Capítulo 4

1025 Words
Eu sabia como lidar com os meus pais. Sabia também que a minha mãe daria mil desculpas para aquilo que ela estava fazendo, o meu pai só iria sorrir para mim achar engraçado ter conseguido te dar uma com a minha cara com tanta facilidade. Como eu iria me vingar deles terem feito que fizeram? Giulia, aquela beata não tinha a mínima noção do que ela tinha se metido. Eu queria defendê-la de algum modo mas arrogância dela me incomodava, o olhar perdido em relação a mim e todo aquele julgamento enquanto ela olhava dentro dos meus olhos dentro daquela paróquia. Eu liguei para minha mãe dentro do carro, esperando que ela fosse perguntar como foi o meu encontro com aquela freira maluca. Eu só queria entender o motivo pelo qual ela e meu resolveram ser essas pessoas insuportáveis, fiz papel de bobo na frente dela, não ajudei em nada... E eles poderiam ter mandado o sonso do Lorenzo para essa missão, por que eu? DROGA! - eu pensei no mesmo momento enquanto o celular chamava. - Então Dante como foi o seu dia? - dona Isabela cheia da sua empáfia pessoal normal, nem ao menos me deu um bom dia. Todos sabiam como eu reagiria, o que eles esperavam? Eu ia entrar em uma maldita igreja para bancar o mocinho bonzinho ajudador de pobres e doentes? Eu lá ligava para isso? - Por que vocês estão fazendo isso? O que a moça tinha a ver com isso? Ela não é um experimento social mãe, ela é uma pessoa. Você sabia que a própria mãe dela depende desse tratamento? E você achou realmente que eu era a melhor pessoa para lidar com essa situação? - eu estava tão bravo que eu não conseguia nem falar direito, eu não queria magoar a Giulia, eu só queria que toda aquela situação parasse de uma vez. - você finalmente teve empatia por alguém? Você viu como aquela garota era duro para fazer as coisas dela? Ela nem ao menos queria ser freira, ela apenas queria conseguir um lugar para o tratamento da mãe - deixa eu adivinhar então, algum maldito padre enganou a menina para ela virar uma beata de m**** enquanto ela só precisava do tratamento de câncer da mãe. Acertei? - Eu sabia ser um cuzão. O silêncio era ensurdecedor, provavelmente dona Isabela Salvatore sabia exatamente qual era a história correta sobre a Giulia, mas ela não ia me contar. Ela ia me torturar com a possibilidade de não saber alguma informação, eu ia atrás da história da moça eu sempre fui extremamente curioso e obstinado E durante toda a minha vida ninguém conseguiu me esconder alguma informação importante. - eu só pedi para você ir lá assinar um cheque... Você que está todo mexido com a história da Giulia, e quem se importa na realidade? Você não se importa com ela, muito menos com as pessoas que estão lá sofrendo... Você só se importa com a cadeira da presidência, então me diz uma coisa, só de curiosidade, O que você vai fazer para se casar antes do seu irmão? Ela só podia estar de s*******m comigo. - mãe eu te amo profundamente, mas é sempre desagradável lidar com você. Por qual motivo vocês acreditam que eu deveria ser marido de alguém? Apenas para assumir o controle da máfia? é se um motivo justo para dizer aceito na frente de um milhão de pessoas? Interceda por mim com meu pai... Faz ele enxergar que casamento não é a melhor opção. Eu estava contando com o bom senso da minha mãe, eu sabia também que o bom senso dela não me levaria nenhum lugar. Minha mãe era teimosa, obstinada, e o pior de tudo... Acreditava totalmente em amor e casamento. - você já sabe qual será a minha resposta Dante, você precisa aprender a se preocupar com outras pessoas além de você. Enquanto você não se preocupar com outras pessoas você não merece ocupar a cadeira do seu pai. - Ah entendo, então Lorenzo é o melhor candidato? Só porque ele é seu filho adotado do coração? Ele sofreu e não teve mãe, você elegeu ele um coitadinho e um demônio desde a sua barriga... Diz o motivo mãe... Diz um motivo pelo qual você ama tanto a Leona e o Lorenzo e eu sou sempre a persona não grata da família... Mas diz isso claramente, e não me vem com papo furado de que você me ama e quer o melhor para mim. - eu não tenho preferência pelo seu irmão, e eu jamais quero ouvir você dizer de novo que ele não teve mãe... Eu criei, alimentei, e sofri da mesma forma que sofri por você e pela sua irmã... Só que você desde sempre teve esse jeito obscuro de lidar com tudo. Você me preocupa Dante, essa sua sede incansável por poder, essa sua vontade de se provar e estar sempre em competição com seu irmão. Nós somos uma família, seu irmão te ama, sua irmã te ama eu te amo. - e quanto ao meu pai? Vai dizer que o velho me ama também? Já passou pela sua cabeça doce Isabela Salvatore, que o meu pai prefere o Lorenzo porque ele é filho de outra mulher? Assim que essas palavras saíram pela minha boca eu me arrependi, mas sendo eu quem eu sou, eu não voltei atrás. Minha mãe não era mulher de voltar atrás, então ela bateu o telefone na minha cara. Eu mereci. Eu não deveria ter falado daquele jeito com a minha mãe, ela não merecia. Mas era tarde demais! Eu nem tentaria me defender de qualquer modo, eu tinha conhecimento do meu mau gênio. Se bem, que meu pai disse que eu não podia culpar isso para sempre. Eu não conseguia tirar a tal Giulia da minha cabeça, fiquei refletindo um tempão até me conscientizar do que eu havia ouvido da minha mãe na ligação. Repassei as palavras na minha cabeça milhares de vezes, até cair exatamente na informação que importava. A mulher virou freira para ajudar a mãe doente? Se eu oferecesse outra opção... Será que ela aceitaria?
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