Minha família!

1052 Words
Passamos as escadas, as salas privadas de casa ficavam no fundo para o lado esquerdo onde tínhamos uma linda vista para a pastagem verde e o campo, meu pai amava a natureza e fez com que nossa casa fosse envolta por ela, o terreno era enorme nunca havia conseguido percorrê-lo todo e quando eu era criança amava tentar, corria por todo esse jardim com mamãe e as amas atrás de mim, a lembrança do meu passado me fez sorrir eu era feliz de mais naquela época Assim que entramos na sala um senhor esbelto de cabelos grisalhos estava de suéter sentado em um elegante sofá folheando um jornal, enquanto uma senhora de cabelos loiros magra e alta estava a sua frente em um vestido esmeralda tomando uma xícara de chá. - Mamãe, papai. - Logan cumprimentou andando em direção a eles, fiquei parada no mesmo lugar, o medo da rejeição me dominava. Eu nunca fui medrosa mas havia passado por muitas dificuldades nos últimos anos que me tornou uma pessoa cautelosa, mesmo quando minha família ficava brava eu só me jogava em seus braços e fazia cara de triste o que normalmente funcionava, mas não seria o caso dessa vez, eu havia os deixado para me casar com uma pessoa desconhecida para eles e não nos contatamos nos últimos dois anos. Papai abaixou lentamente o jornal, mamãe ficou de pé deixando a xícara de chá na mesa de centro, ela levou a mão sobre a boca. Papai de levantou soltando um longo suspiro. - Minha filha! - Mamãe veio em minha direção correndo e me agarrou em seus braços, ali eu não suportei e desmoronei, lágrimas caiam do meu rosto e sem perceber eu estava soluçando igual uma criança. - Me perdoe mamãe, me perdoe. - Não conseguia falar nada além de pedir perdão, minha vista estava embaçada devido às lágrimas mas senti um cheiro familiar e fui tomada de minha mãe por um abraço caloroso e apertado. - Papai! - Chorei amargamente de dor e arrependimento. - Me perdoe. - tentei falar entre soluços. - Tudo bem querida, eu já te perdoei a muito tempo! Perdoe esse velho turrão, se eu estivesse ao seu lado você não teria sofrido nada disso. Está tudo bem querida, papai está aqui não chore. - Ele falava enquanto acariciava meus cabelos, estar nos braços de minha família me fazia sentir segura novamente, mas eu não estava mais feliz por isso, continuava com a sensação de tê-los abandonado por alguém que não me merecia e agora que tudo deu errado voltei como um gatinho assustado, como pude deixá-los? Me acalmei gradualmente, papai me conduziu até o sofá e me sentei, uma das amas trouxe um copo de água, o tomei em um único gole. - Você está tão magrinha Rebecca, tem se alimentado? - Mamãe disse enxugando as lágrimas em meu rosto, papai estava acariciando meus cabelos e me analisando de perto. Eu não comia direito, como poderia ter apetite com aquelas pessoas me perseguindo constantemente, Logan descruzou os braços de repente. - Ela não comeu nada hoje! Disse que tomaria café da manhã no avião mas adormeceu. - Já eram quatro da tarde, mamãe deu um olhar severo a Logan. - Não me olhe assim não posso obrigá-la. - Ele disse se sentando no sofá a nossa frente. Mamãe levantou e correu para a cozinha, eu sabia que ela faria um banquete, mamãe sempre foi meu terror em questão de alimentação, ela me tratava como um porco comilão. - Becca. - Meu pai me chamou um tanto quanto receoso, nossos olhos se encontraram e eu sabia o que ele queria me perguntar. - Eu vou me divorciar. - Disse olhando em seus olhos, ele soltou um suspiro. - Queria ter interferido antes mas tinha medo que você me odiasse. - Papai disse segurando minhas mãos. - Irei pedir aos nossos advogados que providenciem tudo, se é isso que você deseja considere feito. - Ele deu um tapinha nas costas da minha mão e se levantou. - Vá tomar um banho e se trocar, sua mãe está preparando algo para você comer antes que desmaie. - Levantei e hesitei por um instante. - Seu quarto está no mesmo lugar. - Papai completou parecendo que havia adivinhado meu receio. Subi as escadas, virei o corredor à esquerda, ultima porta do lado direito, ainda havia nela um anjo pendurado igual havia deixado no último natal que estive aqui, era um anjo de cristal que papai havia trazido da Itália eu o adorei e não quis tirar de minha porta, sorri com o pensamento de que eles o deixaram lá como eu queria que estivesse, respirei fundo e entrei em meu quarto. Esse quarto era maior do que o que dividia com Elliot e ele era alegre, tinha uma cama enorme, cores vivas nas almofadas e lençóis, um balanço pendurado no teto próximo a janela enorme que ia do chão ao teto na parede, estava tudo exatamente como deixei a dois anos atrás, o casaco sobre a cadeira, a escova de cabelo na penteadeira, dava para ver que foi limpo mas não tiraram nada do lugar. - Tudo exatamente como você deixou. - Mamãe disse se aproximando e me abraçando por trás, apoiou o queixo em meu ombro. - Costumava vir aqui para lembrar de você, quase enlouqueci nesses últimos dois anos Becca. Meu coração afundou, eu tinha pessoas que me amavam tanto aqui, e as deixei para mendigar atenção do outro lado do país. - Suas roupas ainda são as mesmas, você emagreceu talvez não te sirvam, seu irmão já providenciou algumas peças novas para você. - Ela disse suspirando, as mulheres da nossa família nunca precisavam se preocupar pois os homens estavam sempre um passo à frente. - Vá tomar um banho, preparei um lanche reforçado estamos esperando você lá em baixo. - Ela disse me empurrando em direção ao banheiro. Minhas pantufas ainda estavam no chão, no espelho ainda estava gravado de batom um coração, abri a torneira molhei a toalha e limpei o desenho. Tirei as roupa que vestia e as joguei no lixo, não queria nada que me lembrasse daquele lugar, então enchi a banheira de água e mergulhei nela, deixando que a água lavasse todas as memórias ruins que acumulei nos últimos anos.
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