Capitulo 11 - Rival

1927 Words
Ao sentir os pulmões a lembrando que precisa respirar, Hermione se afastou do loiro e colocou as mãos na cama em volta do pescoço dele. Draco estava com as mãos na cintura dela e agora a olhava nos olhos. Hermione sentiu uma corrente elétrica correr pelo seu corpo só de encarar os olhos dele. Um olhar forte e penetrante. Nunca reparou que eram lindos... A campainha tocou fazendo os dois quebrarem os olhares. — Deve ser a pizza... — Até que não demorou — disse sorrindo. Hermione sorriu e ele a ajudou a levantar e depois sentar na cama. — O que eu faço? — É só pagar e pegar a pizza. — Estendeu a mão com o dinheiro. Draco virou as costas sem pegar o dinheiro e desceu as escadas. Em pouco tempo voltou com a pizza e um refrigerante e quando chegou ao quarto viu Hermione lendo um livro de poções. Deu uma risadinha e colocou a caixa na cama. — Onde tem copos e pratos? — No armário de cima. Se quiser pode comer na mesa. — Por quê? — Talvez não goste de comer na cama e eu não vou levantar daqui mesmo. — Deu de ombros. — Eu sabia que tinha feito direito! Mas essa poção demora duas horas para fazer efeito em 100% olha... — Mostrou o livro a ele que riu. — Eu já entendi. Você fez direito. Vou pegar as coisas. — Não esquece os talheres — disse quando ele saiu pela porta. Em pouco tempo estavam comendo juntos em cima da cama. — Se sujar minha colcha te capo! — Isso é ameaça que se faça? — É claro. Ninguém quer ser capado. Ou você quer? — Óbvio que não! — Então não suje a colcha! — falou mandona e comeu um pedaço da pizza. Draco ficou a olhando rindo. Ela nunca vai conseguir parar de mandar nele? — Isso é muito bom! — Tem muitas coisas dos trouxas que são boas, Malfoy. Não só a comida. — Hum... Não conheço muita coisa e nem nunca me deixaram conhecer... — Seu pai era bem difícil, né? Ele ficou em silêncio a olhando. — Desculpa... Saiu sem querer. — Desviou o olhar. — Ele não era difícil. Era impossível! Ela voltou a olhá-lo. — Tudo tinha que ser como ele falava e tudo que ele dizia era o certo. — Até o grande preconceito de sangue, não é? Os dois ficaram em silêncio se encarando. — É. Só que... — Parou de falar bruscamente. — O que? — Eu não vejo diferença nisso mais... Hermione o olhou surpresa. — Você é um exemplo de que as vezes os nascidos—trouxas podem ser melhores que os sangue—puros. Hermione estava de boca aberta o olhando. Pensou até que estivesse sonhando e um sonho bem esquisito por sinal... Ela ficou paralisada e sem querer deixou a pizza dela cair na colcha. — Merda! Draco caiu na gargalhada e fez ela rir junto. — Vai se capar? — perguntou rindo e Hermione lhe deu um tapa no ombro. Ela pegou um guardanapo e limpou sua sujeira. Os dois comeram e conversaram animadamente. Esqueceram que eram inimigos nesse momento. — Comi tanto! — disse Draco com a mão na barriga. — Ninguém resiste a uma boa pizza. — Quer me contar mais sobre os trouxas? Hermione o olhou surpresa. — Sério? — Sim. Não tem meu pai agora para me bater por querer saber... Silêncio. Draco desviou o olhar quando percebeu o que disse. — Ele fazia isso? — perguntou puxando o rosto dele pra que a olhasse. Draco acenou confirmando. — Sinto muito... Posso te explicar algumas coisas — disse sorrindo. Hermione ficou um bom tempo explicando as coisas dos trouxas. O loiro não prestava muita atenção, pois se perdia nos pensamentos de como ela era bonita. Ah! Por que não tinha ficado com ela antes? Hermione se espreguiçou. — Estou com sono... — Você vai me deixar dormir no outro quarto? Ou quer que eu durma no sofá? Os dois riram. — Pode ficar no outro quarto. Draco acenou com a cabeça. Queria mesmo era ficar ali com ela, mas sabendo de sua história... Não podia pedir isso. Tinha que ir devagar... No dia seguinte os dois tomaram café juntos e seguiram para a casa de repouso. Estavam de ótimo humor. O que não passou despercebido pela morena da recepção. Ah droga! Pensou com raiva. Tinha colocado na cabeça que ia ficar com aquele loiro bonitão e não era a Hermione que iria a impedir! Hermione levou Draco a um quarto um pouco maior. Nele não tinha mofo, só as paredes descascadas. — Aqui precisa ser lixado. — Como? — Com isso aqui. — Pegou uma lixa grande. — É só esfregar nessas partes que estão soltas... Olha — fez um movimento circular em um espaço descascado. — Entendi. Hermione entregou a lixa a ele. Draco fez questão de pegar a lixa encostando na mão dela. Precisava senti-la nem que fosse um pouquinho. — Vou ajudar o pessoal e já volto. — Ok... Hermione passou por ele. Draco engoliu em seco e a segurou pelo pulso. Hermione o olhou confusa. O loiro se aproximou lentamente e colocou uma das mãos no rosto dela, assim que percebeu os olhos dele em seus lábios ela engoliu em seco. Draco tocou os lábios dela lentamente e só com isso ela estremeceu dos pés à cabeça. Hermione subiu as mãos passando pelo peito de Draco e colocou os braços em volta do pescoço dele. Com isso ele entendeu como um "também quero isso" e aprofundou o beijo. Como na noite anterior, um beijo calmo e puro. Nunca pensou nisso na vida, mas... Se pudesse ele ficava