Capítulo 4 - Sangue r**m desgraçada!

2554 Words
Hermione entrou no banheiro batendo a porta com força. Como aquele i****a a irritava! Ele sabia a tirar do sério como ninguém jamais tirou! Abriu a torneira com raiva e encheu a mão com água. Aquilo não ia adiantar, mas não poderia usar magia agora. As pessoas iam estranhar. Limpou o máximo que conseguiu e saiu do banheiro dando de cara com o loiro. Respirou fundo para se controlar e deu a volta por ele. — Já disse que amarelo combina com você? — Cala a boca! Draco deu uma risadinha e continuou seguindo ela. Os dois chegaram a grande sala. Não tinham tantos idosos. Os três interessados na história de Hermione estavam sentados nas poltronas perto da lareira, que estava inutilizável. — Ei, o que aconteceu com vocês? — um senhor perguntou rindo. — A gente estava brincando... — Hermione disse sorrindo para o senhor. — Essas crianças de hoje em dia só sabem fazer artes! — Crianças? Hermione deu uma cotovelada no estômago de Draco. — Ai! — Cala a boca! — falou por entre os dentes. Draco amarrotou cara como uma criança contrariada e cruzou os braços olhando os velhinhos. — Continue, por favor, minha jovem — pediu Valentina. Hermione pegou um banco de plástico e sentou. Draco sentou ao lado dela. Hermione começou a ler o livro de onde parou. Os velhinhos olhavam vidrados na direção dela. Só Valentina que olhava o teto com os olhos sonhadores. A história era sobre um casal que eram inimigos e por algum motivo se apaixonaram perdidamente. A ponto de dar a vida pelo outro. — Que coisa ridícula... — Draco resmungou. Hermione parou de ler e o encarou com raiva. — Se não gosta volte pro seu trabalho! — Menina não fale assim! Já disse! — Valentina a repreendeu. Draco fez cara de coitado e Hermione sentiu vontade de lhe dá um soco bem mais forte do que o que lhe deu em Hogwarts. Ela terminou de ler e fechou o livro em suas mãos. Os velhinhos sorriam encantados e os seus olhos brilhavam. Essa era a parte que Hermione mais gostava. Ver o sorriso de felicidade deles. — Muito obrigada, senhorita — um velho senhor se aproximou se apoiando em sua bengala e beijou a mão de Hermione. — De nada, senhor Valter. — Você pode vir mais aqui se quiser, querido. Qual seu nome mesmo? — Valentina perguntou. — Draco. — Nome diferente... — É. — Vamos, Malfoy. Ainda tem que pintar o quarto — Hermione cortou a conversa dos dois. — Até outro dia. — Beijou a mão da senhora que sorriu largamente. Hermione revirou os olhos e o puxou pela roupa para ir logo. Os dois voltaram para o quarto em silêncio. — Vou falar só uma vez! Pega o rolo, passa e nessa bandeja tirando o excesso. Tem que tirar o excesso seu i****a, se não a parede fica marcada. — Draco ia falar, mas ela falou por cima. — Agora é só passar na parede. Olha — passou o rolo na parede que ainda não tinha sido pintada. — Assim você não se pinta junto também. — Pode continuar. Está ficando bom... Hermione jogou o rolo contra o peito de Draco o deixando marcado. — É seu trabalho! E não meu. Da próxima vez não te ajudo. Seu grande i****a! Ela saiu do quarto e o loiro repetiu os movimentos que ela fez. Realmente daquela forma ficou mais fácil. O rolo não estava pesado e a tinta não caia sobre si. — Até nessas coisas é sabe—tudo... — Eu ouvi isso! Draco levou susto e olhou para trás. Ela estava com outra roupa e sem nenhuma tinta. — Nem me esperou para tomar banho... — disse sarcástico e recebeu um olhar de ódio. — Eu ia te dar uma roupa limpa, mas já que você disse isso... Vai voltar pintadinho pro hotel! — Sorriu largamente e saiu do quarto de novo. Draco ficou olhando o lugar que antes ela estava se sentindo furioso. Pelo jeito ele teria que segurar a língua para poder lidar com ela. Mas isso é impossível! Ele volta até pelado! Mas nunca vai parar de irritá-la. Quando passou pela última vez o rolo e viu tudo acabado, suspirou aliviado. Finalmente acabou! Já não aguentava mais deslizar aquele troço na parede. Agora só sabia pensar naquele hambúrguer delicioso... O loiro saiu do quarto e procurou por Hermione. — Viu a Granger? — perguntou a recepcionista. — Sim. Está ali no portão. — O olhou de cima para baixo. Ele ainda estava todo pintado. O loiro seguiu para o lado de fora do lugar e a viu parada no portão. Assim que a viu ficou parado no mesmo lugar. Ela estava conversando com o "Rob" e parecia uma conversa animada. Ah! Eu tenho que sacanear! Pensou empolgado. Mas ele lembrou que estava todo sujo e achou melhor não, pois ele poderia virar o motivo da piada. Resolveu esperar