Capítulo 3

2839 Words
Nerissa Gallice. Um, dois, três. Eu conto internamente, depois do Joshua ter saído, para ver quantos segundos a Andrea leva para ser a próxima a encher-me de questões. Quatro, cinco. - Ele já foi, você pode por favor me contar direito o que está acontecendo, Nerissa? - ela questiona e eu sabia. - Cinco segundos. - eu falo, caminhando com ela pelo corredor. - Cinco segundos o quê, Nerissa? - ela questiona confusa e eu sorrio. - Cinco segundos foi o que você demorou para me encher de questões outra vez. - eu lhe digo e ela revira os olhos acompanhando o meu passo. - Eu estou sem entender nada, estou confusa, me responda. - ela diz e eu suspiro. - Atchim... - eu espirro. - Nossa, o que realmente aconteceu com você? - ela questiona me olhando dos pés a cabeça e eu simplesmente abano a cabeça. - Nem eu sei por onde começar. - eu falo entornando todo o meu chá garganta a baixo, e deito o copo na lata de lixo ao passar por ele. - Do início ficará mais fácil de compreender. - ela diz irônica e eu suspiro precisando me aquecer. - Vamos para o banheiro. - eu lhe digo e ela assente terminando o café dela e deitando o copo numa das latas de lixo espalhadas pelo corredor antes de entrarmos no banheiro. - Céus... - eu suspiro tremendo-me toda, e desenrolando o cachecol no meu pescoço, passando a minha pasta para a Andrea que pega pousando junto com a dela no mármore do lavatório do banheiro. - Você está encharcada, vai ficar resfriada. - ela diz enquanto eu desabotoo a minha camisa, e retiro as minhas sapatilhas, para retirar as minhas meias que estão um nojo de molhadas por conta do i****a que jogou água em mim. - Eu acho que já estou. - eu a respondo indo parar debaixo do secador de mão com o meu cachecol. - Deixa eu limpar os seus sapatos. - ela diz e eu faço careta tentando me agachar aqui, para apanhar o calor da máquina. Meio que inútil isso que eu estou fazendo. - Argh... - eu arfo frustrada e simplesmente descalça no banheiro da faculdade. - Porque razão essas coisas só acontecem comigo? - eu questiono frustrada da vida, e a Andrea sorri compadecida. - Realmente se você tivesse ligado para o Joshua, você não estaria desse jeito. - ela diz o defendendo e eu a encaro frustrada. - Eu sei que ele daria, mas eu relembro a você que eu estou sem celular, bonitona. - eu lhe digo. - Hamn... - ela balbucia se recordando, e eu suspiro vendo ela franzir o cenho. - O que aconteceu com o seu celular, o Kai ligou preocupado para nós. - ela conta e eu sorrio me achando realmente importante. - Vocês realmente gostam de mim, não é? - eu faço graça e ela revira os olhos sorrindo, entupindo os meus sapatos de papel higiênico para enxugar a água. - Para de brincadeira, sua doida. - ela diz e eu supiro retirando toda a minha roupa, é a casa de banho das mulheres, e está praticamente vazia, apenas um menina que estava ocupando uma cabine sai daqui. - Eu tenho até amanhã, mais precisamente essa madrugada para sair do meu apartamento. - eu conto-a, e ela me encara mais séria e chocada. - Mas quando foi que ele avisou? Porquê? - ela questiona. - Ele avisou tem uns cinco dias, e bem, ele disse que o valor vai aumentar, o preço que ele me deu foi exorbitante, mas eu descobri que na verdade ele apanhou um cliente para vender o apartamento. - eu conto frustada, enxugando-me cheia de fria com papel higiênico também, estou apenas de calcinha e sutiã aqui. - Mas ele não pode fazer um coisa dessas, você pode o denunciar, ele tinha de ter avisado com um mês de antecedência pelo menos. - ela fala o que eu sei e eu suspiro. - Você acha que eu não sei? - eu a questiono frustrada. - Mas eu não tenho tempo e muito menos