Majú entrou no quarto seguida por sua Avó e Rafael.
Ao contrário do que tinha imaginado, o local era enorme e lindo. Não tinha ar de doença.
Júlio estava sentado na varanda que também era muito grande e tinha 2 poltronas.
- Padrinho? Ela chegou.
Júlio levantou devagar e caminhou até perto de Majú...
- Meu Deus! Tu és igual a ela. És tão linda como a minha Marisa.
Majú segurava as lágrimas... Rafael se retirou sem ser notado.
- Eu desejei saber quem o senhor era desde os meus 5 anos...
- Oh filha! Se eu soubesse de ti mais cedo, iria buscar - te pessoalmente.
- Nem posso acreditar que estou diante do meu pai. Esperei muito por esse momento.
Por este dia.
- Acredita filha. Minha filha, meu tesouro.
Majú o abraçou e sentiu uma enorme felicidade. Ela chorou de alegria, pois sabia que o homem diante dela realmente a amava.
- Ana Maria... Podes me perdoar?
- Não há nada para ser perdoado Júlio. Tu amaste a minha filha e ela sentia o mesmo por você.
Júlio também a abraçou.
Um tempo depois estavam os 3 sentados e Majú falava sobre a sua infância.
Ela levou o albúm e várias fotos separadas para oferecer ao seu pai.
A conversa estava bem animada e Majú se divertia tanto que o seu cansaço passou.
2 horas depois, Majú e Ana Maria deixaram Júlio descansar.
Cada uma ficou num quarto, mas com uma porta de ligação.
Majú pôs uma roupa mais relaxante e desceu para caminhar um pouco.
Victória a encontrou no jardim.
- Quer beber alguma coisa senhorita Mendonça?
- Não obrigada Victória.
Eu quis apanhar um pouco de ar, e vou me deitar um pouco.
Quando entrou em casa, Priscilla passou por ela bastante zangada.
- Prima? Está tudo bem?
- Está sim. Eu vou me deitar... Boa noite.
Rafael apareceu seguida.
- Olá Majú.
- Olá Rafa. Está tudo bem?
- Bem eu.. Eu terminei com a Cilla e ela não aceitou muito bem.
- Sinto muito.
- Eu não. Fiz a coisa certa.
Uma relação sem amor ou outros sentimentos nunca daria certo para mim.
- Eu entendo. Bem! Falamos amanhã. Boa noite.
- Boa noite Majú. Amanhã bem cedo estarei aqui. Temos muito que fazer.
- Você vai embora?
- Sim. Tenho a minha casa, mas antes vou ver a minha mãe e a minha irmã. Estão ansiosas para te conhecer.
- E eu a elas. Então até amanhã.
- Até amanhã Majú.
Maria Júlia foi dormir. Ana Maria descansava, mas ela não consegiu.
Pegou num livro no armário e resolveu ler para relaxar.
O quarto dela era muito elegante e luxuoso.
Majú adormeceu com o livro.
Rafael tinha razão.... Havia muita coisa para ser feita, ela tinha que ficar na Cidade das Pérolas mais tempo que o planejado... Mas com a Avó ao seu lado, tudo havia de correr bem.
Será mesmo assim tão fácil se adaptar a vida de herdeira Bilionária?
Ou tinha que estar preparada para as surpresas no seu caminho?
Rafael estava novamente solteiro. A reação de Priscilla foi péssima, mas ele já contava com isso.
Não a amava e Priscilla sabia disso. Só o queria por capricho e Rafael não permitiria ser usado.
Passou em casa de sua mãe, pois tinha saudades dela e precisava desabafar.
Tocou a campainha e Suzana a sua irmã foi quem abriu.
- Rafa.. Que bom te ver mano... - Ela o abraçou bem forte.
- Olá Suzy! Também senti a tua falta. A mamãe está em casa?
- Sim. Lá na cozinha. Vais jantar com a gente?
- Vou sim. Na verdade acho que vou dormir aqui. Estou muito cansado.
- Que bom. Assim vais poder contar tudo sobre a viagem.
Após ver a mãe, Rafa foi tomar banho e trocou de roupa.
