Finalmente era o dia na qual Colin visitaria o castelo. Dizer que ele estava nervoso era elogio ─ estava em total pânico ─ o pior de tudo foi o drama na qual Rivera fez, ele queria visitar Jacob também só que como ele explicaria a situação real de seu filho para o garoto? Precisou usar uma desculpa qualquer, mas lembrou que a tia do garoto nunca deixaria ele viajar consigo então não tinha que inventar nenhuma desculpa mirabolante.
No começo ele ficou muito aflito e triste pelo que tinha ocorrido com seu filho, mas quando viu que ele o mandava cartas viu que a Fera não era tão r**m. Jacob tinha lhe contato sobre tudo no castelo, ficou triste ao saber da maldição e conseguiu compreender o motivo da Fera ─ na qual ele descobriu ser chamado de Bruce Russel ─ ele era um homem na qual foi transformado em Fera e agora vive sozinho naquele imenso castelo rodeado de objetos falantes que um dia já foram pessoas.
Ele ficou feliz pelo fato de o filho não estar sendo mantido em uma cela ou algo do tipo, percebeu que seu garoto provavelmente poderia ir embora quando quisesse ─ ele vivia falando bem de Bruce e achava difícil o dono do castelo negar algo ─ ficou feliz em ver que seu garoto queria ajudar a Fera e os objetos falantes a voltar a serem humanos, tentou a todo custo ajuda-lo enviando livros de contos de fadas, já que o livro na qual ele tinha encontrado '' Bela e a Fera'' na verdade era uma historia real, mas com um final diferente do que realmente havia ocorrido.
Sentia muita saudade do filho, não negaria isso, mas ao ver todo o esforço e dedicação que ele estava fazendo para tentar ajudar aquelas pessoas enchia seu coração de orgulho. Seu filho era uma pessoa muito gentil e amorosa, era de esperar que ele desejasse ajudar todas aquelas pessoas. Seus dias eram mais alegres quando ele recebia uma carta ─ todas eram grandes, páginas e mais páginas ─ via como seu menino ficava atarefado fazendo várias coisas.
Seu filho tinha amigos pela primeira vez ─ o pequeno garoto na qual ele ensinava não contava, ele nem tinha assuntos com o garoto fora as aulas ─ se divertia e fazia coisas na qual nunca pensou que faria. Ele parecia mais feliz e livre, coisa na qual ele nunca foi naquela vila. Todos o tratavam diferente e o isolavam, agora ele estava em um lugar na qual todos o aceitavam do jeito que ele era.
Jacob merecia tudo o que estava acontecendo a felicidade, liberdade e até mesmo o amor. Sim, ele tinha notado que seu filho aparecia um tanto apaixonado quando ele citava a Fera nas cartas. Ele chegava a rir em alguns momentos se perguntando se o filho tinha conhecimento disso.
Colin nunca foi preconceituoso nem nada do gênero, ele aceitava as escolhas de Jacob, mas tinha medo ─ muito medo ─ as pessoas eram cruéis e o mundo um lugar violento... tinha medo de que caso ele revelasse seu '' segredo'' para a pessoa errada sua vida piorasse. Afinal, não era normal um homem gostar de outro, principalmente naquela vila. Nem sabia ao certo se havia outro rapaz escondendo também um segredo assim, mas mesmo que guardasse ele não seria do gosto de Jacob.
O único jeito de seu filho ser feliz ─ no caso no amor ─ seria ele saindo daquela vila, mesmo assim nada seria garantido pois ninguém ao certo sabia onde ele seria aceito do jeito que era. Tinha conhecimento que em outras cidades, homens estudiosos não era algo visto como anomal ou errado. Entretanto um homem homossexual era outro assunto.
Ele podia estar feliz pelo que o filho estava pensando, mas ficava triste ao lembrar sobre a maldição. A Fera aparentemente estava viva a anos presa naquela forma, seu filho iria envelhecer com o tempo enquanto Russel ficaria vivo estando do jeito que sempre estivera. Então essa história de amor acabaria se tornando uma grande tragedia.
Ele queria seu filho feliz e não que sofresse justo no primeiro amor, não o julgaria por gostar de uma Fera ─ em sua cabeça ele não o via como animal, ainda mais pelo fato de ter noção sobre a maldição da bruxa ─ queria apoiar o filho e dar conselhos, mas também queria alertá-lo sobre tudo tentar convencê-lo a desistir desse amor e voltar para a casa.
