Capítulo 18 - Plano quase infalível

2141 Words
Dois dias se passaram. Draco já tinha terminado todos os quartos e a recepção da casa de repouso. Só faltava a sala para terminar a parte de dentro. Nesses dias, os dois faziam a mesma coisa. Faziam amor uma boa parte da noite e de dia Draco arrumava as coisas no seu "serviço" enquanto Hermione ajudava os velhinhos e lia histórias para eles. Marcele estava pensando na melhor forma de enganar Hermione e levar Draco ao homem sinistro que havia lhe oferecido algo que ela não podia recusar. Draco e Hermione estavam ao lado de fora do lugar. Hermione também fez um feitiço cercando cada centímetro do terreno. Pequeno deslize o seu de não ter feito isso antes. — Por que eu tenho que cortar a grama? E a sala lá dentro? — Draco perguntou igual uma criança quando não quer fazer a lição de casa e mãe o obriga. — Draco... É melhor você cortar a grama logo. Assim, quando for pintar a sala, os velhinhos podem ficar aqui fora pegando um solzinho. O loiro resmungou e desviou o olhar dela a fazendo rir. — Para com isso vai! Aqui é mais fácil, olha. Tem esse cortador de grama... O loiro olhou o grande aparelho verde perto de Hermione. — Como vou usar isso? — Vou te ensinar. Vai ser rápido. — Tudo bem. Hermione explicou calmamente e detalhadamente o que ele tinha que fazer. Draco ficou animado, afinal, era só empurrar aquele equipamento estranho que ele fazia o trabalho pesado e não teria que ficar com dor nas costas. — Vou lá dentro ler pra eles, ok? — Tudo bem. Até mais tarde. — Deu um selinho demorado nela a fazendo sorrir. Hermione voltou para dentro da casa e Draco ligou o cortador de grama. Quando estava na metade do terreno, parou e passou a mão na testa limpando o suor que escorria. Logo viu Marcele se aproximar com alguma coisa na mão. — Oi! — Oi... — Está com sede? — Um pouco. — Toma trouxe pra você. — Estendeu um copo de suco. Draco olhou a janela da sala para ver se Hermione estava olhando. Viu que não tinha ninguém e pegou o suco bebendo em uma golada só. — Obrigado. — Não tem de que — disse sorrindo. *** Hermione fechou o livro em suas mãos. — Essa história foi a mais bonita! — Que bom que gostou, senhor Valter. — Ei, cadê seu namorado? Hermione ficou em silêncio por uns segundos. Ela estava se relacionando com Draco, mas não era namorada dele... Era? — Está cortando a grama. Logo, logo poderão ir lá fora pegar sol. — Seu namorado é um anjo! — O homem sorriu largamente. — Você não faz ideia... — disse rindo do comentário. — Eu já volto ok? Vou ver como está lá fora. Ela seguiu para o lado de trás da casa e viu a máquina ligada sozinha. Achou aquilo muito estranho e se aproximou depressa. Hermione olhou todos os lados e não viu Draco. Começou a entrar em pânico e correu por todo o terreno atrás dele. — Merlin! Hermione seguiu para dentro da casa e procurou em todos os lugares. — Por favor... — O que aconteceu? — AI! — Pulou com a mão no coração. — Valentina! Quase enfartei! — Desculpe... Por que está tão nervosa assim? — O Draco, não consigo encontrá-lo... — Não está lá fora? — Não. — Pergunte a Marcele se não viu. Hermione sentiu o corpo estremecer. Não viu Marcele quando passou na recepção. Ele não faria isso! ... Faria? Desesperada seguiu até a recepção e a encontrou vazia. — Não pode ser... — falou sozinha. Seu coração estava aos pulos no peito. Não queria estar assim, mas as mãos dela não paravam de tremer e suas pernas estavam bambas. Que diabos era isso? Hermione seguiu para fora da casa e em passos lentos foi até a parte de trás do lugar novamente. Ela escutou um barulho estranho e se aproximou de uma porta velha, onde guardavam a máquina de cortar grama. Ela se aproximou lentamente. — Hermione... — Escutou Draco resmungar, mas não era um pedido de socorro. Ele só a chamava daquele jeito quando faziam amor. Engoliu em