Jacob dormia calmamente em sua cama, então começou a escutar seu nome ser chamado, alguém lhe balançava e aquilo começou a incomodá-lo fazendo com que abrisse os olhos devagar olhando uma garota próxima de si. Piscou os olhos vendo que havia uma pessoa na sua frente fazendo que ele se levantasse rapidamente e encarasse aquela figura desconhecida.
─ Finalmente, eu estou te chamando a horas ─ disse a garota revirando os olhos e vendo o olhar espantado do menor. ─ Ah querido, você se esqueceu? Ontem começou a lua cheia, quer dizer que todos os moradores desse castelo ficam em sua forma humana. Sou eu o guarda-roupa, Beatrice Diaz.
─ Beatrice?! ─ se levantou e ficou encarando a mulher que possuía um sorriso. ─ Você é linda!! Bem, como guarda-roupa também você é um móvel muito bonito.
Beatrice Diaz, tinha cabelo até o ombro liso no tom preto e olhos castanho claro. Ela era uma cantora convidada no dia que houve a maldição, tinha 23 anos na época. Corpo com muitas curvas, grande s***s e b***a. 1,75 de altura e uma voz potente. Ela era uma belíssima cantora renovada, ainda mais por sua idade jovem, ela não sabe o motivo, mas acabou ficando presa no corpo de um guarda-roupa. É muito simpática e gentil, as meninas sempre vão visitá-la para fazer companhia, para que ela não fique sozinha no quarto. Isso é claro, até Jacob chegar, aí ela sempre teve companhia durante a noite.
─ É um prazer finalmente conhecê-lo, de um jeito normal é claro hehehe ─ rindo. Logo sentiu o pequeno lhe abraçar fazendo com que ela sorrisse e retribuísse o carinho. ─ Você realmente é um fofo.
─ Me pergunto como o resto do pessoal ficou! Principalmente o leãozinho ─ sorriu, mas logo o desfez vendo a expressão tristonha da amiga. ─ O que foi?
─ O jovem Bruce... não volta a ser humano, acho que você se esqueceu, ele fica ainda um pouco Fera. Nesse período de lua cheia ele se fecha no quarto e nunca sai ─ dando suspiro triste. ─ Ele odeia sua forma meia-humana e meia- fera... um híbrido.
─ Mas eu queria tanto vê-lo─ fazendo um beicinho. ─ Eu vou arrombar aquela porta.
─ Isso! Só você vai conseguir tirá-lo de lá, eu tenho certeza ─ feliz batendo com as mãos, afinal o rapaz já tinha mudado tanto Bruce durantes os dias que passara no castelo, talvez, conseguiria fazer tamanha façanha.
Logo Jacob saiu do quarto sendo acompanhado por Diaz, ele queria muito ver Bruce, mas ainda sim queria ver como os demais tinham ficado, no meio do caminho duas figuras praticamente pularam em cima de si fazendo com que ele caísse e escutasse risadas.
─ Ahhhh, eu estava louca pra te abraçar ─disse uma garota. ─ Sou euuu... Emma! ─ cabelo loiro curto até a orelha e olhos verdes. Meio gordinha com muito corpo em uma boa proporção. Tinha 23 anos na época que houve a maldição. Ela era a Faxineira do castelo e tinha 1,60 de altura de pura energia.
─ É tão bom poder finalmente abraçar você ─ agora era uma garota de cabelo castanho que dizia. ─ Sou a Carol! ─ cabelo castanho longo até o meio da cintura, olhos castanhos. Bem magra, mas tem braços e pernas fortes pelo trabalho. Tinha 32 anos na época que houve a maldição. Ela também era uma Faxineira e era mais alta que o rapaz, já que tinha 1,70 de altura.
─ Parem de ficar no chão! Estão atrapalhando o caminho ─ disse um homem alto e forte de cabelos quase raspado no tom preto.
─ David, você tá sendo chato de novo! Deixa-os ─ um rapaz falou chamando atenção do quarteto.
David Hall. Cabelos quase completamente raspado e olhos pretos. Tinha 35 anos na época que houve a maldição. Governante do castelo, ele era alto tendo 2 metros. Ele não usava óculos, mesmo sua forma de relógio usando um, não fazia sentido.
James Lee. Cabelos loiros e olhos cor de mel. Tinha 25 anos na época que houve a maldição. Ele era pequeno igual a Jacob, tendo 1,65 de altura. Ele cuida do jardim, isso deixou o rapaz surpreso quando soube disso, afinal ele era um castiçal... era um objeto que não tinha nada em comum ao jardim, mesmo assim ele tinha se tornado tal objeto. Lee havia dito que provavelmente ele tinha ficado naquela forma já que vivia próximo de Hall, o irritando e provocando já que não gostava do jeito certinho do rapaz, ele nem sabia ao certo como nunca tinha sido demitido por isso. Só que por sorte mesmo em sua forma de castiçal ele tinha controle sobre todas as ferramentas do jardim, assim ele sempre cuidava muito bem do local.