dinheiro para perder o processando. - eu respondo e ela suspira igualmente frustrada. - Pior de tudo, é que eu não acho nenhum lugar para ficar. - eu falo. - Eu estou ferrada. - falo pousando a minha mão na testa. - Todos os locais que eu consigo pagar com o valor que eu tenho, simplesmente estão ocupados, e depois você sabe como são os preços dos apartamentos que estão disponíveis nessa cidade, malucos! - eu exclamo voltando a ter um surto. - Nerissa... - ela diz sentida e eu suspiro fundo. - Você falou com a sua tia? - ela questiona e eu arfo. - Claro que não. - eu respondo. - Mas o que iremos fazer? - ela questiona. - Eu me viro, mas está fora de questão a incomodar com isso, ela já faz o suficiente e eu não vou suportar dar mais um fardo para ela, quando ela está perdendo a cabeça com outras coisas. - eu digo exausta. - Eu entendo, mas... - ela diz e eu a encaro. - Sem mas, Andrea. - eu lhe digo. - A única coisa que acontecerá, será aumentar os problemas dela, porque de lá, ela não vai poder fazer nada. - eu digo. - E eu já me sinto m*l o suficiente por não conseguir a ajudar, você imagina o quão frustrante é simplesmente não conseguir ajudar quem você quer e que faz tudo por você? - eu a questiono com isso me incomodando. - Eu me viro por aqui, sem a incomodar e você não ouse contar nada. - eu falo colocando a minha camisa debaixo da máquina secadora de mãos e ela entorse os lábios. - Oi... - uma moça entra nos encarando curiosas. - Oi! - nós a respondemos enquanto ela sorri franzindo o cenho. - O que aconteceu? - ela questiona curiosa. - Um abestalhado esporrou água em mim. - eu falo e ela abana a cabeça. - Quem foi hein? - a Andrea questiona-me curiosa. - Eu não faço ideia, mas eu o encontro em algum lugar. - eu falo com ódio acumulado desse ser. - Deixem-me trocar e eu venho ajudar você a secar as suas roupas. - a moca diz indo para uma das cabines e nós sorrimos. - Obrigada. - agradecemos-lhe, e depois a nossa missão foi tentar secar as roupas em cinco minutos para entrar na próxima aula. Com a ajuda da Clarisse, a menina que entrou foi bem mais rápido, nem tudo secou completamente, mas isso também seria um milagre. Ela saiu antes mais apressada e eu fiquei aqui me vestindo às pressas com a Andrea. - Eu tenho uma ideia. - a Andrea diz e eu a encaro curiosa, enquanto enfio a minha camisa dentro das calças. - Quê? - eu a questiono intrigada vendo o rosto dela ruborizar. O que está se passando na cabeça dela? - É melhor eu mostrar para você. - ela diz enquanto eu pego na pasta e ajeito o meu cabelo. - Eu já aviso que não estou afim de nada ilegal. - eu falo e ela ri saindo comigo. - Não é ilegal, talvez um pouco chocante, mas nada fora da lei não se preocupe. - ela fala me deixando curiosa, mas a pressa não permitiu que eu descobrisse mais. Depois dessa pequena conversa no corredor, ela permaneceu estranha a maior parte do tempo e saiu antes das aulas findarem. As aulas terminaram tarde para caramba, e por mais que eu quisesse me sentar na biblioteca para estudar, eu preciso apanhar o ônibus de volta para casa, ou ficarei plantada aqui. Preciso ir buscar o meu celular que estava sendo arranjado e pensar no que eu vou fazer. Neste preciso momento estou saindo do edifício, a noite é fria, ao menos já não está chovendo. - Humn... - eu suspiro pensando nos quarteirões que eu tenho de aguentar esse frio, quando uma lâmpada acende na minha cabeça, e eu me recordo do abestalhado que tornou o meu dia mais h******l do que ele já estava e decido ir dar uma volta pelo estacionamento. E oh, o belo carro está aqui estacionado. - Deixa eu fazer uma surpresa para você. - eu falo com a minha raiva guardada