_ Ótima idéia querido, vou ficar mais tranquila sabendo que estaremos de olho nela. - diz Lù.
_ Vem conosco vovó?
_ Vou no meu carro, encontro vocês em casa. - diz já se afastando.
_ Não tem necessidade Marco posso me cuidar. - insiste Samira. Ela não queria que ele fizesse mais por ela.
_ Isso é culpa minha Samira, me deixe cuidar de você como uma forma de me redimir pelo que aconteceu. - pede ele e olhando nos seus olhos Samira só via verdade.
_ Mas não foi culpa sua. - insiste ela em voz baixa.
_ Sim, foi. Se tivesse colocado aquela mulher no lugar fala da primeira vez, isso não teria acontecido. - diz suspirando em frustração.
Marco não tinha se esquecido de Diana, e assim que Samira estivesse instalada adequadamente na sua casa ele era resolver pessoalmente os seus assuntos com ela, seria a última vez que ele faria isso.
Pegando Samira nos seus braços Marco sobe para seu quarto, os olhos de Samira se arregalam ao perceber onde estava.
O quarto de Marco era bonito, paredes cinzas com detalhes em preto e prata, um quarto bem masculino.
_ Não posso ficar no seu quarto Marco! - reclama tentando descer da cama, mas a mão dele a segura no lugar.
_ Você vai ficar sem reclamar, aqui posso ficar de olho em você. - ele jamais admitiria a ela que não conseguia dormir sem o seu cheiro e sabia que estava sendo um i****a ao usar o seu ferimento para seu próprio benefício.
_ i****a! - reclama.
_ Me xingue do que quiser, mas isso não muda o fato de você ter que ficar aqui. - diz ele sorrindo.
_ Eu preciso ir para faculdade, preciso trabalhar. - começa ela, mas o olhar gelado de Marco a faz se calar.
_ Eu vou até a sua faculdade cuidar disso, e sobre trabalhar não pode mover esse braço por um tempo, então esqueça.
_ Eu tenho contas a pagar Marco, meu aluguel, ou quer que eu viro uma sem teto? - pergunta brava.
_ Eu vou pagar as suas contas até você melhorar.
_ Não quero o seu dinheiro!
_ Mas ainda sim vou fazer, como disse, isso aconteceu por minha culpa, então nada mais justo que eu assumir a responsabilidade.
Samira cai na cama gemendo de raiva, a suas pernas chutando as cobertas como uma criança.
_ Agora que estamos conversados vou pegar algo para você comer, tenho certeza que não almoçou ainda. - Samira cora quando ele olha no seu rosto, ela estava acostumada a pular refeições, então já nem se importava mais.
Marco deixa Samira e desce até a cozinha, a sua avó já estava lá com Marta.
_ Pelo que vejo a vovó já lhe contou, não foi. - diz Marco enquanto abria a geladeira.
_ Eu lamento que isso tenha acontecido querido, não sabia que aquela mulher poderia ser tão c***l. - diz Marta com pesar.
_ Ela se arrependerá amargamente do dia que cruzou o meu caminho Marta. - diz ele de forma sombria.
Marta não faz perguntas, ela conhecia muito bem seu patrão, o tinha visto crescer e sabia que nem sempre ele era gentil.
_ Aqui querido. - diz ela colocando uma bandeja a sua frente.
_ Obrigada Marta. - diz dando um beijo na bochecha da senhora.
Assim que Marco sai da cozinha Lú se vira para Marta com um sorriso no rosto.
_ Nunca pensei que o veria levar comida para alguém fora você Lú. - diz ela.
_ Ele a ama Marta, só é teimoso demais para admitir isso. - responde Lú. Ela estava feliz, sabia que aqueles dias que Samira passaria ali seriam perfeitos para fazerem eles entenderem-se.
_ O menino merece alguém tão gentil quanto a senhorita Samira. - diz Marta com um suspiro.
_ Ele a levou para seu quarto, acredita! - diz Lú mais baixo. A suas palavras fazem os olhos da cozinheira se arregalarem.
_ Realmente ele deve gostar dela. - Marco era muito individualista, não gostava de chamar atenção e nem trazia ninguém para sua casa, em todos aqueles anos Samira era a primeira mulher que ele permitia entrar no seu quarto.
_ Preciso dar um jeito de juntar esses dois Marta. - diz Lú preocupada.
_ Lú! - a adverte.
_ Confie em mim, não vou fazer nada de mais.
_ Deixe que eles se acertem Lú, as crianças arranjarão um jeito. - diz Marta de forma tranquila.
_ Não consigo, Marco é muito estourado, e Samira tem um gênio forte, só vou dar uma mãozinha. - diz ela com um sorriso de canto.
_ Sabe o que penso sobre você bancar o cupido. - diz Marta com a sobrancelha arqueada.
_ Bobagem Marta, eles vão me agradecer quando eu terminar. - diz sorrindo.
Marta desiste, ela sabia que quando se tratava de Lú não adiantava insistir, ela faria o que deseja-se.
Assim que entra no quarto Marco pega Samira dormindo sentada na sua cama, o seu peito se aperta ela parecia tão frágil.
Colocando a bandeja na mesa ao lado ele vai até ela e a arruma com cuidado, retira os seus sapatos e a cobre se lembrando de deixar o seu braço machucado por cima das cobertas.
O ferimento de Samira tinha sido longo, pegava acima do cotovelo e descia por seu braço, pensar que aquilo era por sua causa o fazia se remoer de remorso, era a segunda vez que ela se machucava por culpa dele.
Marco sempre tinha desejado proteger Samira, mas ao que parecia ele apenas conseguia a ferir com a sua presença.
Com cuidado ele deita-se ao lado dela e automaticamente ela se vira se aconchegando a ele, aquilo aquece o seu coração, por mais que ela negasse o seu corpo sabia que ela pertencia a Marco.
Vendo a forma em que Samira se agarra a ele Marco retira os pensamentos ru*ns da sua mente, ele precisava cuidar dela e garantir que ninguém mais tocaria num único fio do seu cabelo.
Estava na hora dele começar a vingar o que tinha acontecido a sua garota.