─ Vamos convide-o para jantar! Mas seja educado, já falamos sobre isso! ─ Carol falava animada.
─ O senhor ainda se arrumou, do seu jeito, mas tá arrumado ─ disse James vendo que o leão só tinha arrumado a juba loira.
─ Não tem nenhum motivo para ser grosso muito menos bravo como costuma ser, esse garoto é um amorzinho! ─ disse Emma animada, ela e amiga bule tinham visitado o garoto avisando sobre o jantar e tinham amado ele, era supersimpático e extremamente fofo.
A Fera bateu na porta soltando um suspiro cansado, quantas vezes ele já não tinha feito aquilo e todas as tentativas tinham dado errado. Mas para sua surpresa o garoto abriu a porta olhando para todos e parando o olhar na Fera como se esperasse que ele falasse.
─ Eu gostaria de saber... ─ começou a falar e começou a escutar os objetos a falarem.
─ Educação, educação ─ Carol falou baixinho.
─ Se gostaria de jantar comigo? ─ escutando Emma lhe dizer para falar ''Por favor'' fazendo que ele revirasse os olhos e Jacob segurasse um riso. Ele não faria aquilo.
─ Claro! ─ respondeu com um sorriso vendo a Fera abrir os olhos um tanto surpreso. Turner estava morrendo de fome e não faria igual a Bela que recusou a janta e deu a maior confusão, o livro lhe ajudava a tomar as decisões certas.
A Fera ainda estava um tanto em choque pela situação, ele não esperava que ele aceitasse tão facilmente muito menos que já estivesse à sua frente esperando ser levado até o salão principal. Sentiu a mesinha lhe empurrar fazendo com que ele voltasse para a realidade e começasse a andar sendo seguido pelos objetos e o garoto.
─ A quanto tempo vocês estão assim? ─ perguntou encarando as costas largas da Fera.
─ A muitos anos, nem lembramos mais, já faz tanto tempo ─ respondeu Carter com um sorriso triste. ─ Mas a gente pode voltar toda...
─ EMMA! ─ gritaram todos os objetos juntos.
─ Qual o problema!? Se ele for ficar conosco precisa saber! Ou querem que ele acorde e ache tudo estranho? ─ falou irritada. ─ O senhor também não acha que ele deva saber?
─ Tanto faz! ─ respondeu a Fera, um tanto desanimada.
─ Então, toda lua cheia voltamos a ser humanos ─ dando pulinhos. ─ Mas quando a lua vai embora voltamos a ser objetos.
Jacob piscou algumas vezes, ele não tinha lido nada daquilo no livro alguma coisa tinha dado errada. Começou a fazer teorias em sua cabeça, talvez a Fera não tenha conseguido quebrar a maldição e assim acabou ficando preso para sempre naquele corpo. Mas por algum motivo a bruxa que lhe jogou o feitiço fez com que os objetos tivessem um pouco de alegria, afinal eles não tinham culpa de nada.
Aquilo fazia muito sentido, mas era um tanto triste descobrir que ele não tinha achado seu amor, no caso Bela, para quebrar a maldição antes do tempo. Pelo jeito todos ali tinham ficado imortais, afinal eles não tinham mais noção do tempo passando a sua volta. Não tinha muito o que ele fazer para ajudar ele era apenas um rapaz que no máximo poderia fazer companhia a uma pobre criatura que jamais voltaria a ser humana.
Agora as coisas tinham acabado ficado um pouco assustadoras, sem o livro para lhe ajudar a saber o que fazer como poderia ajudar todos naquele castelo e serem livre? Mas que situação mais complicada ele tinha se envolvido, e tudo isso era por culpa de seu pai i****a velho. Mas sendo bondoso do jeito que era jamais deixaria alguém sozinho com tamanha tristeza e solidão, tentaria de alguma forma de achar outro jeito da fera voltar ao normal.
Logo chegaram à mesa de jantar, ainda não sabia o nome da Fera já que todos os objetos o chamavam de '' senhor'' o que o deixou de certa forma irritado, por qual motivo ele não lhe disse seu nome? Viu o candelabro puxar a cadeira mais próxima da Fera que olhava a mesa com um desanimo, então ele logo sentou próximo e a encarou.
Logo a mesa foi servida, tendo várias coisas a sua frente. Ficou bem surpreso pelo fato daquele lugar abandonado pudesse ter tanto estoque assim de comida, se perguntava aonde saia tanta comida. Os objetos olhavam com uma animação gigantesca para o esverdeado como se esperasse que o mesmo provasse e elogiasse a comida.
