Capítulo 2

2332 Words
Um Vampiro Em Minha Vida Capitulo III - Alucinações ❦ Minha boca estava seca, eu estava sem fala. Presa em seus olhos obscuros que por um momento de alucinação os vi mudar de cor. Vermelho sangue. Pisquei os olhos aturdida, céus estava enlouquecendo. Esse lugar não estava me fazendo bem. — Me solta. — sussurrei sentindo meu corpo ser empurrado de volta para o apartamento. Ele não me soltou em nenhum instante, e a porta se fechou atrás de si em um baque irritante. Engoli em seco sentindo sua respiração em meu pescoço, ele estava muito perto, invadia meu espaço pessoal sem nenhuma permissão. Minha respiração começou a falhar e eu comecei a sentir calafrios por todo corpo. — Seu cheiro é bom. — Como? — estava incrédula demais para formular uma frase concreta. Eu esperava todos os insultos e xingamentos possíveis, mas ele me surpreendeu confundindo toda a minha cabeça falando aquela frase sem cabimento. Nem me lembro de ter passado perfume para estar com o cheiro bom. Apertei os punhos sobre sua camisa preta sentindo seu peito duro e tentei empurra-lo, mas ele não se moveu um centímetro. — Pode ficar, só não invada meu espaço. — sua voz fria saiu como um sussurro em meu ouvido fazendo meus pelos se arrepiarem. — Assim como você esta invadindo o meu agora? — retruquei tentando encontrar meu ar. Suas mãos afrouxaram o aperto em minha cintura me soltando e seu corpo se afastou rapidamente. — Hn. — soltou um tipo de resmungo levando as mãos ao bolsos sem tirar os olhos de mim. — Posso saber ao menos seu nome? — perguntei cruzando os braços sustentando seu olhar. Ele ficou pensativo por alguns segundos até que resolveu me responder. — Sasuke. Uchiha Sasuke. — Hum..é então Sasuke, eu não queria atrapalhar nada e nem quero te incomodar, eu achei que teria um apartamento apenas para mim mas acabou acontecendo isso. — gesticulei as mãos rapidamente tossindo logo em seguida. Não me fez bem pegar tanta chuva em apenas 2 dias, como não tenho sorte aposto que ficarei doente. — Ouve um engano, parece que todos aqui precisam dividir os apartamentos. Mas isso não importa agora, tem comida na geladeira. — murmurou apontando para cozinha e logo se virou saindo de casa me deixando sozinha. Soltei um suspiro podendo finalmente respirar. Desci o olhar para minha mala mais a frente e olhei para o apartamento. Seria uma boa ideia? bom eu não tinha outro lugar para ir de qualquer maneira. Passei a mão pela nuca e balancei a cabeça puxando a mala de volta para o quarto. Como ele disse, é só eu não invadir seu espaço e nem ele o meu então podemos conviver bem. Bom ao menos tivemos uma conversa "normal" — Espero não me arrepender disso. Deixei a mala em qualquer canto e tirei o mapa que tinha da cidade na bolsa. Soltei um suspiro seguindo para a janela a abrindo. A chuva tinha passado e agora só havia uma garoa fina. Eu precisava encontrar um emprego, minhas economias só davam para mais um mês. Eu precisava me estabilizar, ter condições para viver nesse lugar. — Isso não vai ser fácil. Peguei minha bolsa de lado e voltei a sair do quarto pegando uma maça na cozinha antes de sair do apartamento. O tranquei e segui pelo pequeno corredor pulando os degraus da escada até chegar no primeiro andar. Passei pela recepção que estava vazia e sai do prédio enfiando as mãos no bolso de meu moletom começando a andar por aquelas ruas pouco movimentadas. Passei em várias lojas mas nenhuma precisava de funcionários, fui em algumas lanchonetes e nada. Soltei um suspiro frustrada olhando em volta e avistei uma biblioteca do outro lado da rua, tinha uma plaquinha pendurada avisando que precisavam de funcionários. Aquele emprego não me parecia render dinheiro mas como não tinha mais nada terá que ser isso mesmo. Atravessei a rua empurrando a porta de vidro entrando no grande local. Tinham poucas pessoas em volta sentadas em alguns sofás e mesas lendo um livro qualquer. Mais a frente haviam vários corredores cheios de estantes de livros. Era grande, simples e sofisticado. — Posso ajudar? — ouvi uma voz feminina e olhei para o lado encontrando uma Senhora lixando as unhas atrás de um balcão. Ela era baixinha e gordinha, os cabelos brancos estavam cobertos por uma touca cinza e sua expressão era calma. — Estou procurando emprego. — respondi e ela me analisou com seus olhos negros inexpressivos. — Hum, você