se manifestando. A minha garganta está coçando e o meu nariz me irritando por culpa de seja lá quem for o filho da mãe dono desse carro. Ele está no estacionamento aberto, portanto não tem câmeras aqui. Eu retiro o meu compasso e escrevo com letras bem grandes. IDIOTA. FILHO DA MÃE. Em todos os lados do carro, antes de riscar cada espacinho desse carro para ele aprender. Se é arrogante é porque terá dinheiro igualado a arrogância para concertar. - Nem desculpas pediu… - eu murmuro enraivada guardando o meu compasso e antes de sair de lá, eu chuto o pneu só para aliviar a minha raiva. Mas só com isso o maldito alarme ativou me fazendo correr dali. Mas não tinha ninguém por perto então foi tranquilo, eu me sinto bem mais aliviada. - Ah… - suspiro aliviadíssima saindo dali. - Nerissa?! - eu escuto a voz do Joshua gritando o meu nome fazendo-me olhar para trás. - Oh, eu achei que você já tinha ido embora. - eu falo o vendo. - Humn, você está com aquele sorrisinho de quem aprontou. - ele diz me observando minuciosamente e eu sorrio sem conseguir esconder a minha satisfação. - O que você fez, Nerissa? - ele me questiona e eu dou de ombros. - Nada. - eu o respondo. - Ultimamente você anda misteriosa demais para o meu gosto. - ele reclama pegando na minha mão. - Para onde você está me puxando? - eu o questiono curiosa. - Para o estacionamento. - ele responde-me. - Eu vou deixar você em casa, senhorita. - ele diz destrancando o carro e eu o encaro. - O seu caminho é totalmente oposto do meu. - eu digo-lhe, e ele pousa a sua mão no teto do carro me encarando com deboche. - E quem disse que eu vou para casa nesse horário, meu amor? - ele questiona irônico e eu reviro os olhos rindo. - Já que você insiste, eu não irei recusar. - respondo-lhe animada entrando e ele sorri fazendo o mesmo. Atiro a minha mochila para o banco de trás e ele faz o mesmo com a dele e sai dali. - Obrigada. - eu o agradeço me encostando a poltrona. - Eu não estava nada afim de andar até ao ponto de ônibus agora. - eu digo e ele me encara por uns segundos. - Se você deixasse de ser teimosa não precisaria. - ele diz e eu suspiro. - Cara, eu não entendo o porquê de você simplesmente não aceitar ajuda. - ele diz e eu o encaro. - Não se trata de aceitar ajuda ou não, Joshua, é que não há o que vocês possam fazer nesse problema. - eu falo. - Você vendeu o seu carro morando longe do campus Nerissa, e não contou a ninguém. - ele diz e eu suspiro. - Eu vendi porque eu tinha que finalizar o p*******o todo do apartamento em que eu estou sendo literalmente expulsa e para ter o suficiente para alugar outro, e não por capricho Joshua. - eu digo-lhe. - Eu não disse que foi por capricho, mas você poderia ter me dito que eu dava dinheiro para você. - ele diz e eu o encaro enfadada. - Esse é o problema, eu não posso viver as custas de vocês. - eu lhe digo. - Isso não é viver as nossas custas. - ele diz e ai, como explicar. - Você quer pagar pelo meu apartamento e se eu deixar você vai pagar por um carro e pela minha comida e tudo o mais, e eu podia simplesmente deixar, mas não é assim que as coisas funcionam Joshua, isso seria você literalmente me sustentando. - eu falo e ele dá de ombros. - Você é a minha amiga e é o meu dinheiro. - ele diz enquanto eu volto a olhar para frente. - Dinheiro dos seus pais. - eu falo e ele chia. - É a mesma coisa. - ele diz e por favor. - Se você conseguir me ajudar a encontrar um apartamento dentro do meu orçamento, eu aceito. - eu falo e ele sorri. - É desse jeito que se ajuda, e é esse tipo de ajuda que eu vou aceitar por enquanto. - eu falo. - Então assim será. - ele diz e eu sorrio. Um ponto de esperança. - Eu também