Priscilla era a única a quem Rafael não ligava e isso a deixava furiosa.
Ela tinha feito um contrato com o médico para garantir que a saúde de seu tio piorasse a cada dia.
A verdade era só uma: Júlio não estava doente, mas era envenenado aos poucos com um remédio que dava a ele uma aparência cada vez mais fraca.
E se não parasse de tomar a tempo, então seria tarde demais.
Esperando pelo médico num local remoto, Priscilla já estava m*l disposta quando ele chegou.
- A que se deve esse encontro Cilla?
- Eu quero que o meu tio morra logo.
- Tenha paciência querida.
Com a dose de remédio que dou a ele, isso não vai demorar.
- Hélio por favor.
Em uma semana o Rafa vai voltar e com ele vem a herdeira.
- Relaxa linda.
Eles não vão perceber que a doença é falsa.
- Não?
E se ela quiser uma segunda opinião?
- Cilla! Confia em mim. O teu tio confia em mim. E os exames são sempre falsificados.
- Tudo bem. Mas por favor. Se certifique que a bastarda não perceba que o meu tio está apenas sob a influência de uma droga.
- Eu garanto que ninguém vai perceber. Pode ficar descansada.
Mas será que ninguém vai mesmo perceber?
Até quando essa farsa vai durar?
Será que Maria Júlia vai chegar a tempo de salvar a vida de seu pai antes que ele seja assassinato por sua própria sobrinha?
Depois de feitos os preparativos necessários, Maria Júlia e Ana Maria estavam livres para fazer a viagem com Rafael.
Ele comprou as passagens para a primeira classe do trem especial e ligou para casa para avisar que chegariam em dois dias.
Majú deixou Aline a cuidar do negócio de ambas e sabia que não seria um momento fácil.
Tinha no pescoço o colar que Júlio comprou para a sua mãe, mas não teve a oportunidade de dar a ela.
- Majú! Estás pronta para isso?... Rafael perguntou.
- Estou sim Rafael.
Eu preciso de fazer a coisa certa pela minha mãe e por mim também.
- Eu entendo.
Acredito que tudo vai dar certo.
Tens algum plano em particular?
- Sim. Eu preciso de sabe mais sobre a doença do meu pai.
- Tudo bem.
Eu vou te ajudar.
Faremos tudo discretamente.
O padrinho é teimoso e não vai querer contar ou nos deixar falar com o médico.
- Obrigada Rafael.
Majú e Rafael tinham criado uma bela amizade.
Entre eles a conversa era natural e tinham muito em comum.
Rafael era encantador e compreensivo.
- Rafael! Você tem alguém lá na Cidade das Pérolas?
- Isso é complicado.
Mas eu estou namorando Priscilla.
Que na verdade é tua prima.
- Uau! Então és quase meu cunhado?
- Não exatamente.
Cilla é uma mulher linda e inteligente, mas...
- Mas..?
- Eu não a amo.
E não é justo ficar com ela assim.
- E o que vais fazer?
- A melhor coisa. Vou terminar a relação.
Não a posso fazer feliz se não a amo.
- Saiba que concordo com você.
Eu também terminei com..
- Majú?
Quem é esse homem? ....- Pedro apareceu de repente na frente deles.
- Pedro?
O que você faz aqui?
- Não foge do assunto Majú.
Quem é ele?
- Eu não te devo satisfações da minha vida.
Por favor Pedro. Vai embora agora.
- Majú! Eu te espero na casa da tua Avó. Está bem?
- Não Rafael.
Ele é que deve ir embora.
Some daqui Pedro.
AGORA.
Pedro se afastou furioso.
Ele não deixaria Majú ficar com outro homem....
- Desculpa Rafael.
- Tudo bem.
Ele é o teu ex. Certo?
- Sim.
Mas nunca o vi desse jeito.
- Ele parece ser um homem ciumento e possessivo demais.
- Por isso o deixei.
Ele dizia que depois de casar comigo, iria me proibir de trabalhar.
- Sério?
Que homem retrógrado.
- Eu sei.
Mas eu nunca o amei e... Por isso terminei.
- Parece que temos mesmo muita coisa em comum.
- Verdade!.... - Majú sorriu.
Entre ela e Rafael nascia algo especial, mas ela não iria se precipitar, afinal ele ainda era o namorado de sua prima Priscilla.
Majú descobriu que não estava apenas pronta para ir conhecer o seu pai, mas também estava pronta para receber o amor em seu coração.
E desta vez seria um amor verdadeiro e correspondido com a mesma intensidade.