Vergonha.
Era aquilo que dominava cada pequena expressão no rosto de Marco. Ver as marcas na pele de Samira era como um lembrete do quão i****a ele havia sido.
Os seus olhos passeavam pela pele de Samira que estava vermelha e com algumas bolhas, as suas mãos fecham-se em punhos ao lado do corpo, infelizmente ele poderia culpar apenas a si mesmo pelo que tinha acontecido.
_ Vem Samira, eu te ajudo. – diz Juliano ignorando o comportamento de Marco.
Por mais que Marco odiasse outro homem tocando Samira achou melhor que Juliano a ajudasse, ele não se sentia no direito de tocá-la depois do que tinha feito. Com passos pesados ele deixa-se cair sobre o assento da lancha em silêncio Carlos se senta ao lado dele.
_ Eu jamais a machucaria por querer Carlos. – diz ele sem olhar para o amigo.
_ Eu sei, você pode ser muitas coisas Marco, mas jamais machucaria alguma mulher. – Carlos não queria admitir, mas ele confiava no amigo e sabia até onde ele iria. – Vamos esquecer isso Marco, sabe que tenho muita consideração por você.
Marco se vira e encontra o olhar de Carlos sobre ele, mas não havia julgamento, apenas a aceitação.
_ Tudo bem. – diz ele respirando aliviado.
_ Ao que parece alguém roubou a nossa garota. – diz Carlos ao ouvir o barulho deles entrando na água.
_ Melhor assim. – diz Marco com os olhos distantes.
Ele preferia mil vezes Juliano ao lado de Samira que Carlos, pois ele sabia que Juliano jamais tentaria algo com ela sabendo que ele tinha interesse, diferente de Carlos.
Marco vcai até a beirada da lancha e se senta observando Samira e Juliano mais ao longe, ao que parecia sua garota estava gostando bastante.
Sua garota!
Marco ri ao pensar que a sua mente já tinha Samira como a sua. Sim, ela era sua, podia sentir a sua possessividade tomando conta e antes que pudesse se conter já tinha se lançado ao mar e nadava em direção a onde eles estavam. Assim que Juliano percebe Marco ao seu lado ele passa Samira com cuidado para seus braços, ela ainda tinha a cabeça dentro da água e usava uma máscara enquanto observava os pequenos peixes coloridos do coral.
Samira passa mais alguns minutos observando os peixinhos e quando ergue a cabeça encontra o olhar divertido de Marco, a sua mão a segurava com firmeza.
_ Só não mando você me soltar por que me afogo. - diz ela com olhos desafiadores, a vontade de Marco era rir da sua cara de brava, ela ficava fofa.
_ Jamais te deixaria se afogar. - diz ele puxando-a para mais perto de si, os braços de Samira envolvem o pescoço de Marco com força.
_ Marco, se você me soltar eu juro que te mato. - diz ela agarrada a ele.
_ Como vai me matar se estiver se afogando? - pergunta ele divertido.
_ Você! - diz ela brava.
_ Se agarre nas minhas costas. - diz ele movendo-a com cuidado para suas costas, Samira envolve as suas pernas na cintura de Marco e ele começa a nadar em volta do coral com ele agarrada a ele.
Marco nadava lentamente com Samira nas suas costas, as vezes ele parava para lhe mostrar algo nos corais, ela estava se divertindo mais do que pensava que iria. E, ao mesmo tempo Samira se tornava consciente da forma que estava agarrada a ele, de como os seus músculos se contraiam a medida que ele nadava.
Marco era um homem atraente e viril, e a forma que Samira se agarrava a ele fazia o seu corpo se arrepiar. Ela agradecia por ele não poder ver o seu rosto naquele momento, pois tinha certeza que estava corada de vergonha.
Após mais alguns minutos Marco nada de volta para a lancha, assim que sobem a borde ele desce até o pequeno quarto que havia ali e volta com uma maleta de primeiros socorros, ele não tinha se esquecido dos ferimentos dela.
_ Eu posso fazer isso. - diz ela quando ele se ajoelha a sua frente.
_ Como você mesma disso algumas horas atrás, eu fui o responsável então eu faço. - diz ele encarando os seus olhos chateados.
_ Você é insuportável. - diz ela com os dentes trincados.
_ Eu sei. - diz ele enquanto retirava o que precisava da maleta.
De longe Carlos e Juliano assistia à troca de farpas entre eles.
_ Não tem medo deles se matarem? - pergunta Carlos.
_ Não, Marco jamais a machucaria. - diz Juliano de forma tranquila, Carlos se vira para ele e encontra o seu olhar relaxado sobre os dois.
_ Sinto que estou perdendo alguma coisa. - diz Carlos pensativo.
_ Mas não serei eu a te contar. - diz Juliano olhando nos seus olhos.
_ Disso eu já sabia. - diz bufando.
Assim que Marco termina de cuidar dos ferimentos de Samira eles partem de volta para a casa de praia, ela tinha ficado exposta ao sol por muito tempo e ele não desejava que ela se machucasse mais do que já estava.
Samira corre direto para o banheiro quando chega, após um longo banho ela desce para ajudar a vovó Lú com o jantar.
_ Se divertiu querida? - pergunta Lú quando a vê descer novamente.
_ Foi incrível Vovó, tinha tantos peixinhos coloridos, eu amei. - diz com olhos brilhando de felicidade.
_ Fico feliz em saber disso, você é jovem tem que aproveitar um pouco a vida. - diz ela enquanto colocava uma travessa no forno.
_ O que está fazendo de bom? - pergunta.
_ É um arroz de forno, os meninos resolveram assar carne na praia. - aquilo deixa Samira mais feliz ainda, ela nunca tinha experimentado aquelas coisas antes e estar com eles a fazia se sentir em família.
_ Isso vai ser divertido. - diz ela dando um abraço em Lú.
_ Você veio para se divertir e é isso que quero que faça. - diz Lú lhe dando um beijo na testa.
Assim que Samira e Lú saem elas avistam uma fogueira na areia, eles estavam organizando as coisas para o churrasco, o sorriso de Samira aumenta, segurando a mão de Lú elas caminham até os outros.