o dia todo beijando ela! Hermione subiu uma das mãos para os cabelos do loiro e acariciou, Draco sentiu um arrepio correr por todo seu corpo com o toque. Ambos cortaram o beijo quando precisaram de ar. Eles ficaram com as testas encostadas se olhando. — Volto mais tarde. — Fez carinho no rosto dele sorrindo e o fez sorrir. — Vou esperar... Hermione lhe deu um selinho e saiu do quarto. O loiro ficou um tempo em transe ainda sorrindo com o que aconteceu. Logo ele balançou a cabeça. — Parece uma garotinha apaixonada, Malfoy! — falou pra si mesmo e ficou pensativo com as próprias palavras. Apai...xonado? Merlin! Os dois não tinham visto, mas enquanto se beijavam, Marcele observava do corredor. A morena sentia raiva em ver aquilo. Se eles viviam brigando, por que ela o queria agora? Isso não era justo! Ele tem que ficar com ela! Hermione estava ajudando uma senhora a se deitar na cama. Ela estava estreando o quarto recém pintado. — Puxa ficou tão bonito! — disse olhando as paredes. — Quem pintou trabalhou bem. — Que bom que gostou. Espero que fique confortável — Hermione sorriu. — E como estou. Não tem mais aquele cheiro de estragado... — falou torcendo o nariz e a fez rir. Alguém bateu na porta e fez as duas olharem. — Posso falar com você, Hermione? — Claro Marcele... Está confortável, dona Virginia? — Até demais — disse rindo. — Então eu vou falar com ela, está bem? — Fique à vontade! Porque eu já estou! — falou se aconchegando e arrancou risos de Hermione. As duas saíram do quarto. — Aconteceu alguma coisa Marcele? — É que tem uma pessoa na recepção te esperando. — Uma pessoa? — Hermione franziu a testa. — Sim. É um homem... Assim que chegaram à recepção Hermione viu o loiro parado com os braços apoiados na bancada. Ele sorriu quando a viu e ela sorriu sem graça. Ele não se lembrava que ela o atacou, mas ela lembrava! — Oi Mione. — Oi. — Está tudo bem com você? — Deu dois beijinhos no rosto dela. — Sim e com você? — Também. — O que te traz aqui? — Bem, faz dias que não te vejo. Estava com saudades... Hermione ficou vermelha e o homem sorriu. — Desculpe ter te abandonado, mas eu ando trabalhando bastante. — Esse maldito trabalho! — resmungou revirando os olhos. — Quem sabe um dia você não me conta seu segredo, não é? — Quem sabe... — Hermione! Ela virou para trás assustada ao ouvir isso. Draco estava parado bem perto dela furioso. — Oi... — respondeu com medo. — O que você está fazendo? — N—nada... Draco olhou o homem com fúria. — Marcele disse que você estava de chamego com um cara aqui na recepção — falou com raiva. — Marcele o que? — perguntou indignada. — Não se faça de sonsa! — Não estou me fazendo de sonsa! Ela que foi fofocar pra você o que não sabe! Ou melhor, o que lhe convém! — disse alto. — Mas você está aqui falando com ele! — falou alto também. — Exatamente! F—A—L—A—N—D—O! — frisou bem a palavra e bem alto. Draco ficou a encarando sério. — Bem... Acho melhor eu ir embora... — Já vai tarde! — Malfoy! — Não se preocupe, isso não me abala. Até outro dia. — Se aproximou e deu um beijo no rosto de Hermione. Draco tentou se aproximar, mas Hermione o segurou. O homem sorriu m*****o para Draco sem que Hermione visse e saiu dali. — Você viu o sorriso dele? — Não. Que diabos deu em você? — Por que estava falando com ele? — O que tem de m*l? — A dois dias atrás você o agarrou! — falou alto. — Fala baixo seu i****a! Por que está tão irritado assim? Não estou te entendendo! Draco a colocou contra a bancada a cercando com os braços. — Você quer alguma coisa com ele? — perguntou a olhando nos olhos. — Pra que você quer saber? — Responde a droga da pergunta! — Não fale assim comigo seu i*****l! — Você não pode ficar com ele! – falou alto. — E por que não? Os dois falavam bem alto e nem perceberam. Em pouco tempo, Valentina, ouvindo a gritaria apareceu ali, mas ao ver a posição dos dois não falou nada só ficou assistindo. — Porque... Porque... — Por quê? — Porque não! Valentina suspirou e Hermione arqueou uma sobrancelha. — Escuta uma coisa, Malfoy, eu fico com quem eu quiser! Não é você que escolhe isso. Aliás, nem tem porque você se preocupar com uma coisa dessas, afinal, você não é de ninguém, não é? O loiro ficou em silêncio a olhando nos olhos. — Você não pode ficar com ele... Hermione revirou os olhos. — Não pode porque eu quero você! Hermione sentiu um grande frio na barriga e o olhou de boca aberta. Antes que ela pudesse responder qualquer coisa, ele já tinha se aproximado e se apossado de sua boca. Dessa vez o beijo foi intenso. Como se com o beijo ele falasse que ela era só dele! Hermione sentia seu coração aos pulos no peito. Quando que ele iria falar isso para alguém? Devem ter batido nele na prisão... E bateram na cabeça! Com força... Os dois se separaram respirando ofegantes e ficaram com os rostos bem próximos. Se olhavam em silêncio. — Te quero Hermione... — sussurrou. Ela colocou uma das mãos no cabelo dele e apertou um pouco. — Fica comigo... Hermione fechou os olhos ao ouvir isso e o beijou de novo. Ela também bateu a cabeça... É claro.
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