Jacob poderia rir, diante dele estava Bela assustada. Como ele havia previsto seu pai não havia retornado no dia anterior, e agora pela tarde o cavalo tinha voltado completamente assustado e sozinha e claro sem a carroça.
Soltando um suspiro pegou uma pequena bolsa de lado onde colocou algumas frutas e o livro que jamais largaria, deixou um bilhete na porta caso Rivera fosse até sua casa, falando para não se preocupar que logo voltaria. Bem se o livro estivesse certo talvez ele não voltaria tão cedo, mas não queria pensar nisso.
Como o dia estava um tanto nublado, colocou sua echarpe que possuía um grande gorro. O casaco pertencia a sua mãe, era bem feminino, mas ele adorava então sempre usava. Então andou com a égua que mostrou o caminho, como pensara seu pai tinha pegado um caminho completamente suspeito e estranho, qual era o problema de pegar o caminho seguro e mais longo?
Depois de uma boa caminhada, agradeceu mentalmente o fato de não terem lobos como no livro. Se não estaria perdido já que Bela começaria a correr, talvez fora isso que atacou seu pai um tanto obvio já que no livro também dizia. Depois de um tempo avistou o castelo abandonado, como ele também tinha dito para seu pai.
─ Agora vamos ver os objetos falantes ─ com um sorriso se aproximando do belo palácio.
Desceu de Bela e retirou algumas maças para que ela comesse enquanto espera-se, ela não fugiria já que era bem leal. Bem... ela não devia ser, para falar a verdade, já que pelo jeito largara seu pai. Mas isso não vinha ao acaso agora, subiu a escadaria que possuía uma camada fina de gelo tomando cuidado para não cair e abriu a grande porta, um tanto exagerada para seu gosto, mas quem era ele para criticar gente rica.
O lugar estava até arrumado, esperava um local mofando e cheio de pó igual o livro indicava, mas estava bem conservado além do fato da lareira estar acessa. Olhou para os cantos vendo se encontrava algum objeto andando, mas estava vazio, por sorte sabia o caminho para o calabouço isso é claro caso ele fosse igual ao do livro.
─ Mas que inferno, eu falei pra ele não entrar em palácios abandonados ─ revirando os olhos, enquanto andava calmamente pelos cantos. ─ QUANDO EU ENCONTRAR VOCÊ, SE PREPARA!
Fizera o possível para evitar aquele acontecimento, mas não, seu pai tinha que estragar tudo. Agora estava ele andando sozinho pelo castelo com o maior tedio de todos. Pelo menos estava limpo, ─ o caminho para o calabouço, por algum motivo ─ tudo o que menos queria era que sua rinite começasse a atacar.
Então ele desceu as escadas com formato caracol, odiava escadas assim sempre ficava tonto. E como ele esperava, já que o livro o havia dado aquela informação lá estava seu pai em uma cela pequena no chão encolhido. Turner bufou e desceu mais as escadas para que chegasse próximo ao local onde seu pai se encontrava.
─ Você tem que parar de usar a imaginação, Izuku... bla, bla ─ imitando uma voz um tanto fina. ─ O que eu lhe disse?
─ JACOB É VOCÊ? MEU FILHO O QUE FAZ AQUI?! ─ levantara um tanto desesperado com lagrimas nos olhos e assustado. ─ Tem que ir embora antes que ele o encontre! Saia daqui, me abandone.
─ A me poupe isso é sua culpa, eu lhe avisei não avisei? ─ vendo o pai lhe olhar confuso, afinal ele aparentava estar bem calmo diante da situação. ─ Mas o senhor não quis me ouvir, eu disse que o livro parecia minha vida, nada mais justo que eu seguir ele. Era só o senhor não entrar no maldito atalho SÓ isso.
─ Não acredito que está me dando sermão diante da situação! ─ disse um tanto irritado até ignorando também o local aonde se encontravam. ─ Eu aqui tentando lhe ajudar e você jogando na minha cara essa droga de livro.
─ O que faz em minha casa? ─ uma voz grave e alta no topo da escada chamou atenção dos dois homens.
Jacob viu o pai tremer e olhar assustado para cima, ele revirou os olhos não é como se ele não esperasse aquele momento. Para falar a verdade ele tinha lido o livro todo, tinha virado o dia anterior o lendo inteiro para saber da história, e possuía algumas figuras da Fera, por deuses tinha ficado tão atormentado que tivera pesadelos. ''p**a bicho'' feio, mas agora já traumatizado nada mais lhe assustava.
Se virou calmamente olhando para o topo e simplesmente deu um berro assustando seu pai, mas já esperava que seu filho gritasse diante da fera.
─EU NÃO ACREDITO QUE TEM RATO AQUI EMBAIXO! ─ nem estava se importando com a Fera no topo da escada estava olhando o rato gigantesco que estava próximo da escadaria. ─ EU NÃO ACREDITO, EU PASSEI POR ISSO E NEM VI! EU VOU MORRE, AI MEU DEUS, EU SABIA QUE EU MORRERIA DE UM JEITO INÚTIL ASSIM! EU DISSE PRA VOCÊ PAI, EU TE DISSE.