e como esperou! Será que ela esqueceu que ele precisa ser vigiado? Ah como ela pôde esquecer dele?! Os dois se despediram com beijo na bochecha. Fala sério! Esse cara é um babaca. Hermione voltou para a recepção e antes de entrar foi surpreendida pelo loiro que apareceu do nada. — AI! Seu retardado! O que você está fazendo? — Você fica falando m*l do meu trabalho, mas você também não está fazendo o seu direito! — O que? — Não pode ficar de conversinha com o namoradinho na hora do trabalho, Granger! — Eu falo com quem eu quiser a hora que eu quiser! — Se você critica os mínimos detalhes do que eu faço. Eu digo que não é certo e você sabe disso. O que o ministro ia pesar se em vez de ver o meu serviço você ficou trocando beijos? — Eu não estava... — Respirou fundo. Ela não tem que dar satisfação! — Você acabou? — Acabei há horas! Mas estava ocupada demais, não é mesmo? — perguntou cínico. — Não deveria se encontrar com ele aqui. — Você está certo! Que bom que ele vai lá em casa hoje — Virou as costas e entrou no lugar. Draco ficou paralisado a olhando entrar. Que diabos...? — Você não está falando sério! — Em poucos segundos chegou perto de Hermione, que seguia em passos rápidos para o quarto. — Da minha vida cuido eu! Draco respirou fundo e continuou a seguindo. Isso parecia piada! O cara é um completo i****a e ela o chama para ir à casa dela? — Onde você mora? — Não interessa! — Parou de andar e olhou pra trás. — Por que você está tão interessado na minha vida? — Só perguntei onde mora, garota! Não estou interessado na sua vida! — Vamos logo! Tenho pressa para chegar em casa! — É claro! Vai encontrar com seu namoradinho mela cueca. — O que? — O que você viu nele? — Tudo que você não tem! Agora vamos logo com isso! Draco a colocou contra parede a cercando com os braços mais uma vez. Estavam no corredor do quarto. — Como pode dizer isso sem saber do que sou capaz? — Mas eu sei do que é capaz. Senhor "faço tudo que o papai manda" — debochou. Draco ficou extremamente sério agora, tão sério que Hermione se arrependeu de ter falado isso. Ele a soltou com raiva e seguiu para o bendito quarto. Hermione o seguiu e quando entrou se surpreendeu. Pra quem nunca fez nada na vida, ele tinha pintado muito bem. — Ficou muito bom. Draco não respondeu. — Vamos embora? O loiro passou por ela sem falar nada, se quer a olhou. Hermione sentiu um incomodo no peito. Ele sempre a desprezou, mas dessa vez ela que falou algo que não devia... Os dois saíram da casa de repouso. Andavam em silêncio pelo caminho. Hermione o levou para o mesmo hotel do dia anterior. — Sinto muito, não temos mais vagas. — Maravilha... — Draco resmungou. — Tudo bem. Obrigada. —  Virou as costas para o recepcionista. – Vamos, Malfoy. Conheço outro lugar. Esse é mais próximo à casa de repouso. — Então por que não me deixou lá antes? Hermione não respondeu. Não tinha deixado lá antes porque era um hotel bom. Ela queria que ele sofresse no outro que estava caindo aos pedaços. Qualquer detalhe para lhe fazer virar gente era lucro. Assim que Draco viu que o lugar era muito melhor e aconchegante, lançou um olhar de desprezo a Hermione. — Sangue—r**m desgraçada! — falou baixo. Hermione pressionou a varinha contra a barriga dele com raiva. Os dois estavam em frente a bancada da recepção, então ninguém ia ver aquilo. — Eu ouvi isso, Malfoy! — E vai fazer o que? — perguntou debochado. O senhor à sua frente lhe entregou a chave, ele virou as costas para ela e seguiu para o seu quarto. Hermione ficou no mesmo lugar o olhando ir pensando no melhor castigo a ser dado no dia seguinte. Ela se despediu do senhor e saiu do hotel. Assim que botou os pés do lado de fora, começou um temporal. — Droga! Hermione correu para um lugar sem muita gente e olhou para os dois lados, logo ela já estava na porta de sua casa. — O que seria de mim sem poder aparatar... Ela tomou um banho quente e colocou seu baby doll. Foi até a cozinha e começou a preparar algo para comer. *** Draco entrou no quarto e se deparou com uma cama de casal bem arrumada. Agora sim! Ele foi até o banheiro e tomou um banho demorado, afinal, teve que tirar a tinta que já tinha secado em seu corpo. Seu estômago fez barulho o lembrando que tinha que comer. — E agora? Pegou o telefone do quarto e seguindo as orientações do papel em cima da mesa, pediu algo para comer. Estava realmente com fome, muita fome! Ele esperou por horas e nada de trazerem seu lanche. — Mas que merda! Pegou o telefone de novo e tentou ligar, mas ninguém atendeu. Furioso, saiu