_ Consegui falar com um encanador, mais tarde ele vira dar uma olhada. - diz ele, mas assim que vê Marco na cozinha para. - Você não tem roupas?
_ Ela gosta de me ver sem camisa. - diz Marco sorrindo enquanto se sentada à mesa.
_ Isso é mentira!
_ Não foi o que pensei quando você estava me desnudando com os olhos. - diz piscando para ela.
_ Seu i****a! - diz brava. Marco estava se divertindo com aquela situação, mas Lú vem em direção a ele e bate com a colher em sua cabeça.
_ Vovó! - reclama.
_ Samira é visita, e você está a deixando constrangida, vai por uma camisa. - diz Lú olhando seria para o neto.
_ Assim que tomar o meu café. - diz enquanto se servia.
Juliano observava a tudo segurando o riso, a sua vontade era rolar no chão de tanto rir, nunca tinha se divertido tanto na sua vida.
_ Pensei que poderíamos ir à vila mais tarde. - diz Carlos mudando de assunto, ele senta-se ao lado de samira e lhe serve uma xícara de café.
_ Tem uma vila aqui perto? - pergunta Samira curiosa.
_ Sim, aqui era território indígena uns anos atrás, eles moram atualmente numa vila aqui perto. - esclarece Carlos.
_ Isso parece divertido. - responde ela sorrindo. Marco olhava para a forma que ela sorria para Carlos com raiva, ele desejava que aquele sorriso fosse apenas dele e de ninguém mais, ela era sua.
_ Isso é uma ótima ideia, preciso comprar um amuleto para sorte. - diz Lú chamando a atenção.
_ Eles vendem amuletos?
_ Sim, e muitas outras coisas, você verá. - diz ela sorrindo.
Após o café da manhã eles arrumam-se e partem para a pequena vila, Samira foi a maior parte do caminho conversando com Lú e rindo das brincadeiras de Juliano. Carlos e Marcos pareciam que tinham travado uma batalha de silêncio, penas se olhavam com olhos hostis e nada amais.
Aquilo não tinha passado despercebido a Samira, mas ela não quis perguntar, gostava de respeitar o espaço um do outro e não invadiria o deles. Lú havia-lhe contado um pouco da história daquela região, apesar de não ter uma casa ali ela já tinha visitado algumas vezes.
A cada novo detalhe Samira percebia que Marco e Carlos eram amigos antigos, apesar de não serem tão próximo quanto era de Juliano, Marco tinha enorme consideração pelo amigo.
Carlos encosta o seu carro, numa praça e eles descem, Samira estava encantado com o lugar, era cercado por grandes árvores e a natureza permeava a vila dando mais vida ao lugar. Havia várias estátuas de madeiras espalhados representando os Deuses daquele povo.
Enquanto caminhavam várias crianças saem na suas direção lhes oferecendo colares de flores, Marco retribui elas dando-lhes uma nota para cada.
_ Eles vivem basicamente do artesanato, apesar dessa região ser bem movimentada eles se recusaram a fazer grandes mudanças, gostam de preservar a sua cultura. - diz Carlos ao ver os olhos curiosos de Samira.
_ Aqui é tão lindo. - diz ela encantado. Samira admirava cada pequeno detalhe da vila enquanto caminhavam pelas ruas de paralelepípedos.
Havia muitas coisas para serem observadas, varias bancas estavam expostas ao caminho, algumas com livros de história da cultura daquele povo, outras com ervas e remédios. Samira tinha se encantado com uma saia bordada em uma das bancas que tinha passado os seus olhos brilhando ao analisar o tecido.
_ Foi feito a mão senhorita. - diz uma nativa com pinturas pelo rosto.
_ É de uma delicadeza impressionante. - diz ela sorrindo para a moça.
_ O nosso povo é muito bom com artesanato, nós mesmos fazemos as nossas roupas. - diz ela orgulhosa vendo os olhos de Samira se arregalarem.
_ Imagino o trabalho que não deve dar.
_ Não é trabalho, faz parte de quem somos. - diz a moça sorrindo. - Leve, vai ficar muito bom em você.
_ Eu não trouxe dinheiro. - diz Samira sem graça ao olhar para a moça.
_ Eu p**o. - diz Marco entregando uma nota a moça.
_ Não precisa. - diz Samira balançando a cabeça, ela ainda estava brava com ele e não queria aceitar os seus favores.
_ Isso não é nada para mim. - diz ele, então se vira para Samira e lhe dá algumas notas se afastando.
Por mais que Samira não quisesse aceitar, ela havia gostado da saia, e de toda a forma poderia trabalhar e o pagar de volta.
_ O seu namorado é muito generoso. - diz a moça lhe entregando uma sacola com a saia. Samira ia desmentir, mas ela já tinha se virado para atender outra pessoa.
Eles continuam caminhando pelas ruas, Samira encontra Juliano fazendo uma pintura no rosto e assim que ele a vê a arrasta com ele para que pudesse fazer também. A primeira vista Samira tinha achado Juliano um daqueles caras mulherengos e sem vergonha, mas ela estava adorando a presença dele, não tinha tempo ru*m com Juliano por perto.
_ Meu Deus! - diz Lú quando vê os dois. - Vejam se não são os índios mais lindos que já vi.
_ Estamos incríveis não é mesmo vovó. - diz Juliano a abraçando.
_ Você ficou lindo Samira. - diz Carlos, ela cora desviando o olhar.
_ Obrigada. - responde. Mais atras Marco observava aquilo com raiva.
Eles caminham por mais alguns lugares e param num pequeno restaurante para almoçar. O lugar era simples e podia se ver traços da cultura local em tudo o que tinha a sua volta. Samira segura o cardápio esculpido em madeira impressionada com a criatividade deles.
Eles pedem e quando a comida chega o cheiro deixa Samira com água na boca, pegando uma das cuias ela experimenta o peixe se deliciando com o sabor. Com certeza Samira jamais esqueceria daquela viagem, a cada lugar que paravam ela tinha uma surpresa diferente.
Marco não sabia se comia ou se prestava atenção na forma que Samira apreciava o seu prato, as expressões dela eram um prato cheio para sua imaginação. Um cutucão o chama atenção e ele encontra o olhar divertido de Juliano, o ignorando ele começa a comer.