─ James, café da manhã já está pronto? ─ perguntou Beatrice. ─ Ele... resolveu sair do quarto?
─ O café está pronto sim, todos estão animados para cumprimentar a propriamente Jacob agora ─ respondeu animado, mas logo sua animação se foi ao pensar na segunda pergunta. ─ Não, eu tentei fazê-lo sair, até disse que o nosso jovem convidado ficaria feliz vendo-o..., mas ele não quis.
Turner ficou um tanto chateado com aquilo, Bruce não queria vê-lo? Eles estavam tão próximos esses últimos dias por qual motivos ele não gostaria de encontrá-lo, ele já aceitava sua forma de fera qual seria o problema de vê-lo com um corpo híbrido? Já tinha mostrado que não julgava pelas aparências.
Estava disposto a fazer o rapaz sair daquele quarto nem que fosse na base da ameaça, mas seus amigos estavam lhe puxando as pressas para apresentar o restante dos moradores do castelo. Não conseguia negar vendo-os tão animados, ainda mais pelo fato que eles tinham apenas 7 dias naquela forma.
Quando chegou vendo a mesa farta rodeada de pessoas que quando o viram vieram rapidamente cumprimentá-lo, todos estavam animados por finalmente conseguirem se apresentar de forma adequada em sua forma humana. Bruce conheceu o chefe da cozinha que sempre faziam as melhores refeições que ele tinha comido na vida.
Eric Allen. Homem de meia idade, tinha 50 anos na época que houve a maldição, cabelos pretos e olhos azuis. É meio gordinho, mas sua altura esconde um pouco isso, ele tem 1,86 de altura. Ele é bem tímido, gosta de ficar na cozinha cuidando da comida e não gosta muito de conversar com os outros, ele acabou virando uma panela e por algum motivo ele tem controle de todos os utensílios de cozinha, existe alguns outros empregados em forma de utensílios também, mas não são muito focados já que as pessoas que trabalhavam na cozinha eram um tanto tímidas e antissociais. Eles conheceram Jacob um pouco '' por cima'' já que não entraram muito em contato com o rapaz, mas ficaram um pouco animados em conhecê-lo agora estando em sua forma humana.
Carlos Foster. Cabelo castanho claro curto e arrepiado, olhos verdes. Era o pianista convidado, tinha 25 anos na época da maldição. É magro, bastante magro e alto tendo 1,80 de altura. Um rapaz tímido, mas quando está a serviço se torna outra pessoa, ele não suportar David e muitas vezes o irrita, ele ficou na forma de piano na sala devido ao fato de estar tocando no dia. E com isso as vezes toca músicas para irritar o relógio. Ele e James sempre ficam importunando o governante do castelo.
Carol ficava em cima de David que sempre ficava vermelho era até cômico ver aquele rapaz tão sério ficar sem jeito. Eles até que combinavam mesmo sendo tão diferentes de si. Notou que as vezes Carlos dava certos olhares na direção de Beatrice, talvez ele tenha ficado interessado na jovem, só que nunca teve coragem de se aproximar... ele não tinha uma boa autoestima. Pensou em ajudá-lo de alguma forma depois, tentando animá-lo, mas seria um tanto triste já que eles passariam boa parte do tempo separados visto que eram moveis pesados e não podiam sair andando pelo castelo. A menos que Diaz começasse a '' morar'' no andar inferior.
Depois do café, Jacob disse que tentaria convencer o senhor o castelo a sair daquele quarto. Queria aproveitar também o momento e falar finalmente sobre seus sentimentos, ele não deixaria mais dias passarem sem que ele tirasse isso de sua garganta que já estava inflamada de tanto enrolar dizer tais palavras. Tinha ido levar o café e pediu que ninguém fosse lá tentar ajudá-lo, tentaria fazer isso sozinho. Estava decidido a fazê-lo sair do quarto, quando finalmente viu a porta grande do quarto na qual o outro repousava tentou abrir a porta e revirou os olhos ao ver que estava trancada.
─ Vai ficar preso aí até quando? ─ perguntou em um tom que achara que o outro escutaria. ─ Poxa, depois de tudo você ainda acha que eu vou te julgar?
─ Saia ─ disse uma voz, era uma voz diferente, tinha se acostumado com aquela voz animalesca e grave que Bruce tinha, aquela era um tanto mais rouco.
