Capítulo 18

1042 Words
Samira estava sentado numa espreguiçadeira observando Juliano assar a carne, ele era bom e gostava do que estava fazendo. Lú ria de alguma coisa que ele dizia. A noite estava agradável e a companhia era boa, Samira estava satisfeita apenas por observá-los. Marco se aproxima deles e coloca uma caixa térmica no chão, ele retira algumas cervejas e passa para Juliano e Carlos, entrega uma garrafa de refrigerante para Lú e uma para Samira. _ Imagino que você não beba. - diz ele sentando-se ao lado dela. _ Cerveja é nojento, - diz fazendo uma careta. - Prefiro uma taça de venho. _ Isso é por que você é uma verdadeira dama Samira. - diz Carlos sentando do outro lado dela. _ Isso é besteira, quando eu era mais jovem costumava beber de tudo um pouco. - diz Lú. _ Então você era do barulho vovó Lú? - pergunta juliano sorrindo. _ O avô de Marco teve algum trabalho comigo. - diz ela rindo. _ Não brinca! - diz juliano interessado na história. - Conta para a gente vovó Lú. Juliano se senta ao na frente de Lú como uma criança com olhos brilhando, Samira também se vira interessada na história que Lú ia contar. _ Tudo bem, eu conto, - diz ela sorrindo. Lú olhava com carinho para os rostos que esperavam com ansiedade que ela continuasse. _ O meu casamento com o avô de Marco foi arranjado, eu odiava ele. - diz ela fazendo todos ficarem surpresos. _ Sério vovó? - pergunta Samira com a boca aberta. _ Sim, isso era comum na minha época, - diz ele a Samira. - Quando nos casamos mantivemos a maior distância possível um do outro. Éramos como fogo e gasolina, as nossas conversas sempre se transformavam em brigas. _ Até parece alguém que conheço. - diz Juliano olhando para Marco. _ Eu gostava muito de sair, mas quando me casei ele não permitia mais, alegava que eu iria sujar a sua reputação, então eu saia escondido depois que ele dormia. _ Não acredito vovó! - diz Juliano. _ Verdade, e deu certo algumas vezes. Eu ia para uma boate que gostava muito, e lá eu bebia de tudo, e foi em um dia desse que o avô de Marco me encontrou na boate, - os olhos de Lú brilhavam como se revivesse aquela lembrança de anos atrás. - Me lembro do escândalo que foi, ele me tirou de lá como se fosse um saco de batatas no seu ombro, quando chegamos em casa a briga foi feia, mas de alguma forma terminamos na cama um agarrado ao outro. _ Isso é incrível vovó! - diz Samira. _ Eu não sei quando passei a amá-lo, mas naquela noite resolvemos as nossas diferenças e nos demos uma chanche. Nunca fui tão feliz na minha vida como com ele, e como ele sabia que eu gostava de dançar e sair para beber ele acabou comprando a boate para mim. - Samira estava extasiada com aquela história, e pela forma que Lú falava ela podia entender o tamanho do amor que ela tinha pelo falecido marido. _ Ela está do mesmo jeito de antes vovó. - diz Marco com um sorriso de canto. _ Nunca pensei que você a manteria Marco. - diz ela. _ Ela faz parte da sua história vovó, jamais me desfarei dela. - diz ele pegando a mão da sua avó e dando um beijo. _ Espero algum dia ter um amor tão forte e puro quanto o seu, vovó Lú. - diz Samira sorrindo. _ Você terá um melhor que o meu querida, e ainda vamos rir muito das suas histórias. - diz ela piscando para seu neto antes de se virar para Samira. _ O meu avô ainda está disponível vovó. - diz Juliano. _ Só por cima do meu cadáver. - diz Marco dando um chute na perna de Juliano. _ Larga de ser chato Marco, o meu avô é gente boa. - diz ele alisando a perna. _ Você fala sempre tanto dele Juliano que uma hora vou aceitar o seu convite. - diz Lú sorrindo. _ Vovó! - briga Marco fazendo os outros rirem. A conversa seguia tranquila entre eles e Samira se via presa num misto de sentimentos. Ela não pensava que para pessoas extremamente ricas eles pudessem ser tão normais de certa forma. Assim que a carne fica pronta eles se servem e se sentam ali mesmo na praia apreciando a vista e o som das ondas que se quebravam. _ Isso está muito bom Juliano. - diz Samira após experimentar a carne. _ Obrigada Samira, é um dos meus muitos dons. - diz ele piscando para ela a fazendo rir. _ Vou fingir que não tem o dedo de Marco nisso. - diz Carlos. Aquilo deixa Samira curiosa, ela volta-se para Marco, mas ele continuava comendo em silêncio. _ Isso foi o avô dele, fez questão de o ensinar. - diz Lú com um sorriso triste no rosto. _ Eu sinto falta dele Vovó. - diz Juliano com olhos tristes. Juliano sempre tinha sido muito próximo de Marco, então sempre estava na casa dele e tinha boas lembranças da época em que o seu avô era vivo. _ Todos nós sentimos querido. - diz ela. Ninguém ousou dizer mais nada, terminaram de jantar em silêncio apreciando o barulho das ondas, não era preciso palavras para entender a saudades que os cercavam. O avô de Marco havia sido um grande homem, e para ele era uma inspiração de vida a ser seguido. Ele não gostava de pensar muito no seu avô, pois lhe fazia se lembrar dos seus pais e do acidente que tinha os levado tão sedo de perto dele. Marco nãon desejava reviver aquelas memorias amargas. _ Bem eu vou me deitar. - diz Lú depois de mais algum tempo. _ Eu vou com a senhora vovó. - diz Juliano lhe oferecendo o braço. _ Você vem Samira? - pergunta Carlos se ponde em pé. _ Vou ficar mais um pouco. - responde ela, Carlos assente e parte. Naquela noite escura haviam ficado apenas Marco e Samira, entre eles apenas o quebrar das ondas se podia ouvir cada um preso nos seus próprios pensamentos.
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