Ainda era cedo, por volta das oito horas da manhã, decidi me arrumar para encontrar Logan, se ele soubesse o que eu estava passando com essas pessoas não me deixaria ficar aqui nem mais um minuto. Me arrumei, soltei meus cabelos loiro ondulado, passei uma maquiagem leve que realçava meus olhos azuis e coloquei um vestido de verão solto e um par de sandálias. Eu estava me sentindo bonita e bem, a muito tempo não me sentia assim, eu tinha uma figura humilde nesse momento e com toda certeza Logan falaria sobre isso.
SMS: Becca, me encontro no Village, estarei no restaurante lhe esperando para um brunch.
Desci as escadas com a chave do meu carro nas mãos e fui em direção a porta do escritório de Elliot, pensei que ele poderia estar esperando para conhecer Logan e iria dispensa-lo, explicaria que ele pediu para encontrá-lo no hotel e se meu irmão quisesse conhecê-lo o traria aqui mais tarde. Logan não queria conhecê-lo, eu sabia disso, depois do telefonema ele deveria estar com raiva de Elliot e eu não queria que isso se intensificasse, fiquei aliviada quando ele me pediu para encontrá-lo no restaurante do hotel. Enquanto eu ia em direção ao escritório Ninguém me parou ou perguntou onde eu iria, me repreendeu ou tudo mais o que já estavam acostumados a fazer, o que era estranho tendo em vista que Rose sempre me repreendia por estar abusando do dinheiro do seu filho quando saía e dizia que estava pedindo dinheiro quando ia a seu escritório. Ela é Leonor pareciam me olhar expectante esperando que eu abrisse a porta do escritório.
Quando abri a porta me deparei com uma cena que fez meu mundo inteiro desabar! Elliot estava beijando Amanda Smith, melhor amiga de Leonor e filha de uma família conhecida e tradicional da cidade. Elliot não parecia rejeita-la, os dois pareciam íntimos, dentro de nossa casa, a casa que construímos juntos, eu estava parada, petrificada. Amanda estava montada em suas coxas agarrando seu pescoço.
- Elliot! - Foi Liandra quem gritou aparecendo atrás de mim, não a vi chegando, ele olhou para ela assustado.
- O que você está fazendo?! - Ela continuou gritando com ele que nem mesmo fez menção em querer se explicar, simplesmente ergueu a sobrancelhas para ela e lhe deu um olhar frio, como se ela estivesse errada em entrar em seu escritório, como se eu não existisse, como se eu não estivesse ali.
Eu sabia que Elliot não me amava mais, sabia que ele não me respeitava mais! Eu estava sendo constantemente humilhada e maltratada nessa casa a troco de que? Ele permitia que todos me desrespeitassem e fizessem chacota de mim, me humilhassem, e agora me traia em nossa própria casa, enquanto eu estava nela!
- Eu quero o divórcio! - Foi a única coisa que consegui dizer, pude ver o espanto no rosto dele e de Liandra. Lágrimas brotaram em meus olhos mas eu as contive, não o deixaria me humilhar ainda mais.
- E você vai para onde? Foi só seu irmão aparecer que você encontrou um salvador? - Elliot disse furioso. - Se quiser ir, vá! - Ele terminou.
- E não volte, não lhe receberemos de volta. - Rosemary disse erguendo o queixo, ele então se levantou, passou por nós e saiu de casa.
Voltei para meu quarto, peguei meus pertences pessoais, o restante deixei para trás. Cheguei na vida de Elliot somente com meus documentos e era assim que sairia dela.
- Não se atreva a tentar tirar um centavo do meu filho! - Rosemary gritava enquanto eu descia as escadas.
- Você pensa o que? Que seu filho tem muito dinheiro? Você já parou para pensar o motivo dele trabalhar tanto? É para sustentar você e suas futilidades! Quando eu conheci Elliot ele não era ninguém, não tinha nada e mesmo assim estive ao lado dele, eu o apoiei e o ajudei em cada momento, eu estive ao lado dele enquanto ele erguia cada alicerce daquela empresa, e não foi por fortuna pois ele não tinha um centavo e nem mesmo garantia que daria certo, eu me privei de certos luxos e até neguei minha família por amor a ele, fui fiel a ele. Se eu estivesse atrás de dinheiro não seria com seu filho que eu iria ficar pois dinheiro na época que nós começamos era o que ele menos tinha! Eu aturei você me maltratando pois eu o amava, eu atirei seus insultos, suas humilhações e seu jeito a*******e por ele, mas eu nunca percebi que ele não me amava. Se ele me amasse não deixaria uma megera frívola e vazia como você me tratar dessa forma, mas a verdade é que tendo você come referência ele nem mesmo deve saber o que é amor. Eu não preciso de um centavo do dinheiro de seu filho, faça bom proveito, espero que você encontre no futuro alguém igual ou pior que você para conviver. - Terminei de dizer isso e sai, Leonor e Rosemary ficaram petrificadas no mesmo lugar, Liandra apenas me seguiu, quando chegamos fora ela me abraçou.
- Não vou te pedir para ficar pois sei que meu irmão não te merece! Ele vai se arrepender muito Rebecca, espero que você seja muito feliz, você merece, se precisar de algo pode contar comigo, aqui, pegue! - Ela me entregou um envelope com algum dinheiro.
- Lia! Eu não preciso, juro que não preciso do dinheiro e nem de nada de seu irmão, eu estive com ele por amor não por dinheiro. Você pode sempre contar comigo, você foi a única pessoa boa para mim nesse lugar, estarei sempre aqui por você. - Nos abraçamos, meu táxi chegou e parti, chorei descontroladamente, o taxista estava assustado mas não disse nada, apenas me passou uma caixa de lenços de papel.
Deixei minha família, meus amigos, minha carreira por alguém que não me respeitava ou valorizava. Eu estava desolada, envergonhada, como diria isso ao meu irmão? Ele iria querer m***r Elliot. Minha família me aceitaria de volta?