terá que limpar as estantes empoeiradas e tomar conta da biblioteca quando eu não poder estar. Acha que consegue? — largou a lixa no balcão me olhando sugestiva. — Claro. — respondi convicta. — Qual seu nome? — Sakura Haruno. — Ta legal Sakura, está contratada. — Obrigada Senhora. — Pode me chamar de Chiyo. — murmurou e eu assenti. — Eu faço faculdade na parte da manhã e só estarei livre na parte da tarde. — Tudo bem, contanto que esteja aqui as duas em ponto. — Tudo bem eu consigo. — Pode começar hoje, depois discutimos sobre o salário. — Ok. Ela me mostrou a biblioteca e instruiu o meu trabalho. Agora aqui estava eu em cima de uma escada limpando uma prateleira enorme de livros velhos. Ao menos não tenho alergia a poeira. Mas já estava sentindo meu corpo mole e cansado, algumas vezes tossia sentindo minha garganta doer. — Droga. — Se sente m*l? — uma voz feminina ecoo me fazendo quase cair da escada de susto. Levei a mão ao peito olhando para baixo assustada encontrando uma garota familiar me analisando enquanto foleava um livro. Suspirei me lembrando que era uma aluna da faculdade, era a garota que estava sentada na mesa da ruiva v***a. Ela vestia uma calça de couro preta acompanhada por botas de salto da mesma cor e uma blusa lilás coberta por uma jaqueta preta. Seus olhos acinzentados se fixaram nos meus e ela me deu um sorriso torto. — Você esta vermelha e tosse sem parar, ou esta com alergia, ou com resfriado. — deduziu fechando o livro em suas mãos o enfiando na prateleira ao lado. — Acho que peguei chuva demais. — respondi sem graça. — Hum, compre um guarda-chuva Konoha chove muito nessa época do ano. — Irei fazer isso. — Será que você pode pegar aquele livro para mim? — ela apontou para o livro preto ao lado do meu rosto. — Claro. — peguei o livro empoeirado o limpando com o espanador. Algo me chamou atenção em sua capa, as letras douradas eram de uma língua que eu não conseguia entender, os desenhos em volta eram estranhos e sem forma. — Que língua é essa? — perguntei estendendo o livro em sua direção. — Hebraico. — respondeu me analisando. — Hum. — Tenho que ir agora, se cuida Sakura. — sorriu me dando um olhar indecifrável e logo me deu as costas sumindo pelo corredor. Como ela sabia o meu nome? ah a cidade pequena, todos sabiam. Mas não acho que uma garota como ela iria se interessar em saber o nome de uma estranha como eu. Desci a escada olhando as horas no grande relógio na parede onde marcavam 6 da tarde. O tempo tinha se passado tão rápido que eu nem havia percebido. Segui para o hall da biblioteca e quando parei para guardar o espanador vi pela grande janela de vidro a garota que eu não sabia o nome subir na garupa de uma moto abraçando o mesmo loiro do refeitório. Eles deveriam ser namorados. Claro que eram, o modo que ele sorria para ela demonstrava isso. Eles se beijaram e o loiro acelerou a potente moto sumindo de minhas vistas, tirei meu avental o guardando junto com o espanador no pequeno armário e peguei minha bolsa a colocando no ombro. — Acabou? — Chiyo perguntou quando parei em frente ao seu balcão. — Sim. Suspirei amarrando meus cabelos em um coque frouxo olhando a minha volta, a biblioteca estava vazia. — Bom, vá para casa, você me parece morta, olha só essa expressão cansada e os olhos vermelhos. — É só uma gripe. Bom até amanhã Senhora Chiyo, obrigada pela oportunidade. — Até menina. Passei pela porta de vidro e caminhei apressada, já estava escurecendo e eu precisava passar em uma farmácia. Essa gripe precisa ir embora antes que eu fique pior. — Esse remédio vai ajudar. — o homem me entregou o remédio em uma sacola. — Obrigada. — agradeci colocando o dinheiro no balcão e peguei algumas partilhas de menta antes de sair da pequena farmácia. Ouvi o som do meu celular tocando e o tirei da bolsa vendo a foto de minha mãe. Parece que ela finalmente se lembrou que tinha uma filha. — Como foi a viagem meu amor? — sua voz saiu animada do outro lado da linha. Minha mãe era daquelas que sempre ligava no dia seguinte, se o avião tivesse caído ela só saberia que eu estava morta no dia do enterro. — Bem. — soltei um suspiro desviando de um poste. — Eu e seu pai vamos passar uma temporada na Flórida, irei visitar sua avó e curtir algumas praias. — Que legal. — Muito, se cuida minha princesa qualquer coisa é só ligar. — Huhum. — Beijo mamãe