Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia de ser o que é
Agradecimentos
Agradeço à minha família, meu marido e meus filhos, e às mulheres da minha vida.
Esse é o primeiro de três livros em que eu vou retratar a vida de três mulheres. Essas mulheres são a junção de várias amigas minhas e um pouco de mim.
Eu só posso dizer muito obrigada a todas as que me inspiraram: nesse texto, tem irmãs, madrinhas, primas, amigas, amigas virtuais. Pessoas que, separadas, não fazem o menor sentido, mas que, juntas, me inspiraram a escrever Laura, Marina e Charlotte.
Prólogo:
Nossa história começa bem antes da nossa mocinha nascer, Laura nem ao menos repousava no útero de sua mãe quando sua vida começou a se complicar.
Brienne vinha de uma família de criadores de cavalos, uma fazenda sustentável no sul de Minas Gerais, na década de 80 sua família era a líder no comércio internacional de cavalos de puro-sangue.
Foi assim que a menina Brie conheceu Arthur, o filho de um grande fazendeiro do lugar.
Ela caiu em seus encantos, foram amantes por mais de oito anos, um belo dia ele foi embora, casou-se com outra, deixando Brienne com dois filhos, o pequeno Paulo e Laura ainda em sua barriga.
Laura cresceu rodeada de carinho, ao mesmo tempo que via sua mãe definhar por amor, amor por um homem que se aproveitou dela, um homem que a usou e a jogou fora assim que foi conveniente.
Sua mãe nunca falou nada do pai, em compensação seus avós não eram nada gentis quando se referiam a ele, a palavra crápula era elogio perto de tudo que ela ouvia, como resultado de tudo isso, cresceu odiando o pai.
Na verdade, ela cresceu achando o amor uma maldição, r**m como uma doença.
Algo que não era para ela, só mulheres burras amavam e sua mãe era uma delas.
Aos dezessete anos logo após a morte de seus avós, matriculou-se na faculdade.
Laura flagrou a mãe aos beijos com um homem na sala principal, eram beijos ternos e apaixonados misturados em lágrimas.
Seu pai voltou, debilitado, fraco e extremamente doente. E a mãe o aceitou de volta.
O mesmo carro de aluguel que o levou à fazenda sustentável, a Laura usou para sair de lá.
Ela não conseguia entender como sua mãe aceitava aquele ser sujo de volta à sua vida.
Isso não aconteceria, não com ela, homem nenhum mandaria em sua vida, entrar em sua pele a ponto de perdoar algo imperdoável.
Foi acolhida na casa de sua melhor amiga, Mariana, desde a infância eram inseparáveis e em poucos dias cursariam economia na USP.
Para uma vida nova, Laura tinha todo um futuro novo em suas mãos e repetir os erros de sua mãe não estava em suas pretensões… nunca…. Jamais.