04

819 Words
— Isa! — Audrey gritou, pelo que devia ser a terceira vez. — ISA! — Nossa, que garota chata! — a loira retrucou, aparecendo à frente da n***a. — Chata que é você, amor. — Audrey brincou, abraçando a menor, enquanto ria. — Você vai me levar na casa da minha tutora, certo? — Vou, não é?! — Isa falou, sem ânimo algum. — Vocês devem achar que trabalhar com relações públicas também tem como função ser motorista. — Ofensivo, Isa. — Audrey fez um bico. — Me desculpe te perturbar, mas a mamãe não quer me deixar sair com o motorista mais. — E você não pode dirigir? — Ai, Isa! Que chatice! — reclamou com nervosismo. — Posso, mas eu não "gosto" muito. — Está com medo de estragar as unhas?! — Isa implicou, indo em direção a saída da enorme casa das Hamilton. — Fresca. — Não é isso, Isa. — Audrey bufou. — Eu tenho um pouco de medo. — Como tirou licença para dirigir então? — Foi bem difícil. — Audrey retrucou. — Eu passei de primeira na prova escrita, mas na outra foi um pouco mais difícil. — Falta de prática, aposto. — Isa saiu andando, deixando Audrey para trás. Audrey olhou para as ruas menos limpas e organizadas do que as do lugar onde morava, obviamente. — Ninguém limpa as ruas aqui, não? — Garota, aqui não é bairro de classe média. — Isa respondeu e revirou os olhos. — Isso é injusto. — Audrey falou, irritada. — Direitos são iguais, p***a! — Ai de você se falasse m*l daqui. — Eu sei que você era mais humilde como eles, Isa. — Audrey começou. — Eu ainda sou humilde, comecei faz pouco tempo a trabalhar em relações públicas. — Não vou falar m*l de ninguém daqui... Sou um pouco mimada, como diz, mas não sou hipócrita. — Um "pouco"... — Riu com escárnio. — Sua mãe pelo menos tem tempo de te educar para não ser uma filha da p**a que não liga para os outros... E você é mimada e não é pouco. — Não tem uma conversa com você que não tente me colocar como r**m? — Só estou te colocando a par do que pensam de você. — Isa deu de ombros. — Se isso for doloroso demais para sua realidade, me desculpe, majestade. — Vai se f***r! As duas permaneceram em silêncio até Isa parar o carro com Audrey gritando que tinha visto o número 63 na casa e era ali que ela encontraria sua tutora. As duas saíram do carro e passaram pelo gramado verdinho e bem cuidado dos Griffin. Vozes altas foram escutadas antes mesmo de chegarem perto da porta. — Será que estão brigando? — Não é porque são menos favorecidos que você, que vão matar uns aos outros, Audrey. — Isa brincou com sarcasmo. Audrey revirou os olhos, ela não tinha levado o pensamento para onde a loira pensava... Só estava preocupada que pudesse atrapalhar. — Eu não quis dizer isso, anã de jardim. — A n***a fez uma careta para a menor. — Eu te processo! — Processa e minha mãe te demite! — Audrey ameaçou e riu, irônica. — Mas fácil ela me demitir do "cargo" de filha do que demitir você. — Ainda bem que você sabe, advogada de meia tigela! — Meia tigela é você! É tão pequena que metade da tigela basta! A n***a riu e Isa mostrou o dedo do meio. — Espero que "se" você se formar, seja uma profissional melhor do que é com ofensas! Audrey revirou os olhos e tocou a campainha. O falatório continuou no lado de dentro, a n***a apertou novamente o botão. — Já vai! — Família Griffin ao seu dispor, boa tar... Audrey Hamilton?! — Sim. — Audrey respondeu para a garota que atendeu a porta, fazendo uma brincadeira. Reconheceu como uma das garotas da festa ilegal que foi com Emeraude e a namorada dela, Ayla. — Ema! — Funaki gritou para a irmã. — Audrey está aqui. Ficou bastante animada desde o dia que soube sobre Ema dar aulas para Audrey. — Aliás boa tarde. — Desejou para as duas. — Boa tarde. — Audrey e Isa responderam. — Qual seu nome? Sou a Funaki — falou para a loira. — Poder feminino... Adorei a camisa. — Obrigada, sou Isa. — respondeu sorrindo, Funaki abriu a boca, encarando-a. — Empoderamento feminino... É um bom caminho, não acha? — Você é tipo um ídolo minha irmã, a respeito de Relações Públicas! — Funaki sorriu para Isa. — Nós lemos a entrevista que você deu para o jornal, falando que tinha nascido em bairro de classe baixa e afins... Muito legal! — Obrigada. — Isa sorriu feliz. — Você pode me arrumar uma camisa tipo a sua? — Funaki, larga de ser atrevida. — Ema chegou, falando. — Oh meu Deus, Isa?!
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