Ele julga que só vejo bondade, mas as coisas não foram do jeito que ele está pensando. Por muito tempo tudo o que vir nas pessoas foi maldade. Meus pais foram assassinados por saber de mais e eu fui colocada em um convento, pois ninguém queria ficar comigo.
Tento ser boa com as pessoas, pois Jesus foi bom com todos. Um homem desses que se diz o próprio demônio, um louco que informa que nosso final será a morte. O pior de tudo é que eu estou com medo e estamos a mais de 8 horas de relógio presos no mesmo ambiente sem ter como sair.
A polícia está do lado de fora e qualquer movimento errado, ele vai me matar, eu tenho certeza disso. Meu coração acelerou só com esse pensamento. Me encolhi em um canto e fiquei observando-o.
Ele caminhava de um lado para o outro falando com alguém no telefone. Segurei firme o crucifixo enquanto mantinha meus olhos fechados para me conectar com o sagrado.
— p***a! Quero que procure aquele filho da p**a — rosno.
Continuei em silêncio observando e passando um tempo ele veio na minha direção e se sentou ao meu lado. Colocou a mão sobre o véu e tentou puxar. Mas assustei-me e sair de perto. Ele deu uma gargalhada e veio se aproximando de mim enquanto eu dava passos para trás.
— Por favor! — Sussurro e ele continua andando. Bato as costas na parede e ele espalma as mão na parede me prendendo. Meu peito quase sai pela boca.
— Você é linda! Tem cara de anjo, seus olhos azuis me lembram ao de uma pessoa que não era tão santa como você, pois eu tirei a pureza dela — informa me pegando de surpresa.
Tento sair dos seus braços, uma vez que nunca havia ficado tão próxima de alguém do sexo oposto.
— Por favor! — Digo novamente e ele se senta no sofá.
— Estou com fome, você vá para a cozinha e faça uma comida para nós — ordena e eu saiu dali rapidamente.
Meu coração estava acelerado. Eu não conhecia aquela casa e estava tentando achar os mantimentos para cozinha. Sem querer derrubo um pote de vidro e me abaixo para pegar os cacos.
Lúcifer se aproxima e eu me assusto e acabo ferindo a minha mão. O sangue escorre pelo meu dedo e ele puxa a minha mão chupando o meu dedo. Meu corpo se arrepia completamente. Nunca havia tido contato com um homem e agora tem um chupando o meu dedo.
— Para com isso! — Puxo meu dedo da mão dele. E o seus olha fica cheio de mão intenção comigo.
— Estou te ajudando a ficar bem. Limpa essa p***a e faz a comida — Rosna e sai me deixando em paz.
Acho uma vazia com macarrão parafuso e cozinho ele com calabresa. É a coisa mais fácil de se fazer. Assim que concluo tudo. Vou para a sala com o prato na mão e entrego para ele.
Percebo que a sua camisa está suja de sangue e logo questiono.
— Você está ferido?
— Estou? — Pergunta tocando o abdômen e grita. — p**a que pariu!
— Sim, parece que você está ferido! — falo me aproximando e ele tira a camisa.
Olho para a barriga dele trincada e coloco a mão no meu rosto. Meu rosto cora no exato momento e eu fecho os olhos.
— Meu Deus, por favor! Coloque a camisa — peço e ele dar uma gargalhada.
— p***a, estou ferido e você precisa me ajudar a limpar isso aqui! — Rosna.
— Não posso, pois você está sem camisa! — Exclamo.
— Você vai me ajudar, sim! Adiante as coisas logo, vai me deixar morrer sua filha da p**a? — Pergunta e eu me aproximo dele nervosa.
Toco seu abdômen de olhos fechados e meu coração fica acelerado pelo contato com ele.
— Ou abra a p***a dos olhos para não fazer merda! — Declara e eu obedeço.
— Desculpa — peço e em seguida passo a mão no abdômen analisando de onde vem o sangramento. — Tem um ferimento na sua barriga, me diga onde tem uma caixa de primeiros socorros — pergunto
— No banheiro, na porta direita — aponta e eu me levanto.
Sigo para o banheiro e pego a maleta branca de primeiros socorros. Volto para a sala e faço o curativo no lugar. No convento aprendi algumas coisas sobre primeiros socorros e estou aproveitando agora para colocar em prática.
Observei que o corte foi superficial. Nada profundo, por isso, não é necessário que ele vá para o médico. Após fazer a minha parte me afasto e observo comendo.
— Não vai comer? — Pergunta.
— Não, eu estou bem! — Declaro.
— Ta fazendo jejum, santinha? — Pergunto.
— Não, eu estou sem fome, mesmo — digo me sentando distante dele.
— Sabe, você cozinhou para mim, fez curativo e acredita que há uma cura para minha cabeça fodida, por isso, não vou lhe matar, porém não existe cura para mim — fala sério.
— Existe salvação para todas as pessoas do mundo. Você não é pior que ninguém. Eu acredito na sua salvação! Por mais que tente me aterrorizar desse jeito, que diga que é um monstro, não acredito nisso, você é alguém que não conheceu o amor e decidiu se fechar por medo de confiar na humanidade — declaro e ele me olha frio.
— Deixa de ser boba! Você ver o mundo da bolha que é o convento onde vivi com aquelas freiras que pregam sobre o amor de cristo e dizem que tudo é lindo, que o mundo é calmo. Deixa eu te dizer uma coisa, elas estão mentindo o maldade do mundo existem, não seja boba — rosna.
— Eu quero acreditar no amor, se isso é uma fantasia da minha cabeça, vou continuar acreditando nisso e mostrando para o mundo o quanto Deus é bondoso. Vou fazer a minha parte como uma mensageira do pai — digo e ele dar uma gargalhada.
— Eu não quero ser salvo por você. Desista de tentar me salvar, não sou bom. Dentro de mim existe uma maldade tão grande. Eu digo e repito, gosto de fazer m*l, de torturar as pessoas. — diz pegando um saco cheio de pó.
Ele joga no centro próximo ao sofá e começa a cheirar na minha frente. Toco o crucifixo e fecho os olhos. Aquela cena era muito forte. Alguma coisa ferio esse homem de um jeito que ele se tornou esse monstro,
— Não faça isso consigo mesmo — seguro sua mão e ele me olha nos olhos — não destrua a sua vida desse jeito.
— A minha vida foi destruída quando eu era apenas um moleque de 14 anos, desde então, não sou mais o homem de antes. Me roubaram minha inocência da pior forma e não tente me trazer de volta a vida, pois vai entrar na escuridão do mesmo jeito que eu entrei. Ore pelos meus pecados, peça a Deus para que ele me guie nos meus caminhos. Isso é tudo o que você pode fazer, anjinho! — Informa.
— Deixa eu te ajudar, talvez eu consiga te tirar dessa escuridão! — Digo sem pensar e ele me olha sério.
— Saia da minha frente, santinha! Não fale bobagens, se você tentar me ajudar, vai se afundar junto. Meu destino está traçado e foi eu que escolhi ele. — Diz e eu saio daquele lugar nervosa. Subo as escadas correndo.