Desceu para o jantar e percebeu o olhar curioso da mãe e da irmã.
- Filho! Eu achei que ficarias com a Cilla.
- Bem mamãe. Eu terminei com ela.
- A sério mano? Nossa ainda bem...
- Suzy... - A mãe a repreendeu.
- Deixa estar mãe. A Suzy não gosta da Cilla e nunca escondeu.
- Isso mesmo. Odeio gente falsa.
- Tens a certeza que foi o melhor filho?
- Tenho sim mamãe. Agora sou um homem livre.
- E como foi o encontro do Júlio com a filha.
- Muito emocionante. A Ana Maria veio connosco.
- Sério?!Vou convidar as duas para um jantar aqui em casa.
- Não tão cedo mamãe. A Maria Júlia precisa se acostumar com tudo e ainda tem muitas coisas para processar.
- Eu entendo meu filho.
Teremos muito tempo para estarmos com ela.
- Rafa! Ela é muito melhor que a Cilla. Certo?
- É sim mana. Tenho a certeza que serão boas amigas.
- Eu também desejo isso.
- Bem! Eu vou dormir. Amanhã vou começar a tratar dos trâmites legais para que a Majú seja reconhecida pelo meu padrinho.
- Que bom filho. Vá descansar.
A viagem foi longa e cansativa.
- Boa noite mãe. Boa noite Suzy.
- Boa noite.... - Elas disseram em conjunto.
O dia seguinte seria bem longo.
Maria Júlia seria reconhecida como a herdeira oficial e legítima de Júlio Alexandre Mendonça, e ainda estava a ser organizada uma grande festa para a sua apresentação à alta sociedade da Cidade das Pérolas.
Júlio era bastante conhecido e respeitado. Com certeza havia uma fila de pessoas curiosas para conhecer de perto a famosa herdeira desaparecida.
Mas será que Maria Júlia poderia se acostumar com tanta atenção?
Agora era tratada por Senhorita Mendonça e também precisava se acostumar com isso, pois sendo filha de Júlio Mendonça o seu Status social se alterava automaticamente.
Sentia falta de Aline e pensou em um momento para falar à sós com a sua amiga.
O plano de ir às compras com Priscilla a incomodava, e ela teve uma ideia para não ter que fingir que suportava a presença da prima.
Afinal ela era Maria Júlia Mendonça. A dona da Mansão Mendonça e com certeza ninguém iria desobedecer a uma ordem sua.
No quarto após um banho pressionou o botão verde e Rita surgiu.
- Pois não senhorita.
- Olá Rita. Eu quero que você tire o dia amanhã.
- Amanhã? Mas Senhorita.
Estamos a organizar a sua festa e...
- Não foi contratada uma cerimonialista?
- Foi sim senhora.
- Excelente. Amanhã você vai sair comigo e com a minha Avó.
- E a senhorita Cilla?
- Quero que lhe leves um recado meu está bem? Peça a Victória que venha por favor.
- Sim senhora. Com licença.
5 minutos depois Victória entrou e Maju já estava pronta para o almoço com o pai no jardim.
- Chamou Maju?
- sim Victória. Eu quero te pedir que dispenses a Rita amanhã.
- Posso saber a razão?
- Claro. Vamos às compras.
Aliás, eu quero pedir que ela trabalhe directamente comigo.
Como minha assistente pessoal.
- Isto é sério?
- Claro que é.
Ela é uma jovem muito inteligente e leal. Confio nela.
Você deixa?
- Mas é claro que sim Maju.
Será uma excelente oportunidade para ela.
- Muito Obrigada Victória.
Prometo que isso não vai atrapalhar os estudos dela e será como um estágio.
- Muito Obrigada senhorita Mendonça. Saiba que também tem a minha total lealdade.
O Senhor Júlio sempre a teve.
- Obrigada. Além do meu pai e da família do Rafael. Sei que posso confiar em vocês as duas.
- Claro que pode. Ah! O seu pai e a Senhora Ana Maria já estão no jardim.
- Estou indo. Obrigada.
Maria Júlia já agia como a dona da Mansão. Mas não eram todos que estavam felizes com isso, e uma destas pessoas era a sua prima Priscilla.