a Duda, ela é minha melhor amiga, mas eu odeio o jeito que ela se afastou de mim. O G1 também esta distante. O TK eu basicamente não tenho notícias. Ele nunca escreveu nada pra mim, ou se quer mandou a Duda ou o G1 me dizerem algo, e no fundo isso dói, porque eu queria pelo menos a amizade dele.
Era um dia nublado e eu não tinha absolutamente para fazer, estava sozinha em casa, em pleno meio-dia de domingo. Eu havia tomado banho e estava terminando de me vestir quando ouvi a campainha tocar. Eu fui abrir a porta. Quando eu abri era a Duda
— Amiga, quanto tempo — comentei feliz — Entra!
— Eu só vim te dar um recado e te pedir um favor — ela disse breve — Mas também sinto sua falta — sorriu
— Tá, mas fala... qual recado?
— Hoje é dia de visitas na penitenciária, e o TK queria te ver... — interrompi ela dizendo apressada
— Eu vou — eu disse decidida
— me olhou surpresa — Tem certeza? — perguntou incrédula
— Absoluta. Eu tenho muita coisa pra conversar com ele.
— Amiga, só não faz ele sofrer mais do que esta sofrendo, ele esta super diferente, tá abatido e chega estar mais humano — disse com uma pitada de sarcasmo a palavra “humano”
— sorri — Amiga, eu tenho que conversar com ele.
— Então vai rápido, antes que o horário de visita acabe!
— Você me espera?
— Aham
Eu fui correndo pro quarto, e peguei uma bolsa, eu já havia acabado de tomar banho mesmo e a minha roupa estava boa. Eu deixei um bilhete pro Phellype, caso ele voltasse mais cedo; “Sai com a Duda”. E fui para a sala.
— Vamos?
— Bem... você quem vai. Eu vou para casa.
— Perai, você não vai me levar?
— O G1 vai te levar.
— Ah tá... — sorri de lado — Meu Deus! — disse com a mão na testa
— O que foi?
— Eu tenho que ligar pra Thaissa, do primeiro andar, pra ver se ela pode ficar com a Bruna e o Cadu.
Eu disse pegando o celular e rapidamente procurando o número dela na minha agenda. Eu achei e automaticamente liguei pra ela. Ela atendeu logo no segundo toque.
— Alô, Thaissa?
— Sim, Tia Manu?
— Eu mesma — sorri — Thaissa, tem como você vim pro meu apartamento correndo ficar com a Bruna e o Cadu, até a noitinha?
— Têm sim, vou só trocar de blusa e eu pego o elevador, num instantinho eu chego ai
— Ok, obrigada!
— De nada —
Eu desliguei o telefone com um alívio, era um peso a menos.
— Pronto, a menina já esta chegando
Enquanto a guria não chegava eu aproveitei pra dar uma olhada neles, que dormiam, cada um em seu devido quarto. Eu voltei para a sala pois havia escutado o barulho da campainha, provavelmente seria a Thaissa. Eu abri a porta e ela entrou.
— Thaissa, eles estão dormindo a mais ou menos uma hora, então daqui a umas meia hora, você acorda eles, dá comida e tals, ok?
— Tudo bem, boa saída.
— Ah, obrigada — sorri
Eu chamei a Duda com a mão, e nos saímos de casa. Fomos pro elevador.Dentro do elevador eu resolvi acabar com o silêncio
— Ele tá no Bangu 1, né?
— Aham
— Nossa, muito longe daqui — disse torcendo o nariz
— Lembre-se, você vai de carro — ela disse com um baixo sarcasmo
Chegamos ao térreo e fomos direto para o estacionamento, onde se encontrava o carro que o G1, atualmente, estava. Eu entrei no carro, na parte de trás, e a Duda foi na frente, acompanhando o G1.
— E ai Manu, quanto tempo — ele disse sorrindo e me olhando pelo retrovisor
— Pois é, vocês somem, desaparecem, não querem mais saber de mim — por fim eu disse
Eles ficaram em silêncio. O G1 começou a dirigir. Passando-se alguns metros eu percebi que ele parou na Niemeyer, enfrente ao Vidigal.
— Tchau amor — selou ele — Tchau Manu — acenou pra mim e saiu do carro.
O G1 arrancou com o carro
— Quando a Duda falou que não ia lá, ela falou sério mesmo.
— Ela passou a vez pra você — o G1 disse e sorriu
— G1, eu posso te fazer uma pergunta?
— Manda aê, pô.
— Porque você se afastou de mim, aliás, não só você como a Duda?
— Manu, você sabe que em pouco tempo eu vou voltar a ser o que eu era antes né?
— Já imaginava — disse sincera
— Então, e o teu quase marido, é Delegado. Tu acha mesmo que vai ser bom pra ele, e que ele vai querer tu continue sendo amiga de mim?
— G1, ele não manda em mim.
— Eu sei. Só to dizendo que isso vai te trazer dor de cabeça e eu to de aliviando disso.
Eu fiquei em silêncio, porque uma coisa ele disse certo, com o Phellype delegado, e eu melhor amiga de um bandido, é basicamente pedir pra começar a terceira guerra mundial dentro da minha casa. O caminho foi longo até o presídio. Quando chegamos, eu sai do carro e olhei tudo em volta. Era um muro alto, cercado de arame farpado, com um portão tão alto quanto o muro, e havia duas cabines no alto no muro, várias câmeras de segurança e alguns seguranças. Aquilo literalmente não era lugar pra mim.