seco e se aproximou mais ainda. Empurrou a porta lentamente e ficou paralisada no mesmo lugar. Nesse momento seu estômago revirava e suas pernas não tinham forças, seu corpo pedia para ela correr, mas ela não conseguia se mexer. Sua cabeça pesava e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela não podia acreditar. Depois de tudo ele estava lá, com outra e ainda teve a cara de p*u de fazer isso sob o mesmo teto que o dela. Era demais! Ele ia pagar! Hermione fechou os punhos com raiva e entrou no pequeno espaço. Assim que Marcele a viu, sorriu satisfeita. Ela estava sentada no colo de Draco. Ambos sem roupa, o loiro beijava o pescoço dela. — COMO VOCÊ OUSA? Ao ouvir isso Draco tirou o rosto de onde estava e olhou para frente. Sua visão estava embaçada e sua cabeça rodava. — Hermione? — É claro! Quem você acha? Vai dizer que achou que essa p**a era eu? — Ei! Olha como fala! — Cala a boca, sua v***a! — Hermione... — Draco empurrou a mulher de cima de si e tentou ir até ela, mas não conseguiu ficar em pé. — Você é um i****a! Eu fui muito burra de acreditar em você! Você sempre será um Malfoy. Sempre. Você é igual ao seu pai. Seu nojento! — Saiu dali correndo. Marcele sorriu largamente e olhou o loiro. Ele tentou ir atrás de Hermione, mas caiu no chão. Se sentia estranho e sua cabeça rodava demais. — Que... Merda... Aconteceu comigo? Marcele abaixou perto dele. — Tem uma pessoa que quer te ver. — Não chegue perto de mim! Não sei o que você fez, mas você vai pagar! — ameaçou mesmo sem ter forças para ficar em pé. Marcele riu. Hermione entrou na casa batendo a porta com força. Valentina, que estava na recepção a procurando levou um grande susto. — Menina! O que foi? Hermione não respondeu e correu para o banheiro. Valentina seguiu ela e entrou também. Como no outro dia, Hermione estava sentada em uma das cabines segurando as pernas. Só que dessa vez chorava muito e a senhora podia escutar seus soluços. — Minha menina, o que aconteceu? — perguntou encostada na porta da cabine. — Você estava errada Valentina. Aquele i*****l não vale a cueca que usa! — Como assim, minha jovem? — Ele estava com a Marcele! Estavam.... — Perdeu a voz ao se lembrar e sentiu um gosto amargo na boca. — Estavam? — Valentina perguntou surpresa. Hermione chorou mais ainda. — Me deixa sozinha... — Mas... — Por favor, Valentina! — pediu chorando. A senhora colocou as mãos no coração. Sentia muita dó daquela menina. Valentina seguiu para o lado de fora do lugar e procurou por Draco. — Vamos, levante! — Marcele falou irritada. Tentava fazer Draco ficar de pé, mas não conseguia. — Merda! Acho que exagerei na droga... Valentina colocou a mão na boca. Ela drogou o garoto? Tentando correr, mas não conseguindo, Valentina seguiu para onde Hermione estava. — Menina abra essa porta! Você precisa ajudar o loirinho. — Ele não precisa de ajuda! — Por favor, precisa me ouvir... Fui lá fora agora e ouvi Marcele dizendo que exagerou na droga. Ela drogou seu namorado, Hermione. Hermione paralisou por um momento e ficou pensativa. — Drogou? — Sim, vamos, por favor... — pediu nervosa. Hermione abriu a porta do banheiro e encarou a velhinha a sua frente. — Não está mentindo só pra eu ir falar com ele, não é? — É claro que não! Acha que apoiaria se ele tivesse te traído são? — Acho que não... — Então ande! Agarrou o braço de Hermione e a puxou. Ao chegar na recepção, Hermione percebeu que Valentina respirava ofegante. — Fique aqui Valentina. Beba um copo de água. Eu vou resolver isso ok? — Mas... — Mas nada! Entre, por favor. Valentina entrou contra vontade e Hermione seguiu para o lado de fora. Ela foi até onde achou os dois e não viu nada. Hermione seguiu até onde a máquina estava e viu ela no mesmo lugar ainda ligada. Continuou andando e conseguiu ver Marcele andando com dificuldade, pois tentava arrastar Draco. Ele