A sua décima terceira tatuagem. A cada dez anos, ela fazia uma nova tatuagem, que servia para lembrá-la de que havia se encerrado mais uma década de sua vida.
Ela não fazia ideia de que expressar os seus sentimentos pelo corpo, serviria como uma bela e inusitada terapia. E um vampiro precisando de terapia, quem imaginaria? Acho que, só o fato de ser um vampiro, já requer uma terapia.
― De todas as tatuagens que você já fez, esta é novidade.
Misu, o tatuador, lançava um olhar impressionado e julgador para a sua obra de arte terminada nas costas da garota.
― Por que as iniciais? — questionou o tatuador.
A garota abriu um pequeno sorriso de canto de boca e fitou as suas gélidas mãos pousadas sobre os rasgos da calça jeans preta em suas coxas.
― Para eu lembrar de nunca esquecer dele ― respondeu.
Misu enrugou a testa e dessa vez a olhou confuso.
― Porque eu o deixei ir embora. E sem lembranças da minha existência. Porque quando se deve escolher entre o amor e a dor... Alguém tem que ficar com a dor.
― Você sempre mata a si mesma ― disse.
― É do meu feitio.