te ama. — Beijo. Olhei para a tela mostrando o fim da chamada e o soquei de volta na bolsa bufando. Meus pais não se importam comigo, estou abandonada no mundo. Senti minha cabeça doer e resmunguei sentindo meu corpo ser batido violentamente em algo duro, tropecei para trás conseguindo me equilibrar e fiz uma careta levantando a cabeça encontrando uma figura estranha a minha frente. Pela estatura era um homem, bem sinistro na verdade, estava todo coberto por uma capa preta e tinha um chapéu na cabeça, e como já estava ficando escuro não conseguia ver seu rosto. — Me desculpe. — sussurrei passando por ele apressada mas meu braço foi segurado pelo homem estranho, me fazendo soltar um gemido de dor pela força dos seus dedos em minha pele. Tentei me soltar de seu aperto olhando assustada a minha volta. Céus aquele homem só poderia ser um maníaco e iria me matar. Ouvi uma risada seca e o desespero tomou conta do meu corpo. Sua cabeça se virou em minha direção e meus olhos se arregalaram ao ver suas iris vermelhas. Deus. — Nunca vi uma humana com um cheiro tão doce. Imagina o sabor. — vi um sorriso sinistro aparecer em sua face e eu perdi o folego sentindo meu corpo ser jogado violentamente no ar fazendo tudo girar a minha volta. — Não. — gritei me esbarrando em uma parede dura escorregando até o chão. Se minha cabeça doía agora explodia, mas que droga. Levei a mão a minha nuca molhando meus dedos de sangue. Olhei incrédula ao meu redor não encontrando mas a rua e si um beco escuro. De onde saiu esse beco meu Deus? quando foi que eu virei a mocinha de um filme de terror? — Droga. — abracei meu corpo segurando as lágrimas. Não vou chorar, não vou. Me levantei olhando a escuridão a minha volta alarmada esperando aquele maníaco me atacar. Ele deve estar escondido no meio da escuridão rindo do meu desespero enquanto afiava uma faca chupando manga com o capeta. — O que você quer? vamos apareça. — gritei começando a me irritar pegando um pedaço de p*u que estava no chão. — Você é bem corajosa. — a voz fria ecoo pela escuridão. Corajosa é meu nome do meio, ou talvez eu seja apenas uma louca impulsiva que não tem medo da morte. — Vamos acabar logo com isso, você esta tomando meu tempo. — retruquei apertando o pedaço de p*u com força nas mãos. Sua risada ecoo por todo beco e eu soltei um grito quando meu corpo foi prensado bruscamente na parede. Trinquei os dentes sentindo aquele corpo enorme me esmagando contra aquela parede dura machucando minhas costas. O sangue que estava em minha nuca escorria pelo meu pescoço descendo pelo vale de meus s***s. — Seu desejo é uma ordem criança. — torceu meu pulso me fazendo gritar de dor jogando minha arma longe. Não consegui segurar as lágrimas sentindo aquela dor infernal tomar conta do meu corpo. Arg que ódio, meu corpo inteiro queimava, eu não conseguia suportar tanta dor. Suas mãos duras deslizaram pelo meu pescoço me fazendo grunhir quando sua língua deslizou pelo rastro do meu sangue, suas unhas perfuraram minha pele e outro grito saiu de minha boca. Tentei me soltar de suas mãos e cai no chão quando ele se afastou bruscamente de mim. Segurei meu pulso morrendo de dor ouvindo gritos e o barulho de corpos se chocando violentamente. — Desgraçado. — Você sempre quer as melhores não é Uchiha? Uchiha? Sasuke? Arfei mordendo os lábios com força e fechei os olhos contando até 3 juntando coragem e puxando meu pulso para o lugar em um movimento forte. Outro grito e tudo girou a minha volta, me arrastei pelo chão tentando sair daquele lugar vendo tudo embaralhado e vultos voando pela escuridão, não sentia meu corpo e vozes começaram a gritar em minha cabeça. Apertei os olhos com força vendo imagens violentas e sem sentido, imagens de fogo e tortura se alastraram pela minha mente e os gritos continuaram me fazendo tampar os ouvidos e chorar desesperada. — Não, não, por favor para. O que estava acontecendo comigo Senhor? — Sakura. — alguém gritava meu nome ao longe. Meu corpo foi erguido e braços me seguraram. — Não, me deixa em paz. — gritei me debatendo violentamente. Eu estava morrendo, ele me mataria. — Droga. — aquela voz, eu conhecia aquela voz. Tudo voltou a girar, os gritos diminuíram, as imagens de terror foram desaparecendo. Meus sentidos estavam morrendo e a escuridão dominou minha mente.
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