Capítulo Cinco

1279 Words
Me espreguiço na cama e sinto meu corpo todo dolorido, o tecido liso e fino da cama macia arrepia minha pele, não se parece em nada com os meus lençóis esses são tão macios que eu se quer posso comparar com os meus. O sol toca em meu rosto e me faz me esconder entre os lençóis, pulo da cama em um sobressalto e com a visão ainda embaçada por ter acabado de acordar observo o quarto em que estou. Com as pernas doloridas e a cabeça girando como um carrossel caminho pelo grande cômodo extremamente luxuoso. Me aproximo de um espelho enorme e vejo que ainda estou com o mesmo vestido da noite anterior e é nesse momento que as lembranças voltam como uma avalanche em minha mente, as bebidas, aquele homem asqueroso, o meu salvador, tudo! Como pude ser tão ingênua? Por pouco não fui abusada, se não fosse aquele homem loiro de olhos azuis eu não sei nem se estaria viva nesse momento. Meu herói quando me tirou da boate, me colocou em seu carro e depois disso não consigo me lembrar de mais nada que possa ter acontecido. Meu rosto está manchado pela maquiagem, meus cabelos estão bagunçados me encontro um verdadeiro caos. Sigo até uma porta onde acho ser o banheiro abro a mesma e me aproximo da pia de mármore, ligo a agua e começo a lavar o meu rosto, depois de lavado eu volto ao quarto se é que posso chamar isso de quarto, me aproximo da cama e o meu par de sapatos que usei ontem à noite, os seguro em minhas mãos e saio do quarto. Ando pelo corredor pisando em um enorme tapete vermelho a procura das escadas, enquanto prossigo eu admiro os enormes quadros que estão na parede. Estou um pouco receosa por não saber onde eu estou, não ouso tocar em absolutamente nada cada centímetro do meu corpo está arrepiado enquanto ando não ouço e não vejo nenhum ser vivente, na verdade não tem nenhum rastro de pessoas por aqui. Ao finalmente achar as escadas começo a ouvir a risada de uma criança um pouco distante, desci e me deparei com um menino sentado no chão brincando de carrinho sozinho, ele bate os brinquedos uns nos outros. Me aproximo da criança parando a centímetros de distância dele, ao perceber a minha presença ele se virou pra me encarar, olho atentamente para o menino com o olhar surpreso, meu Deus é aquele homenzinho mandão. Henrique - Oi Anastácia! (ele me cumprimenta com um pequeno sorriso) - Olá Henrique! Você mora aqui? Henrique - Sim, meu pai me disse que havia te trazido pra cá, você vai ficar? - Eu? Na ... XXX - Senhorita Gimenez! Ouço a voz grossa e autoritária chamar o meu nome, meus ombros caem e com as pernas bambas eu me viro e encaro a silhueta desse homem lindo, mais assustador. Ele é uma mistura de monstro mais com uma beleza exótica, observo essa grande muralha vestido de terno preto que marca seus músculos e vou subindo meu olhar até me deparar com um belo par de olhos azuis escuro. Ele é uma verdadeira beldade exalando poder e perigo, seu semblante sério apenas certificam as minhas palavras. - Sim? (digo com um fio de voz) Alexsander - Me acompanhe por favor. Ele se virou e começou a andar por um corredor sem ter muito o que fazer eu o sigo. Estou nervosa por estar próxima desse homem, ele abre uma porta dupla e me da passagem para que eu entre, mesmo receosa eu entro. Não demorou para ele fechar a porta e se aproximar de um pequena adega. Alex - Aceita uma bebida? - Não, obrigada. Eu não gosto de beber. Ao ouvir isso ele se vira de frente pra mim e me olha com um olhar debochado, com certeza deve estar me julgando. Alex - Como não? Se eu a encontrei alcoolizada prestes a ser violentada? - Aquele homem me ofereceu uma bebida doce, e eu também não sabia que continha álcool. Alex - Com quem estava? (perguntou) - Com uma ... colega. Alex - Bom, afaste-se dela. Eu não quero você saindo durante a noite. Escuto sua ordem com a sobrancelha arqueada. Quem ele pensa que é pra ficar me dando ordens? - Muito obrigada pela sua ajuda, senhor. Se o senhor não tivesse chegado naquele momento eu não sei o que seria de mim . (agradeço com a voz trêmula) - Mais o senhor não pode me dizer o que eu devo ou não fazer, sou maior de idade e dona do meu próprio nariz. Ainda com sua expressão séria o homem cujo eu nem lembro o nome se aproxima de mim, tento andar pra pras mais minhas costas encostou na porta do escritório, sou prensada sobre ela com seu corpo enorme esmagando o meu. Alex - Creio não ter sido específico com você. Eu não quero que você saia novamente durante a noite, eu fui claro? Fico apavorada com a sua exigência, eu não o conheço e ele também não me conhece, porém ele mostra ser um homem perigoso. Alex - Eu fui claro, senhorita Gimenez? (diz exigindo uma resposta) - Como clara de ovo. Alex - Que bom, boneca. Ele se afastou e caminhou em direção a sua poltrona e pergunta. Alex - Você trabalha, não é? - Sim, em uma lanchonete. Alex - Não deseja trabalhar como babá? - Como o senhor sabe, eu já tenho trabalho . Alex - Eu sei disso, mais percebi que o meu filho gostou de você, poderia trabalhar como a babá dele. Será muito bem paga. Percebo que suas palavras são carregadas de segundas intenções, embora ele mostre que eu teria um salário melhor do que o do meu atual trabalho. - Seu filho é um doce, mais já tenho um trabalho. Obrigada pela oferta. Digo recusando a oferta, não preciso mais de um trabalho, já tenho um e estou nele a há meses e não tenho do que reclamar. O homem se levantou de sua poltrona e se aproxima de mim, continuo parada aonde estou segurando o sapato cada vez mais forte em minhas mãos, estou cada vez mais nervosa por estar aqui. Minha única vontade é de sair correndo e ir embora daqui. Alex - Irei mandar que o meu motorista te leve de volta pra casa. (diz próximo demais) Suspiro fundo e concordo, me afasto da porta e ele abre a mesma. Fico tentada a perguntar o seu nome, pois eu não me lembro. Enquanto ele me guiar até a sala principal pergunto. - Como se chama? Alex - Você lembra do nome do meu filho, mais não lembra do meu? (ele sorri sem humor enquanto ainda andamos) - Desculpa, mais não queria lhe ofender. Alex - Alexsander Sanchez! (disse por fim) Já de volta a sala principal o pequeno Henrique vem de encontro a mim e segura a barra do meu vestido. Henrique - Você já vai Ana? - Sim, Henrique, preciso voltar pra casa. Henrique - Mais ... você vai voltar? - S - Sim? Henrique - Promete? - Claro! (sorrio nervosa) Ele se afastou e voltou a brincar com os seus carrinhos, ao me aproximar do Hall de entrada Alexsander Sanchez segurou o meu braço e aproximou seus lábios ao meu ouvido. Alex - Promessa é dívida, boneca. Ele solta o meu braço e fica me olhando até eu me aproximar do carro que me levará até minha casa. Com a força que ainda me resta entro no veiculo, assim que fechei a porta o motorista deu partida acelerou e passou pelos grandes portões desse lugar.
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