aceito presentes de vez em quando, não estou negando. - concluo e acabamos soltando uma boa risada no carro enquanto ele ligava a música. - A sua tia não sabe? - ele questiona curioso. - Não, e eu espero que você não a preocupe. - eu falo. - Fique tranquila, eu sei guardar segredos. - ele diz e humn. Claro que sabe. - Pode parar naquela esquina primeiro, eu preciso levantar o meu celular. - eu lhe digo, e assim ele faz. Eu desço no mesmo momento em que alguma moça ligou para ele, e entro no estacionamento. - Oi! - eu saúdo o moço. - Eu achei que não chegaria a tempo, já estava prestes a fechar o estabelecimento. - ele diz pegando no meu celular e eu fico até aliviada. - E não ia mesmo, eu vim com o meu amigo por isso cheguei mais rápido. - eu falo e ele me entrega o celular. - Ainda bem. - ele diz. - Ele está novinho em folha. - ele diz e eu sorrio tirando a minha carteira. - Obrigada, tome aqui. - eu digo entregando-o valor e ele assente. - Conte comigo, até mais. - ele se despede. - Até! - eu o despeço já ligando o celular mais aliviada. Ao menos comunicação eu voltei a ter. Eu estava com tantas saudades de você celular. - E aí? - o Joshua questiona enquanto eu entro no carro. - Funcionando. - eu falo mostrando para ele. - Finalmente, você não sabe quantas fotos eu tive de tirar de você para mandar para o Kai confirmar que eu não estava mentindo. - ele diz e eu o encaro incrédula. - Você andou tirando fotos minhas às escondidas seu i****a? - eu questiono ultrajada. - Mandei, o homem não me deixava em paz, achou que você sumiu do mapa e que nós estávamos mentindo para ele. - ele conta e eu não consigo evitar sorrir com essa preocupação toda. Me faz sentir especial. - Vem cá e me conta, vocês dois já se pegaram né? - e ele ainda questiona como se fosse um assunto confidencial. O meu rosto ruboriza drasticamente que até entro em choque térmico. - Você é i****a? - eu o questiono. - Eu só perguntei por curiosidade… - ele diz. - Então para de ser bobo, que pergunta mais sem cabimento. - eu falo ultrajada, sentindo o meu corpo aquecer. Eu amo o Kai, mas onde em mil anos eu ousaria estragar a minha amizade com ele que é um mulherengo de última categoria? - Claro que não. - eu digo e ele levanta uma mão em rendição. - Fique calma, foi só uma brincadeira. - ele diz e eu reviro os olhos. - De m*l gosto. - eu digo. - Hoje você está impossível. - ele diz. - Todo o mundo sabe que você é como a irmãzinha mais nova do Kai. - irmãzinha. O meu coração aperta por alguma razão e o meu rosto queima, esse Joshua nunca cala quando deve. Não demoramos a chegar ao meu prédio. - Obriga… - eu estava falando alcançando a minha mochila. - Eu vou subir com você. - ele diz e eu faço questão de o impedir? Claro que não, ele sempre faz o que quer, por isso é amigo do Kai. - Vamos então belezura. - eu digo e ele sai do carro. - Esse senhorio é mesmo bruto não é? - o Joshua questiona vindo atrás de mim. - Claramente. - eu respondo-o, frustrada enquanto subimos as escadas. - Você falou com a Andrea? - eu questiono-o curiosa porque ela falou algo no banheiro e uma aula depois teve de sair. - Não, a última vez que a vi foi quando eu deixei vocês duas juntas. - ele conta e eu dou de ombros. Eu já estou com o meu celular, posso ligar para ela. - Aconteceu alguma coisa? - ele questiona curioso enquanto eu pego as minhas chaves quando duas vozes conhecidas tomam os meus ouvidos e eu sou obrigada a levantar o meu olhar para ver quem está parado na minha porta. - Você. - eu e o Joshua falamos ao mesmo tempo e eu literalmente seco no mesmo lugar. O que esse canalha está fazendo aqui?

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