Capítulo 12- "Saudades"

2365 Words
Giovanna e Alessandro esperar por uns minutos, não se sabe quantos. Clara que ainda tinha o olhar preso no pai, tomba a cabecinha pro lado e finalmente abre um sorriso. - Obaaaa, eu tenho um papai! - Começa a pular feliz por finalmente conhecer o pai. E sentando no sofá, Giovanna não sabia se o coração ficava aliviado por finalmente a filha ter a figura paterna ou com o coração apertado pela menina possivelmente sofrer a mesma dor que ela. Alessandro se ajoelha no chão sorrindo ao mesmo tempo em que chorava. Delicadamente ele puxa a filha pelos bracinhos. Os olhares de cruzam, Alessandro passa as mãos nos cabelos cor de mel da criança, contornando de leve os finos cachos que davam nas pontas. Ele faz o mesmo com o delicado rostinho e aprovando o gesto do pai, Ana leva as mãozinhas sobre as do pai e assim eles exploram o pequeno rosto juntos. Ela da um passo para frente e seus braços curtos circulam o pescoço dele que já não sabia o que fazer pra parar as lágrimas. Alessandro agarra as costas da menina, levantando-a do chão. Sua vontade era abraçar bem forte, mas tinha medo de machucá-la por ser tão frágil. Com os olhos fechados ele chora, abraçando a filha e inalando seu cheiro. - M..minha filha! - Sussurrou ainda abraçado a criança, apertado um pouco mais os braços na menina. Ele continua inalando o cheiro suave da menina, feliz por finalmente poder chamá-la de filha. Giovanna ainda estava sentada em êxtase, ela sabia que agora a vida tinha mudado radicalmente. O pai da sua princesa estava ali e mesmo estando preocupada com tudo o que estava acontecendo a sua volta, ela não podia deixar de sentir-se feliz. - Você vai me levar na escola? - Perguntou com o rosto escondido no pescoço do pai. Alessandro olha para Giovanna buscando confirmação e ela apenas acena com a cabeça. - Sim meu amor, você quer que eu te leve? - Ana levanta a cabeça encarando o pai, sem soltar seu pescoço. - Quelo muito, quelo que as meninas vejam que eu tenho um papai! Você é mesmo meu papai, né? - Sim princesa! - Beijou o rosto dela. - Eu te amo. E prometo que ninguém nunca mais vai separar a gente! - Direciona um breve olhar para Giovanna que parecia imóvel. - Jula de mindinho? - Juro de mindinho! - Eu te amo papai! - Depositou um beijo estalado na bochecha dele. - Agola me solta, eu quelo blincar de boneca. Vamo blincar de boneca comigo? - Vamos sim, princesa! - Sorriu, colocando-a no chão. - Vamo mamãe? - Olhou para a mãe que levantou do sofá limpando os olhos molhados pelas lágrimas. - Eu vou fazer o jantar, minha princesa.. vai brincar com seu pai, depois eu vou lá! - Deu um beijo no rosto da criança, seguindo para a cozinha sem dizer nada para ele. Ambos estavam muito magoados e sabendo que tocar na questão deles naquele momento não seria bom. Certa hora, Giovanna não ouviu mais a voz da filha e nem as risadas de Alessandro, então, lentamente, caminhou até o quarto da menina que tinha muitos ursos e bonecas espalhados pelo chão. Ela parou na porta ao olhar a menina dormindo na cama onde Alessandro estava sentado na beira, acariciando seus cabelos. Ambos estavam muito magoados e sabendo que tocar na questão deles naquele momento não seria bom. Certa hora, Giovanna não ouviu mais a voz da filha e nem as risadas de Alessandro, então, lentamente, caminhou até o quarto da menina que tinha muitos ursos e bonecas espalhados pelo chão. Ela parou na porta ao olhar a menina dormindo na cama onde Alessandro estava sentado na beira, acariciando seus cabelos. - Minha filha é tão linda! - Disse baixo ao notá-la parada na porta. - Todos dizem que ela é a sua cara! - Falou com cautela e ele a encarou brevemente, voltando a olhar para a criança. - Os olhos são mesmo meus! - Sorriu. - Mas o cabelo é igualzinho o seu, até os cachos das pontinhas! - Afirmou. Giovanna então entrou no quarto devagar, parando ao pé da cama. - Eu quero saber tudo sobre ela, o que gosta de comer, se gosta de assistir desenho.. data de aniversário, se tem alguma alergia. Eu quero saber tudo! - Ela gosta muito de estrogonofe, puxou isso de você... Começou e ele a ouvia atentamente. Ana ama desenhos, especialmente os Backyardigans. Faz aniversário em abril, 12 de abril.. taurina! Graças a Deus tem uma saúde de ferro, não tem alergia de nada. - 12 de abril.. - Gravou na