Não quero nada que é seu!

1172 Words
Elliot narrando - Fui procurar minha irmã para lhe dizer que iríamos até a delegacia, prestaria queixa do desaparecimento de Rebecca. Quando entrei ouvi uma voz familiar, pude ver Rebecca pela tela do celular mas ela imediatamente o desligou. - Era Rebecca Lia? - Perguntei exasperado. - Sim, ela está bem. - Lia disse colocando o celular em seu criado mudo. - Ela me ligou, disse que voltou para casa, que seu pai não estava com raiva e que ela estava bem. - E você acreditou no que ela disse? Então porque ela não atende minhas ligações. - Eu não acreditava, Becca me amava ela poderia estar com raiva mas voltaria para mim como sempre. - Eles podem estar ameaçando ela para dizer isso. Lia franziu a testa e parou por um tempo, antes de olhar diretamente para mim. - Por qual motivo você pensa assim Elliot? Porque ela não voltou correndo para você? Já parou para pensar que ela se cansou de ser tratada como lixo por você, nossa mãe e nossa irmã? Você nunca a defendeu e a tratava como invisível, ela deixou a família para trás pra estar ao seu lado, ela te amava Elliot não era seu brinquedo. - Lia disse se levantando e me encarando olho a olho. - Eu senti sinceridade em seu olhar, você já pensou por qual motivo nunca se interessou em descobrir sobre sua origem? Talvez ela não fosse tão importante assim para você Elliot! A família de Becca a recebeu de volta pois a amam, deixe ela em paz, você já a machucou o suficiente. - Lia me empurrou para fora de seu quarto, liguei para Rebecca mas ela não me atendeu. SMS: Elliot meus advogados cuidarão de nosso divórcio, eu não quero nada que é seu! Temos um contrato de núpcias que diz que nossos patrimônios não se confundiriam e assim permanecerá. Cheguei em sua casa sem nada e não levarei nada embora. SMS: Rebecca vamos conversar! Somos casados, você precisa me ouvir. SMS: Lembrou disso somente agora? Somos casados a dois anos mas parece que só agora você percebeu. SMS: Me mande sua localização, eu vou até você. Ela ignorou minha última mensagem, parou de me responder, tentei ligar novamente. “ O número que você ligou está desligado ou fora de área “ Droga Rebecca! Dei um soco na porta do escritório, eu assinaria esse divórcio apenas se ela me pedisse pessoalmente olhando em meus olhos. Rebecca narrando - A noite logo caiu, eu estava cheia do café da tarde mas mamãe ainda assim me fez jantar, desse jeito eu engordaria igual a um porco em pouco tempo. - Becca, vamos ao meu escritório! - Papai me chamou, o segui. Assim que entrei Logan estava sentado no sofá e papai sentava na cadeira, sentei-me na poltrona ao lado de Logan. - Rebecca, entreguei seus documentos aos nossos advogados, esse divórcio será rápido! Vocês tem contrato de núpcias onde ele não tem direito a nada que é seu, então é só assinar os papéis. - Ele disse entregando os papéis para Logan que os colocou em minha frente junto a uma caneta. Olhei para a pilha de papéis a minha frente e tinha sentimentos confusos, lágrimas queriam cair de meus olhos mas eu engoli o choro e as impedi de sair. - Tudo bem se você precisar de mais tempo. - Logan disse vendo meus olhos marejados, me lembrei da cena que vi mais cedo e de como Elliot me tratava no último ano, respirei fundo e assinei o papel. Papai veio e me abraçou forte. - Vai ficar tudo bem filha. - Ele disse plantando um beijo em minha cabeça. - Eu sei papai! - Falei suspirando. Voltei para meu quarto e a noite foi um martírio, quase não consegui dormir, meu estômago doía de ansiedade, minha cabeça doía, eu havia desacostumado a ter uma cama tão grande e macia, Elliot preferia um colchão mais duro. Peguei-me pensando nele novamente e resolvi que faria um esforço para falar ou pensar nele o menos possível. Pela manhã liguei meu telefone e haviam várias chamadas perdidas, se passavam das oito e eu nunca dormia depois das seis e meia pois era quando Elliot costumava sair para correr, já é um avanço conseguir mudar essa rotina que criei em volta de seus horários. Desci para tomar café papai e Logan não estavam mais. Meu telefone tocou, o nome de Liandra apareceu na tela e eu o atendi, era uma chamada de vídeo. - Lia! - Chamei assim que a ligação foi completada. - Porque você não me atende? - Era Elliot quem estava no telefone, eu estava prestes a desligar. - Rebecca, me passe sua localização! Vamos conversar eu preciso falar com você. - Elliot eu não tenho nada para conversar com você! - Retruquei para ele em tom áspero, estava tentando conter minhas emoções. - Tudo bem Rebecca, eu estou tentando te explicar mas já que você não quer ouvir não há nada que eu possa fazer! Não se arrependa de suas escolhas depois. - A única coisa que me arrependo foi ter escolhido ficar com você. - Eu falei e ele encerrou a ligação, sabia que essa perseguição de Elliot não duraria muito, ele só estava descontente por ter perdido seu brinquedo, as lágrimas teimavam em cair, as limpei e continuei tomando meu café sobre o olhar das amas. Quando terminei meu café a ama veio me chamar pois Logan havia enviado para casa várias peças de roupa. - Senhorita, pode escolher as que mais gostar. - O vendedor que acompanhava a entrega disse sorrindo gentilmente. - Não iremos escolher, ficaremos com todas. - Mamãe disse entrando na sala. - Filha você precisa renovar seu guarda-roupas. - Os olhos do vendedor brilharam. Eu nunca me preocupei com o valor de nada, eu nunca soube realmente quanto custava a maioria das coisas que eu comprava ou que ganhava, mas depois de me casei com Elliot e passando algumas dificuldades, até mesmo depois que sua empresa cresceu não me atrevi a gastar seu dinheiro com futilidades, minhas roupas eram de loja de departamento e por isso as pessoas da alta sociedade tanto me desprezavam. - Mamãe, as peças aqui custam milhares de dólares. - Eu disse segurando a etiqueta de uma blusinha que custava a bagatela de quatro mil dólares, uma blusinha branca básica. - Seu pai é tão mesquinho assim que n******e lhe comprar algumas peças de roupa? O que seu marido lhe dava para vestir? - Ela gestuculou para que o vendedor saísse, acabamos ficando com todas as roupas que ele trouxe. Eram roupas de mais, mas já conseguiria repaginar meu guarda roupa. Eu estava feliz de estar de volta, mas não conseguia me sentir completamente feliz, uma parte minha ainda estava ligada a Elliot apesar de tudo o que ele havia feito, não sei se isso poderia ser chamado de amor, as vezes era apenas dependência, sai de meus devaneios e continuei arrumando meu closet, a noite seria longa.
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