Era tão difícil, não sabia o que fazer, como poderia dizer ao filho para dar as costas a primeira coisa boa que o ocorreu em sua vida? O garoto sempre foi sozinho tendo apenas a companhia de uma criança e da sua. Como poderia dizer para ele ir embora de um local onde todos gostavam de sua presença, onde estava desesperadamente tentando uma forma de libertá-los?
Achou melhor ajuda-lo, quem sabe seu filho conseguisse quebrar a maldição e assim conseguir passar o resto da vida com seu príncipe encantado ─ no caso já era Rei ─ não queria desmotiva-lo ou deixa-lo chateado, sabia como seu filho era e não seria difícil para ele ficar depressivo por algumas palavras ─ tivera já muitas recaídas durante sua vida na vila ─ então tinha que se manter forte e positivo e ajudar em tudo o que o filho precisasse.
Ele daria ótimos conselhos amorosos e o ajudaria a passar e não pensar nesses problemas. Já errou muito com ele, no momento que não quis se mudar da vila já fora um grande erro. Manter um garoto sensível em um local onde todos o detestam era uma crueldade, mas ele não tinha condições de morar em outro local. Tentou explicar isso ao filho, mas ele não entendia e achava que tudo não passava de '' uma grande frescura'' só que em outras regiões as casas e os aluguéis eram mais caros e mesmo vendendo muitos produtos ele não teria condições de bancá-los nem de pagar um bom estudo ao seu pequeno.
Ficava tão triste ao ver que não tinha condições de bancar os estudos de seu garoto, só tinham o suficiente para sobreviver e em alguns momentos ele conseguia comprar alguns presentes para seu pequeno. Tinha sorte de receber descontos na compra de livros, pois senão, nem isso conseguiria comprar. Não era fácil a vida na qual eles viviam, ele tinha que se locomover para outras regiões para vender seus produtos. Na vila quase ninguém comprava então não era possível viver só naquela região, mas era difícil de seu filho entender isso. Conseguia compreender pois o garoto odiava o local onde morava então tudo o que mais queria era partir daquele lugar.
Não gostava muito da ideia de seu filho viajar sozinho e conhecer o mundo. Tinha perdido a mulher e por conta disso tinha ficado de certa forma, superprotetor com o garoto. Nem sabia como não tinha tido um treco naquele dia do castelo, se não fosse as cartas ele já estaria morto ou completamente louco ─ ele acabaria falando para alguém na vila, para que pudesse salvar seu pequeno, fazendo com que quebrasse a promessa que tinha feito com ele no castelo ─ só que ele queria ir embora e viver em algum lugar onde seria aceito.
Jacob ainda, infelizmente, não tinha muita noção do mundo lá fora principalmente com o dinheiro. Mesmo viajando carregando um pouco, ele ainda teria que trabalhar ou achar um meio de sobreviver e sabia que seu pequeno era desastrado demais. Tinha medo de que algo de r**m pudesse ocorrer com ele, se as pessoas seriam cruéis ao saber seus gostosos ou se passaria fome.
─ Meu doce, Jacob ─ disse encarando uma foto na qual estava segurando um bebê no colo. ─ Eu desejo que você seja feliz, que nada de r**m aconteça com você... eu espero tanto que consiga desfazer essa maldição... caso ao contrário eu sei que vai sofrer, eu sinto que você já está sofrendo. Estou tão assustado, meu garoto, não quero ver você novamente depressivo pelos cantos.
Ele colocou a foto no lugar e saiu da casa, como Bela tinha ficado com seu filho ele precisou pegar outro cavalo ─ por sorte Bruce tinha lhe dado um pouco de dinheiro para isso, ficou chocado, mas pensou que seu filho deve ter dito algo ─ sua carroça estava cheia dos produtos. Tinha tido um pouco de trabalho para pegar toda a lista que o filho mandou, mas só de pensar no grande sorriso que vai receber por isso fazia tudo valer a pena.
─ Bem, está na hora de ir ─ subindo na carroça e pegando as rédeas do cavalo. ─ Vamos, Sebastian.