estava com um dos braços em volta do pescoço dela e andava trocando as pernas. Hermione correu até os dois e parou na frente de Marcele fazendo ela levar susto. — O que pensa que vai fazer? — Estou levando ele pra minha casa. — Engraçado... O portão de saída é do outro lado. — Hermione... — Draco resmungou piscando os olhos. — E quem disse que não tem passagem por aqui? — E pra que você ia querer sair por trás? Está escondendo alguma coisa Marcele? — perguntou desconfiada. — É claro que não! Eu só quero sair por aqui porque como você pode ver, o Draco não está bem. — E a culpa é toda sua! — falou alto. — Não sei do que está falando. Ele que me levou para aquele lugar. Ah! Se eu soubesse que ele era tão bom assim tinha me aproximado antes... — disse esfregando a barriga dele bem próximo a calça. Hermione fechou os punhos. — Para com isso, sua v***a! — Não era com você que ele estava a uns minutos atrás. E olha ele não negou nadinha. Pelo contrário estava com um fogo... — Abanou a si própria com a mão. — Já chega! Ele vem comigo! — É claro que não! Agora ele é meu! — f**a—se o que você pensa! Ele é responsabilidade minha! — gritou. Draco resmungou alguma coisa que elas não entenderam e colocou a mão na barriga. — Responsabilidade sua? Por acaso é a babá dele? — Quase isso... A morena riu. — Você é ridícula! Ele é um homem feito não precisa de babá! Assim que falou isso Draco vomitou bem em cima dela. Ele estava com um dos braços em volta do pescoço da morena e ela parada em pé discutindo com Hermione. O loiro estava com a cabeça apoiada no ombro dela e sujou todo o lado de seu corpo. — Ah precisa sim — disse rindo muito com a cena. — Ai que nojo! — gritou nervosa e empurrou o loiro para o lado. Draco caiu deitado no chão. Via tudo embaçado e sentia seu estômago de cabeça para baixo. Hermione se aproximou dele. — Você está bem? Draco passou a mão no rosto dela. — Agora é você — disse sorrindo. — Consegue levantar? Vou te levar pra casa. — Puxou o braço dele e o colocou em volta de seu pescoço. Com dificuldade conseguiu colocá-lo em pé. Mesmo assim ficava indo para o lado querendo cair. — Merlin! Marcele já tinha saído dali para se limpar. Hermione olhou cada canto do lugar e aparatou para casa. Assim que pararam na sala Draco vomitou no chão. — Droga Draco! Ele a abraçou e quase os derrubou. — Vem cá... — Puxou o loiro até o sofá e o colocou deitado lá. Draco estava totalmente fora de si. Não sabia nem onde estava. Hermione pegou a varinha e fez um feitiço tirando a droga dele. Em pouco tempo Draco voltou a si e sentou no sofá. — O que...? — Ficou sem fala ao ver Hermione a sua frente com os olhos cheios de lágrimas. — Que foi? — Levantou rápido e ficou tonto. — Você precisa deitar, vamos... – Segurou a mão dele e puxou para subir as escadas. — O que aconteceu? Por que está chorando? Fala comigo... Ela não respondeu e Draco ficou confuso. Estava totalmente perdido. — Pode deitar. Draco sentou na cama e a olhou. — Deite e durma um pouco, vai melhorar totalmente. — Virou para sair, mas ele a segurou. — O que está acontecendo? Me explica Hermione... Ela respirou fundo e tentou segurar as lágrimas, em vão. — Você... Você transou com a Marcele. Draco abriu a boca em surpresa. O que? Hermione estava louca? Ou ele que estava? Era um sonho é claro... Ou não? Parece tão real... — Estavam no quartinho da bagunça da casa de repouso bem juntinhos aproveitando o momento — disse com nojo e Draco viu as lágrimas descendo do rosto dela. — Eu não lembro disso. Eu não fiz isso. — Pior que fez... — disse chorando. — Hermione... Deve ter acontecido alguma coisa... — Ela te drogou. — Então por que está chateada comigo? — Porque não consigo esquecer aquela cena nojenta droga! — Saiu do quarto e entrou no seu batendo a porta com força.     
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