─ Não vou sair daqui eu trouxe seu café da manhã!! Vai me ignorar por 7 dias? ─ perguntou irritado não parando de virar a maçaneta fazendo um barulho irritante. ─ abre a portaaaaaaaaaa ─ falou manhoso com um beicinho.
─ Eu não vou abrir ─ disse a voz irritada. ─ Saia daqui, me deixe sozinho eu não quero vê-lo... Suma e não volte mais!!
Aquilo o machucou, Jacob mordeu o lábio inferior e apertou o punho que não estava segurando aquela bandeja com comida. Colocou a bandeja no chão antes que pudesse derrubá-la, respirou fundo tentando se acalmar já que aquilo tinha lhe atingido de uma forma que nem mesmo ele esperava.
─ Você quer que eu vá embora? ─ perguntou com uma voz triste encostado a cabeça na porta.
─ Quero! ─ respondendo no mesmo momento que escutara a pergunta. ─ Eu não quero ver você, quero que saia e não volte!! SAIA DAQUI!!
─ Se eu sair, eu nunca mais vou voltar, é isso que quer? ─ perguntou novamente com o mesmo tom de voz, queria vê-lo tinha uma grande necessidade de encontrá-lo que chegava a doer seu coração.
Não escutou nenhuma resposta, fazendo com que aquilo o machucasse muito, ele pensou que era especial, que ao falar aquilo a porta seria aberta e Bruce falaria que jamais gostaria de vê-lo partir. Fora isso que ele tinha falado no incidente com os lobos, tudo fora uma mentira então?
Jacob se afastou da porta começou a se afastar com passos lentos com a cabeça baixa, seu coração doía a cada passo que ele dava para longe da porta. Se o maior queria que ele fosse embora, ele então iria, ele só queria ver Russel e ficar com sua companhia, qual era o problema com aquilo?
Então ele estava errado, seu pai achou que Bruce sentia o mesmo por si só que era mentira e ele estava vendo isso agora. Se o rapaz realmente retribuísse o sentimento ele não se trancaria no quarto muito menos teria dito tais coisas. Estava se sentindo tão patético em pensar que seria amado de volta.
Estava tão triste chorando e se afastando que não escutou a porta se abrindo e um vulto sair dela correndo até ele, puxando pelo braço para próximo do corpo e logo sendo abraçado. Aquilo fez com que ficasse um tanto surpreso não só pelo abraço repentino, mas quem tinha lhe abraçado.
─ Eu... Eu não queria ter falado aquilo. Não me deixe sozinho ─ abraçando forte escondendo o rosto no ombro do menor.
Jacob observou melhor o corpo novo, percebeu o cabelo ruivo liso um tanto longo que ia até a altura do ombro, junto a um par de chifres preto igual aos que ele possuía quando fera. Ombros largos e braços fortes, usava uma camisa de mangas longas justa azul, olhando para o chão percebeu que ele ainda possuía pernas de lobo, mas elas não possuíam pelo era um tanto estranho ver a fisionomia de uma perna animal, mas sem pelos era... humanizada.
Jacob se afastou para ver o rosto melhor, vendo que ele era humano, percebeu que ele ainda estava grande não tanto quanto Fera já que na forma original devia possuir quase 3 metros ou mais, mas ainda sim grande talvez pelas pernas diferentes. Ele possuía um rosto jovem e bonito, olhos azuis intensos que ele achou lindo.
─ Viu, não está tão r**m assim! ─ disse com um sorriso doce.
─ Eu não aguento mais ─ falou em um tom triste. ─ Eu não aguento mais ficar ao seu lado sem fazer nada.
─ Como assim? ─ perguntou confuso.
─ Não suporto ficar próximo a você sem te tocar, sem te abraçar ou simplesmente querer te beijar, fazer todas as loucuras que passam pela minha cabeça dia a pós dia ─ passando a mão pelo rosto do rapaz. ─ Eu amo você Jacob, mas tenho medo de que qualquer ação minha possa lhe machucar, eu nem ao menos sei o que você sente por mim. Eu não sei quanto tempo eu posso segurar tudo o que sinto por você, mas só de pensar em te perder eu fico fora de mim.
─ Então não segure ─ colocando os braços em volta do pescoço, com certa dificuldade devido à altura. Enquanto encarava os olhos azuis. ─ Pois eu também não vou me segurar ─ o beijando.
Aquilo deixou Bruce surpreso, mas logo ao sentir o corpo do menor mais próximo de si voltou a si, ele puxou com força a cintura de Jacob e segurou seus cabelos com força para aprofundar o beijo, sentiu o garoto ofegar abaixo de si fazendo seu corpo se arrepiar.
Ambos travavam uma guerra ao meio ao beijo, Turner podia ser completamente inexperiente, mas aprendia fácil e tentava acompanhar o maior com maestria. Gemia entre os beijos toda vez que sentia a mão do outro passar pelo seu corpo, fazendo com que quisesse mais daquele contato quente que estava o levando a loucura.
─ Eu amo você ─ Bruce disse baixo fazendo com que Jacob ficasse em coque. ─ A um bom tempo eu queria te dizer isso..., mas eu tinha medo de você me rejeitar e desejar partir devido a isso... eu não suportaria voltar a ficar sozinho no castelo sem você ao meu lado.
─ Achei que você só me via como um amigo.
─ No começo, eu me senti assim. Pela primeira vez depois de muito tempo estava me relacionando com outro ser humano e não um objeto ou animal da floresta. Era tudo diferente, coisas na qual nunca passei na época na qual eu não possuía essa maldição. Você me mostrou coisas que nunca cogitei vivenciar... abriu meus olhos e me fez ver um mundo completamente novo. Só que com o passar dos dias eu senti algo diferente, confesso que nunca pensei em gostar de outro homem, na minha época não havia rapazes como você e a grande maioria, como diria Emma, eram uns completos babacas e ignorantes. Então eu jamais teria conseguido me apaixonar por algum outro homem.
─ Eu achei que nunca teria chances por você só ter tido relações com mulheres...
─ É minha primeira vez tendo esse sentimento, eu nunca me apaixonei nem nada do gênero quando eu era humano é a primeira vez que estou sentindo tudo isso, cada dia que passo ao seu lado esse sentimento parece aumentar e ficar ainda mais forte, nunca pensei que me apaixonaria por um homem e que desenvolveria sentimentos tão rapidamente, mas aqui estou eu.
─ Então, você se apaixonou por mim... mesmo eu fazendo brincadeiras e piadinhas com você?
─ Sim, mesmo com tudo isso, nunca ninguém fez isso comigo a grande maioria das pessoas que estavam no meu círculo social tinham medo de fazer brincadeiras e piadas com medo de que eu pudesse fazer algo. Confesso que, se fosse antigamente não sei se me sentiria a vontade com elas, mas como sou uma pessoa diferente eu gosto de as vezes discutir com você devido as brincadeiras.
─ Isso não é nenhuma maluquice de lua cheia, certo? Você está dizendo o que sente de verdade, certo? Certo?
─ Sim, quando foi que eu já menti pra você? Eu amo você, com todos seus defeitos e qualidades, pela primeira vez eu estou amando alguém com tanta intensidade... você é único pra mim Jacob.
─ Eu estou tão feliz ─ abraçando com força Russel que abriu um sorriso com aquilo. ─ Tinha tanto medo de achar que jamais seria correspondido, que você só me via como um bom amigo e nada mais além disso.
─ Mesmo te amando eu ainda o vejo como um bom amigo.
─ Meu pai estava certo ─ encarando os olhos azuis. ─ Ele me disse que você sentia o mesmo por mim, eu fiquei muito relutante ainda assim de falar com você sobre meus sentimentos a um bom tempo estou lutando contra eles foi conversar com meu pai que abri meus olhos e tomei coragem... bem, passou alguns dias só que eu consegui dizer hoje, isso que importa.
─ Não era o único a sofrer guardando pra si mesmo esse tipo de coisa ─ dando um leve selinho no rapaz que piscou com aquilo. ─ Eu quero fazer tantas coisas com você, desde que comecei a ter tais sentimentos pensei nas maiores loucuras que você poça imaginar.
─ Então me mostre todas elas.
─ Eu vou, pode deixar que vou mostrar cada uma delas.
Jacob não disse nada apenas voltou a beijá-lo, Bruce abriu um sorriso ainda o beijando e o levantou com as mãos fazendo com que o rapaz colocasse as pernas em volta de sua cintura sem desfazer o beijo. Por ainda ter um pouco de seus sentidos animais se conduziu novamente ao seu quarto trancando devidamente a porta, pois não queria ser incomodado.
Alguns funcionários estavam no final do corredor espremidos, tinham seguido Jacob querendo ver se ele conseguiria tirar o patrão do quarto e não só tinham visto isso como uma confissão de amor junto, todos comemoraram baixinho para que não chamasse atenção do casal ─ que estava se beijando na hora da comemoração ─ agora eles poderiam passar o dia com um grande sorriso no rosto. Finalmente seu senhor tinha conseguido achar alguém para ficar ao seu lado.