─ Tem alguma coisa com amendoim aqui? ─perguntou, era alérgico, se comesse poderia acabar tendo a garganta fechada e morrer por algo pequeno e ridículo.
─ Tem, sim! ─ falou o relógio olhando feio. ─ É fresco por acaso, garoto?
─ Eu sou alérgico ─ aquele relógio era bem rígido, onde já se viu ser obrigado a comer de tudo por ser visita? Ou seria no caso prisioneiro?
─ David! Isso é jeito de tratar a visita, ele não é obrigado a comer o que não gosta ─ Carol o repreendera irritada ─ Jacob, querido vamos retirar tudo com amendoim da mesa assim não terá perigo algum!!
Logo alguns talheres sumiram na mesa e retiraram algumas comidas fazendo o esverdeado sorrir e agradecer o bule que retribuiu o sorriso. Começou a comer em silencio, quando provou a comida achou muito boa então fez questão de elogiar fazendo os objetos vibrarem em alegria, menos o relógio que ficava lhe encarando esperando que cometesse algum erro.
─ Por qual motivo não tem medo de mim? ─ falou chamando atenção. ─ Não é normal que fique assim ao meu lado sem se importar, que pessoa não ficaria incomodada estando diante da minha presença?
─ Meu senhor... ─ o relógio falara, mas fora interrompido.
─ CALA-SE! ─ batendo na mesa fazendo Jacob se assustar com aquilo, já que não esperava ver a Fera furiosa se não tinha feito nada de errado. ─ É IMPOSSÍVEL ALGUÉM FICAR TRANQUILO AO MEU LADO! MUITO MENOS ACEITAR ESSA FORMA HORRENDA SEM TER MEDO OU NOJO.
─ Você não é feio! ─ se manifestou vendo o olhar de choque dos objetos por ter interrompido seu senhor. ─ O senhor, já viu algum livro com figuras de animais?
─ MAS QUE MERDA! O QUE... ─ rosnando e mostrando os dentes para o garoto que logo o atrapalhou.
─ O senhor viu ou não? Se tivesse visto saberia que tem o rosto de um leão! Não ficaria com medo por ter a droga de um leão rosnando, já enfrentei feras piores que chamavam humanos babacas da droga da minha vila. Leões são gatos com juba! Nunca que gatos seriam feios! Aposto que as pessoas ficam com medo pelo fato de você fica batendo e gritando toda hora! QUALQUER UM FICA COM MEDO COM UMA PESSOA COM MAIS DE 2 METROS GRITANDO E BATENDO NAS MESAS! ─ batendo na mesa copiando a Fera.
─ Como ousa... ─ apertando os punhos por ter sido interrompido pelo menor.
─ Escuta aqui, eu não sei o motivo de estar irritado comigo, eu não fiz nada pra ficar ou agir assim comigo. Eu poderia ter muito bem ter recusado o convite para o jantar e feito uma ceninha dramática clichê de ''Por qual motivo vou jantar com meu sequestrador que separou de meu pai? ─ falara usando as falas de Bela, pelo jeito conseguiria utilizar ainda o livro. ─ Não sei o motivo de ter virado Fera, muito menos por ainda ser. Mas se eu vou ficar morando nesse castelo o MINIMO é a gente se dar bem! E OUTRA COISA, você nem me falou seu nome, que educação de merda você teve, hein?!
─ Wow! ─ escutara James falar com um sorriso.
─ Eu passei a droga da minha vida inteira com um bando de gente intolerante e ridícula, acha mesmo que eu teria medo de um leãozinho? Sendo que eu acho eles fofos? ─ vendo a expressão da Fera um tanto engraçada. ─ Se fosse... fosse um inseto ou até algo deformado gosmento. Mas você é a droga de um gatinho com juba! Então para de ficar falando que é feio e tudo mais. VAI VE A DROGA DE UMA FOTO DE UM LEÃO E DEPOIS ME FALA SE ACHA ELE FEIO! SE NUNCA LEU REI LEÃO NÃO? VAI ME DIZER QUE ACHAVA MUFASA FEIO?!
─ Jacob, se acalme! ─ falou Emma próxima ao garoto que já se encontrava em pé bem nervoso.
─ ACALMAR É O CARAIO ─ fritou vendo Carter lhe olhar um tanto confusa. ─ Se eu tivesse ligado pra droga de sua aparência ''monstruosa'' eu nem teria trocado de lugar com meu pai!! Muito menos teria ficado tranquilo ao seu lado, é tão simples, então enfia nessa sua cara cheia de pelos fofinhos QUE EU NÃO TENHO MEDO DE GATINHOS COM JUBA!
