"Capítulo 13- Sempre Quis Você

984 Words
O beijo durou tempo suficiente para que o ar nos falte. Ao finamente separar os lábios dos meus, ele encara, segurando meu rosto com as duas mãos. — Ah Giovanna… — Ele continua com as suas mãos no meu rosto e com aqueles olhos incrivelmente negros cravados nos meus. A sua boca abre para dizer algo, mas ele fecha a mesma negando com a cabeça. Eu sei que não podemos ficar junto e tenho certeza que ele concorda. Mas ele não se afasta. Pelo contrário, Alessandro aproxima cada vez mais o seu corpo do meu. Eu sei que isso não é certo, mas eu não tenho forças para parar. Como uma correnteza forte que leva tudo pelo caminho e não pode ser controlada, assim acontece quando estou com ele. Sempre foi, Alessandro tinha uma dominância no meu corpo, que homem nenhum jamais teve. São três anos de saudade reprimida, três anos que o toque, o cheiro dele não sai da minha cabeça. Nem eu, nem ele fala. Ficamos em silêncio olhando para o outro. Alessandro desce o olhar para minha boca e eu vejo seus lábios abrir em uma respiração forte, como se quisesse buscar o auto controle, parecia que queria me beijar de novo. Ele sobe o olhar novamente, encarando no fundo dos olhos. - Por que eu não consigo me afastar? – Sussurra. Suas palavras refletem exatamente o que estou sentindo. Mas não posso, não podemos! Respiro fundo e dou um passo pra trás. – p***a! – Ele exclama e me larga. – Desculpa, não vai acontecer de novo.. O problema é que quando estou perto de você, não consigo pensar direito!. - Esquece isso, não aconteceu nada! – Rebato. Ele acena e me direciona um sorriso fraco. — Você tem razão! — Continuo. – Está tudo quebrado demais, sei que se sente magoada comigo. Eu mesmo me sinto magoado com você.. Vamos nos concentrar na Ana, ela é quem importa de verdade! – Ele acena afirmando. – Eu quero passar um tempo com ela. Quero conhecer a minha filha, quero ser um pai pra ela.. – Afirma e eu dou de ombros. — Tu pode vim ver ela o quanto quiser. Ela é uma menina doce, tenho certeza que vai se apagar rapidamente a você! – Me sento no sofá. – Onde você está morando? — No lugar de sempre! – E eu percebi que ele falava do nosso apartamento, aquele que havia milhares de lembranças de nós dois. Alessandro me encara por alguns segundos e depois franzi a testa. – Só mora você e a Ana aqui ou.. – Ele para sugestivamente levantado uma sobrancelha. - Só eu e a minha filha! – Respondi, sabendo que o que Ana falou no jantar mexeu com ele. - Então, o homem que Clara falou no jantar é apenas um namorado? – Pergunta e eu posso ver a curiosidade jorrando de seus poros. - Ana Clara ouviu m*l, nunca tivemos nada. Até porquê nem poderíamos, ele é gay! – Respondo sem paciência pra provocações aquela hora. - Gay? Sei.. – Rebate. - E sim, e mesmo se tivéssemos algo não seria da sua conta! – Respondo irritada. Nem sei porquê fiquei irritada com seu suposto ciúme. Talvez seja porque ele não tem a droga do direito de se importar. - Você tem razão, sua vida amorosa não é da minha conta! – Fala. – Posso pegar Ana Clara amanhã depois da aula? Quero levá-la pra passear, talvez um parque. – Pergunta, com os olhos brilhando ao mencionar nossa filha. - Pode, pode sim! – Respondo. - Eu vou indo.. é.. tchau Giovanna! – Falou e se dirigiu até a porta. – Giovanna... – Me chama já com a porta aberta, eu permaneci sentada no sofá. – Obrigada novamente! - Não me agradeça! – Repito, vendo-o sumir pelo hall. Ao me ver sozinha, levo a mão até a boca. Ainda sentindo a pressão dos lábios dele contra os meus. Existe uma atração louca entre nós que não permite que nossos corpos fiquem separados muito tempo. E esse beijo só comprovou isso ainda mais. Como um imã, meu corpo é atraído ao dele. Só que vou lutar com todas as minhas forças contra isso, eu não vou deixar essa atração f***r ainda mais com minha vida. Eu não posso ser fraca como fui a pouco. Temos que conviver bem, pela Ana Clara. Por ela eu vou me esforçar ao máximo para manter uma relação amigável com Alessandro apesar das mágoas. E com os pensamentos conturbados sigo para o banho. Fico alguns minutos deixando a água escorrer, até finalmente me sabor e sair. Me enrolo em uma toalha e antes de ir para meu quarto, dou uma olhadinha na minha princesa. Ela dormia profundamente. Coloco uma camisola preta e escovo meu cabelo. Vou para a cozinha e pego um copo d’água. Nesse momento escuto a porta da sala se abrir e Alessandro entrar. Dou um pulo com o susto e quase derrubo a merda do copo no chão. - Ei.. desculpa! Eu esqueci as chaves de casa aqui, então eu.. – Alessandro para de falar assim que seus olhos passeiam pelo meu corpo e ele percebe a pouca roupa que estou vestindo. Ele me come descaradamente com os olhos e estou ficando malditamente molhada com seu olhar. Droga de corpo traidor! Parece que ficamos uma eternidade assim, apenas olhando um para o outro. Até que ele fala. - Você pode me xingar ou bater o quanto quiser depois, mas eu não vou mais ignorar o que meu corpo quer e sempre quis. Você. E, não.. eu não vou conseguir parar! No momento seguinte Alexandre está parado a minha frente e seus braços puxam meu corpo para o seu com força e intensidade. Bem diferente da primeira vez mais cedo. E então ele cola seus lábios nos meus, num beijo tão bom ou melhor que o primeiro.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD