Escolhi vir nesse restaurante mais reservado com a Luna, acho que ela vai se sentir mais à vontade.
- Luna a comida daqui é bem simples, mas é muito gostosa - Quebro o silêncio que se instalou desde o caminho do médico até aqui.
- Tudo bem, eu não estou acostumada com nada chique mesmo, aqui está ótimo, o lugar é muito bonito!
- É sim, gosto de vim aqui quando procuro algo mais simples e tranquilo.
- Entendo - é tudo que ela se limita a falar, sei que tem algo incomodando ela e já imagino o que seja
- Decidiu Luna? O que vai querer? - Eu fico fascinado nesses olhos dela, como ela é bonita com esses olhos azuis e cabelo bagunçado, é uma moleca mesmo.
- Ah, tudo parece tão gostoso né? E eu estou faminta, vou pedir esse aqui, costelinha ao molho barbecue e fritas - Tão menina!
Chamo o garçom e faço os pedidos, peço o mesmo pra mim e suco de laranja, Luna preferiu uma Coca-Cola, não acho que seja bom pra ela, mas decido não me meter nisso, por enquanto.
- Me conte mais sobre você, Luna.
Não sei porque, mas eu me sinto bem na presença dela, mesmo quando estamos em silêncio.
- Hum, não tenho muito o que falar sobre mim
- Porque não foi embora morar com os seus pais quando descobriu a gravidez e ficou sozinha aqui? Você não gosta do Brasil? Acho o Brasil lindo e acalorado.
- Como o Sr sabe que meus pais moram no Brasil? - Ela me olha com aqueles lindos olhos azuis
- Luna, você não acha que eu iria deixar uma "estranha" morar na minha casa sem investigar a vida dela né? Vamos lá, Luna Lee Alencar, 19 anos, dividia um apartamento aqui em NY com a amiga que foi embora com o seu ex namorado, progenitor do seu filho, cursava administração e tem uma irmã, um pai e uma mãe que mora no Brasil.
Vejo que ela me olha assustada e eu acho graça. Tudo nela é lindo, todas as caras e bocas que ela faz, ela é muito expressiva.
- Qual é? Você por acaso é um agente do FBI ou coisa parecida? Não vai me falar que é um mafioso? Vai me falar que sabe até quanto eu calço agora? - Acho graça do modo sério como ela fala
- Sei sim, 35, não é?
Ela arregala ainda mais os olhos
- Bom Sr Zayn já vi que é bem informado, mas eu não sei nada sobre você, tipo, eu não sou nenhuma agente do FBI ou uma mafiosa, sabe? Se você não me contar sobre você, eu provavelmente não vou saber de nada.
- Gosto do seu senso de humor Luna!
- Fico lisonjeada, Sr!
- Bom, para começar, pare de me chamar de Sr, eu sou velho, mas nem tanto - Me sinto bem na presença dela
- Ah! É uma questão de respeito mesmo.
- Vamos deixar as formalidades de lado, me chame apenas de Zayn.
- Se você prefere assim. Me conte um pouco sobre você Zayn.
Gosto de como meu nome soa na boca dela, isso me agrada. O garçom chega trazendo nossos pedidos, enquanto comemos decido contar um pouco mais da minha vida pra ela.
- Eu sou filho único, sou advogado, mas atualmente exerço apenas a função de CEO na Cartier SA, meu pai resolveu tirar férias indeterminadas e eu assumi a responsabilidade, isso já tem um ano. Tenho uma mãe brava, mas maravilhosa, um pai exemplar, tenho poucos amigos, pra te falar a verdade, sou bem reservado, tenho de amigo mesmo somente um, meu primo Ítalo que mora atualmente na Alemanha.
- Hummm!! Isso aqui tá maravilhoso, meu Deus que delícia!! - Sinto que meu corpo reage a ela de forma diferente e mesmo que ela esteja falando da comida minha mente suja já imagina outra coisa.
- Realmente Luna, uma delícia!
Não consigo nem comer mais, fico olhando como ela é linda, fazia tempo que eu não olhava uma mulher assim, geralmente fico com uma mulher apenas uma noite, a única que eu já fiquei por mais de uma noite é a Kyra, uma das advogadas da empresa, ela é minha f**a certa, sempre que preciso relaxar e não quero sair para procurar uma mulher, eu ligo pra ela!
O canto da boca dela suja de molho e nesse momento eu tenho vontade de beijá-la. Que merda é essa que você tá pensando Zayn? A menina é uma criança.
Nesse momento estou de p*u duro vendo ela comer. Eu to parecendo aqueles velhos tarados....
- Zayn? Tá tudo bem? To fazendo alguma coisa errada? - De repente ela me tira dos meus pensamentos sujos
- Tudo bem sim.
- Ah tá, você perdeu a fome? Não está comendo nada, tá parado aí um tempo olhando pra mim com uma cara estranha.
- Não, nada demais, estava pensando em uns assuntos. Mas então Luna, você não pretende voltar com o curso que estava fazendo? - Pergunto para engatar uma conversa e conseguir fazer meu amigão se acalmar.
- Pretendo sim, eu tranquei porque estava sem emprego, mas agora as coisas normalizando eu vou retomar. A Isabelly vai continuar o curso dela aqui, ai vou voltar junto com ela
- Ah sim, mas a Isabelly cursa moda né? Carmen vai ficar muito feliz com a filha aqui de novo.
- Sim. Ela já está radiante! Isabelly me parece uma boa pessoa, acho que seremos boas amigas
- Ela é sim, um pouco louca, mas boa pessoa. E o que você pretende fazer quando seu filho nascer? - Reparo que ela me olha com um olhar triste
- Então, pra falar a verdade? Eu não sei ainda. Vou juntar esse dinheiro que estou ganhando na sua casa e seguir minha vida, depois Deus proverá.
- Porque não quis ir pra casa dos seus pais?
- Eu saí de lá contra a vontade deles, sabe? Ai voltar pra lá sem ter conseguido nada da vida e ainda por cima grávida, acho que não seria legal. Acho que não volto por orgulho mesmo.
- Entendo. E o progenitor do seu filho Luna? Ele não quis saber do seu bebê ou você não contou?
- Ele não quis saber. Disse que o filho não era dele e se fosse realmente dele era para abortar.
É um filho da p**a mesmo. Um moleque.
- Sinto muito por você ter passado por tudo isso Luna. Um homem jamais teria tal atitude, percebe-se que é um moleque que não merece você e nem seu filho. - Quando percebo, já coloquei minha mão por cima dela e faço uma carícia, quero que ela saiba que não está sozinha nesse mundo.
Ficamos em silêncio o restante do jantar e a volta pra casa também.