─ Eu super quero ver leões e esse tão de rei leão ─ falou Carol animada.
─ Eu falei, que ele era diferente!! ─ James falou com um sorriso por ver o garoto dizer aquelas palavras.
─ Eu vou subir! Já comi, e não estou a fim de ficar escutando você achar r**m eu não ter medo, se quiser eu começo a berrar sempre que ver você! ─ se afastando da mesa e indo embora sendo deixado todos ali sozinho.
─ Qual o problema desse garoto, como pode falar que eu sou fofo? ─ rosnou a Fera apertando as patas em sua cabeça.
─ Senhor, já está na hora de seguir em frente, o garoto não tem medo aproveite a chance que lhe foi dada ─ o relógio se manifestando e surpreendendo a todos. ─ O senhor fez de tudo para quebrar a maldição, não lhe culpamos pôr no fim não ter dado certo, só queremos vê-lo feliz, mas o senhor está negando a única pessoa que não lhe viu como monstro. Para de se martirizar tanto e se aproxime do garoto, tenho certeza que ficara feliz tendo a companhia do mesmo.
A Fera se levantou sem dizer nada deixando os objetos sozinho na sala do jantar, iria atrás do garoto e pediria desculpas pelo seu comportamento. Seus amigos estavam certos, eles não deviam ficar remoendo o passado e se culpando, ele tentou como tentou livrar todos da maldição, mas infelizmente não conseguira. Tinha aprendido sua lição, mas não importava ninguém conseguia demonstrar amor ou qualquer gentileza para si.
Implorou para que seus servos fossem poupados e somente ele pagasse pela maldição pelo resto da vida, mas a bruxa tinha visto que o príncipe tinha realmente tentado e lutado muito para conseguir quebrar a maldição. Então ela fez um novo feitiço em cima fazendo com que sempre na lua cheia eles pudessem voltar ao normal, menos ele que ainda ficava meio Fera, mas com traços mais humanos.
Então sentiu o cheiro do menor vendo que ele estava na ala oeste, odiava aquela região, andou um tanto mais depressa ficando em quatro patas para que chegasse mais rápido aonde ele se encontrava. Quando o encontrou viu que o mesmo estava em seu antigo quarto, que se encontrava totalmente destruído e com inúmeros quadros rasgados. Ele encarava uma cúpula que possuía uma rosa vermelha morta.
─ Faz quanto tempo que ela ficou assim? ─ perguntou sem desviar da flor morta.
─ 60 anos ─ respondeu vendo o olhar surpreso do garoto. ─ Pelo jeito sabe sobre a maldição, poderia me dizer como?
─ Por isso ─ retirando o livro da bolsa que ainda estava usando. ─ Não sei se essa pessoa realmente lhe conheceu, mas no livro você teve o final feliz, Bela conseguiu desfazer a maldição...
─ Deixe me ver isso ─ se aproximando e pegando o livro na mão de Jacob que lhe entregou.
─ Mas está tudo diferente, as coisas não batem mais como deveriam bater. A imagem de você é bem grotesca, eu teria medo se você fosse de fato assim ─ encarando o olhar do outro que lhe devolvera o livro sem abri-lo. ─ Deve ter algum jeito...
─ Não, não existe nenhum jeito ─soltou um suspiro triste. ─ Meu destino é ficar nessa forma e sofrer pelos meus erros por toda a eternidade.
─ Não precisa sofrer, aqueles objetos eles se importam com você ─ disse com um sorriso amigável. ─ Se passaram tantos anos, talvez tenha algum jeito de lhe ajudar.
─ Não deve nada a mim, por qual motivo quer me ajudar? Está preso aqui como prisioneiro, não tem sentido nenhum querer meu bem. Deveria ficar preocupado em como fugir daqui antes que eu lhe mate! ─tentando não ficar irritado novamente com o garoto, mas percebeu que estava agindo ignorante novamente. ─ Me desculpe, não deveria estar sendo grosso com você se quer tentar me ajudar.
─ Eu entendo a situação, não deve ter sido fácil ─ disse ainda com um sorriso. ─ Não fomos devidamente apresentados, Sou Jacob Turner! ─ estendendo a mão.
─ Bruce Russel ─ pegando com cuidado a mão pequena. ─ É um prazer conhecê-lo.