Capítulo 6 - Perigosa Demais

744 Words
Priscilla era a única a quem Rafael não ligava e isso a deixava furiosa. Ela tinha feito um contrato com o médico para garantir que a saúde de seu tio piorasse a cada dia. A verdade era só uma: Júlio não estava doente, mas era envenenado aos poucos com um remédio que dava a ele uma aparência cada vez mais fraca. E se não parasse de tomar a tempo, então seria tarde demais. Esperando pelo médico num local remoto, Priscilla já estava m*l disposta quando ele chegou. - A que se deve esse encontro Cilla? - Eu quero que o meu tio morra logo. - Tenha paciência querida. Com a dose de remédio que dou a ele, isso não vai demorar. - Hélio por favor. Em uma semana o Rafa vai voltar e com ele vem a herdeira. - Relaxa linda. Eles não vão perceber que a doença é falsa. - Não? E se ela quiser uma segunda opinião? - Cilla! Confia em mim. O teu tio confia em mim. E os exames são sempre falsificados. - Tudo bem. Mas por favor. Se certifique que a bastarda não perceba que o meu tio está apenas sob a influência de uma droga. - Eu garanto que ninguém vai perceber. Pode ficar descansada. Mas será que ninguém vai mesmo perceber? Até quando essa farsa vai durar? Será que Maria Júlia vai chegar a tempo de salvar a vida de seu pai antes que ele seja assassinato por sua própria sobrinha? Depois de feitos os preparativos necessários, Maria Júlia e Ana Maria estavam livres para fazer a viagem com Rafael. Ele comprou as passagens para a primeira classe do trem especial e ligou para casa para avisar que chegariam em dois dias. Majú deixou Aline a cuidar do negócio de ambas e sabia que não seria um momento fácil. Tinha no pescoço o colar que Júlio comprou para a sua mãe, mas não teve a oportunidade de dar a ela. - Majú! Estás pronta para isso?... Rafael perguntou. - Estou sim Rafael. Eu preciso de fazer a coisa certa pela minha mãe e por mim também. - Eu entendo. Acredito que tudo vai dar certo. Tens algum plano em particular? - Sim. Eu preciso de sabe mais sobre a doença do meu pai. - Tudo bem. Eu vou te ajudar. Faremos tudo discretamente. O padrinho é teimoso e não vai querer contar ou nos deixar falar com o médico. - Obrigada Rafael. Majú e Rafael tinham criado uma bela amizade. Entre eles a conversa era natural e tinham muito em comum. Rafael era encantador e compreensivo. - Rafael! Você tem alguém lá na Cidade das Pérolas? - Isso é complicado. Mas eu estou namorando Priscilla. Que na verdade é tua prima. - Uau! Então és quase meu cunhado? - Não exatamente. Cilla é uma mulher linda e inteligente, mas... - Mas..? - Eu não a amo. E não é justo ficar com ela assim. - E o que vais fazer? - A melhor coisa. Vou terminar a relação. Não a posso fazer feliz se não a amo. - Saiba que concordo com você. Eu também terminei com.. - Majú? Quem é esse homem? ....- Pedro apareceu de repente na frente deles. - Pedro? O que você faz aqui? - Não foge do assunto Majú. Quem é ele? - Eu não te devo satisfações da minha vida. Por favor Pedro. Vai embora agora. - Majú! Eu te espero na casa da tua Avó. Está bem? - Não Rafael. Ele é que deve ir embora. Some daqui Pedro. AGORA. Pedro se afastou furioso. Ele não deixaria Majú ficar com outro homem.... - Desculpa Rafael. - Tudo bem. Ele é o teu ex. Certo? - Sim. Mas nunca o vi desse jeito. - Ele parece ser um homem ciumento e possessivo demais. - Por isso o deixei. Ele dizia que depois de casar comigo, iria me proibir de trabalhar. - Sério? Que homem retrógrado. - Eu sei. Mas eu nunca o amei e... Por isso terminei. - Parece que temos mesmo muita coisa em comum. - Verdade!.... - Majú sorriu. Entre ela e Rafael nascia algo especial, mas ela não iria se precipitar, afinal ele ainda era o namorado de sua prima Priscilla. Majú descobriu que não estava apenas pronta para ir conhecer o seu pai, mas também estava pronta para receber o amor em seu coração. E desta vez seria um amor verdadeiro e correspondido com a mesma intensidade.
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