mente cada informação dada por ela. - Eu percebi que ela troca o R pelo L.. - Troca mesmo! - Afirmou. - Levei no fonoaudiólogo, ele disse que é normal. Com o tempo ela acerta. - Eu quero dar meu nome pra ela! - Olhou para Giovanna com a mão ainda no cabelo da filha. — Resolvemos isso no cartório! — Ela concordou. — Bom, eu vou te deixar com ela.. daqui a pouco ela acorda mesmo. Preciso terminar o jantar, você fica pra jantar com a gente? - Claro, fico sim! — Certo... - Disse antes de sair. Durante o jantar, Ana não parava de fazer perguntas para Alessandro que respondia empolgado. Vez ou outra Giovanna repreendia a filha, a garotinha era extremamente curiosa. E não era preciso se esforçar muito pra deixar o pai sem jeito. - Papai? - Clara fala. - Quelo te fazer uma pelgunta! - Pode fazer, princesa! - Alessandro exclama. A menina olha pra mãe, depois para o pai sem saber para quem perguntar aquilo. Como a garota nada diz, Giovanna volta a atenção para o jantar levando um pouco do suco até a boca. - O que é sexo? - O suco que ainda estava na boca da morena, vai parar diretamente no rosto de Alessandro. Aquela pergunta a pegou de surpresa. Ele que colocava um pouco de comida na boca acaba engasgando com a pergunta da menina, Giovanna se levanta rapidamente batendo nas costas dele até que ele volte a respirar com um pouco de dificuldade. A criança observa a cena sem nada a dizer, ela só se perguntava como uma simples duvida havia deixado os pais assim. - Meu Deus! - Giovanna exclama perplexa, ela sentia o rosto arder de tanta vergonha. Ele seca o rosto com um guardanapo sem nada dizer. - Ana Clara, da onde você tirou isso? - Você mamãe, você que falou! - Alessandro encara Giovanna com um ponto de interrogação na testa. - Giovanna?! - Ele exclama diante do silêncio dela. Ela apenas negativa com a boca aberta sem saber o que dizer. - E..eu n..não nunca! - Explica gaguejando. - Eu nunca falei isso pra você! - Eu não disse que você falou pla mim! - Os dois se olham sem entender, o olhar dela pedia ajuda, mas ele não sabia o que dizer. - Quando foi que você ouviu isso? - Ele pergunta para a filha. - Eu ouvi a mamãe falando plo Rafael hoje de manhã! Ela disse assim: “Foi apenas sexo, nada mais que isso!” - Fez uma imitação bizarra da voz da mãe, citando o nome do homem que trabalhava com a mãe. Giovanna coloca a mão na boca evitando um grito. Mentalmente ela se xinga chegando a dar voadoras nela mesma, que diabos a menina tinha que ter ouvido justo aquela maldita conversa. O que Alessandro pensaria dela agora? Ele permanece com a feição fechada, olhando para Giovanna com uma cara nada boa. Ele sentiu uma raiva sem tamanho ao saber que aquele cara já havia tocado em sua pequenA. - Então mamãe, o que é sexo? - E..eu não tô preparada pra isso! - ela gesticula com a boca sem emitir som, ele apenas negativa com a cabeça decepcionado, ele tinha esperanças de ter o perdão dela. - Ei, vocês dois! - Aninha faz os pais olharem para ela. - Nossa mamãe, você tá velmelhinha! - Solta uma gargalhada gostosa. Giovanna continuava em pé enquanto Alessandro permanecia imóvel, sentado no mesmo lugar, ainda com a expressão fechada. - Eu quelo saber o que é sexo! - Ana Clara, pa..para de dizer essa palavra toda hora! - Diz passando as mãos no cabelo, desalinhando o mesmo. - Bora escovar os dentes pra dormir. - Mas já? - Perguntou desanimada. - Eu não quelo dolmir agola, eu acabei de acolda! - Amanhã cê tem aula cedo, então..bora dormir logo! No quarto da filha, Alessandro se senta de um lado da cama e Giovanna no outro. O que a menina disse durante o jantar ecoava em sua cabeça. - E você vai poder me levar na escola! - A garota já estava sonolenta, mas queria ficar conversando com o pai. - Papai, você vai molar aqui com a gente? - Alessandro olha para Giovanna sem saber o que responder. Ele realmente queria dizer pra filha que sim, queria dizer que amava a mãe dela mais que tudo, mas não disse nada, não dependia dele. - Que tal a gente deixar esse assunto pra depois? Bora dormir, amanhã tu tem aula! - Ela tratou de cortar o assunto. - Boa noite meu amorinho... - Canta pra mim dormir mamãe... - Ela pede esfregando os olhinhos. - Papai você sabia que minha mamãe canta? - Os olhinhos dela não aguentavam ficarem muito tempo abertos, mas ela era insistente, queria aproveitar cada