Jéssica Cortez (JESSY)
Olho pela milésima vez para a tela do meu notebook, mesmo assim não consigo acreditar no que vejo, do lado do meu nome está escrito aprovado, na bolsa que tanto desejei, estou tão feliz que a única coisa que sai da minha boca é:
— Minha nossa, minha nossa! (Grito um pouco estérica)
Minha mãe entra no meu quarto desesperada, pensando que tinha acontecido algo, mas ao me ver dando pulos, feito uma louca me chama.
Sara- Filha?
Jessy- Oi, mãe. (Falo desconfiada)
Sara- Qual o motivo desse alarme todo?(Diz cruzando os braços e me olhando fixo)
Jessy- Eu conseguir, mãe, eu conseguir. (Grito)
Sara- Conseguiu o quê, querida?
Jessy- Entra na universidade de psicologia.(Falo, só aí lembro que os meus pais ainda não sabem de nada)
Sara- Não estou te entendendo, Jessy, dá para me explicar?
Jessy- Claro, mãe, mas primeiro quero me desculpa, eu queria fazer uma surpresa, por isso não contei nada a você ou ao papai.
Sara- Ainda continua sem entender.
Meus pais são bastante ricos, na verdade, o meu padrasto Júlio, quando ele se cassou com a minha mãe, eu era apenas uma criança, desde então o considero como o meu pai biológico, já que o meu verdadeiro pai sumiu no mundo, para ser sincera eu nem sei o seu nome, porém, algumas vezes ouvi a minha mãe falando com uma amiga que eu tenho os olhos verdes iguais os dele.
O Júlio e a minha mãe sempre me proporcionaram tudo, nunca me deixaram falta nada, mas pela primeira vez quero conquistar algo com os meus esforços; por isso, entrar em uma faculdade como bolsista devido os meus próprios méritos, foi o meu primeiro passo para ter a minha independência, agora o meu único obstáculo é convencê-los a me deixar morar sozinha em Nova York.
Sara- Jéssica Cortez, estou esperando você me conta tudo.
Olho para ela e o sorriso que estava no rosto foi diminuindo, respiro fundo e conto tudo, de início ela não diz nada, só fica me olhando sem qualquer expressão.
Sara- Ah, filha parabéns, estou tão orgulhosa de você. (Diz me abraçando forte)
Jessy- Obrigada, mãe. (Falo chorando, tudo porque sou uma manteiga derretida que chora por tudo)
Sara- Querida, agora só tem um pequeno detalhe nesse seu plano.
Jessy- O quê seria?
Sara- Primeiro acredito que o seu pai não vai aceita muito bem essa história de você estudar fora do país, e segundo que o apartamento que você iria ficar está sendo reformado e não sabe quando vai terminar.
Jessy- Ah não, e agora mãe, o que eu vou fazer? (Falo desanimada)
Sara- Não vamos pensar negativo, irei conversar com o seu pai, se ele concordar, aí pensaremos onde você vai ficar.
Jessy- Mãe, eu não quero que o papai paguei aluguel para mim, quero andar com minhas próprias pernas, você me entende?
Sara- Mesmo sem concordar em nada com você, eu te entendo querida, isso é o que me deixa orgulhosa, mas não se preocupe, falarei com o Júlio e pedirei para ele falar com o seu tio, caso ele aceite, aí sim, você pode ir para Nova York.
Jessy- Tio, que tio?
Sara- Seu tio Gabriel Salles, ele é o irmão do Júlio, você não lembra dele porque só o viu uma vez, ele veio no nosso casamento e você era pequena.
Jessy- Está decidido, irei morar com o tio Gabriel.
Sara- Jessy, nada de ficar eufórica, você lembra que temos que convencer o seu pai, e só aí ele ligará para o seu tio para pergunta a ele e a esposa dele se você poderá ficar lá.
Jessy- Você tem razão mãe.
Depois que ela saiu do meu quarto, me jogo na cama rezando para que o meu pai e o tio Gabriel concordem, para entrar na NYU eu renunciei tudo, até do meu namoro com o Paulo.
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Estou tão ansiosa para saber qual será a resposta do meu pai, que m*l toque no jantar, quando os meus pais foram para o escritório, corri, ficando atrás da porta, tentando ouvir qualquer coisa, mas para o meu azar não escutei nada.
Ando de um lado para o outro, até que a porta se abre, e os meus pais saem, olho para eles, esperando por sua decisão.
Jessy- Pai... Mãe... E aí?
Eles se entreolham e depois me olham sério, me deixando super nervosa.
Júlio- Primeiro que tudo quero dizer que estou muito orgulhoso de você, princesa, não esperava menos...
Jessy- Obrigada, pai.
Júlio- Ainda não terminei... mesmo sem concordar, a sua mãe acabou me convencendo em deixar você ir para Nova York.
Jessy- Sério? (Começo a dá pulinho)
Júlio- Sim, mas tem algumas condições, mocinha.
Jessy- Aceito todas que o senhor disser.
Júlio- Liguei para o meu irmão e ele aceitou que você ficasse na casa dele, ele até gostou da ideia, só assim a sua esposa terá alguém com quem conversar, como o seu tio é delegado, ele fica muito pouco tempo em casa.
Jessy- Eu te amo, obrigada, pai, mãe. (Falo abraçando os dois)
Sara- Nós também te amamos querida, não sei se vou aguentar ficar longe de você meu amor.
(*****)
— Finalmente em solo americano!
Sorrio assim que o avião vai pousando na pista, é a primeira vez que venho a nova York, sempre quis vir nas férias, mas o meu pai nunca me deixou, já viajamos para outros países, porém Nova York nunca dava certo quando planejarmos, toda vida acontecia algo na empresa que impedia de viajamos.
Mas agora eu estou em Nova York e tenho certeza que será uma experiência maravilhosa, assim que a porta do avião se abre, pego minhas bolsas e saiu, observo tudo ao meu redor, procurando por alguém segurando uma plaquinha com o meu nome, igual nos filmes que assisto.
Olho mais uma vez e vejo uma ruiva bem linda segurando uma placa escrito JÉSSICA CORTEZ, me aproximo dela que sorrir terno, ela deve ser a esposa do tio Gabriel.
Jessy- Emma?
Emma- yes, and you até Jéssica Gabriel 's Nice?(Sim, então você é Jéssica sobrinha do Gabriel)
Jessy- Sim
Emma- Seja bem-vinda. (Tenta falar em português)
Acho lindo o sotaque americano, espero conseguir me virar com o meu inglês.
Jessy- Obrigada.
Pego minhas malas e seguimos até o seu carro, me surpreendo por ter um motorista a nossa espera, assim que ele nos ver, se aproximar e coloca todas as minhas coisas no porta mala, entramos no carro e logo envio uma mensagem para os meus pais.
Depois de quase uma hora de viagem, chegando a casa do meu tio, saímos e fico abismada com o tamanho da casa, ela é enorme, acredito que é bem maior que a dos meus pais.
Entramos e a Emma me leva para o meu quarto, pego minhas malas, coloco sobre a cama e começo a tirar tudo e arrumar no closet, passado trinta minutos, termino tudo, me jogando em seguida na cama, meus olhos vão pesando e eu apago.
Acordo depois de um cochilo até que demorado, não imaginava que estava tão exausta, suponho que seja pelas 9h 53min, de viagem de São Paulo até aqui.
Me levanto e vou para o banheiro, preciso de um bom banho, já com as minhas energias renovadas, saio do banheiro, me visto e desço para comer algo, minha barriga está doendo de tanta fome.