─ Eu realmente não posso acreditar nisso ─ não podia acreditar que seu filho podia estar com medo de um rato sendo que havia uma Fera gigantesca ali na escada. ─ Filho, tem coisas piores pra se ter medo.
─ RATAZANAS, RATOS ASSASSINOS, RATOS GIGANTES ─gritando enquanto encarava o animal. ─ EU ESTOU ME ARREPENDENDO DE TER VINDO VER O SENHOR! SE EU SOUBESSE QUE TINHA RATOS EU NUNCA TERIA VINDO.
─ Nossa que grande amor você tem pelo seu velho pai ─ viu a Fera começar a descer os degraus fazendo com que ficasse assustado e teme-se pela vida do filho.
Ela simplesmente pegou o rato pelo r**o e a jogou do outro lado da sala fazendo um barulho estranho, o bicho caiu no chão e não se levantou. Jacob ficou encarando vendo se ele pudesse levantar-se como um zumbi para voar em seu pescoço e começar o ataque dos ratos assassinos zumbi. Ele tinha uma imaginação muito fértil.
─ Vou perguntar novamente, o que faz em minha casa? ─perguntou bem próxima ao garoto, que levantou o rosto para encara-la.
Esperava um monstro horrendo, assustador traumatizante. Mas, a sua frente chegava a ser um bichinho fofo perto do desenho horrível que tinha no livro. Possuía cabeça de leão e pelo jeito também o corpo, metade já que a calda parecia muito de um lobo e as patas traseiras também. E chifres, só não sabia definir de que animal era, talvez bode ou até mesmo uma c***a vá saber. Sua juba estava um tanto bagunçada e usava um casaco vermelho fechado escondendo seu pelo e calças pretas largas deixando suas patas de fora.
─ Então eu meio que vim joga na cara do meu pai que ele é um inútil. -Disse sem medo algum, céus tinha achado uma gracinha aquela fera. Se o desenho tivesse sido assim não teria tido pesadelos com aquela coisa deformada. - Eu sinto muito se meu velho invadiu sua casa, ele meio que acha que pode fazer isso por ser velho.
─ Não está com medo de mim? ─ perguntou a criatura, na quão Jacob reparou ter olhos azuis.
─ Olha, eu tenho medo de ratos, então se voce fosse um rato gigante eu já teria morrido por um ataque e tudo mais ─ juntou as mãos tentando não imaginar um rato gigante diante de sua frente. ─ Fora isso, eu não tenho medo de você, não tenho nada contra sua pessoa. Acho super certo você prender meu pai por ter invadido seu castelo, ainda mais por eu ter avisado ele. Um castigo bem-merecido.
─ Eu não posso acreditar nisso ─ balançava a cabeça, seu filho era um desnaturado.
─ Olha, o senhor nem devia mantê-lo preso, ele é super velho e precisa toma uns 8 remédios eu não estou brincando ─ encarando a Fera que lhe encarava curiosa. ─ Em uma semana ele morre.
─ Eu falei senhor, que ele era diferente! ─ disse uma vozinha atrás da Fera, revelando ser um candelabro dourado. ─ Ele nem tem medo do senhor! Ele andou pelo castelo na maior tranquilidade.
E lá estava os objetos, que ele tanto queria ver um candelabro e um relógio com óculos? Mas por qual motivo um relógio, ainda por cima azul, andaria de óculos céus era cada uma. Mas diante das circunstâncias não podia falar muita coisa.
─ Façamos uma troca, meu senhor, o garoto pelo pai ─ comentou o relógio serio arrumando os óculos.
─ NÃO! ISSO JAMAIS, POUPE MEU FILHO! ─ suplicando.
─CALA-SE ─ gritou junto com um rugido fazendo com que o pai se assustasse com aquilo.
─ Isso aí pai, continua gritando com um leão eu acho super inteligente ─ encarando o pai. ─ Não te ensinaram que leões estão no topo da cadeira alimentar?
─ Ele é engraçado ─ disse o candelabro rindo colocando uma das velas na boca para conter o riso.
─ Olha, super de boa a troca, mas eu me recuso a ficar em um lugar com ratos! Pode te barata, centopeia gigante eu não ligo! Mas NADA DE RATOS!! ─ disse nervoso, ele tinha pavor de ratos.
─ Filho, não faça isso, sua vida vale muito mais do que a minha que já estou velho ─ tentando convencer o filho, doido, de não fazer aquela loucura.
─ Pai, o senhor é doente, não vou deixar que morra numa cela com RATOS!─abrindo um sorriso gentil para o pai e pegando as suas mãos. ─ Eu vou ficar bem, não precisa se preocupar.