minuto ao lado dos pais. - Antigamente sua mamãe só cantava embaixo do chuveiro.. - Ele sorri e Giovanna revira os olhos. - Deixa a cantoria pra amanhã... - Ela beija a filha repetidas vezes agradecendo mentalmente pela vida da criança. - Eu te amo! - Eu também mamãe, amo vocês dois! - Segurou uma mão de cada, unindo as duas. Alessandro e Giovanna olham as mãos juntas e se encaram. Olhares dizem o que as bocas não tem coragem de dizer. Estava nítido que ainda se amavam, o simples toque faz com que a pele de ambos queimem. Os olhares não se perdem, eles m*l percebem que a filha já tinha soltado as mãos e dormido. Giovanna abre e fecha os olhos caindo em si, solta a mão de Alessandro com rapidez. - Papai também ama muito vocês duas! - Ele sussurra ao se ver sozinho com a criança. Giovanna havia dado um último beijo na filha e saído do quarto, ela queria esconder o embaraço que sentiu ao sentir o toque dele. - Ama muito! - Sussurrou mais uma vez antes de sair do quarto. - Eu volto amanhã cedinho pra levar ela pra escola... - Ele diz ao entrar na cozinha e encontrar ela lavando a louça do jantar. Ela apenas confirmou com a cabeça enquanto secava os pratos. - Obrigada.. - Ele pediu de repente. - Não me agradeça! - Falou sem olhar pra ele. - Da licença! - Ele estava parado na porta, bloqueando a passagem. - Giovanna?! - Segurou o braço dela quando a mesma faz menção de sair. - Será que poderíamos conversar um pouquinho? - Alessandro, meu dia foi cheio. Tô cansada, a única coisa que quero agora é minha caminha! - O toque dele em sua pele faz seu corpo estremecer. - Sem querer ser grossa, mas já sendo.. tá ficando tarde, volta lá pra tua casa! - Eu só queria me redimir, sei lá, não pega bem a Clarinha ver esse clima entre nós! - Giovanna fecha os olhos suspirando fundo, essa foi a brecha que Alessandro encontrou tratando logo de acariciar os lábios dela com o polegar. Os corpos se aproximam instantaneamente, o abraço que segue é forte, esmagador. Ele fecha os olhos sentido o cheiro que exalava das madeixas chocolates, já ela passava as mãos por toda a extensão das costas largas do amado, ela queria eternizar aquele momento que não acontecia à tanto tempo. - Al.. Alessandro eu.. - Ela tenta falar, mas ter ele ali, tão próximo ao seu corpo a deixa perturbada. - Não fala nada... Não fala nada que possa nos magoar ainda mais! - Se afastam o suficiente para que os olhos se encontrem. As respirações estavam ofegantes, as mãos ávidas passeavam pelos rostos por se encontrarem depois de tanto tempo. Ela morde o lábio inferior aguardando ansiosa pelo contato dos lábios dele nos seus. - Não faz isso.. - Sussurrou olhando pros lábios dela. A essa hora, ela já estava abraçando-o pelo pescoço. - Isso o que? - Os hálitos se misturavam, ambos já estavam embriagados de prazer. Uma das mãos de Alessandro vai direto para a cintura dela aonde ele aperta levemente, enquanto a outra continua acariciando seu rosto. - Não morde o lábio assim, quando você faz isso tenho vontade de fazer o mesmo! - E por que não faz? - Ela incentiva. Ele sorri feliz por ter sua pequena em seus braços. A mão que ainda acariciava o rosto da amada, vai direto para os cabelos, onde ele puxa levemente na altura da nuca. - Como eu senti sua falta! - Sussurra antes de tomar a boca dela num beijo devastador. O contato íntimo soa mais que um simples beijo. Era como se depois de quase cinco anos sem respirar, eles finalmente estão colocando ar nos pulmões. O beijo era intenso, molhado, provocador. Alessandro se penitência em pensamentos por ter ficado tanto tempo sem o toque doce e suave dos lábios dela. As línguas dançam num ritmo frenético, Giovanna o puxa pela nuca aprofundando ainda mais o contato das bocas. Ambos queriam eternizar o momento, esse beijo deixou a certeza que ainda se amavam, ainda se desejavam feito loucos. Giovanna sabia que isso não estava certo, mas hoje ela se permitiria, ela precisava dele de uma maneira que a ciência não poderia decifrar, era mais forte que ela. Quantas vezes ela não fizera amor sozinha ao lembrar dele? Quantas vezes ela não se pegou arrepiada ao lembrar do toque dele em sua pele? Várias vezes! E hoje era isso que ela faria, se permitiria a deixar a vontade de matar a saudade do corpo dele falar mais alto.
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