de seu quarto e foi tirar satisfações com o recepcionista. Assim que chegou, encontrou o cara aos amassos com uma mulher em cima da bancada. — Que diabos...? Os dois se separaram rápido olhando Draco assustados. — Onde está minha comida? — Que comida? — A que eu pedi há duas horas atrás! — falou alto. — Ah... Desculpe eu esqueci... — ESQUECEU? — gritou. — Mas que merda! Eu estou esperando há DUAS HORAS! E estou com fome! — reclamou com raiva. — Sinto muito, senhor... — Sente muito o c****e! Eu quero meu lanche agora! — Sim, senhor. Vou providenciar. — Providenciar? Vai demorar mais duas horas, seu inútil? — Senhor, peço que me respeite, estou trabalhando. — Eu vi bem o seu trabalho! Draco ficou uns vinte minutos discutindo com o funcionário. Estava muito irritado e com fome. Esperou décadas enquanto o infeliz se agarrava com uma mulher. No fim de tudo o dono do hotel foi chamado e eles obrigaram Draco a ir embora, pois ele estava muito alterado e queria bater em todos os funcionários do lugar. — Merda e agora? — perguntou pra si mesmo. Estava ao lado de fora do hotel e debaixo de chuva. Lembrou que Hermione o deixou em um hotel próximo à casa de repouso e saiu andando pelas ruas. Pediu informação as pessoas e conseguiu chegar ao lugar. Ele entrou e a Marcele estava lá sentada em sua cadeira lendo um livro. Assim que ela o viu, tirou os pés de cima da bancada. — Nossa hoje seu dia não está muito bom, não é? — Nem me fale! Pode me dizer onde a Granger mora? A mulher ficou em silêncio o olhando um pouco. Ele usava uma camisa social branca e nesse momento ela estava encharcada e transparente. Fazendo ela ter uma boa visão de seu peitoral. — Você não sabe? — Não. Por isso estou pedindo — respondeu seco. — Tudo bem... — a mulher anotou o endereço em um papel e entregou a ele. — Como chego lá? — Olha é um pouco longe, você pode pegar o metrô. Ou um táxi se preferir. O táxi te deixa na porta da casa dela. — Ok. Virou as costas e saiu da casa de repouso. — O que diabos é um táxi? — perguntou pra si mesmo e começou a andar pela rua. Assim que viu uma pessoa se aproximou depressa. — Aonde arrumo um táxi? — Bem ali. — Apontou pra frente. — Aproveite que tem um parado. Draco seguiu a direção que o homem apontou e observou o automóvel amarelo. — Como eu uso isso? — perguntou ao motorista. — Oi? — Como uso isso? —... O táxi? — É. Como uso? — Pra onde você quer ir? — Pra essa casa... — Entregou o papel ao cara. O homem leu. — Entre que eu te levo. Draco fez o que o cara disse e entrou no carro. Depois de uns minutos estava parado em frente a uma casa pequena. — É aqui, senhor. — Ok. — Saiu do carro. — E o meu pagamento? — Ah... É claro... O taxista foi embora depois de pegar o dinheiro. Ainda bem que o Ministro trocou o dele pelo dinheiro dos trouxas. Correu até a porta da casa e tocou a campainha. Hermione estava vendo TV. Ela levantou do sofá, seguiu até a porta e abriu. Logo em seguida ficou surpresa ao ver o Malfoy parado ali todo molhado. — O que...? — Me expulsaram do hotel — disse carrancudo. — Como chegou aqui? — Vai me deixar entrar ou não? Está frio aqui sabia? Hermione ficou quieta por um instante. Não seria uma boa ideia deixá-lo entrar... Mas ela ia deixá-lo do lado de fora todo molhado? — Entra. Draco obedeceu e entrou reparando o lugar. A sala era pequena, tinha uma passagem que era para a cozinha e uma escada para o segundo andar. — Como veio até aqui? — De táxi. — De táxi? — Hermione ergueu as sobrancelhas. — É. — Como descobriu meu endereço? — Pedi a sua amiga da casa de repouso. — Que amiga? — A da recepção. — Como chegou lá? — Com as pernas! Que droga será que posso tomar um banho? Estou com frio! Hermione o olhou de cima para baixo. Estava completamente encharcado. Ela olhou o peitoral dele e depois o olhou nos olhos. — Vem comigo. — Subiu as escadas. O loiro foi atrás. Hermione mostrou o banheiro a ele e conjurou umas roupas, pois sabia que as dele estavam encharcadas. Ela desceu e voltou a assistir seu programa na TV. Estava meio tensa por ter um Malfoy em sua casa. Mas ele não faria nada com ela, pois não tinha sua varinha e ainda tinha a ameaça de voltar para Azkaban, então por que se preocupar? Um tempo depois ele apareceu na sala. Ela olhou para trás e o viu parado perto da escada a olhando. Que diabos ele tanto olha? Assim que olhou para si mesma, lembrou do micro baby doll que estava usando e ficou vermelha no mesmo instante. Merda! Pensou sentindo seu rosto queimar.
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