─ Ótimo, libertem o velho e o garoto fica, pra sempre ─ olhando para os dois vendo o olhar chocado do pai. ─ Tirem ele logo da minha frente
─ Espera, espera! ─ se lembrando de algo que lera no livro. ─Pai, me escuta, e acho bom o senhor me ouvir dessa vez! Pois na última vez acabou o senhor preso então... O SENHOR PRECISA ME OUVIR! Primeiro, não conte a ninguém sobre esse local, sobre a Fera muito menos sobre meu sumiço. Fala que fui até a outra cidade e estou trabalhando e vivendo lá com um amigo seu, sei lá inventa.
─Mas... ─seu filho interrompera colocando a mão na sua frente.
─ Segundo! não deixe de comer, dormir e principalmente tomar seus remédios por preocupação! Se o senhor ficar doente vai fazer todo esse maldito esforço jogado no lixo, aí vou desejar que ratos zumbis assassinos lhe ataquem a noite! ─ vendo o pai rir um tanto triste. ─ E por último... ensina o Christopher a ler e escrever no meu lugar! Aquele pirralho vai ficar puto comigo por ter ido embora sem dar um adeus, mas quando ele ficar grande vai entender.
Todos ali estavam um tanto surpresos pelas palavras do rapaz, ninguém em sã consciência pediria que mantivesse em sigilo aquele tipo de informação era como se ele não quisesse fugir muito menos escapar. A Fera estava um tanto confusa, primeiro o garoto não se assustara consigo e agia normal, até de mais próximo, e agora aquilo.
O pai acabou por concordar, saiu da cela e deu um abraço forte no filho que lhe retribuiu. Segurou o choro ao máximo, pois sabia que partia o coração do pai vê-lo com lagrimas nos olhos, viu o relógio conduzi-lo para fora deixando ele sozinho com a Fera e o candelabro que rapidamente lhe chamou para segui-lo pois mostraria o quarto.
─ NÃO TEM RATOS NO QUARTO, NÃO É? ─perguntou um tanto assustado pro candelabro.
─ Não! Ele é super limpo, pode ficar tranquilo!! A proposito meu nome é James Lee e o seu qual é? ─ perguntou o objeto animado.
─ Eu sou Jacob Turner ─ respondeu com um sorriso para o objeto que deu um pulinho animado.
A Fera saiu sem dizer nada fazendo com que ambos ficassem confusos com aquilo, mas o garoto preferiu ignorar e seguiu o objeto animado. Ele lhe falou várias coisas, mas em nenhum momento falou que tinha uma ala proibida, aquilo deixou Jacob muito confuso, no livro a ala oeste era proibida pois era nela que a rosa magica se encontrava. Então por qual motivo ele tinha liberdade para andar em todo o castelo principalmente na ala oeste?
Depois acabaria por ver com seus próprios olhos a região afim de descobrir alguma coisa, já que aquilo não batia com o livro. Viu o objeto abrir com certa dificuldade uma porta revelando um quarto de luxo bem arrumado, piscou os olhos um tanto surpreso pela beleza do local, ainda mais por ver que tinha um armário falante, não que estivesse surpreso com isso.
Em outra região do castelo, um pouco longe dali a fera andava em passos lentos encarando o chão. Aquilo tudo estava muito estranho, nunca nenhuma pessoa tinha agido daquele jeito consigo, era como se nem se importasse com sua aparência monstruosa, quantos anos já fazia que não via alguém fora os objetos lhe tratarem daquela forma?
─ Senhor, poderia se aproximar mais do garoto, pelo o que eu vi ele é uma gracinha!! ─disse um bule em cima de uma mesa com rodinhas do lado de um espanador que também estava animado.
─ meu esposo ainda falou que ele nem teve medo do senhor! Isso não é ótimo? ─ comentou o bule novamente. ─ Devia convida-lo para jantar, aposto que vai aceitar já que está tão tranquilo pela situação. Tranquilo até de mais, mas o garoto tem coragem e fez o que fez para salvar o pai!
─ Carol e Emma, por quão razão eu perderia meu tempo com isso? ─ perguntou soltando um suspiro cansado. ─ Não importa, não vai mudar nada caso eu me aproxime do garoto, nada vai mudar essa forma horrenda... não mais.
─ Isso não impede do senhor ser feliz... bem eu não sei ao certo se você tem atrações por homens, parando para pensar melhor... ─ Carol Hall, o bule, falara com um olhar triste. ─ Todos nós do castelo possuímos alguém, menos o senhor. Então vocês podiam se tornar pelo menos amigos, caso o senhor não queira nada com ele.
─ Eu sei que não a mais como quebrar a maldição, mas deveria tentar ,o garoto não se importa com sua aparência ─ Emma Carter comentara tentando animar seu senhor.
A Fera ficou pensando e acabou por balançar a cabeça concordando com a ideia do jantar vendo as duas ficarem animadas e saírem em disparada para avisar a todos do convidado e do jantar especial. Ele encarou as patas e logo as apertou com força mordendo forte seu lábio.
─ Nada vai mudar! ─ disse soltando outro suspiro e voltando a andar.